“Atrás de cada grande fortuna, há sempre um crime!”
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ㅡ Rosas eram as suas favoritas.
A voz calma e inconsolável de Jungkook quebraria qualquer coração gelado. A máfia inteira estava reunida. E até mesmo eles têm perdas significativas. Jeon, assim como seus três irmãos, partilhavam da mesma dor ㅡ uns até mais que os outros.
O luto foi o que os reuniu alí. Apenas a morte uniu o que a vida tentava separar.
ㅡ A culpa foi sua, Jungkook ㅡ Acusou Jeongsan, o mais velho. ㅡ Se não fosse tão mimado, eles não teriam voltado cedo. Estavam atrás deles.
ㅡ Não os chamei. Nunca pedi para que viessem.
ㅡ Como ousa, seu pirralho!
ㅡ É melhor se afastar ou...
ㅡ Ou o quê, mimado de merda?
Jungkook o olhou por cima do ombro.
ㅡ Ou Jimin fará um tabuleiro de xadrez com os seus dedos imundos.
O irmão mais velho tremeu com o olhar do guarda-costas realmente disposto. Jungkook falou como um blefe, porém Jimin era mais do que capaz. Ele até curtiu a ideia.
ㅡ O que vai fazer? ㅡ Perguntou o segundo irmão. ㅡ Precisamos da sua assinatura para eleger Jeongsan como sucessor.
ㅡ Não vão ter. Jimin falou comigo mais cedo, e a minha mãe decidiu que um novo membro seria eleito em nove meses.
ㅡ Não fomos informados sobre isso. É ridículo e a nossa mãe não deixaria o cargo livre pra qualquer um.
ㅡ Ela está morta ㅡ Girou os calcanhares, fitando o chão. ㅡ Farei o que ela pediu. Suas últimas ordens devem ser obedecidas.
ㅡ Aonde pensa que vai?
ㅡ Jimin e eu vamos para Seul. A minha mãe pediu isso. Então seja útil e vá procurar o assassino deles, pois não serei mais o seu brinquedo de tortura.
ㅡ Não nos damos bem, mas faremos um banquete compartilhado dos filhos da puta envolvidos.
Jungkook fingiu não ouvir aquilo. Era um absurdo. Ele não conseguiria machucar os culpados mesmo se quisesse. Saiu do cemitério deixando os irmãos mais velhos discutirem entre si e adentrou o carro após Park conferir sua segurança.
Durante o trajeto para o aeroporto, Jimin viu o corpo de Jeon tremer e soluços inevitáveis ficarem mais barulhentos. Abriu o porta luvas pegando uma caixa de lenços, entregando ao mesmo sem o olhar e aumentou a música que tocava no rádio. Jungkook chorou até dormir alí mesmo.
Ele acordou de seu sono assim que o carro foi estacionado. Após entrarem no avião e encontrar seus assentos, Jeon pigarreou, queria atenção.
ㅡ Sei que é a sua primeira vez num avião, mas relaxe.
ㅡ Deu pra notar, é?
O guarda-costas mascarado riu nasal.
ㅡ Aperte a minha mão quando o avião decolar.
ㅡ Não sou tão medroso assim.
Sua língua doía, pois a mordeu. Ele se assustou com a movimentação e o barulho, fincando suas unhas na mão Park. O medo ganhou intensidade na força, tirando sangue da mão alheia e fazendo Jimin aceitar a dor.
ㅡ Faltou achar petróleo, porque sangue conseguiu tirar ㅡ Brincou o loiro.
ㅡ Desculpe.
ㅡ Tudo bem. Eu amo a dor. Nós amamos a dor.
ㅡ Eu odeio a dor, então não me venha com "nós". Deus me livre ㅡ Jeon fez o mais velho rir. ㅡ Qual a graça, seu gostoso?
ㅡ Estava me referindo a EDEN.
ㅡ EDEN?
ㅡ Minha cafeteria.
ㅡ O quê?! ㅡ Riu indignado. ㅡ Achei que você fosse um assassino de aluguel ou algo do tipo ruim pra caralho.
ㅡ Quem disse que eu não sou? ㅡ A voz soou calma e passiva, mas extremamente ameaçadora. ㅡ Eu odeio café.
ㅡ Se falar assim de novo, eu juro que vou gozar ㅡ Afirmou Jungkook, logo voltando a desdenhar. ㅡ Ainda assim, acho que é patético e brega. Uma cafeteria mesmo odiando café? Puff!
Aquilo deveria irritar Jimin, mas o excitou. A diversão está nos pequenos detalhes. Park sabe que um simples negócio pode trazer grande ruína se comandado de forma irresponsável, entretanto, até mesmo ele que começou de baixo, tomou medidas drásticas para nunca cair.
Park sabe o que acontece em sua cafeteria e vai muito além que café servido. Não é um simples negócio, menos ainda o lugar agradável pelo produto servido e esquecido após atravessar a rua. A EDEN é emblemática. É o futuro.
A cafeteria EDEN vai muito além de um simples líquido quente — ou gelado — para almas desesperadas e vingativas. Lá você tem o que deseja ou o que merece, cabe a si próprio ficar nas mãos do Diabo ou em seu caminho.
🍷🍖
Jimin espreitando o chefe poderia ser considerado amor pelos amantes de romance. Poderia. Mas não é. Sente pena do rapaz que está na faixa dos vinte anos, pois sabe que a dor que ele odeia vai mudá-lo algum dia. O assassinato dos pais foi só o início.
Jungkook não sabe finalizar uma compra sozinho porque outras pessoas faziam para ele, saiu da escola muito jovem pelo bullying e homofobia, terminou os estudos através de um professor particular. Era "protegido demais" pela máfia. Além disso, nunca teve um bom relacionamento, todos traumáticos, mas ele nunca parou de tentar.
Ele se acha um tubarão livre no mar quando, na verdade, é um peixe miúdo em um aquário minúsculo.
A viagem não durou muitas horas para Jungkook, pois dormia perfeitamente bem. Jimin até se encontrou preocupado e o acordou em algum momento, causando gargalhadas em Jeon. Park o levou até a lanchonete mais próxima, pois logo um de seus amigos viriam buscá-los.
ㅡ Cadê aquele filho da puta? ㅡ Jungkook arregalou os olhos com a aparição de uma emoção no loiro, seu bico no canudo do milkshake arranhou seu dente e ele riu. ㅡ Aish, fumando, como sempre.
Os olhos de Bambi do Jungkook avistou uma BMW exalando fumaça, o rosto do motorista não era notável e era curioso que Jimin soubesse exatamente quem era. O vidro baixou, a fumaça foi dissipando no ar e um rosto relaxado ㅡ e fodidamente lindo ㅡ deixou um perfeito "O" na boca de Jeon. Ele adorou a vista, mas queria parecer discreto e posturado, e fingiu até atravessar a rua e entrar no carro após Jimin abrir a porta.
ㅡ Carne jovem e virgem. Eu adoro.
Jungkook perdeu a postura e se encheu após ouvir a voz do homem, sendo analisado pelo retrovisor por um olhar assassino.
ㅡ Não seja tímido, Jeon. Este canalha não machuca boas pessoas.
ㅡ Me deixa atuar em paz, Jimin! ㅡ A postura ameaçadora alterou instantaneamente para o humor. ㅡ Ei brother, nós vamos nos dar bem. Então relaxa. Me chamo Jung Hoseok.
ㅡ Sou o Jeon Jungkook.
ㅡ Escuta Jimin, ele vai se adaptar conosco? ㅡ Hoseok o ignorou, pois sabia seu nome.
ㅡ Não tem opção melhor.
ㅡ Não me tratem como criança.
ㅡ Quantos anos tem, querido?
ㅡ Vinte e dois. E você, chaminé?
ㅡ Dez anos a mais. Por tanto, aprendi a amar a dor e é melhor você começar a aprender de uma vez.
ㅡ Como é? Não entendi.
ㅡ Mais burro que eu, puta que pariu
ㅡ Jung se estressou rapidamente, causando risos em Park. ㅡ A ignorância pode ser confundida com inteligência, então cuidado.
ㅡ Chega, Hoseok. Apenas dirija. ㅡ Jimin mandou temendo que a discussão inverossímil continuasse.
Jimin sabe que a imaturidade de ambos, principalmente de seu chefe dará trabalho. Se há algo em que Jungkook e Hoseok têm em comum é não saber controlar as emoções, e menos ainda suas línguas afiadas.
O carro se locomoveu logo, mostrando belas visões e os defeitos da cidade de Busan. Quando viu a cafeteria de Jimin, ficou realmente impressionado, porém quis ser mais rígido.
ㅡ Ainda é brega para você?
ㅡ Ela é bonitinha.
ㅡ "Ela é binitinha" ㅡ Hoseok debochou. ㅡ Só por este insulto, vou me recusar a levar suas malas.
Tanto por dentro quanto por fora, a cafeteria alternava num vermelho e o amarelo similar ao ouro, tomando sua atenção. Havia quadros pintados por um dos membros da cafeteria, e Jungkook se sentia mais apaixonado a cada parede nova que viu. Retirou mentalmente tudo de ruim que falou. A éden era linda de morrer.
ㅡ O Hoseok gosta de apostas, mas sugiro que evite aceitar qualquer uma delas.
ㅡ Você sabe que adoro jogos. Por que não devo?
ㅡ Se quiser perder um membro do corpo, fique a vontade ㅡ Deu de ombros, retirando sua máscara e guiando o chefe até a sala de jantar barra sala de reunião da EDEN. ㅡ Eu voltei, família.
A timidez de Jungkook o deixou cego e surdo por breves segundos, mas graças a Jimin e sua beleza surreal, o rapaz boquiaberto sorriu ao ver o sorriso do loiro. Estava encantado pela beleza que o guarda-costas ousou esconder, ele não piscou os olhos, achando que ela fosse desaparecer num estalar de dedos.
Malditas borboletas.
ㅡ Avisei que o deixaria sem palavras, Ji. Você que comeu a língua dele? ㅡ A mulher disse, causando risos.
Jungkook encarou a única mulher dali. Ela tinha cabelos cacheados e vermelhos acima dos ombros, olhar transbordando intenções e sorriso agradável.
ㅡ Ele parece um maldito algodão doce. Tem certeza de que é filho de mafiosos?
O timbre rouco arrepiou Jungkook por completo. Este também tinha os cabelos vermelhos, porém num tom mais forte, enquanto o da ruiva eram naturais.
ㅡ Não assustem o garoto, é para cuidar bem dele ㅡ Park tocou o ombro de Jeon. ㅡ Chefe, aquela é Kang Yosun e ele é Kim TaeHyung. Também são membros da EDEN.
ㅡ Não estou assustado, Jimin ㅡ Disse ele, assustado. ㅡ Além disso, aprendi a conviver com pessoas ruins, então não precisam fingir que não são. Hoseok deixou as coisas esclarecidas.
A audácia do pequeno deixou um sorriso lascivo nos três alí presentes. Jeon tinha toda razão, ninguém alí era santo muito menos bonzinho. Em outra ocasião ele já estaria morto.
ㅡ A EDEN é uma cafeteria simpática e bondosa com quem merece ㅡ Jung falou, se juntando aos outros, e dando um beijo na cabeça de TaeHyung.
ㅡ Entretanto, há uma boate no subsolo e um porão para trabalho sujoㅡ TaeHyung segurou a mão de Hoseok, fazendo um carinho nela.
ㅡ A éden é a minha família, e é nosso dever nos livrar do lixo da cidade. Grana e bons motivos, não recusamos a matar ㅡ Jimin se colocou atrás de Jungkook, segurando seus dois ombros. ㅡ Você vai trabalhar na cafeteria junto do irmão da ruiva. Poderá ir a boate apenas se quiser bebida alcoólica ou transar com alguém.
ㅡ Não é difícil nem vai se machucar. O meu irmão ajudará você.
ㅡ E onde ele está?
ㅡ Estudando. Enquanto ele estiver trancado no quarto, jamais o interrompa. Entendeu? ㅡ Jeon assentiu. ㅡ Vou mostrar o seu quarto assim que comer bem. Aposto que Jimin te deu lixo de fastfood ㅡ A ruiva colocou uma panela grande e quente sobre a mesa, servindo o italiano com sopa. ㅡ Não está envenenada.
ㅡ Como vou saber? Você tem cara de psicopata.
ㅡ Está recusando a minha comida? ㅡ Yosun o ameaçou com uma colher de pau. ㅡ Moleque mimado.
Todos alí riram, até mesmo Jungkook. Ele não se sentia um intruso, a sensação era de fazer parte da família há muito tempo e comer aquela sopa quentinha o lembrou que sua mãe nunca cozinhou para ele. Era algo sem importância, mas Jeon se recordou de gostar de coisas simples.
Jeon Jungkook não sabe, mas essas pessoas têm muitas histórias para contar. Umas até mais difíceis de acreditar, porém, reais. Eles não eram os personagens fictícios de seus livros favoritos. Eles eram pessoas reais.
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Obrigada por ler 💜💜💜
Beijos na bunda 😙😙😙