Bryan e Dahrlan estavam no pequeno quintal da casa deles em illyria, enquanto Ophellia cortava e espetava o ar com uma pequena espada de madeira.
Os dois riam e corrigiram a filha.
— Meu amor, você tem que deixar aqui mais firme. — Disse Darhlan segurando o pequeno pulso da pequena illyriana.
Ela rodou a espadinha de novo e pareceu bem melhor.
— Entendi. — Ela disse, rodando a inofensiva arma de madeira outra vez. — Quando eu vou poder treinar junto com as fêmeas e a tia Ahryn?
Os dois pais sorriram. 5 anos e já tinha pose de guerreira.
Pequena Valquíria, era como Nestha a chamava. A avó de Ophellia não podia estar mais certa.
Ahryn que se cuidasse, porque quando Ophellia crescesse possivelmente tomaria seu lugar.
— Você sabe que ainda é muito pequena não é coisinha? — Bryan disse puxando a filha para que ela se sentasse entre os dois pais.
— Você fala isso todo dia. — Ela disse chateada.
— É porque vai demorar para você crescer, não é de um dia para o outro. — Bryan explicou deixando um pequeno aperto no nariz da menina.
— Até você crescer, eu, seu pai e tia Ahryn vamos te ensinando aqui em casa, assim, quando você puder treinar com as outras, já vai ser uma guerreira e tanto! — Darhlan disse.
— Tá né, tudo bem. — Ela disse chateada.
Foi quando um illyriano pousou no jardim. Bryan e Darhlan já estavam automaticamente com as mãos nas armas e o último tinha empurrado Ophellia instintivamente para trás dele.
Mas então perceberam que não era um ameaça, era Ethan.
— Tio Ethan! — Ophellia gritou e saiu correndo até o tio.
— Eu estava com saudades de você minha guerreirazinha. — Ethan disse erguendo e a pegando no colo.
Darhlan e Bryan observaram Ethan com a mesma percepção, ele parecia mais leve... mais feliz do que já havia estado a meses.
— Ao que devemos a honra da visita cunhadinho? — Bryan perguntou.
— Vai se encontar com a Legião hoje? — Ethan respondeu com outra pergunta.
— Em uns 15 minutos, por que? — Bryan questionou.
Ethan abriu um pequeno sorriso travesso.
— Acho que está na hora do verdadeiro Capitão retornar, não? — Ethan disse.
— Não acredito. — Darhlan se levantou e deu um abraço no irmão.
— É hora de voltar irmão, é hora de voltar. — Ethan disse.
— Tô orgulhoso de você. É bom tê-lo de volta. — Darhlan falou.
— Eles vão gostar de te ver, eu definitivamente não sou dos melhores treinadores. — Bryan brincou.
— Já que o tio Ethan vai voltar, ele pode morar com a gente. — Ophellia comentou.
— Ela tá certa Ethan, não precisa ficar sozinha na cabana do tio Rhys. — Darhlan ofereceu.
— Eu agradeço, mas acho que gosto da ideia de ter meu próprio canto. — Ethan sorriu um pouco olhando para a sobrinha. — Mas eu venho te ver todo dia, e você pode ir me visitar sempre que quiser, obrigue um desses babacas dos seus pais a te levarem lá.
— Pode deixar, eu vou. — Ela abraçou Ethan de novo.
— Ok titio babão, mas se você quer ser capitão de novo, temos que ir. — Bryan disse.
Os dois partiram então, voando até onde a Legião se reunia e treinava.
Bryan apareceu primeiro, atraindo a atenção da Legião.
— Muito bem soldados, acredito que hoje não sou eu quem vai coordenar vocês. — Bryan disse recebendo olhares confusos.
O illyriano então assoviou e Ethan disparou dos céus pousando firmemente no solo. Os sifões dele brilhavam e emanavam o seu poder passando exatamente a mensagem: o capitão está de volta.
Ele olhou firme por toda a Legião, então todos os soldados levaram a mão a testa em sinal de respeito.
— Seja bem vindo de volta Capitão. — Disse um dos soldados.
Ethan percebeu então o que era sua Legião, ele se lembrou.
Os illyrianos rechaçavam bastardos e mestiços. Mas ainda assim, ali estava Ethan, um mestiço filho de um bastardo, recebendo o respeito de uma legião inteira.
Respeito esse que ele conquistou ao longo dos anos treinando aqueles soldados. Era seu mérito.
E aquilo representava uma evolução tão grande, que ele mal consegui explicar. Esse era o sonho de seu pai e seus tios, era o sonho de Dyana, era o seu sonho.
Ele abandonara sua legião, mas agora estava de volta.
O Capitão da Legião estava de volta.
E anda mais o tiraria dali.
Ethan lançou aos seus soldados o olhar de autoridade respeitosa que ele sempre dava a eles.
— Então, que recomecem os trabalhos. — Ele disse.
......
Nyx e Catrin andavam despreocupados por Velaris, era um alívio para ela aquela caminhada.
Os dois tinham ido fazer algumas compras. Inclusive roupas para Catrin. Eram poucas que serviam agora.
Com a gravidez, já mais avançada, era uma benção da Mãe que ela já não sentisse mais tantos enjoos.
Ela aproveitou e acabou comprando algumas coisas para o quarto do bebê.
Eles tinham reformado um dos quartos da casa e o transformado em um berçário.
Um berçário que logo se encheria de vida.
Eles já se apressavam, afinal, Madja iria até a Casa deles para verificar se estava tudo bem com Catrin e com o bebê.
Já em casa, eles guardaram as compras que haviam feito.
— Vou subir e tomar um banho, quando Madja chegar leve ela até o quarto. — Catrin disse.
— Tudo bem. Quer ajuda para ir até lá? — Nyx ofereceu.
Catrin sorriu e colocou a mão no rosto do parceiro.
— Eu ainda consigo subir sozinha. — Ela deu um beijo nele e então foi para o quarto.
Algum tempo depois, Nyx escutou batidas na porta, Thalia se apressou para atender, mas Nyx se colocou a frente.
— Deve ser Madja, pode deixar que eu atendo. — Disse ele.
Realmente quando Nyx abriu a porta, ali estava a curandeira.
— Senhor Nyx. — Ela cumprimentou.
— Madja, por favor entre. Catrin está a esperando no quarto. — Ele respondeu.
Eles então subiriam até o quarto eadja examinou Catrin.
Pela magia da curandeira ela analisou o bebê e todos os órgãos já formados da criança.
— O bebê está perfeito, nascerá com uma uma saúde impecável, assim como Cattin está ótima. — Disse a curandeira, arrancando sorrisos aliviados dos pais. — E como já era de se esperar, terá asas illyrianas.
— Isso pode gerar algum problema? — Nyx questionou. Ele sabia, sabia da história do próprio parto.
— Não, Catrin é metade illyriana, então possui uma anatomia adequada, também já verifiquei isso. Além do mais, você tem uma flexibilidade óssea considerável devido a sua pequena parte ninfa, o que deve facilitar ainda mais o parto. — Disse Madja.
— Isso... isso é ótimo. — Catrin disse apioando a mão sobre a barriga.
— E por último, também detectei o sexo do bebê, caso queiram saber. – Ela ofereceu.
Nyx e Catrin se olharam e então deram a resposta.
— Sim, nós queremos saber. — Disse o pai do bebê.
.....
Adyra acabara de passar por algumas horas em uma reunião com lojistas de cidade. Thalis estava atolado de assuntos para resolver, então ela preencheu seu lugar.
Tinha sido muito tranquilo, todos eles tinham sido muito atenciosos expondo tudo o que era necessário a ela e explicando algumas coisas que Thalis tinha esquecido de falar a ela.
Adyra por sua vez considerava todos os pedidos, e tentava resolver os problemas.
Tinha visto seus pais fazendo aquilo centenas de vezes por Velaris. Ela agora replicava tudo o que havia aprendido.
No fim da reunião, recebeu vários elogios. E uma frase dita por uma lojista que mexeu com ela.
"Nós temos muita sorte de tê-la conosco senhora."
Era o que a feérica havia dito. Adyra quase chorou de alegria ao ouvir aquilo.
Ela estava andando vagarosamente grande praça da cidade, quando alguém envolveu os braços em sua cintura por trás e depositou um beijo em seu pescoço. Ela nem protestou, o cheiro e a sensação daquele corpo ela conhecia muito bem.
— Como está minha Senhora após uma longa manhã de trabalho? — Thalis perguntou agora já ao lado dela.
— Estou... eu nem sei explicar, mas feliz acho que é uma boa palavra para definir. — Adyra falou.
— Feliz depois de uma reunião? — O Grão-Senhor questionou em um tom divertido.
— Feliz depois de fazer algo de bom pelo nosso povo. — Ela explicou.
Thalis sorriu ao ouvir aquilo.
Eles chegaram no centro da praça, onde a grande fonte era rodeada por flores de lavanda.
— Sabe, por muito tempo, eu vinha aqui todos os dias. Todos os dias eu caminhava até aqui. E sempre que eu chegava nesse ponto, eu me lembrava de você. — Thalis disse.
— Porquê? — Adyra questionou.
— As flores de lavanda. Elas sempre me lembravam seus olhos. — Ele sorriu e afastou uma mecha de cabelo do rosto de Adyra. — Sempre me lembravam do quanto eu sentia falta de você.
— Bom, estou aqui agora. — Ela disse.
— Você nem sabe o quanto eu sou feliz por isso. — Ele respondeu dano um beijo nela.
E talvez fosse o que aquela comerciante tinha dito, ou todo o amor transmitido por Thalis, que seu coração havia tomado uma decisão.
— Eu estou pronta. — Ela disse, recebendo um olhar confuso de seu parceiro. — Eu estou pronta... para ser a Grã-Senhora da Corte Primaveril.
O sorriso de Thalis se alargou o suficiente para iluminar toda a cidade.
— Eu esperei muito por isso. — Ele disse. — Se quiser, podemos ir até a Sacerdotisa agora, mas eu tenho outra ideia.
— Qual sua ideia? — Ela questionou.
— A gente poderia fazer uma pequena festa para comemorar, a gente já não fez nada para comemorar a parceria, então a gente podia chamar nossa família, nossos amigos... o que acha? — Ele sugeriu.
— Eu amei. — Ela respondeu.
80K de leituras, é sério, você são incríveis! Muito obrigada! ❤❤
Como vocês estão povo?
Peço desculpas pela demora mais uma vez, e temo informar que vai continuar assim por uns dias.
Eu estou de mudança essa semana.
Vou me mudar de cidade, mudar de rotina mudar de vida kkkkk
Com isso, minha cabeça tá a mil, eu não estou conseguindo escrever, bloqueio criativo.
Peço novamente desculpas e que tenham paciência comigo ❤
Espero que gostem do capítulo, não se esqueçam de deixar seu voto e comemorar o que acharam.
Um beijo, até o próximo!