OIOI
Capítulo grande, em hehe
Espero que gostem!
Boa leitura :)
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Louis estava, pela quarta ou quinta vez, tentando terminar de abotoar os botões dourados de seu casaco azul. Mas, novamente, sentiu seu braço ser puxado firmemente por Harry.
O rádio tocava uma música animada por todo quarto, no hotel, fazendo Styles cantarolar contente enquanto puxava o ômega para dançar agarradinho. Só fazia isso para ver o pequeno jogando a cabeça para trás e gargalhando por estar sendo atrapalhado pela centésima vez.
— Harreh! — o mesmo repreendeu, mesmo que deixasse seu corpo ser levado pelo ritmo da música, enquanto o alfa aconchegava o rosto na curva de seu pescoço e espalmava a mão grande em sua lombar, deixando os corpos colados enquanto balançavam. — Precisamos nos arrumar!
— Ouh, me deixa aproveitar mais um pouquinho. —
o maior choramingou, apertando seu nariz contra o pescoço cheiroso do menor. — Vai saber quando vamos ter mais um tempinho assim.
Tomlinson riu levemente e concordou, continuando a dança mais um pouco. Quando o alfa ergueu uma das mãos e o girou, aproveitou para se desvincular da dança e terminar de colocar o casaco, após o rodopio.
Harry revirou os olhos verdes, mas caminhou até a beira da cama e sentou-se, se curvando para amarrar os cadarços longos de sua bota.
— Qual é mesmo o plano? — conferiu.
— Zayn vai estar nos esperando no caís aqui da vila e vamos dar um jeito de disfarçar nossos cheiros e fato de que estávamos juntos, para voltar para o navio. — Louis contou calmamente, fechando seu colar de pingente de pássaro e o colocando para dentro do casaco.
— Certo... Já está na hora de ir?
— Uhum. — respondeu, se esticando para analisar a cor do céu pela janela, vendo-o começando a se alaranjar. — Ele pediu para que fôssemos para lá até o pôr do sol.
Styles suspirou chateado, mas assentiu com a cabeça.
O casal pegou suas coisas e se certificou de que o quarto estava em ordem. Desceram e, após o checkout, estavam andando lado a lado pela vila, caminhando tranquilamente em direção ao caís.
— Ainda temos algum tempo antes de Bradley voltar, certo? — o alfa questionou, encarando o perfil do menor.
Louis assentiu com a cabeça, também virando o rosto para lhe encarar. — Se souber a hora certa... pode me visitar em minha cabine. — sorriu sugestivamente.
— Pode apostar que eu vou. Você sabe... só para saber se você está em segurança. — devolveu o sorriso. Ouviu o barulho de suas botas batendo contra a madeira quando deixaram o chão de pedra da aldeia e passaram para o caís.
O ômega mordeu o lábio inferior, virando para frente e procurando Malik com os olhos, franzindo o cenho ao estarem ali sozinhos, com o local silencioso.
Mas logo o par de olhos coloridos avistou algo que estava chamando atenção. Do topo do navio, na beira do convés, Niall parecia estar com uma expressão de desespero, enquanto acenava com os braços, mandando-os ficarem longe.
— Mas o que... — Harry murmurou primeiro, sendo interrompido quando os dois arregalaram os olhos ao que a boca de Horan foi tapada por um pirata, enquanto outro segurava seus braços e mantinha seu corpo parado, sendo puxado para fora do campo de visão dos dois.
O alfa e o ômega se olharam frustrados e assustados, e foi naquele momento que puderam ver marujos saindo de seus esconderijos e prendendo os dois contra seus corpos. Dois piratas alfas prendendo Harry e o levando sem nenhum cuidado para o navio, enquanto um pirata beta fazia o mesmo com o Louis, mesmo que ele se debatesse.
— Me solta! — o ômega ordenou em um grito, quase se soltando do aperto da beta, mas sendo segurado com mais força de novo. — Tem ideia de quem eu sou? Me solte imediatamente! Eu sou o noivo de... —
A beta riu, interrompendo sua fala, sussurrando no ouvido do menor com a voz rouca. — Não tenho certeza se o Capitão ainda pensa assim, seu baderneiro!
E a respiração de Louis ficou mais pesada, enquanto os dois eram empurrados pela rampa que levava até o convés.
Tomlinson tinha certeza de que sentiu seu coração pular por sua boca assim que chegaram no convés e viram o Capitão Cooper bem ali, parado em uma roda de piratas, com uma expressão raivosa que fazia cada centímetro do corpo do ômega tremer de medo, enquanto a mão do alfa estava repousada no cabo da espada afiada em seu coldre.
Mais um pirata chegou para prender Styles parado, já que o cacheado insistia em tentar se soltar. Enquanto os outros dois seguravam cada lado de seu corpo, o terceiro foi mais radical, ficando atrás do corpo alto e o ameaçando com uma espada em seu pescoço. Harry ficou estático ao sentir a lâmina contra sua garganta, engolindo em seco e sentindo seu pomo de Adão raspar ali.
Louis foi jogado com força no meio vazio daquela roda grande, caindo no chão e espalmando as mãos na madeira para não bater seu rosto. Levantou minimamente seu queixo, vendo as botas desgastadas de couro se aproximarem bem devagar.
Com seu peito subindo e descendo, ergueu um pouco seu torso e olhou totalmente para cima, vendo Bradley lhe encarando furioso.
— Levantem a âncora! — ele ordenou em um grito ensurdecedor, tentando extravasar um pouco de sua irritação, causando um susto em várias pessoas ali, inclusive os piratas que precisaram se apressar para cumprir as ordens.
Não demorou para que o navio estivesse deixando a costa francesa, voltando para o oceano.
Enquanto o ômega ainda estava no chão, Bradley começou a lhe cercar, dando passos lentos em sua volta.
— Dois anos... — começou seu discurso, rindo com amargor. — Dois anos neste maldito navio... lhe dando tudo do bom e do melhor, lhe dando os espólios mais caros e raros que eu adquiria por estes mares...
Louis encarou aquela roda, percebendo que metade dos olhares estava em si e a outra metade estava no Capitão, parecendo analisar o que ele iria fazer. E tudo parecia ficar cada vez pior quando não encontrou nenhum dos três rostos, os únicos que gostava, naquela roda.
Perdido em milhões de pensamentos, quase nem percebeu quando Bradley estava em sua frente de novo.
— ...E é assim que me agradece?! — esbravejou, agarrando a garganta de Louis com sua mão grande, apertando com força. O ômega arregalou os olhos azuis e ofegou sem ar, levando suas mãos de maneira desesperada até a mão do alfa, tentando se soltar para respirar, soltando sons de engasgo. — Seu p#to...
Styles tentou mais uma vez se soltar, rosnando quando a lâmina em seu pescoço começou o corte na lateral, fazendo-o se manter parado novamente.
O Capitão olhou nos olhos de seu ômega com nojo. — Além de tudo está cheirando inteiramente à aquele verme, à aquele rato de fossa com escorbuto! — esbravejou mais uma vez, jogando Tomlinson para longe. — Como se fosse um prostituto!
O ômega caiu fraco no chão, tossindo em uma mistura de respirações fundas e sonoras, atrás de ar, já que havia sido privado de respirar por bastante tempo e com força.
— Irá se arrepender amargamente! — avisou, apontando para o menor, que lhe olhava de baixo e com raiva, sem forças para nada. — Passará o resto da sua vida miserável naquela prisão no porão! E só será solto quando eu precisar te usar para a única coisa que você serve, seu imundo!
Deu um passo para mais perto e deferiu um tapa forte no rosto do ômega, que gemeu de dor e quase deitou ao chão. Um tapa com a força que um alfa de verdade nunca usaria contra o ômega, pois sabia que era muito para o corpo frágil. Mas ele sequer se importava.
O rosto de Louis ardia e ele piscava várias vezes enquanto olhava para o chão, sentindo as lágrimas de dor escaparem, mesmo que este não fosse, nem de perto, o único motivo pelo qual ele queria chorar.
Harry tentou mais uma vez. O pirata atrás dele o segurou com mais força e sussurrou perverso em seu ouvido. — Não tente apressar sua morte, verme da terra...
Styles não conseguia pôr em palavras quanta raiva estava correndo por seu corpo. Mas, céus, como ele queira colocar em ações.
Encarando-o com desgosto, Bradley suspirou. — Segurem ele. — ordenou.
Então, dois piratas alfas se prontificaram em colocar o corpo de Louis em pé - já que ele não conseguia fazer isso sozinho - e segura-lo, quase na beira da roda, mas alguns passos à frente, porque ele precisava ver.
Bradley caminhou devagar em direção ao alfa preso por outros três. Os olhos verdes expressavam quanto ódio ele sentia por aquele Capitão, era como se pudessem entrar em sua mente e ver as centenas de pensamentos sobre jeitos diferentes em que ele queria acabar com a vida daquele pirata. Seu peito largo subia e descia em raiva e respiração ofegante.
— Grande traição... Deveria ter te matado há tanto tempo... — encarou Styles, negando com a cabeça. — Tu só causou discórdia desde que pôs seus pés imundos no meu navio. Roubando o que é meu!
Agarrou os cachos da testa e o puxou para trás com brutalidade, vendo Harry nada abalado, apenas com raiva, enquanto tinha o queixo erguido e mandíbula travada pela dor que sentiu com o puxão. Viu uma gota de sangue fazer um pequeno e fino rastro para fora do leve corte, pelas diversas tentativas de se soltar cada vez que faziam algo com Louis.
— Mas nunca é tarde demais. — sorriu maldoso. Em seguida, deu uma ordem alta e forte à sua tripulação, enquanto encarava os olhos de Harry. — Altear as cores! E... preparem a prancha!
— Preparem a prancha! — um marujo repetiu, como de costume, enquanto se organizavam para erguer a bandeira pirata e preparar a prancha, bem ao lado de onde o alfa estava sendo mantido preso.
— NÃOO! — Louis berrou, voltando a chorar e tentando correr em direção ao seu alfa, sentindo o baque ao se puxado de volta para o lugar. — N-não, por favor, não! Por f-favor... — suplicou, tendo alguns soluços de choro enquanto as lágrimas grossas não paravam de escorrer contra seu rosto.
Cooper retirou a espada de seu coldre e apontou a ponta brilhante para Louis, enquanto sorria largo. — E vai assistir cada segundo disso, minha belezinha. Para aprender uma lição.
Tomlinson negava freneticamente com a cabeça, com o rosto completamente molhado.
Por mais bizarro que pareça, Harry não estava preocupado com sua morte pelo motivo óbvio, e sim porque não iria poder proteger seu ômega. Ele estaria à mercê daquele alfa terrível.
— Seria uma bênção dos deuses destes mares te ver pulando para a morte, Styles. — Bradley suspirou. — Mas eu quero lhe causar dor, então... — encarou sua lâmina, pensando se estava afiada o suficiente. — ...Acho que posso enfiar esta espada no seu peito e te ver perder as forças e cair, para receber o castigo do mar.
— P-por favor, Capitão! — Louis implorou, tentando se soltar novamente e ganhando a atenção do pirata, que lhe olhava com raiva. — Faço qualquer coisa, qualquer coisa! N-não faça isso... por favor... A-alfa! — choramingou, com a voz rouca.
— O que?! Agora quer me tratar com o respeito devido?! — Bradley questionou ainda mais irritado, riu sem nenhum humor. — Já teve sua chance, ômega imundo. Agora, cale a boca! — gritou. — Não há nada que você possa fazer, já fez o suficiente, seu vadio.
— Capitão, a prancha está pronta, senhor! — um dos piratas bateu continência, enquanto um dos outros jogava carcassas de peixes para atrair os tubarões.
— E o que estão esperando para colocá-lo em cima dela, seus imprestáveis! — rosnou irritado. — Andem, andem!
Então, os três piratas começaram a empurrar o corpo relutante de Styles para cima da grande placa de madeira. Harry alcançou Louis com os olhos, como se quisesse se despedir.
E Tomlinson nunca se sentiu tão desesperado quanto naquele momento. Seu peito subia e descia rápido como se estivesse em um ataque de asma, enquanto tentava pensar mais rápido do que nunca no que faria Bradley parar. E ele pensou.
— Deixo que me marque com a mordida! — Louis gritou ofegante, chamando a atenção de Cooper.
O Capitão parou todo e qualquer movimento, sinalizando para que toda a tripulação fizesse o mesmo e se mantivesse parada.
Em seguida, haviam muitos olhos em si.
Bradley lhe encarou curioso, girando os calcanhares em sua direção. — O que disse?
A respiração difícil de Tomlinson poderia ser ouvida por todos ali, enquanto o menor retomava sua coragem para dizer aquilo, já que não teria volta depois daquilo.
— Se você o deixar viver, d-deixo que me marque... — disse mais baixo, ainda chorando.
— Louis, não! — Harry gritou, tentando soltar-se agora que não havia mais nada prendendo seu pescoço. O Capitão deu um sinal conhecido e, cumprindo suas ordens, um dos piratas lhe deu uma cotovelada na lateral da cabeça, fazendo-o perder algumas forças para resistir.
— Estou ouvindo bem? — Cooper sorriu contente, se aproximando devagar do menor. — Está pedindo para que eu lhe morda?
Tomlinson assentiu com a cabeça, com os lábios tremendo para que não soltasse mais um soluço de choro. — D-deixe Harry, são e salvo, em terra firme... e e-então minha alma será sua. Nossas almas serão ligadas! — discursou enquanto sentia seu peito doer. Ele era ótimo em manipular aquele alfa, mas dessa vez, infelizmente, ele teria que cumpriu sua promessa.
— Lou, por favor... n-não... — Styles pediu choroso, sentindo as lágrimas embaçarem a visão dos olhos verdes.
Sentindo aquilo doer, precisava ignorar os chamados do cacheado, focando seus olhos azuis apenas no Capitão em sua frente.
— V-você saberá que serei para sempre seu, apenas seu, sempre fiel à você, nossa marca fará isto. — engoliu saliva com dificuldade, sentindo sua garganta doer em desgosto. — E você se tornará ainda mais poderoso com um ômega marcado ao seu lado, navegando pelos mares... j-juntos pelo resto da vida...
Styles negava com a cabeça, lhe encarando de longe.
Bradley se deixou continuar sorrindo. Usou uma das mãos brutas para segurar o rosto do ômega pelo queixo. O menor se esforçava ao máximo para não deixar sua expressão de nojo se mostrar.
Encarou o rosto bonito e delicado. — Sabia que eu havia te escolhido por um motivo. — deu tapinhas leves no rosto em sua frente. — Você sabe como me agradar quando quer. — soltou o rosto, se virando e encarando Harry, que estava devastado. — Pois bem! — guardou a espada no coldre. — Amarrem-no na prancha e certifiquem-se que este cão estará bem preso. Será uma longa noite e amanhã encontraremos um lugar que este verme imundo mereça.
E Louis pode voltar a respirar, fechando os olhos e agradecendo aos céus por aquilo. Enquanto isso, seu verdadeiro alfa não estava nada contente com este acordo.
— E prendam o ômega na prisão do porão. — Cooper deu uma última ordem. — Não quero que nada aconteça sob meus olhos enquanto estes dois estiverem no mesmo navio. Aye? — finalizou com um grito alto, para que soubessem que todos deveriam responder.
— Aye, aye, Capitão! — os piratas responderam em uníssono.
— Alfa? — Tomlinson chamou com a voz quebrada, recebendo a atenção dos olhos do pirata novamente. — D-deixe-me me despedir antes?
Bradley riu com divertimento, aquilo era patético. — Fique a vontade, desde que saiba que esta é a última vez que verá o rosto daquele rato de fossa.
— Sim, Capitão. — disse e encarou os próprios pés.
— Bom ômega. — o alfa sorriu satisfeito. Olhou para seus piratas e apontou com o queixo, sinalizando para que ele os levasse.
O corpo de Louis foi arrastado em direção a Harry, que ainda estava sendo mantido preso no lugar. O maior negava freneticamente com a cabeça, enquanto o menor se aproximava.
— Babe... não! E-eu não aceito isso! — disse desesperado, encarando os olhos azuis molhados. — Prefiro a morte!
— Você não merece a morte apenas por me tirar da escuridão, Harreh... — negou com a cabeça, piscando rapidamente para tentar conter as lágrimas.
— E você não merece uma vida infeliz! — negou com a cabeça.
— Eu amo você... — decidiu declarar em um sussurro, dizendo tudo o que queria dizer. — Obrigado por me apresentar a alegria e o amor, não sabia como eram antes de você aparecer. — disse e Harry não aguentou, deixando-se chorar junto. — U-um dia você encontrará um ômega e o fará seu. — engoliu em seco. — Mas saiba que você sempre será o meu alfa, no meu coração... mesma que eu tenha que dar minha alma à outra pessoa.
— Por favor... n-não. — fechou os olhos com força.
— Vai ser sempre você...
Terminou e se empurrou para frente, tentando alcançar os lábios rosados do alfa em sua frente, mas os piratas lhe puxaram de volta para trás com força, lhe impedindo com raiva de dar um último beijo em seu amor.
— Eu amo você! — Harry disse alto de volta, já que estavam sendo afastados novamente para que as ordens fossem cumpridas. Os piratas prendendo o corpo alto de Styles na prancha, e levando Tomlinson para o porão do navio, para ser preso na cela.
— Uma beleza! — Cooper disse feliz. — E, então, todos nós vamos festejar esta noite! — disse abrindo os braços, enquanto o céu passava de laranja para roxo, até que estivesse completamente escuro. — Daremos uma festa de tremer os casos!
[...]
Não demorou para a noite cair. Harry havia sido amarrado deitado na prancha e, em seguida, os piratas viraram a grande placa de madeira. Então, o alfa passou horas pendurado do lado de fora do navio, embaixo da prancha, com as costas retas contra a madeira, enquanto tudo que seus olhos verdes poderiam alcançar era o mar escuro dançando, sem nenhuma transparência por conta da noite escura.
Era torturante, pois sentia que a qualquer momento poderia cair, chocando seu corpo com a água congelante.
E tudo só piorou quando a festa dos piratas começou. Era obrigado a escutar todos comemorando como se algo de muito bom tivesse acontecido. Uma grande festa no convés.
Podia ouvir os sons das canecas de madeira e garrafas de cerveja se chocando em brindes; música alta; alguns "hey's" totalmente animados; e claro, cantoria pirata.
A raiva só aumentava ao ouvir a letra da cantiga, onde toda a tripulação dizia o quanto o Capitão Cooper era incrível, grande, assustador e elegante, louvando todas as suas atitudes, dizendo que deviam suas vidas à ele, enquanto o mesmo deixava seu ego ser alimentado e concordava com os outros piratas.
Styles nunca torceu tanto antes para que uma festa acabasse, agradecendo aos céus quando aconteceu.
Mas acabou um entrando um dilema, pois quando a festa terminou e todos foram dormir em seus aposentos, tudo ficou muito escuro e silencioso, já que a maioria das lamparinas haviam sido desligadas. Deixou tudo mais assustador. Além de que ele não sabia se o tempo estava passando devagar demais ou não.
Mas suspeitava que havia se passado um longo tempo quando ouviu alguns passos lentos e discretos contra o piso de madeira do convés.
Logo ouviu um murmúrio sofrido, como se alguém fizesse força. Arregalou os olhos verdes ao sentir a prancha ser virada novamente, ele encarava o céu agora. Franziu o cenho e encarou o pirata em sua frente, voltando a arregalar os olhos.
— Malik?! — chamou com estranheza, totalmente espantado.
— Shh! — ele murmurou alto, pegando a adaga em seu coldre. — Fecha o bico!
Mandou e se agachou o mais perto que podia do corpo alto amarrado deitado, se esticando e serrando a lâmina da adaga contra as cordas que amarravam Harry, vendo-as se desfazerem e soltá-lo aos poucos.
Styles suspirou aliviado ao conseguir se soltar. Segurou a mão de Malik estendida à si e se levantou, com um pouco de dificuldade pela posição desconfortável que ficou por horas. Os dois desceram juntos da prancha, olhando em volta para se certificar de que estariam sozinhos.
— Como escapou? — Harry questionou curioso, sussurrando.
— Eu não fui preso. — suspirou, com uma expressão triste no rosto. — Niall e Liam assumiram a única culpa, pois sabiam que a punição seria pior para mim por ser o imediato. Estão presos também, mas não estão com Louis.
— Precisamos ajudá-los. E os piratas que guardam o convés?
— Me ofereci para ficar de guarda aqui, hoje. — Zayn conta. Gira sua adaga e aponta o cabo para o outro alfa. — Aqui. Fica com isso, é mais seguro. — disse e pegou a espada em seu coldre, para si mesmo.
Styles assentiu em agradecimento, pegando a adaga. Mas acabou franzindo o cenho. — Por que está arriscando sua vida para me salvar?
Malik suspirou, olhando em volta novamente. — Saco de pulgas, você foi a única coisa que fez Louis sorrir verdadeiramente em dois anos. — contou e o maior sorriu pequeno, de lábios fechados. — Não me faça me arrepender disto e seja um bom alfa para ele agora. Ele está no porão, vá!
Harry assentiu freneticamente e acabou sorrindo de covinhas. — Quer saber, Zayn? Você seria um Capitão muito melhor! — bateu uma continência rápida, fazendo o moreno sorrir. Em seguida, correu cuidadosamente para as escadas.
[...]
O coração de Styles batia cada vez mais forte, com medo. E ele queria rosnar de raiva cada vez que as madeiras rangiam quando suas botas entravam em contato.
Mas não demorou para chegar ao porão, sentindo mais alívio do que jamais sentiu em sua vida quando viu o rosto de Louis novamente. Correu até ele, vendo os olhos azuis se erguerem até seu corpo e se arregalarem.
Harry correu até que estivesse segurando as barras da cela. Tomlinson estava sentado no chão abraçado às próprias pernas, mas se levantou em abrupto, se aproximando o máximo que podia. Seus punhos estavam presos em grilhões, que prendiam suas duas mãos juntas e uma corrente comprida ligada ao chão, não podendo se mover para muito longe.
— Harreh... — chamou com a voz fraca, deixando claro que havia chorado por horas. — O que está fazendo aqui?!
— Zayn me soltou. — disse ofegante, quase entrando dentro da cela para ficar mais perto do ômega, pois estava agarrado tão forte às barras.
— Zayn? — o ômega franziu o cenho em confusão. — Achei que estivesse preso com Liam e Niall.
— Longa história. — suspirou.
— E onde ele está agora?
— Ele foi atrás de Liam e Niall. — o alfa contou. Em seguida, encarou todo contorno da cela. — Eu vou... te tirar daí. — disse e começou a fazer força, tentando afrouxar as barras para que se soltassem do portão.
— Ahn... amor? A chave está pendurada na parede. — Louis avisou, apontando com o braço baixo, por não poder levanta-lo por conta dos grilhões.
Styles arregalou os olhos verdes e olhou para a parede ao lado, vendo o chaveiro com duas chaves de ferro pendurado no gancho. — Ouh... e-eu já sabia.
Pegou a chave e abriu a fechadura do portão da cela, suspirando aliviado e adentrando o cubículo, chocando os dois corpos em um beijo simples. Louis ainda tinha suas mãos presas e Harry segurou o canto de seu rosto, dando um selinho demorado antes de afastar os rostos.
Guardou as palavras de ódio ao ver os vários hematomas espalhados pelo rosto e pescoço do ômega.
Respirou fundo e puxou a outra chave do chaveiro, mantendo o braço do menor parado com uma mão e usando a outra para forçar a chave contra a fechadura dos grilhões. Rosnou irritado. — Não encaixa!
— Merda! — Tomlinson bate o pé no chão. — Bradley deve ter ficado com essas chaves!
— Okay... vamos ter que arrebentar a corrente. — disse e correu para fora da cela, procurando por algo forte o bastante.
— Tem ferramentas no armário onde ficam os primeiros-socorros! — Louis avisou, da cela.
Seguindo as instruções, Harry abriu as duas portas do armário, vendo diversos itens fortes, mas nenhum que pudesse ser usado. Até seus olhos verdes alcançarem um alicate corta-vergalhão. Sorriu largo e o pegou.
— Que belezinha! — murmurou contente, voltando para a cela.
Se aproximou e firmou as pontas contra a argola de ferro que mantinha os grilhões em torno dos punhos do ômega. Respirou fundo e fez a maior força que conseguia, levando tempo e muita força para que arrebentasse. Repetiu o mesmo processo com o do outro lado e Louis suspirou aliado ao que os grilhões caíram de suas mãos.
— Ôh, graças a Deus! — massageou os próprios punhos, sentindo-os dolorido.
Agora solto, não pensou duas vezes em agarrar os ombros largos de seu alfa, chocando seus corpos e o abraçando com força. Harry escondeu seu rosto no pescoço do menor, abraçando sua cintura com força.
— Céus, achei que tinha te perdido para sempre. — Styles resmungou, o apertando mais forte ainda. — Entenda que nunca teria outro ômega, Lou... seria sempre você.
Tomlinson fechou os olhos azuis com força e sorriu. O maior os afastou pela cintura fina em suas mãos.
— Ele não te marcou, não é? — conferiu, encarando o pescoço do mesmo.
— Não. — negou freneticamente. — Eu disse que só deixaria ele me morder quando eu tivesse certeza que você estaria fora de perigo!
— Você é maluco, maluco! — repreendeu, franzindo o cenho. — Não podia ter dito aquilo, de jeito nenhum! — suspirou, olhando para os lados. — Mas isso não importa mais. Temos que sair daqui.
Louis concordou com a cabeça e deixou sua mão ser segurada pela mão grande do alfa, que caminhava na frente e era seguido. Estavam saindo do porão, mas no mesmo momento os outros três amigos desceram as escadas, se encontrando.
— Ôh, Deus! Vocês estão bem? — Tomlinson questionou preocupado.
— Estamos. — foi Liam quem respondeu. — Mas precisamos de um plano para fugir daqui.
— Aye! — Niall concordou. — Não podemos apenas jogar nossos corpos nessas águas congelantes.
— Iríamos direto para o armário de Davy Jones ou receberíamos o castigo do mar. — Zayn lamentou.
— Espera. Tem um mapa aqui! — Louis relembrou e puxou Harry para perto, enquanto era seguido pelos três piratas. Se reuniram em volta da mesa e o ômega abriu um dos grandes mapas, este que falava sobre a costa francesa, passando os olhos azuis pelo papel amarelado. — Se conseguirmos nos esconder até o amanhecer, quando chegarão perto do litoral para deixar Harry, talvez possamo...—
— Ora, ora, ora... — todos ouviram uma sexta voz.
Tomlinson fechou os olhos azuis com força e engoliu a saliva acumulada na boca com dificuldade. Todos os cinco se viraram para a entrada do portão. E o momento piorou por não ser apenas Bradley ali. E, sim, Bradley segurando uma espingarda calibre doze.
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Até a próxima att! ◟̽◞̽
Bruna xx