Mistaken (FINALIZADO)

By Autorakapeixoto

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Trilogia Opostos - Livro 1 Não recomendado para menores de 18 anos. Noah Cooper é um advogado concorrido em... More

✨ Nota da Autora e Personagens ✨
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Epílogo
Recadinho para todos!

Capítulo 14

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By Autorakapeixoto

Termino uma reunião com Barbie, Jacob e Olívia, a nossa nova contadora. Ela começou há dois dias e, esta semana será importante que ajudemos para ela se inteirar de tudo. Eu e Barbie não temos muito a oferecer, porque nossa parte é realmente só advogar, mas, estaremos dispostos a ajudá-la no que precisar.

Ela é uma mulher muito bonita e parece ser mais nova do que realmente é. Deve ter por volta de 1.65m de altura, loira, olhos verdes claríssimos e, aparenta ter um belo corpo; não reparei muito nisso, porém, sempre observamos alguém novo quando conhecemos. De qualquer modo, ela é a nossa nova funcionária, eu não iria ficar olhando descaradamente.

Olívia sai da sala e fecha a porta, ficando só eu e os meninos.

— Que mulher gostosa!

— Barbie, ali é terra proibida. Ok? — Jacob fala junto com Barbie e eu rio. Claro que Barbie iria fazer algum comentário do tipo, isso é totalmente a cara dele. Entretanto, não precisamos nos importar com isso, Barbie é safado mas sabe respeitar os limites. Bato as duas mãos na mesa de vidro a nossa frente e me levanto, sendo seguido por eles até a minha sala.

Me sento na poltrona e os dois se ajeitam no sofá que tem ao lado. Recosto meu corpo e tento relaxar. Essa semana foi um pequeno inferno e, nem acabou ainda. A notícia que saiu no domingo sobre mim e Kath rendeu um burburinho desnecessário, mas, as pessoas já esqueceram e estão interessadas em outras fofocas agora. Mesmo assim, esse acontecimento gerou uma confusão aqui em frente na segunda-feira.

Quando cheguei, havia alguns fotógrafos e curiosos perguntando sobre meu suposto relacionamento com ela. Apenas pedi licença e passei por eles, que foram duramente proibidos de entrar no Hall do prédio. Todas as pessoas que necessitariam entrar essa semana no edifício, foram notificadas que precisavam apresentar uma senha aos seguranças e, isso fez com que eles desistissem. Na próxima semana, o acesso voltará a ser normal no resto do edifício.

Passo a mão em minha nuca, sentindo meu corpo tenso depois de tanto trabalho, respiro fundo e fecho os olhos.

— Já viram o novo trabalho de Kath? — Jacob tenta se manter sério, mas tenho certeza que está me encarando por cima dos olhos, esperando alguma reação da minha parte. Os dois tem se aproximado bastante e, estou feliz com isso. Jacob precisa de uma presença feminina em sua vida de alguma maneira. Essa amizade fará bem a ele.

Dou de ombros, fingindo não me interessar.

Apenas fingindo mesmo.

— Oh, claro que vi. Ela me mandou várias fotos e pediu ajuda para escolher qual postar no Instagram — abro os olhos e encaro Barbie, que agora está em pé, perto das bebidas, passando o dedo pelas garrafas, escolhendo qual irá beber. Aproveito e peço uma água, não irei beber nada alcoólico hoje. Ele joga a garrafinha em minha direção e eu pego no ar. — Gostou da minha escolha? — pergunta diretamente para mim, se referindo a tal foto.

Abro a garrafa e a viro toda, aproveitando esse tempo para pensar o que responder.

— Eu vi e, vocês sabem disso. Por que estão me perguntando? — retruco.

Jacob ri e me encara, me analisando por um tempo, depois arregala os olhos e ri de novo.

— Vocês transaram, né? — pergunta, desconfiado.

Barbie quase cospe o whisky que está bebendo para me encarar também. Respiro fundo e bufo, irritado.

— Isso passou a ser da conta de vocês em qual momento? — cuspo as palavras, deixando clara a minha irritação. Porém, eles me conhecem demais para saber quando quero fugir de um assunto, então, respondo: — E sim, nós transamos.

Barbie soca o ar, rindo.

Jacob dá a sua costumeira risada desacreditada.

— E, está tudo bem? Quer dizer, sabemos que você é casado com o trabalho e, não sei como Kath é em relação ao seu estilo de vida — estala a língua — Nosso estilo de vida, já que vivemos apenas do bom sexo casual — Jacob se corrige, orgulhoso do que disse.

Apoio os cotovelos em minhas pernas e concordo.

— Eu acho que sim! O sexo foi... diferente — meu corpo começa a esquentar quando algumas cenas de domingo vêm em minha mente.

— Diferente, Noah? Vocês transaram no telhado? Porque, para mim, diferente é algo assim — debocha Barbie. Eu me controlo para não o xingar.

Reviro os olhos.

Sério?

— Vai à merda, Barbieri — ele levanta as mãos se rendendo, quando escuta como o chamei. — Foi diferente no quesito de que foi bom em um grau que eu desconhecia. E, eu já transei muito nessa vida, muito mesmo.

— A gente sabe, infelizmente — resmunga Jacob, provavelmente, relembrando a época da faculdade em que eu entrei em uma fase de transar todo dia e, nós dividíamos a mesma casa, então, eles sempre sabiam quando algo estava acontecendo e vice-versa.

Me levanto, vou até a minha mesa, pego meu celular e me recosto ali. Olho as notificações e nenhuma delas é de Kath. Coloco o celular na mesa novamente.

— Aconteceu no domingo, quando a levei em minha casa. Não foi nada premeditado, mas, eu queria ficar sozinho com ela para poder falar sobre o beijo de sábado. Porém, esse beijo evoluiu para uma foda da porra — por mais que eles sejam meus irmãos, não entro em muitos detalhes, porque isso não diz respeito só a mim. — E ela, surpreendentemente, não tocou no assunto nenhuma vez. Nos falamos umas 3 vezes essa semana e ela não falou nada, não insinuou nada e, parece ser a mesma pessoa comigo. Não sei como reagir a isso, pensei que ela agiria diferente.

Basicamente, é isso que espero de alguém que transo sem pretensão de um relacionamento, mas, eu e Kath já temos um relacionamento de amizade. Dessa forma, pensei que talvez tivéssemos que conversar, para esclarecer qualquer coisa e não deixar o acontecido atrapalhar em nada. Estou bem surpreso com a falta de interesse dela nesse assunto.

— Pelo o que estou conhecendo da Kath, ela parece ser uma mulher muito madura, Noah e, já passou por muita coisa também. Provavelmente, ela não irá agir como algumas outras mulheres que você se envolveu agiram, tentando te perseguir ou tirar algo de você — Barbie fala, e Jacob concorda.

Eu deveria estar feliz por ela estar agindo assim, mas algo nisso me incomoda e, eu não consigo entender o porquê desse sentimento esquisito, pela possibilidade de ter sido descartado por Kath.

Vou até minha cadeira e me sento, abrindo o notebook para pesquisar algumas coisas. Levanto o olhar e encontro os dois me encarando, ambos com um sorriso cínico na cara. Apenas levanto o dedo do meio na direção deles. Eles riem em resposta e entram em um assunto que não dou atenção.

Respondo alguns e-mails que ficaram pendentes e, assim que termino, meu celular vibra. Pego-o de imediato e sinto meu coração errar a batida quando aparece o nome de Kathllen na barra de notificação. Desbloqueio o celular e leio.

Kath: Oi! Acabei de buscar minha mãe no aeroporto e, descobri que nossas mães estão trocando mensagens desde domingo. HAHAHA

Kath: Acredita nisso?

Eu: Não duvido nada que quem tomou a iniciativa foi Dona Elizabeth, rs.

Kath: Claro! Minha mãe é muito tímida.

Kath: E, fui trocada. Elas vão tomar uns drinks em um restaurante que sua mãe recomendou.

Kath me envia uma foto fazendo biquinho e meu pau na mesma hora endurece no meio da minha calça. As lembranças estão claríssimas em meu corpo e minha mente.

Eu: Posso te fazer companhia... Se quiser!

Aparece que ela está digitando várias vezes, mas a resposta não chega. Bufo, frustrado. Talvez ela não queira mais nada sexual, porém, espero de verdade ainda ser seu amigo. Só não sei como será essa amizade, porque depois de domingo, sinceramente, estou fodido.

Saio da minha bolha ao escutar Jacob sair da sala. Olho para Barbie, que está de braços cruzados, com aquele olhar de quem quer falar algo, mas não sabe se deve. Faço sinal com a mão para que ele fale.

— Eu te amo, você sabe disso. Correto? — faço que sim com a cabeça, querendo saber onde vai chegar com isso. — Kathllen é uma mulher diferente, cara. E, não falo isso só porque agora ela é minha amiga, falo isso porque sei que ela mexe com você. Pode ser que seja só de forma carnal, mas, nunca sabemos quando as coisas irão mudar e evoluir para algo mais — passa a mão em seu cabelo, olha para o celular em sua mão, parece ler algo e depois volta a me olhar. — Só não quero que isso tudo vire uma bola de neve e atropele todo mundo, inclusive você — dá uma tapinha na mesa e sai, me deixando com os pensamentos a mil.

Não acho que tenha muito fundamento o que ele disse. Estou me sentindo diferente em relação a ela, mas acho que é por conta do meu ego, pois me acostumei com as mulheres querendo atenção ou algo a mais de mim; essa atitude diferente da parte dela, talvez, pode estar fazendo com que me sinta assim.

Acho que o melhor que tenho a fazer é esquecer o quanto nosso sexo foi incrível. Mesmo parecendo clichê, ele foi um dos melhores, se não o melhor que já tive. Kath é desinibida, safada e carinhosa, tudo ao mesmo tempo e, eu nem sabia que gostava de carinho depois do sexo, descobri com ela, no auge dos meus 28 anos. Seu corpo é uma delícia. A imagem dela sentando em meu pau com um sorrisinho malicioso não vai sair da minha cabeça tão cedo. Vou me esforçar para deixar de lado o desejo que eu pensei que iria passar, mas que só aumentou, e focar na amizade, além de seu caso.

Pego meu celular novamente e me surpreendo com uma mensagem de Kath que eu não tinha visto antes.

Kath: Eu topo sua companhia! Só preciso deixar minha mãe no restaurante e, estarei livre.

Kath: Antes que pergunte, sim. Eu dirijo, mas não gosto. Então, vivo de táxi e meu carro fica na garagem, uso só quando necessário mesmo.

Rio enquanto leio. Eu realmente iria perguntar como ela levaria a mãe e, em seguida me ofereceria. Aliás, acho que vou fazer isso mesmo, já que ela falou que não gosta de dirigir.

Eu: Estou surpreso com isso. Imaginava que você não dirigia.

Eu: Posso buscar você e sua mãe. A gente deixa ela no local e depois posso te levar em um lugar que eu gosto muito, se você permitir.

Me levanto, confiro a hora e dou meu dia aqui como finalizado. Guardo as coisas e coloco o celular no bolso da calça, junto com a carteira e chave do carro.

— Jenni, já estou indo. Precis... — paro de falar quando percebo que ela está chorando, mas disfarça ao ver que estou perto demais. Me aproximo, por trás da sua mesa e me agacho, virando sua cadeira para minha frente. — Ei! O que houve? Sua mãe está bem? Se machucou? — olho todo o seu corpo, procurando algum machucado.

Ela cai no choro, copiosamente. Eu fico em choque. Jennifer nunca demonstrou tanto desespero como agora e, fico segundos sem saber o que fazer, depois me levanto e a puxo para o meu peito, abraçando-a. Ela me aperta e chora alto, sinto seu corpo pequeno se tremer todo enquanto ela chora.

Fico em silêncio e deixo que ela chore, aliso suas costas em uma tentativa patética de consolo, mas mesmo assim, continuo com os movimentos. Quero saber o que aconteceu, estou pensando no pior, mas não sei como perguntar e, mesmo sem saber o motivo, meu coração se aperta ao vê-la desse jeito. Ela costuma ser a alegria ao meu redor por aqui.

— Me ligaram do hospital, minha mãe teve uma piora significativa — se afasta um pouco para poder falar, levanta o rosto e me olha. Sinto que agora uma parte do meu coração se despedaçou. Sua maquiagem está toda borrada e ela funga o nariz, enquanto tenta se controlar. — A cuidadora só conseguiu me ligar agora, e disse que os médicos precisam que eu vá lá urgente. Me falou que ela tem poucas chances de sair dessa vez — volta a chorar quando termina de falar. Sento na beira da mesa e seguro em suas mãos.

— Jenni, eu sinto tanto... Arrume as suas coisas, eu vou te levar lá! Faço o que precisar — aperto um pouco as suas mãos, tentando acalmá-la. Ela tenta parar de chorar e balança a cabeça, negando a minha ajuda.

— Não precisa, Noah! Já estão vindo me buscar — ela funga, solta-se das minhas mãos e passa a dela embaixo dos olhos, tentando limpar a maquiagem borrada. — Eu posso sair mais cedo, né? Amanhã estarei aqui no horário normal, eu juro — sua voz está tão embargada do choro que, quase não escuto.

Eu já imaginava que ela falaria isso, porque além de amar o seu trabalho, ela também preza muito pelo seu salário, que custeia tudo da mãe. Porém, jamais a impossibilitaria de ter esse tempo com sua mãe. Não faria isso com ela e nem com ninguém.

— Não, Jennifer! Você não precisa vir amanhã. Tome o tempo que precisar, por favor. Eu consigo me virar sozinho por um tempo, ok? — a puxo para um abraço novamente, tentando transpassar um pouco de carinho nesse gesto. Beijo o alto da sua cabeça e afasto meu corpo. — E, se você precisar de mais tempo, eu contrato alguém temporário. Assim, quando estiver bem, você volta. O seu emprego estará sempre aqui para você, no momento que achar melhor.

Ela concorda e olha para alguém atrás de mim, arregala os olhos e depois vira para o outro lado, limpando o rosto e tentando se ajeitar. Me viro para ver quem a deixou desconcertada e, me deparo com Jackson. Levanto, me aproximo e nos cumprimentamos. Provavelmente, ele veio resolver algo sobre o seu bar com Barbie.

— Acho que Barbie está em uma reunião por chamada de vídeo. Quer esperar na minha sala? — ele nem me olha, apenas fica encarando Jennifer. Fico curioso pela forma como a encara.

— Não, amigo. Hoje não estou aqui por isso — dá um tapa em meu ombro, vai até a mesa de Jennifer, pega a sua bolsa e fala com ela baixinho. Não consigo sair do lugar, fico observando a proximidade deles e, sinto que perdi alguma coisa. Ela concorda com o que ele fala, vem até mim, se despede e me agradece. Faço com que prometa que me dará notícias e me que me chame se precisar de qualquer coisa, o mínimo que seja.

Jackson se despede com um aceno e a puxa pela mão, indo embora.

Perdi alguma coisa, com certeza perdi.

No aniversário de Kath, lá na Lotus, percebi uma aproximação entre os dois, mas não parecia nada além de flerte. Entretanto, fiquei ocupado demais babando na aniversariante, então, posso ter perdido algo além desses flertes. Depois me preocupo com isso, o foco agora é rezar para que a mãe dela consiga sair dessa, ou que ela consiga ser forte o suficiente para passar por essa perda.

Respiro fundo, desconcertado com tudo que aconteceu agora, mesmo que não há nada que eu possa fazer além do que já fiz, que foi oferecer toda a ajuda que ela precisar.

Saio do escritório e vou direto para meu carro. Ainda tenho tempo de passar em casa e tomar um banho antes de buscar Kath e sua mãe, que aparentemente, virou amiga virtual da minha. Tenho certeza que ela vai aprontar alguma coisa e, vou aproveitar a oportunidade para levar Kath em um lugar muito especial para mim.

Isso vai ser, no mínimo, interessante.

Ligo o som e começa a tocar uma das minhas músicas preferidas, Way Down We Go do Kaleo. Aumento o som e vou curtindo a música pelo caminho, batendo os dedos no volante no ritmo da música.

Pai diga me, nós recebemos o que merecemos?

Nós recebemos o que merecemos?

E para baixo nós vamos

E para baixo nós vamos

Diga para baixo nós vamos

Para baixo nós vamos

Depois de pouco mais de uma hora, me encontro no estacionamento do prédio de Kath - que liberou a minha entrada mais cedo - esperando por ela e sua mãe. Olho os carros ao redor e fico tentando imaginar qual seria o dela, porque todo os carros aqui são de luxo, como o meu. Estou um tanto curioso e consigo imaginá-la em qualquer um desses.

No caminho da minha casa para cá, fiquei pensando se deveria comprar algo para a mãe de Kath, mas então percebi a ideia era péssima, porque poderia dar a entender alguma intenção. Além disso, deduzi que, com certeza, minha mãe comprou algo para ela, porque minha mãe é dessas e, às vezes, acabo pensando igual a ela.

Aproveito enquanto espero por elas e mando uma mensagem para Jenni e para Jackson, perguntando sobre sua mãe.

Alguém bate no vidro da minha janela e me sobressalto, mas sorrio ao virar e ver que é Kath, que não consegue me ver porque o vidro é bem escuro; para variar, ela está linda. Acho que, mesmo se usasse um saco de pão como roupa, ficaria incrível!

Destravo o carro e saio. Kath deu alguns passos para o lado e sua mãe tomou seu lugar, ficando próxima a mim. Sorrio e estando a mão para cumprimentá-la.

— Boa noite, Sra. Ibrahim! Já nos conhecemos antes, não sei se lemb...

— Oh, filho. Claro que me lembro de um homem bonito igual a você — me interrompe da maneira mais graciosa possível, e rio pela sua resposta. Pega em minha mão com suas duas mãos e me olha nos olhos. — Inclusive, não posso deixar de agradecer pelo que está fazendo pela minha filha. Sei que é seu trabalho e que é muito bem pago para isso, mas, minha Kath precisava de boas pessoas ao seu redor, e meu coração diz que vocês são essas pessoas.

Engulo em seco, pois fiquei surpreendido com suas palavras. Levanto meu olhar e encaro Kath, que está com a cabeça baixa, provavelmente, sem graça. Passeio com os olhos pelo seu corpo rapidamente, e depois volto a encarar sua mãe - na qual me olha com um sorriso que chega até os olhos -, que dá uns tapinhas em minha mão e depois a solta.

Vou até a porta traseira, abro para que a mãe de Kath entre, e quando ela o faz, digo:

— Não precisa agradecer, Sra. Ibrahim. É um prazer ajudar sua filha como advogado e, um prazer maior ainda, descobrir uma amiga em uma cliente — sorrio, tentando transparecer apenas que somos bons amigos. Ela me lança um olhar, como se soubesse mais do que pensei que sabia e pisca.

Kath está parada na porta do motorista, olhando minha interação com sua mãe. Me aproximo, repetindo na minha mente que a mãe dela está a centímetros de nós e, que não seria legal eu ficar flertando com sua filha bem na cara dela.

— Oi, Kath! — sem saber o que fazer com as mãos, apenas as coloco dentro do bolso da minha calça jeans. Ficamos nos encarando por alguns segundos e, ela percorre meu corpo com os olhos, descaradamente.

A mãe dela está aqui, a mãe dela está aqui...

Repito isso algumas vezes, me concentrando para não a beijar.

— Obrigada por nos buscar. Vai me poupar de explicar à minha mãe porque comprei um carro tão caro, se quase nem uso — ri, se afasta e, antes que eu consiga abrir a porta do carona, ela já entra.

Também me acomodo e sigo em direção ao restaurante que já conheço muito bem, porque minha mãe ama e vive lá com suas amigas.

— Então Noah... Kath falou muito bem de você — encaro-a pelo espelho e sorrio. — Ah, também disse que você é ótimo advogado — rio ao entender a intenção da mãe dela. Pisco para em sua direção pelo retrovisor e, ela dá uma risadinha como se tivesse sido pega no flagra. — Você é solteiro, filho?

— Mamãe, por favor. Poderia, ao menos, ser sútil? — Kath vira para trás e encara a mãe, que ri do constrangimento da filha. Coloco a mão em sua coxa, no intuito de chamar-lhe a atenção dela, e assim que me olha, eu falo:

— Deixe-a, Kath. Tenho certeza que são apenas curiosidades sem maldade — tento manter a cara neutra para não me entregar nessa encenação. — Respondendo: sim, eu sou solteiro. Mas, acredito que sua filha já tenha falado — mordo o lábio inferior e solto uma risada.

Kath me dá um tapinha de leve no braço e ri também.

O resto do caminho é regado pelas perguntas de sua mãe, disfarçadas de brincadeiras, e eu adoro. Ela tem o jeito divertido igual a minha mãe, então, acredito que elas irão se dar muito bem.

Paro em frente ao restaurante, Joana olha encantada para a fachada, se despede e sai do carro, indo em direção a minha mãe, que espera na área próximo a porta. Abaixo o vidro da janela de Kath, tiro meu cinto e aproximo meu rosto da janela, mandando um beijo para minha mãe, que retribui com dois, um para mim e outro para Kath.

Viro meu rosto para Kath e percebo o quanto estamos próximos. Desço o olhar até a sua boca e ela morde o lábio inferior. Juro que consigo sentir o gosto dos seus lábios só de estar tão perto. Ela respira fundo e, eu decido me afastar, até porque a janela continua aberta, e não preciso olhar para saber que estamos sendo observados por duas mulheres curiosas. Me arrumo em meu banco e fecho a janela.

Seguimos até o destino com um papo bem tranquilo e descontraído. Ao chegarmos, ela vê o nome grande e me olha; parece que muitas coisas passam em sua cabeça, mas ela me surpreende ao colocar a mão em cima da minha, sorrindo um sorriso tão bonito, que poderia iluminar a cidade inteira.

— Então, o lugar misterioso é um orfanato? — a empolgação é notável em sua voz, e fico feliz pela minha decisão de trazê-la aqui.

Simplesmente sem motivo nenhum, vou levar Kathllen para conhecer um pouco do meu passado. 

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