- E foi assim que tudo aconteceu. - Peter finalizou soltando o ar que nem sabia que tinha prendido.
Estavam presentes Heather, Deena e Sam na casa do garoto. Uma chuva forte se criou do lado de fora mas dando tempo das meninas chegarem a casa sem se molharem. Heather estava sentada em uma poltrona confortável. Já Deena e Sam estavam sentadas em um pequeno sofá, enroladas com um lençol azul juntinhas e com um copo de chocolate quente na mão para se aquecer do frio que fazia.
Depois que as meninas tiveram sua primeira noite de amor, passaram-se dois dias. Deena e Sam ficaram no mesmo lugar desde o momento em que se jogaram naquela cama desarrumada. Fizeram amor incontáveis vezes... Elas não se cansavam de se amar, de provar da outra, de beijar a outra e de fazer juras de amor. Claro, havia um pequeno estoque de comida no quarto, Sam resolveu aquilo no meio da noite e logo voltou correndo para o quarto onde Deena estava. As mãos delicadas tocavam a pele da outra fazendo desenhos aleatórios... O quarto cheirava apenas a sexo. A pressão que Deena fazia contra seu corpo deixava Sam em chamas. Os beijos, os gemidos, os suspiros, o suor, o puxar de cabelos, o arranhar na pele, o penetrar dos dedos no interior, o atingir dos quadris um com o outro, o "não para" dito por seus lábios, e o formigar dos orgasmos... E o silêncio se reinava, mas elas sentiam tudo exceto desconfortáveis. Dois dias matando a saudade que a deixaram sufocadas, e que ainda sentiam dentro do peito...
Peter não conseguiu conter a ansiedade de saber se tudo estava realmente bem entre elas, então ligou para Deena. Sam a acompanhou, não queria se afastar um segundo de sua garota. Peter contava para Sam toda a enrolação que lhe envolveram nesse mês maluco. Cada detalhe mínimo, e cada vez mais que sabia Sam olhava pra Deena de várias maneiras...
- Nossa... - A voz saiu de seus lábios trêmulos. Deena segurou a mão de Sam alisando-a suavemente.
- Nossa! - Sam olhou-a estranhando Heather, esta que também exclamou arregalando os olhos.
- Pensei que você já soubesse de toda essa história... Louca!
Peter em seu relato havia acabado de dizer que a garota já sabia de tudo, ele havia até mencionado algo sobre estarem se gostando. Sam realmente ficou feliz pelos dois, sentia que não havia nada de estranho quando viu seu ex-namorado em sua frente e o trocar de palavras com ele. Ela estava completamente louca por outra pessoa... No meio das contas, Deena temeu que Sam ainda gostasse de Peter, nem que fosse um pouquinho. Sam percebeu o medo em seus olhos escuros e para acabar logo com aquela tensão a loira puxou Deena para um beijo, sussurrado contra seus lábios que amava somente a ela e que estava certa disso! Isso tranquilizou Deena...
No final todos de um jeito estranho, realmente estranho, haviam encontrado seu verdadeiro amor. Peter não era muito religioso, mas desde que soube que elas duas estavam finalmente juntas, agradeceu a Deus por aquilo. Ele queria mais do que tudo a felicidade de Deena, e estava mais do que feliz por ela está feliz agora.
- Nossa! - Heather voltou a dizer se aproximando do garoto que estava quieto até certo momento na beira da cama.
- Nossa, Peter, sua boca é realmente grande... Espera, eu disse grande? Que modéstia a minha, ela é ENORME! Parece um labirinto sem fim.
O garoto a olhou sem interesse quando ela disse aquilo, ele não era tão feio assim, era? Sam e Deena tentaram segurar o riso, mas fracassaram cruelmente e gargalharam quando Heather analisava Peter mais de perto.
- Acha que pode se acostumar com isso? - O rapaz arqueou uma sobrancelha.
- Claro... Menino da boca grande! - Respondeu fazendo bico e apertando a bochecha dele fazendo com que ele também fizesse bico e depositando um selinho ali.
Agora todos riam em uníssono, confortáveis e descontraídos. A relação dos dois era realmente diferente, Peter gostava dela do jeitinho que ela era, Heather gostava dele do jeitinho que ele era... e apesar de adorar implicá-lo, não trocaria nenhum defeitinho bobo, não mudaria nada nele.
Os quatro riam e se divertiam juntos. Eles formavam um quarteto perfeito, essa relação pode realmente parecer confusa aos olhos alheios. Deena que é a melhor amiga de Peter que namorava Samantha que era sua inimiga e agora é sua namorada que é amiga de Heather que agora é namorada de Peter que agora é seu ex-namorado e o seu mais novo grande amigo! Que loucura!
- Mas é a nossa loucura... - Foi o que Heather disse ao constatarem isso entre risos.
Uma guerra de travesseiros foi o que aconteceu minutos depois. Os quatro pulavam na cama de Peter acertando travesseirada uns nos outros entre gargalhadas.
Peter deu uma travesseirada certeira em Deena que apesar do barulho estrondoso não doeu nada.
- Brady, não bata na minha namorada! - Sam recriminou furiosa e lhe deu uma almofadada.
Deena suspirou internamente por ouvir pela primeira vez dos lábios da loira a palavra ''namorada''. Em nenhum momento, nem menos quando elas faziam amor, isso tinha lhe caído a ficha. Só agora ela tinha caído, elas eram namoradas! Céus... Deena sorriu.
- Então toma você, Fraser! - Ele gargalhou e lhe devolveu a almofadada.
Sam abriu a boca incrédula e lhe devolveu várias almofadadas seguidas das de Deena que também o golpeava, e Heather logo se juntou a elas.
- Até você, Heather Rosón? - Fingiu-se bravo quando caiu na cama.
Heather apenas gargalhou e todas caíram em cima dele para um abraço em conjunto. Peter riu e falou em pensamento: Idiotas.
Naquele quarto se encontrava dois dos sentimentos mais puros: Amor verdadeiro e amizade verdadeira. E eles não trocariam por nada nesse mundo...+
(...)
Um mês depois.
- E como a gente fica depois que você voltar para NY?
Heather suspirou pela pergunta insistente do garoto. O olhou acima do ombro vendo o olhar dele caído em sua direção.
Os dois estavam em um pequeno barzinho na casa de Sam, a mesma aproveitando que os pais estavam fora àquele dia decidiu dar uma festa pelo fim das aulas. Todos foram convidados. Uma música eletrônica se fazia de fundo, alguns já estavam bêbados. A noite estava realmente fria, como todas as noites recentemente em Miami, as vésperas de natal.
- Quero dizer... - Ele continuou. - Você tem a sua vida lá. Seu pai. Estuda em Nyada. Uma das melhores faculdades do País e...
- E eu te amo! - Interrompeu-o com um sorriso maroto.
O garoto parou a sua fala ao ouvir as três palavrinhas. Alcançou Heather tão rápido que nem lhe deu chance de falar mais alguma coisa. Sem pedir permissão, lhe puxou pela cintura beijando-a. Puxou suavemente o lábio inferior dela com seus dentes, segurando sua nuca firmemente e terminando o beijo com um pequeno selinho.
Peter suspirou, agora entendia o que Deena tanto queria lhe mostrar como era estar amando de verdade. Como era sentir o próprio coração palpitar fortemente no peito apenas por ver uma única pessoa. Amar e desejar acima de tudo, além até de si próprio, apenas pela felicidade plena.
- E pretende abandonar tudo por esse amor?
- Eu não disse necessariamente isso... O que acha de NY? Nunca pensou em viver lá? - Foi sugestiva.
Isso já havia passado pela cabeça dele algumas vezes. O sonho de Deena sempre foi morar em Nova York. Estudar em Nyada e virar uma grande estrela na Broadway. Os sonhos da morena estavam completamente naquela cidade maravilhosa. E por certos momentos de sua vida, já havia pensado que também pudesse encontrar seus sonhos lá.
- Agora já tenho motivos suficientes para pensar... - Sorriu.
Heather sorriu de volta.
- Vamos brincar? - Heather perguntou travessa.
- Brincar do quê? - A olhou desconfiado. Já a conhecia e quando dava esse sorriso... boa coisa não estava passando por sua cabecinha levada.
- Está vendo aquela menina ali? - Apontou disfarçadamente para uma garota de cabelos castanhos, olhos dourados e vibrantes, ela estava sentada em uma das mesas à sua frente. Era uma moça realmente bonita e de um sorriso cativante.
- Sim, o que tem ela? - Peter também a olhou disfarçadamente.
- Ela está de olho naquela garota ... - Sorriu fazendo sinal aonde tinha uma garota sentada na janela.
- Fala sério... E como você sabe disso? - Duvidou.
- Apenas sei... - Sorriu novamente e bebeu mais uma pouco da cerveja em suas mãos.
- Não acho que esteja certa... - Ele analisava detalhadamente a menina, incrédulo com o que Heather dizia. - Nem todo mundo é gay, Heather.
- Apostemos então... - Desafiou. - Você vai lá e canta a garota descaradamente. Se conseguir algo é porque eu estava errada então te darei um beijo como prêmio. Agora se eu estiver certa eu vou... - O puxou cochichando algo no ouvido dele, que ao ouvir, esboçou o maior sorriso sacana.
- Então de todo jeito eu saio ganhando algo? - Riu.
- Só depende do que você quer ganhar, meu amor.
- Espero que ela realmente esteja de olho naquela garota... - Ele comentou fazendo Heather gargalhar.
O rapaz sentou-se na cadeira ao lado da menina esboçando um largo sorriso pronto para o flerte. Heather não podia ouvir nada do que ele falava para ela, mas pôde ver a tentativa desajeitada de seu namorado em colocar o braço em volta dela que revirou os olhos com a ação inconveniente. Heather gargalhava observando tudo de longe, Peter ainda tentou sussurrar algo no ouvido da menina para depois tentar beijá-la mas foi afastado bruscamente com a mão da garota que lhe cuspiu algo como ''Eu não curto garotos''.
Era exatamente isso que ele queria ouvir, e comemorou.
- E você não sabe como me alegra saber disso! - Tascou um beijo na bochecha da menina antes de sair, deixando a mesma confusa.
- Eu estava certa, não é? - Perguntou ao ver a expressão de Peter.
Ele assentiu exasperadamente.
Ela sorriu com o desespero.
- Então é agora que a brincadeira começa...
O pegou pelo braço levando para o segundo andar. Assim que pareou em uma porta branca, sentiu o garoto lhe prezar contra a parede. Os dois se beijavam curtindo o momento, Heather conseguiu empurrá-lo para dentro. Já na cama, ela se posicionou sobre as pernas dele enquanto se beijavam novamente. Peter tocava a alça de seu vestido, mas ele parou ao ouvir algo estranho.
- Você ouviu isso? - Peter perguntou com o cenho franzido.
- O que? - Perguntou com um pouco de dificuldade.
- Não sei... Me parece um...
- Oh, meu Deus! - Uma voz do outro lado cortou sua fala.
- Isso foi um gemido? - Heather perguntou depois de um momento, com um sorriso.
- Com certeza foi um gemido. - Concluiu.
Eles continuaram em silêncio. Peter se moveu, se sentando na cama afastando-se um pouco de Heather Quando ia falar para que continuassem, Heather pediu silêncio a ele, até que conseguiu ouvir o som novamente junto com um estalo.
- Puta que pariu...
- Mas quem será que... - Peter tentou falar.
- Ahhhh, meu Deus... Huummm, DEENA, AAAH, AONDE VOCÊ APRENDEU A FAZER ISSOOOO?
- Não creio que é a Sam... - Heather arregalou os olhos.
Peter fechou os olhos corando furiosamente quando ouviu aquele nome. Heather tentava com muito esforço não gargalhar ouvindo os gemidos escandalosos de Sam. Aquele momento estava bem constrangedor.
- Eu não acredito nisso... - Falou desconfortável enquanto se levantava e trazia Heather consigo. - Eu acho melhor a gente ir para outro lugar.
Os gemidos de Sam se tornaram mais altos logo após sua fala. Peter nunca se sentiu tão vergonhoso na vida. Heather quase se engasgou de rir quando ouviu o "não para, Deena" sair da boca de Sam. O rapaz colocou a mão no rosto não acreditando que estava ouvindo a transa do quarto ao lado. Não tinha necessidade em saber que Deena estava fazendo Sam gritar como se estivesse perto da morte.
- Eu acho melhor a gente sair mesmo daqui!
Peter passou tão rápido pelo corredor que Heather teve que correr para alcançá-lo. Assim que estavam bem longe, acharam um quarto vazio. Aquela noite algumas fantasias iriam se realizar.
A boca vermelha se fechava contra sua coluna vertebral, distribuindo beijos quentes pela pele suave. Sam estava mais uma vez, acabada na cama. De bruços recebendo os beijos quentes que Deena dava em suas costas. No quarto, novamente havia o cheiro do sexo, mas também havia velas perfumadas... Deixando o ambiente um pouco luminoso e cheiroso. Deena deitou de frente pra ela recebendo um beijo e uma mordida na boca.
Apesar da noite fria, elas se sentiam quentes... Uma favorecendo calor a outra, com o sexo fervente. A loira nunca pensou que o sexo entre duas pessoas pudesse ser tão bom... Ela logo concluiu que era ótimo por ser com Deena.
- Um dia você me mata... - Deena sorriu fascinada com Sam. - Ainda não sei como te agradecer por tudo que tem feito por mim.
- Só esse seu sorriso lindo compensa... - Deena murmurou e Sam sorriu automaticamente. - Bem... - continuou. - Um beijinho também não seria nada mal.
Falou acanhada fazendo Sam rir e dar um beijo nela.
- Eu disse um? Na verdade eu quis dizer uns dois, três, quatro... Mil. - Sam gargalhou lhe dando agora vários beijinhos e uma mordida leve no lábio.
- Quero te dar uma coisa.
Deena não falou mais nada ao sentir o corpo de Sam se afastar do seu para pegar algo dentro da gaveta ao lado. Ela engoliu em seco se sentando na cama, vendo Sam tirar de lá, uma caixinha pequena de veludo.
Deena pôde voltar a respirar de verdade ao ver o que tinha dentro, um fino colar de ouro. Repetindo o mesmo que Deena havia feito no baile, diferente do seu colar que havia um sol, no de Deena havia uma pequena estrela.
Posicionou-se atrás da morena e o colocou delicadamente no pescoço suado.
- Uma estrela... - Sussurrou, fascinada, passando os dedos levemente na pequena estrela.- Você é minha estrela, Deena... - Sussurrou em seu ouvido para depois depositar vários beijos no vão do pescoço dela, que estremeceu ao sentir o toque delicado dos lábios suaves da loira.
Os beijos cessaram assim que Deena se virou pra ela estranhamente. Sam entendeu de primeira. Ela sentiu o tom incomum, um pouco surpreso, ou seria desapontado(?) da voz de Deena ao ver que era um colar.
- Você achou que era um anel de casamento, não era? - Deena assentiu envergonhada e Sam sorriu suave pra ela acariciando seu rosto. - Não se preocupe com isso... Daqui à dois anos quando ficarmos adultas e feitas, eu faço o pedido.
Deena tremeu dos pés à cabeça com suas palavras. Sam realmente queria se casar com ela? Sam se aproximou sentando em seu colo, cruzando seu quadril com as pernas.
- Eu amo você. - A morena relaxou com um sorriso, e seus olhos ficaram um pouco marejados.
- Eu também amo você, Sam... Muito mais.