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By calmalouiis

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Louis Tomlinson é um ômega diferente de todos aqueles que Harry Styles já conheceu. Talvez seja porque o alfa... More

Content Notes
Chapter Two
Chapter Three
Chapter Four
Chapter Five
Chapter Six
Chapter Seven
Chapter Eight
Chapter Nine
Chapter Ten
Chapter Eleven
Chapter Twelve
Chapter Thirteen
Chapter Fourteen
Chapter Fifhteen
Chapter Sixteen
Chapter Seventeen

Chapter One

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By calmalouiis

Boa leitura, votem e comentem. xxx








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A janela fechada do quarto de Harry indicava que o frio estava presente naquele dia e estaria assim pelas próximas três semanas, o relembrando que dias frios eram mais complicados quando se tem uma criança pequena para cuidar. A verdade é que Harry sempre amou o inverno, gostava da neve e das roupas estilosas que costumava usar quando era adolescente, mas o frio deixava sua filha muito mais preguiçosa do que a pequena filhote já era. Foi surpreendente a forma em que as coisas aconteceram tão rápido em sua vida, como as estações quando mudam sem avisar, trazendo uma nova realidade  a qual você  precisa se adaptar. Um dia comum o alfa acordou e tragou um de seus cigarros, quase caindo para trás quando pegou o seu celular e leu uma mensagem de Amber, a ômega que ele costumava  se relacionar em algumas noites solitárias, e ela estava desesperada, dizendo para Harry que estava grávida dele e que não sabia o quê fazer.

Harry lembrava perfeitamente daquele dia, todos os meros e pequenos detalhes, de como ele vestiu suas roupas correndo e apagou o cigarro em uma pequena concentração de água que estava na pia da cozinha, colocando os tênis às pressas assim que os encontrou jogados pela sala, subindo em sua moto assim que saiu de seu apartamento para que pudesse chegar até a casa da ômega em que transava nos finais de semana. Ele precisava confirmar se aquilo era verdade ou não, ele tinha apenas vinte e três anos recém feitos e já seria pai? Definitivamente estava sendo difícil de acreditar. Mas acabou sendo verdade, e Styles ficou sem reação, nunca pensou na possibilidade de ter filhos, ele era jovem, tinha seu próprio apartamento e seu próprio emprego, era tatuador, começou desde muito jovem, seu estúdio antigamente era de seu pai, que ele herdou aos dezoito anos quando o mais velho faleceu, deixando para o filho mais novo seu tão amado local de trabalho e o apartamento em que Styles morava, seu pai sempre foi uma grande inspiração, então Styles acabou seguindo seus passos e se apaixonando cada vez mais por sua profissão.

Ser pai definitivamente era uma novidade, mas Harry ficou animado com a idéia depois de uns dias, ele não amava Amber, nunca a amou, para o alfa ela só servia para satisfazê-lo nos finais de semana, era imaturo e babaca, ainda estava aprendendo a ser um alfa de verdade e ter responsabilidades, talvez um bebê fosse o único jeito certo para deixar aquele alfa um pouco mais responsável, ele e Amber não eram próximos, a ômega gostava do alfa, ele era muito bonito, olhos verdes, cachos um pouco longos, o corpo cheio de tatuagens e um piercing discreto na sobrancelha, possuía um estilo sofisticado, camisetas de banda, camisetas xadrez, all star e às vezes vans. Styles parecia um skatista às vezes, principalmente quando usava boné para trás, mas aquele visual adolescente mudou conforme o alfa foi aderindo uma nova personalidade. Ele iria ser pai em breve e não queria parecer um garoto rebelde então apenas as estampas pretas permaneceram, começou a usar botinhas e preferiu deixar o cabelo curto, sentia-se um alfa atraente e adulto, gostava de seu novo visual, estava animado para amadurecer e ser pai, e por mais que ficasse inseguro na maioria das vezes, tinha receio de não ser um bom pai, mas Amber estaria ali ao seu lado para ajudá-lo, pelo menos foi o quê o alfa acreditou.

Por algum motivo que Harry nunca soube, a gravidez de Amber passou a ser de risco, a ômega era apenas dois anos mais velha que o alfa, mas aparentemente ela tinha algo que não quis revelar ao mesmo, o que acabou deixando a gravidez mais complicada. Styles suspeitava ser algum problema com drogas, sabia que a mulher usava, mas preferia acreditar que ela não era capaz de fazer aquilo durante a gravidez, ela não seria tão irresponsável ao ponto de comprometer a vida daquela criança, pensar sobre aquilo o deixava irritado, mas ele sempre torcia para ser apenas pensamentos inoportunos de sua cabeça. Foi difícil acompanhar a gravidez, a ômega vivia em hospitais, o filhote era saudável pelo menos, ao contrário da mãe. Quando descobriram que seria uma menina, os pais ficaram emocionados, Amber tinha certeza de que faria qualquer coisa por sua filha, e ela fez.

Infelizmente, durante o parto suas complicações aumentaram, não poderiam salvar os dois, a ômega precisava escolher entre sua vida ou a de sua criança. Amber sabia que não iria conseguir viver sabendo que tinha deixado sua filha morrer, ela já a amava completamente e tinha sua escolha. Harry esteve presente durante todo o parto, ele nunca amou Amber, mas chorou muito com aquela situação, principalmente quando a ômega o pediu para cuidar da filha deles, e o alfa cuidaria, sempre cuidaria e a amaria, mais do que qualquer coisa no mundo. Foi um momento muito difícil, e uma cena que não saiu da mente do alfa durante meses, e também era difícil cuidar de um bebê recém nascido que não tinha leite materno de sua própria mãe, sua filhote sofreu de anemia por três meses seguidos, mas conseguiu se fortalecer com os cuidados errados de Harry, mas as enfermeiras e sua mãe Anne o ajudaram muito, ele seria eternamente grato a elas. Situações como aquela mudam as pessoas, e acabou mudando o alfa, ele já não era muito comunicativo ou alguém que era cheio de amigos, mas passar por aquela experiência definitivamente o mudou como pessoa.

Harry acabou se excluindo da sociedade, apenas dava atenção para sua filha, ela era a única pessoa no mundo que conseguia fazê-lo sorrir. O alfa não era bom em escolher nomes segundo sua irmã mais velha Gemma, mas o alfa gostava de inovar e ser diferente, colocando o nome de sua filha de Morgana, não se importando se iriam gostar ou não, ele gostava, tinha um significado especial para ele, desde adolescente gostava daquele nome e nada melhor do que colocá-lo em sua filha. O nome Morgana descendia do mar e de fadas, havia uma história interessante sobre uma fada com esse nome, um dos motivos que influenciou o alfa a colocá-lo. Morgana Elizabeth Styles, Gemma dizia que parecia um nome de uma senhora, mas Styles sempre a ignorava. Com o tempo, sua mãe e irmã se acostumaram com o nome da garotinha, a família Styles não era tão grande, a pequena filhote alfa só tinha contato com sua tia, avó e às vezes Liam e Zayn que eram amigos de seu pai.

Naquele dia em especial, o alfa acordou quase oito horas da manhã, Londres não estava em seu melhor dia e o tempo definitivamente não iria colaborar. Morgana dormia tranquilamente em seu berço, sua filha tinha dois anos de idade e estava começando a falar algumas palavras estranhas, o alfa não entendia as vezes, mas achava fofo. Styles parou de fumar depois que Morgana nasceu, assim como vendeu sua moto para poder comprar um carro, era melhor para transportar a sua filhote e a deixaria mais segura na cadeirinha. O alfa estava com vinte e cinco anos agora, braços um pouco mais tatuados e fortes do que já costumou ter, tatuou o nome de sua filha em seu braço, sua data de nascimento em numeros romanos perto da clavícula e o desenho de uma pequena fada próximo ao nome que tatuou com tanto amor. Harry sempre teve suas tatuagens, umas que ele mesmo fez e outras que seu pai fez quando ainda era vivo, mas a maioria foram feitas por Liam, seu melhor amigo, já que o alfa não conseguia fazer sozinho na maior parte de seu próprio corpo. Payne trabalhava com ele desde sempre, suas tatuagens eram feitas por Styles, eles gostavam de treinar em seus próprios corpos.

– Sei que hoje está frio, mas o papai precisa voltar a trabalhar, tenho muitos clientes agendados, alguém precisa comprar o seu leite, não é? – Harry disse para sua filhote assim que a pegou no colo, ela tinha os olhos verdes chorosos e marejados, gostaria de dormir um pouco mais, mas teriam que ir para o estúdio naquele dia, era hora de acabar com a moleza.

– Papa... – Morgana resmungou, reconhecendo seu pai, ficando manhosa ao abraçá-lo em seu colo, sentindo-se quentinha novamente pelo calor do corpo do alfa, que sorriu ao esquentá-la, acariciando suas costas, precisava colocar um pouco mais de roupa na garotinha antes que saíssem de casa, não deixaria ela passar frio. Morgana por mais que fosse uma pequena alfa, ainda sim era uma bebê carente e manhosa na maior parte do tempo, era difícil não ter um contato diário com um ômega para a dar carinho e amor de um jeito que só ômegas conseguiam proporcionar, mas Harry fazia de tudo para tentar recompensar a falta que ela sentia de uma figura materna.

– Vou deixar você bem agasalhada e com seus brinquedos, prometo que o dia vai passar rápido, ok? Logo chegará a noite e podemos aproveitar o quentinho juntos. – Harry comentou ao vesti-la com uma blusa de frio mais reforçada, deixava sua pequena parecida com uma bolinha de pano de tanta roupa que colocava na pobre criança, tinha medo de que ela passasse frio e ficasse doente, o alfa ficava muito preocupado quando ela pegava algum resfriado.

– Chamei o Liam para me ajudar no estúdio hoje, vai ser bom, posso ficar mais tempo com você. – Harry continuou, trocando a fralda de sua filha, a pegando no colo novamente para levá-la até a cozinha para poder tomar seu café da manhã, ele geralmente chamava Liam, afinal o estúdio era muito movimentado, não chamava o amigo alfa apenas quando não precisava o quê era muito raro, mas desde que Morgana nasceu Payne estava sendo um anjo da guarda.

– Tio Liam? – Morgana perguntou, sorrindo pela menção do outro alfa, gostava de Liam, ele fazia cócegas em sua barriga, além de ser um alfa bonzinho.

– Isso mesmo, tio Liam. – Harry confirmou, colocando a filhote em sua cadeirinha para que ela pudesse tomar seu café da manhã, Morgana era uma criança fiel a leite, desde quando nasceu e até o momento, ela sempre precisava de uma mamadeira de leite antes de fazer qualquer coisa, pela manhã ela só ficava satisfeita com uma boa mamadeira de leite com achocolatado e cereal, as vezes o alfa conseguia fazer a pequena comer um pouco de torradas, mas era difícil.

Harry pretendia tirar a fralda de Morgana em breve, mas precisava ensiná-la a ir ao banheiro sozinha primeiro, era uma tarefa complicada, ela era manhosa demais para fazer aquilo sozinha, mas o alfa tinha esperanças de conseguir aquela conquista em breve, mesmo que soubesse que fosse um pouco mais difícil por ter uma filhote alfa, ela sempre parecia querer mais sua atenção e seu carinho por causa de seus instintos protetores, ela era uma bebê quieta que não dava trabalho, chorava apenas se estivesse com fome, com a fralda suja ou se estivesse incomodada com algo, no geral sempre tentava ajudar o pai. Porém com o tempo, ela começou a ficar um pouco inquieta e irritada, principalmente quando seus dentes começaram a nascer, era sempre difícil para filhotes alfas ter que lidar com aquela fase dos dentes, que infelizmente os acompanhavam durante a infância.

– Cereal Papai. – Morgana pediu assim que viu o alfa abrir o armário e logo seus olhos verdes atentos encontraram a caixa colorida do cereal, ficando animada e agitada para comer logo.

– Não vou esquecer do seu cereal. – Harry disse ao pegar a caixa em mãos, colocando um pouco do conteúdo dentro de um tigela rosa de plástico que a sua filhote costumava comer suas refeições.

– Leitinho. – Morgana pediu para o alfa ao encarar a tigela sem o leite, como se Harry não tivesse colocado de propósito e fosse fazer a pequena comer apenas o conteúdo que estava amostra.

– Eu sei que é com leite, mocinha. – Harry respondeu a pequena, logo colocando um pouco de leite na tigela, ela sempre comia pouco então a quantidade era sempre pouca, ela não sabia comer sozinha ainda, mas tentava por ser esperta, o que trazia a tona uma grande sujeira que o alfa não gostaria de limpar naquele momento porque não queria se atrasar.

Harry ficou dez minutos com a tigela em mãos enquanto deu pequenas colheradas de leite e cereal para sua filha se alimentar, ela comia devagar para não se engasgar com o leite, mas o alfa tinha paciência, ele precisava ter, era o único na vida de Morgana, se ele não cuidasse dela, ela não teria como se virar sozinha, e o alfa preferia que fosse dessa forma, ele era o pai dela e sabia o melhor para sua pequena, o único que poderia protegê-la do mundo e de suas confusões, a menina sempre estaria segura ao seu lado, e quando se é pai você percebe um novo mundo em que tudo parece ser perigoso demais, Morgana era tudo o que ele mais amava no mundo, seu tesouro e a sua jóia mais rara, ele faria qualquer coisa para protegê-la, sua pequenininha era a sua fonte de serotonina diária e seu propósito na vida, Harry nunca foi um exemplo de homem e alfa, mas procurou ser melhor por Morgana, gostaria de poder ser um bom alfa para que sua filha seguisse os seus passos.

Quando saiu com a filhote, precisou tomar cuidado com a pouca garoa que caía pelo clima extraordinário daquela cidade, Londres definitivamente não foi feita para crianças, mas Harry não poderia se mudar para outro lugar, tinha seu apartamento e seu emprego próprio, ele e Morgana tinham uma boa vida ali, então teriam que se contentar com o ambiente úmido e molhado, o sol era raro naquela época do ano, mas com sorte ele poderia aparecer para contemplar a vida daqueles dois. Styles não tinha muita dificuldade em abrir o estúdio com Morgana, ela era boa em se comportar, tinha um berço na sala de seu pai para que pudesse ficar segura e sob os olhos atentos e preocupados de Harry, costumava perder tempo assistindo desenhos em seu tablet, o que para o alfa era uma grande ajuda.

– Bom dia princesa, como você está? Vem aqui no colo do tio Liam. – Payne disse assim que chegou no estúdio, aquela sendo a primeira coisa que o alfa fez ao pegar a criança em seu colo, estava com saudades dela, costumava vê-la todo dia quando Harry não decidia fechar o estúdio.

– Gatinho. – Morgana apontou para a tela de seu tablet para mostrar ao alfa que estava assistindo um desenho que tinha um gato, fazendo o alfa encarar seu dedo que mexia na tela.

– A agenda de hoje está muito cheia, vamos tentar não enrolar demais. – Harry disse para Liam assim que notou o alfa com sua filha nos braços, e Payne revirou os olhos para o amigo.

– Cara, você ficou dois dias sem trabalhar e isso bagunçou a agenda toda, não tenho culpa. – Liam foi sincero, era difícil para ele também, quando Harry não estava presente por ter que ficar em casa cuidando de Morgana ele ficava sozinho no estúdio fazendo tatuagens praticamente o dia inteiro, mas ainda sim não era o suficiente, eles felizmente tinham bastante clientes.

– O quê você sugere? – Harry perguntou para o alfa, afinal eles precisavam de uma solução para aquele problema, talvez um horário de descanso durante uma hora todos os dias para organizar as coisas no estúdio, o alfa precisava pensar corretamente.

– Que você contrate uma babá para a Morgana de uma vez por todas, assim quando estiver muito frio você não precisa ficar com ela em casa, pode vir trabalhar tranquilo enquanto sua filha está sob os cuidados da babá. – Liam disse o óbvio, a melhor solução definitivamente era aquela, Harry passava dias sem trabalhar por não ter ninguém para ficar com sua filhote e agora ela já estava maior e mais esperta.

– Nem pensar, você não assiste jornal não? Não quero ninguém estranho cuidando da minha filha. – Harry disse ofendido, ele com toda certeza nunca contrataria uma pessoa qualquer que ele não conhece para cuidar de sua filha, não estava tão louco aquele ponto, não confiava nas pessoas no geral, notando quando Morgana o encarou ao ver o alfa agitado.

– Pelo amor de Deus, você precisa parar de ser dramático! – Liam disse desacreditado para o amigo, porque Harry era um pouco paranóico em questão a proteção de sua filha, aquilo poderia ser um problema futuro, mas ele tentava entender a situação do alfa, era difícil ser pai solteiro e Harry viu a mãe de sua filha morrer, seu psicológico nunca foi mais o mesmo.

– Não sou dramático, só sou realista. E também sou o pai dela, então eu que decido o melhor para ela. – Harry disse por fim, ficando estressado com aquele assunto, ele não era uma pessoa que tinha muitos amigos então isso o fazia conhecer poucas pessoas, e conhecer poucas pessoas o fazia ter poucas para confiar, as únicas pessoas que poderiam cuidar de Morgana eram Liam e Zayn, mas eles também tinham o que fazer.

– Não está mais aqui quem falou, aqui está a sua filha, tenho um cliente às nove horas, daqui a pouco ele chega. – Liam disse depois de um suspiro, entregando a criança em seu colo para o alfa, que a segurou em seus braços com amor.

– Obrigado. – Harry agradeceu, deixando um beijo na bochecha de sua filhote, levando o nariz até seu pescoço, fazendo cócegas naquele processo, ouvindo Morgana rir baixinho pelo nariz gelado do pai, e Styles conseguia sentir seu coração se amolecer toda vez que ela sorria, ele nunca pensou que conseguiria amar tanto alguém como ele amava sua pequena, não queria que nenhum mal acontecesse com ela, e ele não tinha culpa de seus instintos de proteção, poucas pessoas o entenderiam.

– E antes que eu esqueça, hoje o Zayn marcou um horário, parece que vai trazer um amigo dele para fazer uma tatuagem, encaixei na sua agenda. – Liam disse ao amigo enquanto organizava alguns papéis que estavam encima da mesa, precisava correr contra o tempo antes que o primeiro cliente chegasse.

– Você só pode me odiar, é o amigo do seu namorado, porque não faz a tatuagem dele? – Harry respondeu desacreditado porque sua agenda estava superlotada e o alfa ainda havia colocado mais uma pessoa.

– Porque você me irritou e eu quero me vingar te colocando mais um cliente. – Liam disse despreocupado, e Styles revirou os olhos, era culpa de Harry eles estarem com a agenda muito cheia naquele dia, o alfa deveria atender todos os clientes, mas Payne ainda não era tão mau assim.

Harry preferiu não dar ao amigo uma resposta, ele às vezes era duro demais com Payne, não queria ser folgado, até porque por mais que nunca admitisse, sem Liam ele estaria perdido. Payne poderia reclamar, mas eles ganhavam pelas tatuagens que faziam, então quanto mais pessoas atendessem, mais dinheiro na conta deles, um dos motivos pelo qual apenas os dois trabalhavam juntos, eles trabalhavam bastante, mas suas tatuagens e artes eram caras, compensava no final, todos os dias eles ganhavam uma ótima quantia de dinheiro, tinham uma boa vida apesar do pouco tempo disponível, e Harry se esforçava para atender uma quantidade considerável de pessoas por dia, com sorte não tinha aluguel para pagar, mas tinha uma criança crescendo, e Styles não poupava em comprar as melhores coisas para sua filha.

– Papai vai trabalhar agora, princesa. Se você se comportar, prometo comprar um doce para você, mas não se acostume mal, ok? – Harry negociou com sua pequena, que automaticamente o encarou ao ouvir a menção do doce, ela estava esperta e aprendendo sobre seus próprios interesses.

– Docinho? – Morgana perguntou animada ao pensar naquela possibilidade.

– Yeah, mas só depois. – Harry concordou, colocando a garotinha em seu berço, a entregando seu tablet para que ela pudesse assistir, suspirando aliviado quando ela colocou sua atenção no desenho, o alfa teria um longo dia de trabalho e apenas torcia para que sua filha não ficasse entediada e resolvesse querer sair do berço, aprendeu a andar recentemente e estava ficando sapeca.

Durante uma hora Morgana permaneceu quieta, mas não demorou muito para a pequena sentir curiosidade sobre as coisas ao seu redor, ficando cansada de estar ali naquele berço, chamando a atenção do pai que estava fazendo uma tatuagem em uma ômega, que por sorte entendeu a situação, esperando um pouco enquanto Harry tentou enganá-la com outro desenho, conseguindo finalizar a tatuagem, porém depois de alguns minutos Morgana começou a querer ter atenção novamente, e era realmente difícil para Styles se concentrar no desenho que pintava na pele de um beta com sua filha o chamando, ele odiava ignorá-la, então sempre tentava usar dois minutos de sua atenção com ela, mas infelizmente não eram todos os clientes que entendiam, reclamando sobre a demora ou avisando ao alfa que precisavam sair no horário em que ele planejou, e Harry ficava muito irritado com aquilo, não custava nada um pouco de compreensão, mas ele não poderia debater com os clientes, sabia que era errado ter uma criança ali.

Morgana ficou menos agitada depois do almoço quando almoçou e ficou mais preguiçosa, tirando um cochilo depois de alguns minutos de sua refeição, deixando Harry mais aliviado por conseguir trabalhar sem se preocupar com sua bebê ao lado fazendo bagunça, mas ela não era a mesma de antes, não quando apenas uma hora de sono era o suficiente para o cochilo da tarde que ela costumava dar, acordando logo depois que o celular do cliente na maca do alfa começou a tocar sem parar, fazendo Harry bufar depois de um longo suspiro, acalmando sua pequena que acordou um pouco assustada, voltando a prender sua atenção ao tablet que parecia ser a solução de sua vida, ela gostava de assistir e por mais que Styles ficasse um pouco incomodado com o fato da criança estar sendo mal acostumada desde cedo com aquele aparelho, ele não conseguia distraí-la de outra forma enquanto estava trabalhando.

Naquele mesmo instante, ainda no estúdio, a porta de entrada se abria com Zayn Malik entrando a todo vapor pela chuva que caía ao lado de fora, ao seu lado daquela vez estava seu amigo que havia chegado de viagem recentemente, os dois haviam brigado um pouco pelo guarda-chuva antes de chegarem ali, mas com sorte não estavam molhados. Louis Tomlinson era um ômega jovem e bonito, e com sorte havia conseguido uma bolsa de cem por cento na faculdade principal de Londres, não era como Oxford, mas ainda sim era uma boa universidade e ele sentia-se feliz por saber que teria uma nova vida daqui para frente. O ômega tinha grandes sonhos, e um deles estava se realizando, iria cursar fonoaudiologia, a ciência que tem como objeto de estudo as funções biológicas e comportamentais na comunicação humana, desde muito cedo ele era interessado pela fala e meios de comunicação humana, principalmente pelos seus antepassados, afinal eles tinham alguns genes de lobos e durante a evolução humana eles perderam alguns hábitos característicos, mas ainda sim possuíam os principais que eram suas classes na sociedade, mas estudar a forma que eles se tornaram humanos através da comunicação direta sempre lhe chamou atenção, e principalmente poder ensinar a crianças sobre aquilo.

– Olha só quem chegou. – Liam disse animado ao ver o namorado, ele e Zayn estavam juntos há três anos e gostavam da forma que levavam o relacionamento deles, Malik era um ômega muito despreocupado, então para eles era normal apenas namorar e não morar junto, eles não gostavam da ideia daquele tipo de união porque segundo eles, se estivessem perto um do outro a todo momento e se vissem todos os dias não sentiriam tanta falta ou saudades e eles gostavam daquele sentimento, e também gostavam de seu próprio espaço, Harry achava aquilo estranho, mas preferia não se meter no relacionamento dos outros.

– Estamos atrasados? – Zayn perguntou para Liam, deixando um selinho em seus lábios, fechando o guarda-chuva molhado, o deixando no balde de apoio que estava ao lado da porta para os guardas-chuvas, notando que Louis encarava o estúdio interessado.

– Na verdade, bem adiantados, mas o estúdio está cheio. – Liam disse para Zayn, que concordou ao notar que haviam pessoas esperando na recepção, a maioria eram clientes de Harry porque Payne não poderia deixar a recepção vazia naquele dia então precisou deixar tudo para o alfa, com certeza Styles o mataria.

– Está mesmo. – Zayn concordou, e Louis ainda olhava ao redor, prestando atenção em todos os detalhes do estúdio, ficando muito encantado com todos os desenhos que tinha nas paredes, pôsteres de bandas, bandeiras da Inglaterra e Estados Unidos, pichações que ele sabia que foram feitas por Zayn por causa de sua assinatura, era um bom lugar, mas muito escuro.

– Não temos nada melhor para fazer de qualquer forma. – Zayn disse, incluindo Louis, que o encarou ao entender. Liam já sabia sobre o ômega, Malik o contou sobre ele ser o seu amigo de infância quando moravam juntos em Doncaster.

– E você é... – Liam chamou a atenção de Louis, tentando ser educado com o ômega, ele era o amigo mais antigo de Zayn pelo o quê o namorado comentava com ele, e Tomlinson piscou seus cílios longos, encarando a mão do alfa, notando que o mesmo estava falando com ele.

– Louis Tomlinson, prazer em conhecê-lo. Me desculpe a distração, estava prestando atenção na decoração e fiquei um pouco no mundo da lua. – Louis disse rapidamente ao apertar a mão do alfa, balançando a mesma no processo, animado sobre o local, para ele tudo estava sendo uma novidade, principalmente estar em um estúdio de tatuagem, ele nunca tinha entrado em um antes.

– Liam Payne, igualmente. – Liam respondeu surpreso, forçando um sorriso simpático porque foi pego de surpresa, principalmente quando o ômega machucou um pouco seu pulso por tê-lo cumprimentado muito rápido, disfarçando quando Tomlinson soltou sua mão.

– Então, eu estava pensando em uma tatuagem... – Louis disse para o alfa a sua frente, sendo interrompido por seus pensamentos quando ficou em dúvida, porque ele não sabia qual tatuagem iria fazer, não havia pensado sobre aquilo de fato.

– Oh, eu não vou ser o seu tatuador, seu nome está na agenda do Harry. – Liam disse para Louis, que parecia perdido sobre quem era aquela pessoa, encarando Zayn que deu uma gargalhada irônica.

– Boa sorte, Louis. – Zayn não evitou zombar da situação, ele e Liam tinham piadinhas internas e entraram em um consenso sobre provocar Styles sobre seu jeito de agir.

– Ele é um daqueles caras gigantes que dão medo por acaso? – Louis perguntou em dúvida para o casal, e Zayn encarou Liam, esperando pela resposta do namorado.

– Pior, ele só é chato mesmo, evite conversar muito com ele. – Liam aconselhou o ômega, que deu de ombros, ele não iria evitar falar, era uma tarefa meio impossível em sua vida, mas o ômega já estava acostumado.

– Complicado, eu falo demais quando estou nervoso e é a minha primeira tatuagem, estou morrendo internamente. – Louis revelou, estava tentando se controlar para causar uma boa primeira impressão ao namorado de seu melhor amigo, mas sabia que iria mostrar o seu verdadeiro eu assim que seu corpo percebesse que ele iria correr um grande perigo ao entrar dentro daquela sala para fazer o mais assustador ato de sua vida.

– Fica firme, você é o próximo, um cliente acabou de cancelar então vou encaixar você no horário dele e ninguém precisa saber. – Liam disse para Louis assim que recebeu uma mensagem no celular do estúdio, o cliente dizia que não iria chegar a tempo pois estava no trabalho, e pelo que Zayn havia dito sobre Louis, ele queria uma tatuagem pequena então não iria demorar muito.

– Estou considerando a hipótese de mudar de idéia. – Louis deu um sorriso nervoso ao notar a situação em que havia se metido, e Liam o encarou confuso pela mudança, não pensou que o ômega tinha medo de fazer tatuagem pelo o quê Zayn havia dito.

– Você não disse que queria uma tatuagem? – Zayn perguntou para o amigo, e Tomlinson concordou porque ele tinha realmente falado, mas não significava que era um de seus maiores sonhos ter uma tatuagem.

– Eu quero, só que tem essa parte da dor né... – Louis relembrou ao ômega, que revirou os olhos, tinha os braços todos cheios de tatuagem e não ligava para aquilo, muito menos se importava com a dor.

– Não dói nada, você vai ver. – Liam tranquilizou o ômega, que respirou fundo, por mais que sua mente o dissesse para mudar de idéia, ele precisava vencê-la naquele dia, não iria fazer suas vontades outra vez, seria firme e iria enfrentar o seu medo de uma vez por todas.

– Certo... Aliás, você conhece algum lugar por aqui que esteja contratando? Preciso de um emprego urgente. – Louis preferiu mudar de assunto, focando no primeiro objetivo que precisava alcançar estando ali, fazia exatamente dois dias que havia chegado de viagem e precisava de um emprego para poder se manter na cidade.

– Estávamos procurando algo, mas não achamos nada. – Zayn explicou ao namorado, eles saíram cedo para procurar emprego para Louis, mas estava difícil encontrar.

– O restaurante aqui perto estava precisando de alguém para limpeza, você pode dar uma olhada. – Liam sugeriu para o ômega, ele lembrava de ter visto uma placa mais cedo quando chegou no estúdio.

– Se for esse da frente, o dono não gostou de mim. – Louis revirou os olhos ao comentar, cruzando os braços no peito em seguida, ficando chateado porque ele tinha boas qualidades porém o dono só contratava alfas para que não ocorresse nenhum tipo de "acidente" aquilo deixou Louis completamente ofendido e puto, ele sabia que o dono o menosprezou por ser ômega e ainda insinuou que ele iria atrapalhar os outros alfas estando presente com seu cheiro.

– Melhor continuar procurando então. – Liam aconselhou, era o único jeito de certa forma, torcia para que o ômega conseguisse um emprego, era ruim ficar desempregado e com sorte ele tinha Zayn para lhe fornecer um local para morar.

– Quem é o próximo? – Harry perguntou assim que saiu de sua sala, estava com pressa por ter deixado Morgana sozinha, olhando ao redor para procurar por alguém, porém ninguém se manifestou, colocando seus olhos verdes em Liam ao notar que ele estava conversando com Zayn e mais alguém.

– Louis, amigo do Zayn. – Liam indicou o ômega de olhos azuis, que suspirou ao encarar o alfa, notando que ele estava irritado pela sua expressão fechada, analisando os detalhes do alfa enquanto pode, não deixando de olhar as tatuagens e o piercing na sobrancelha.

– Vamos logo. – Harry chamou, dando meia volta para voltar para o estúdio, nem ao menos passando seus olhos por Louis no processo, que sentiu seu coração acelerar em ansiedade, não dizendo nada ao ir atrás do alfa, sentindo seu corpo congelar ao imaginar o quê o esperava.

– Boa tarde... – Louis disse assim que entrou na sala, encarando ao redor porque ele tinha mania de prestar atenção nos detalhes do ambiente em que estava, não deixando de ficar surpreso ao ver uma criança em seu berço, era uma sala pequena e fechada, além de muito escura pelo papel de parede preto das paredes.

– Você trouxe o desenho da sua tatuagem? – Harry perguntou ao ômega enquanto vestia rapidamente suas luvas pretas, encarando o horário em seu celular, pegando seus utensílios de trabalho, e Tomlinson ficou um pouco incomodado pelo alfa ter ignorado sua recepção e não estar olhando em seus olhos enquanto dialogavam, qual era o problema das pessoas daquele lugar?

– Não... Quer dizer, eu deveria ter trago? – Louis perguntou surpreso, sentindo-se arrependido por ter esquecido, ele focou tanto em seu receio de fazer a tatuagem que esqueceu dos principais detalhes.

– Primeira tatuagem eu imagino. – Harry revirou os olhos ao comentar, encarando o ômega pela primeira vez com clareza, notando que ele parecia extremamente confuso ao encará-lo, Styles não era o tipo de alfa que tinha tempo para analisar os ômegas que atendia, cada simples segundo do seu tempo era precioso para ele desperdiçar com alguém que nunca mais veria em sua vida novamente.

– Sim, sobre isso, qual o lugar que menos dói? – Louis perguntou para Harry, que suspirou, segurando seus olhos para eles não revirarem porque o que ele mais odiava eram pessoas que iam fazer a sua primeira tatuagem e passavam por aquele ritual antes de fazer. 

– Todos vão doer pelo menos um pouco. – Harry foi sincero, trocando a agulha de sua máquina para uma esterilizada e nova, e Tomlinson engoliu em seco ao ver o tamanho, ficando um pouco agitado.

– Então qual o lugar que dói menos? E qual tatuagem você me sugere? Acha que é melhor uma frase ou algum símbolo? Tatuagem com significado ou qualquer coisa? Eu deveria fazer algo relacionado a minha faculdade e futura profissão ou é muito brega? – Louis perguntou indeciso, deixando transparecer o quanto estava ansioso e nervoso naquele ambiente, e Harry arqueou as sobrancelhas surpreso pela forma em que o ômega havia falado rápido demais.

– Eu não sei, você que tem que saber. Pode decidir logo? Tenho uma agenda cheia, tem mais cinco pessoas depois de você. – Harry disse ao ômega, ficando impaciente sobre sua indecisão, encarando sua filha rapidamente para ver se estava tudo bem, ficando mais aliviado por ela estar assistindo.

– Me desculpe, mas eu não decidi ainda a minha tatuagem, eu sou péssimo com isso, fico nervoso e ansioso, sabe como é, né? Sou novo na cidade, muitas coisas na minha cabeça e uma idéia maluca de fazer uma tatuagem que eu não faço idéia... – Louis explicou para o alfa, iniciando uma conversa sobre como ele tinha chegado ali, e Harry negou com a cabeça rapidamente, não iria dar assunto aquele ômega, ele sabia muito bem como ficar de conversinha apenas atrasava as suas obrigações.

– Eu sou tatuador, não seu psicólogo. Meu tempo é precioso, pode escolher a sua tatuagem logo? – Harry foi direto, mantendo a expressão séria de poucos amigos, e Tomlinson arqueou uma de suas sobrancelhas, o encarando com um jeito desafiador, em sua cabeça diversos xingamentos se passavam, os quais ele queria dizer todos para aquele alfa impaciente e sem educação, mas ele não poderia começar uma confusão.

– Certo, pode ser isso aqui, mas não sei aonde... – Louis apontou para uma frase que estava em uma espécie de livro de desenhos ou catálogo de tatuagens, ele verdadeiramente não queria saber. 

– Deita na maca. – Harry disse com sua voz séria e autoritária, e Louis o encarou desconfiando, demorando alguns segundos para entender.

– O quê disse? – Louis perguntou desacreditado com aquela fala, porque aquele alfa estava mandando ele deitar na maca daquela forma rude sem ao menos terem tido uma conversa decente antes? O ômega não era tão difícil assim, mas não custava nada ser um pouco mais educado.

– Você quer a sua tatuagem ou não? – Harry perguntou como se fosse óbvio, e Tomlinson concordou apressado, arrependendo-se por pensar demais, é claro que o alfa queria que ele deitasse na maca para fazer a tatuagem, o que Louis estava pensando quando achou que seria outra coisa? O ômega definitivamente precisava parar de levar as coisas para aquele lado.

– Ok... – Louis foi apressado em deitar na maca, tentando não ficar muito nervoso para seu cheiro não ficar muito forte e atrapalhar o alfa, mas ele não conseguiu controlar porque estava nervoso, teria uma agulha furando seu corpo, estava em uma sala minúscula e escura com um alfa que parecia odiar a sua existência.

– Fica quieto ou vai ser pior para você. – Harry pediu impaciente quando ligou a maquininha depois de limpar o local da tatuagem e o ômega começou a se mexer, tentando ignorar o cheiro dele que era muito forte por sinal, aquele ômega definitivamente estava sendo o pior cliente do dia e estava começando a irritá-lo de verdade porque já tinham perdido dez minutos e Harry ainda não tinha colado nem ao menos o desenho que seria feito.

– Espera, já me disseram que a clavícula é o lugar em que dói mais. – Louis atrapalhou o alfa quando Harry fez menção de limpar a sua clavícula novamente para poder começar o processo da tatuagem, e o alfa bufou impaciente, encarando o ômega deitado à sua frente, tentando se controlar e não expulsá-lo.

– Me fala logo um lugar então. – Harry tentou ser paciente, mas sua expressão denunciava o quanto ele estava estressado com aquela indecisão. 

– Pode ser aqui... – Louis apontou para o seu ombro, acreditando que aquele seria um bom lugar e estava usando uma regata então seria fácil para o alfa tatuar.

– Certo. – Harry concordou aliviado pelo ômega ter escolhido o local, pegando novamente outro material higiênico para limpar e higienizar o local que seria feito a tatuagem, porém o ômega se afastou novamente. 

– Na verdade eu... – Louis disse ao levar a mão até seu braço para impedir que o alfa fizesse alguma coisa, e Harry não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo com ele justamente naquele dia em que ele tinha uma agenda cheia, talvez fosse um karma.

– O quê? – Harry perguntou desacreditado ao encará-lo.

– Eu pensei melhor e... – Louis não soube o quê dizer, ele não poderia sair daquele estúdio sem uma tatuagem porque havia prometido para si mesmo que iria fazer, e pode ver o alfa bufar outra vez, tirando suas luvas ao perder a paciência.

– Olha, vamos fazer assim, você vai escolher uma tatuagem bem legal e o lugar que você quer fazer e quando tiver certeza e decidir, pode voltar aqui. – Harry disse tentando manter a calma, ajudando Louis a sair da maca, praticamente o expulsando, o ômega não era burro e sabia que o alfa queria se livrar dele, mas sua atenção foi para a criança que estava em pé no berço, ela agora parecia insatisfeita em estar ali e gostaria de sair.

– Por que tem um bebê na sua sala? – Louis perguntou curioso, ignorando tudo o que o alfa havia dito anteriormente.

– Porque tem. – Harry respondeu o óbvio, queria mandar aquele ômega ir embora e sair de sua sala, mas não queria ser um babaca porque o cliente ainda era ômega, tudo seria mais fácil se fosse um alfa, assim Styles já teria o expulsado ao gritos, mas ele respeitava ômegas por mais que aquele estivesse o tirando do sério.

– Ela está chorando. – Louis avisou ao alfa quando a pequena começou a resmungar e em seguida acabou caindo sentada no berço, formando um biquinho chateado nos lábios, cansada de estar dentro daquele lugar.

– Eu estou ouvindo ela chorar! – Harry respondeu impaciente e bravo, perdeu um pouco a paciência, mas não era estúpido de gritar de verdade com um ômega, e Tomlinson notou que o alfa estava mesmo irritado, ele tinha uma curiosa mania de deixar as pessoas ao seu redor irritadas.

– Certo... – Louis apenas concordou, ainda parado na sala, e Harry resmungou irritado por aquilo, aquele ômega não tinha entendido ainda que ele tinha que sair? E para piorar agora sua filhote estava chorando, definitivamente aquele ômega também tinha a deixado irritada, caminhando até onde ela estava para tirá-la do berço.

– Papai está aqui, ok? Você cansou de brincar minha princesa? Papai não pode brincar com você agora, estou muito ocupado, você quer algo para comer? Que tal um bolinho? – Harry perguntou amoroso para sua filhote, mudando completamente ao se referir a ela, e Tomlinson não deixou de notar aquilo, ficando surpreso ao ver que aquele alfa mau humorado sabia imitar uma voz infantil fofa ao falar com aquela bebê.

– Acho que ela não quer um bolinho, ela quer é sair desse berço, provavelmente está cansada de ficar aí nesse lugar chato e minúsculo. – Louis disse o óbvio, arregalando os olhos quando percebeu que tinha falado demais, ele tinha mania de falar em momentos que não deveria, fazendo o alfa encará-lo pela intromissão.

– Eu sei sobre isso, não precisa me dizer. – Harry respondeu irritado, odiava pessoas que o diziam o óbvio.

– Tudo bem então... – Louis concordou levantando suas mãos em rendição, ele era acostumado a levar broncas, desde que nasceu ele levava bronca de seus pais por ser muito bagunceiro, então aprendeu a lidar.

– Princesa, você precisa parar de chorar, papai tem clientes para atender, não posso desmarcar com eles, vão ficar bravos com o papai e eu vou ficar bravo com eles também, você não quer que o papai fique bravo, não é? Eu estou me controlando até demais hoje. – Harry disse paciente com sua filhote porque ela era a única pessoa digna de sua paciência e amor, tentando fazer com que ela se acalmasse.

– Imagina se não estivesse controlado né... –  Louis murmurou para si mesmo, fazendo um comentário, mas é claro que não passou despercebido pelos ouvidos do alfa.

– O quê disse? – Harry perguntou para Louis, que arrependeu-se novamente, encarando a criança no colo do alfa, não sabendo o que dizer para respondê-lo, tendo uma ideia maluca.

– Eu posso brincar com ela enquanto você trabalha? – Louis perguntou para o alfa, que ainda não acreditava que estava perdendo tanto tempo com aquele ômega, ficando surpreso quando o de olhos azuis estendeu os braços para poder segurar a criança.

– Por quê você faria isso? – Harry perguntou desconfiado, não entregando sua criança para aquele ômega, ele agia de uma forma estranha e agora queria ficar com sua filha, muito suspeito para as paranóias do alfa.

– Não sei, ela pode me ajudar a escolher uma tatuagem e brincar com ela vai me deixar menos nervoso sobre fazer uma tatuagem, crianças me deixam distraído, eu tenho seis irmãos e cuido deles desde criança. – Louis admitiu, até que não estava mentindo, cuidar de crianças era como uma terapia para ele, gostava de cuidar e ensinar, além de que para ele era divertido e fofo ver a forma em que elas brincavam e aprendiam sobre as coisas.

– Não quero, obrigado. – Harry agradeceu, agora desejando ainda mais que aquele ômega saísse de sua sala, ninguém em sã consciência se oferecia para cuidar de uma criança.

– Por favor! Eu preciso sair daqui com uma tatuagem, mas estou tão nervoso, preciso me distrair com alguma coisa, eu posso ficar aqui com ela, não vou sair dessa sala. – Louis disse ao alfa, notando que Morgana havia parado de chorar e encarava o ômega a sua frente com curiosidade, principalmente quando ele fez uma careta em sua direção, arrancando um sorriso da pequena, e Harry ficou surpreso por aquilo já que era raro ter Morgana gargalhando, encarando o relógio da parede, sabia que do jeito que Morgana estava manhosa não iria querer sair de seu colo, e por um milagre alguém queria ficar com ela naquele momento.

– Tudo bem, pode brincar com ela... Vou chamar o próximo cliente. – Harry decidiu aceitar, afinal ele estaria de olho no de olhos azuis a todo momento, não seria nada demais, ele ainda não entendia o porque do ômega estar ali, mas iria aproveitar a oportunidade.

– Você é tão linda, qual o seu nome? – Louis perguntou assim que pegou a filhote em seus braços, sorrindo automaticamente, sentindo-se mais leve e menos pressionado, sentando-se no pequeno sofá que tinha na sala com a garotinha em seus braços.

– Mogana. – a pequena respondeu um pouco tímida, encarando o ômega com curiosidade, achando seu cheiro diferente e chamativo de uma forma nova e acolhedora, até mesmo cuidadosa e amorosa, e Louis ficou confuso pela pronúncia errada.

– Mogana? Achei interessante esse nome. – Louis brincou com a pequena, ao tempo em que Harry entrou na sala com outro cliente, dessa vez um alfa que já possuía outras tatuagens.

– Morgana. – Harry corrigiu a sua filhote, ao mesmo tempo em que informava o nome corretamente para o ômega.

– É um nome bonito, quantos anos ela tem? – Louis perguntou, e Harry ficou surpreso pelo ômega não ter comentado nada sobre o nome dela já que sua mãe e irmã diziam que não era um bom nome para uma criança, ele sinceramente não entendia a implicância, mas um lado seu acreditava que era porque Anne queria ter escolhido o nome da neta.

– Dois anos. – Harry respondeu enquanto colocava suas luvas novamente, mas dessa vez usando outros utensílios e agulhas descartáveis para começar o processo da tatuagem do rapaz.

– Você ainda é uma bebê, não é? Uma bebê muito linda. – Louis disse para a filhote, passando as mãos pelo cabelo liso e escuro que ela tinha, não eram dos da cor do alfa, definitivamente tinha puxado de sua mãe, mas seus olhos verdes não negavam que foram puxados pelo pai, assim como a covinha em sua bochecha.

– Bebê linda. – Morgana repetiu a fala do ômega pela, fazendo Louis sorrir e concordar com a cabeça.

– Eu me chamo Louis, você consegue dizer o meu nome? – Louis perguntou para a criança, que se sentiu curiosa com aquele desafio, tentando lembrar das palavras que havia ouvido o ômega dizer, chamando a atenção do alfa, que procurou se recordar daquele nome, combinava com o ômega.

– Loui... – Morgana tentou reproduzir a fala, naquele momento apenas prestando atenção nele, ignorando completamente a existência de seu pai que agora fazia a tatuagem de seu cliente.

– Pode me chamar apenas de Lou se quiser, meus amigos me chamam assim às vezes. – Louis disse para a bebê, que tentou novamente ao achar aquela palavra mais fácil.

– Lou... – Morgana repetiu, e pode ver Louis comemorar, ficando surpresa por aquela reação animada, não evitando abrir um sorriso.

– Qual dessas tatuagens feias você acha que eu devo fazer? – Louis perguntou ao pegar um catálogo que estava próximo ao sofá, e Harry revirou os olhos ao ouvir o ômega chamar os desenhos de feio, principalmente por ele estar mostrando aquilo para uma criança como se ela fosse entender.

– Bichinho. – Morgana disse ao apontar seu minúsculo dedo para o desenho que ela lembrou ter visto em algum lugar, e Louis levou seus olhos até o local indicado, encarando o desenho do Pacman que tinha o foco em seu alvo.

– Tem certeza que gostou dessa? Ela não parece muito algo que eu faria, mas vou considerar a sua resposta. – Louis encarou o desenho interessado, não teria motivos para fazer uma tatuagem do Pacman, muito menos um significado, mas Morgana havia escolhido aquele desenho, talvez fosse uma boa justificativa para fazer.

Louis acabou decidindo que aquela seria a tatuagem, esquecendo-se até mesmo do local em que estava enquanto brincava com a filhote, ela era muito fofa e simpática, poucos bebês eram tão amigáveis com um desconhecido naquela idade e Tomlinson ficou feliz por ela ter gostado dele, mas conseguia perceber que ela não gostava muito de ficar ali dentro daquela sala, principalmente pelo barulho irritante que aquela maquininha na mão do alfa fazia, já estava deixando o ômega com dor de cabeça. E ele não pode deixar de encarar o alfa, que fazia seu trabalho completamente concentrado, não ignorando é claro seus músculos, a pele tatuada e os braços largos, o ômega não sabia se ele era comprometido, provavelmente era por ter uma filha, mas Louis não era santo, olhar não arrancava pedaço, e por mais que o alfa fosse chato ele era muito bonito e atraente.

– Eu posso levar ela para dar uma voltinha pelo estúdio? – Louis resolveu se arriscar e perguntar sobre o que desejava, ganhando a atenção do alfa rapidamente.

– Claro que não, ficou maluco? – Harry negou sem pensar duas vezes, fazendo o ômega revirar os olhos para ele.

– É meio chato ficar aqui nessa sala para ser sincero, bem que você poderia... – Louis disse ao alfa, tentando de alguma forma convencê-lo, mas o viu negar novamente.

– Não. – Harry foi firme em sua decisão, e Tomlinson estava com vontade de bater a cabeça daquele alfa chato na parede.

– Qual é? Eu não vou roubar a sua filha, eu não tenho nem emprego, muito menos uma casa para morar, estou morando com o Zayn, mas não posso me dar ao luxo de ter uma boa vida, inclusive agradeço muito por ter ele como amigo, estaria ferrado se não tivesse. – Louis disse ao alfa, que tentava se manter concentrado na tatuagem que estava fazendo na perna do homem em sua maca, que por sorte estava mexendo em seu celular enquanto conversava com alguém e não estava prestando atenção na conversa.

– Eu não me importo. – Harry respondeu seco e direto, aquele ômega irritante não sabia entender ou apenas era teimoso demais?

– Seu pai é assim sempre, bebê? – Louis perguntou para Morgana, soltando um longo suspiro por seus lábios, como alguém tão chato tinha uma filha tão linda e simpática? Ouvindo quando a criança murmurou algo entre seus lábios que ele não entendeu, dando de ombros em seguida. – Acho que isso foi um sim.

Louis não pode insistir de qualquer forma, o alfa era direto e não voltou atrás, então o ômega acabou desistindo, deitando-se no tapete da sala com a garotinha ao seu lado enquanto Tomlinson a explicava alguma coisa que o alfa não pode mais prestar atenção quando o cliente começou a lhe fazer perguntas sobre sua tatuagem, que ele finalizou com sucesso depois de quase duas horas, agradecendo ao cliente pela paciência depois de receber seu dinheiro, encarando o ômega deitado em sua sala que ria sobre alguma coisa com sua filhote, que também o acompanhava, ela parecia feliz e animada de um jeito diferente, deixando o alfa surpreso pela cena, mas Tomlinson já estava ali há algum tempo então provavelmente já queria ir embora.

– Sua vez de fazer a tatuagem. – Harry disse para o ômega, chamando sua atenção novamente, e Louis entortou os lábios, encarando Morgana que tentava encaixar um de seus brinquedos de montar.

– Pode passar o próximo na frente, estou decidindo ainda. – Louis respondeu o alfa, colocando sua atenção novamente na criança que brincava, não se importando com muitas coisas.

– Você não tem nada para fazer não? – Harry perguntou verdadeiramente curioso porque em sua opinião o ômega estava ali perdendo tempo já que não estava fazendo nada. 

– Não... Na verdade, estou gostando de brincar com ela, está sendo melhor do que esperar lá fora, definitivamente estaria mais nervoso esperando lá. – Louis admitiu para o alfa, e Harry concordou, afinal crianças eram realmente uma boa distração, Styles poderia ficar com ela o dia todo sem reclamar se não tivesse que trabalhar.

– Morgana está ficando com sono. – Harry disse ao notar a filhote coçar os olhos, bocejando em seguida, havia brincando bastante com o ômega.

– É uma boa menina, ela é um amor, quer tirar um cochilo querida? – Louis perguntou amoroso para a filhote, que concordou manhosa, estendendo os braços para o ômega, gostaria de ficar em seu colo sentindo seu cheiro reconfortante, e Harry estava surpreso por ver sua filha daquela forma com outra pessoa que não fosse com ele, notando que o ômega tinha mesmo o jeito de pegar a criança em seu colo, como se realmente tivesse experiência. Harry ficou surpreso pelo ômega ter ficado com sua filhote no colo para que ela pudesse tirar um cochilo mais confortável, as próximas pessoas que o alfa tatuou queriam tatuagens médias então ele não demorou muito para fazer, suspirando aliviado quando percebeu que tinha conseguido atender todo mundo, mas faltava apenas o ômega em sua sala enquanto tinha sua filhote com ele, deixando o alfa um pouco ciumento ao notar que Morgana nem ao menos sentiu vontade de ir para o seu colo quando despertou de seu sono.

– Só falta você agora. – Harry disse para o ômega, que concordou mesmo que ainda com receio, fazendo menção de colocar Morgana em seu berço, mas a filhote não gostou.

– Não chore querida, preciso fazer algo e já volto, ok? – Louis pediu para a filhote que tinha um biquinho nos lábios e os olhos marejados ao notar que o ômega estava a deixando novamente no berço, não queria sair de perto dele, e Harry deixou um beijo em sua testa, tranquilizando sua filhote, que encarou Louis novamente, notando que o ômega ainda estava na sala e não estava indo embora.

– Decidiu qual vai fazer e o lugar? – Harry perguntou para Louis, tentando não se estressar outra vez, mas agora ele já estava menos atarefado.

– Essa aqui e prefiro no braço. – Louis apontou para a tatuagem escolhida pela bebê, indicando em seguida o local em seu braço próximo ao pulso.

– Certo... – Harry concordou, encarando o ômega para esperar ele dizer alguma coisa, sabia que ele poderia mudar de idéia então estava esperando antes de limpar o seu braço.

– Pode fazer... – Louis disse ao alfa, e Harry agradeceu mentalmente pelo ômega estar decidido agora, limpando o braço do ômega para higienizar, pegando o adesivo do pequeno desenho para por em seu braço e poder preencher.

– Ok... – Harry disse assim que tirou o desenho, ajustando seus utensílios e suas luvas, achando engraçado a expressão nervosa do ômega, mas ele não iria admitir.

– Tudo sob controle... – Louis sorriu falsamente para o alfa, mordendo os lábios em seguida quando Harry passou um paninho no local e ligou a máquina, mas logo o ômega sentiu uma enorme vontade de fugir dali, mexendo o braço quando o alfa ameaçou encostar a maquininha em seu braço.

– Eu nem encostei a agulha e você já está tremendo? Não dói tanto assim. – Harry disse ao ômega ao perceber o receio que ele estava, era possível perceber pelos seus olhos que ele estava com medo.

– Me desculpe, mas é que eu sou um pouco sensível em relação a dor... – Louis admitiu para o alfa, que revirou os olhos novamente, tentando ser paciente com o ômega a sua frente.

– Você não vai perceber e eu já vou ter terminado, sou um ótimo profissional. – Harry disse, segurando o braço do ômega para ele não mexer, e Tomlinson agora tinha seu peito acelerado pelo gesto, o alfa havia prendido seu braço com sua mão e ele era forte, iria tortura-lo.

– Espera só mais um pouco! – Louis quase gritou quando o alfa estava presentes a começar, e Harry estava tentando muito ter paciência, mas aquele ômega não cansava de irritá-lo, parecia estar fazendo aquilo de propósito.

– Você não parece animado ou confiante para fazer a sua primeira tatuagem, porque quer uma então? – Harry perguntou verdadeiramente curioso porque ele não via nenhum sentido em fazer coisas que não gostava.

– Porque eu fiz uma maldita promessa, se eu conseguisse uma bolsa na faculdade faria uma loucura, então estou aqui tentando fazer uma tatuagem. – Louis explicou chateado, porque ele sabia que a maior loucura de sua vida seria fazer uma tatuagem porque ele tinha muito medo em pensar sobre várias agulhas furando sua pele enquanto faziam um desenho.

– Prometo que vai ser rápido, mas vê se fica quieto. – Harry disse, não iria demorar por ser um desenho pequeno, segurando o braço do ômega novamente.

– Eu posso respirar? – Louis perguntou quando percebeu que estava prendendo a respiração por estar nervoso demais.

– Se você ficar quieto, pode. – Harry negociou, e Louis revirou os olhos, fazendo uma careta em seguida, e a filhote que o observava do berço sorriu pela feição do ômega.

– Morgana achou engraçado. – Louis disse ao alfa, que ainda estava surpreso por Morgana estar quieta apenas por estar prestando atenção no ômega.

– Lou... – Morgana chamou pelo ômega, estendendo seus bracinhos para que ele pudesse pegá-la e tirá-la daquele lugar, mas o ômega não poderia naquele momento.

– Acho que ela gostou de mim, eu disse que sei cuidar de crianças, sou uma ótima companhia e futuramente serei fonoaudiólogo, as crianças vão me amar. – Louis disse ao alfa, ao mesmo tempo em que queria puxar um pouco de assunto, talvez se ele falasse um pouco sobre ele o alfa ficasse interessado na conversa e falaria sobre ele também, Tomlinson estava achando aquele alfa um tanto quanto misterioso e aquilo o atraiu.

– Não mexe o braço. – Harry mandou, novamente ignorando o quê o ômega havia dito, e Tomlinson bufou como ele costumava fazer quando também perdia a paciência.

– Você não gosta muito de conversar pelo visto. – Louis concluiu, revirando os olhos novamente, tentando não parecer tão medroso enquanto esperava o alfa começar a tatuá-lo, movendo-se um pouco na cadeira para não perder o costume de sua inquietação, seu braço estava em cima de um apoio e ele já estava ficando cansado.

– Achei que já tivesse percebido. – Harry disse, e Louis fez uma careta assim que sentiu a maquininha em sua pele, apertando os olhos de início para o pequeno incômodo que sentiu, aguardando pela dor forte que acreditou que iria sentir, ficando verdadeiramente surpreso quando não sentiu muita coisa.

– Você sempre deixa ela aqui com você? – Louis perguntou para o alfa, se referindo a Morgana que ainda tinha seus olhos neles, curiosa sobre o que estavam fazendo.

– Não te interessa. – Harry respondeu simples, agradecendo mentalmente pelo ômega falar demais e não perceber que já estava fazendo a tatuagem.

– Qual é, eu estou tentando me distrair, se você não falar comigo eu vou ficar nervoso e vai ser pior. – Louis explicou, tentando criar algum tipo de amizade ali, mas parecia realmente difícil.

– Meu Deus... Acho que joguei pedra na cruz... Sim, ela fica sempre aqui comigo. – Harry respondeu o ômega, não gostava muito de conversar e falar sobre sua vida pessoal.

– Ela não tem uma babá? Digo você parece ser uma pessoa muito ocupada com os afazeres do dia a dia... Ter uma criança dessa idade requer muita atenção. – Louis perguntou curioso porque ele acabou concluindo aquilo ao se tocar que Morgana estava ali porque não tinha com quem ficar.

– Não, mas eu cuido muito bem da minha filha se é isso que você quer saber. – Harry disse para o ômega, e Louis automaticamente sentiu uma lâmpada acender em sua cabeça.

– Sabe, eu estou precisando de um emprego... – Louis iniciou seu discurso, ele poderia trabalhar sendo babá, não é? Ele sabia cuidar de uma criança e não precisava de uma formação para tomar conta de bebês.

– Você sabe fazer tatuagem? – Harry perguntou para o ômega, que entortou as sobrancelhas confuso.

– Não. – Louis respondeu o alfa sem entender.

– Então não estou contratando. – Styles disse simples, e Louis acreditava que perto daquele alfa ele tinha vontade de revirar os olhos a todo momento.

– Mas eu sei cuidar de bebês! – Louis reafirmou, via aquilo como uma de suas qualidades, até que ter passado a vida cuidando de seus irmãos quando era criança iria servir de alguma coisa, ele poderia procurar emprego naquela área.

– Bom para você, mas eu não quero uma babá, ainda mais alguém que eu não conheço. – Harry explicou para o ômega, e Tomlinson negou rapidamente com a cabeça porque ele não era um desconhecido.

– Mas o Zayn me conhece, somos amigos desde os sete anos, e estou morando com ele agora, mas preciso de dinheiro para ajudá-lo com as despesas e aluguel, tive sorte de conseguir uma bolsa na faculdade. – Louis explicou para o alfa para que ele entendesse, mas Styles deu de ombros.

– Não quero uma babá. – Harry respondeu indiferente, provocando o ômega que estava com vontade de dar um soco naquele alfa chato, ele parecia querer provocá-lo e desafiá-lo de propósito.

– Você é chato e não se ajuda. – Louis disse sem pensar, encarando o alfa que não pareceu ficar ofendido.

– As pessoas costumam dizer isso, não estou nem aí. – Harry admitiu, o que ele mais ouvia de seus amigos e familiares era que ele era um alfa chato e rabugento, mas ele não ligava.

– Mas você é bonito, então compensa e valeria o esforço. – Louis não evitou flertar, aquele alfa era muito atraente por mais que fosse um pé no saco, e Tomlinson tinha certeza de que calado enquanto o beijava ele seria mais bonito ainda, qual é? Tomlinson era solteiro e não era um ômega cego, não poderia dizer que o alfa era feio apenas porque ele era chato, estaria mentindo para ele mesmo, fazendo Styles encará-lo pelo flerte, mas o alfa não iria retribuir por mais que desejasse dar uma resposta.

– Terminei a sua tatuagem. – Harry avisou ao ômega, o ignorando novamente e Louis detestava ser ignorado e não ter atenção, mas aquele alfa adorava fazer isso com ele.

– Foi rápido. – Louis estava surpreso quando encarou seu braço com a tatuagem, não deveria doer como o inferno ou algo do tipo? Porque ele não sentiu o seu braço cair como pensou que sentiria?

– Dá o fora daqui, ômega. – Harry pediu para Louis ao notar que ele ainda estava impressionado demais com sua nova tatuagem enquanto a encarava.

– Quanto foi a tatuagem? – Louis perguntou para o alfa quando levantou-se para ir embora, notando que ele não tinha pagado.

– Nada, mas só porque você me ajudou hoje com ela. – Harry foi justo, o ômega perdeu algumas horas de seu dia e por mais que ele não tenha pedido o ômega o ajudou bastante naquele dia.

– Viu só como eu posso ser útil para você? – Louis perguntou para o alfa, não evitando abrir um sorriso em seus lábios, encarando o alfa intuitivo, e Harry preferiu acreditar que o ômega estava apenas se referindo a ajuda, ele não conhecia muitos ômegas que se sentiam livres para flertar a todo momento, mas o tom que o ômega usava parecia duvidoso.

– Eu já terminei a sua tatuagem, pode ir embora. – Harry relembrou ao ômega, que concordou ainda sentindo-se desafiado por aquele alfa.

– Eu vou voltar amanhã com o Zayn, se tiver mudado de ideia eu vou fingir que a conversa de hoje não aconteceu e podemos negociar. – Louis avisou o alfa, que o ignorou novamente enquanto pegava sua filha em seu colo.

– Estou esperando você ir embora, tenho coisas para fazer. – Harry expulsou o ômega, que soltou um leve rosnado irritado, fazendo o alfa rir porque aquilo nunca traria nenhum efeito intimidador para ele.

– Tchau princesa, tente convencer o seu papai, eu adoraria cuidar de você e todo mundo aqui parece me odiar, menos o meu amigo Zayn, seria legal ter mais alguém que gosta de mim por perto. – Louis disse para a bebê, deixando um beijo leve em sua bochecha, notando que a filhote parecia triste.

– Lou... – Morgana chamou o ômega quando Tomlinson lhe deu um aceno de despedida, mas Louis preferiu sair da sala do alfa, não tinha muito o que fazer e ela já estava com o pai.

– Nossa você demorou demais, quantas tatuagens você fez? – Zayn perguntou para Louis quando o viu sair da sala de Harry, e Tomlinson tinha esquecido do amigo.

– Só essa. – Louis mostrou sua pequena tatuagem no braço para o amigo.

– Como assim só essa? O quê estava fazendo lá dentro esse tempo todo? – Zayn perguntou desconfiado para o amigo, e Tomlinson deu de ombros. 

– Eu estava ajudando aquele tatuador gato, fiquei olhando a filha dele, ela é tão fofinha, não é? – Louis contou ao amigo, e Liam encarou o ômega pela forma que ele havia chamado o alfa.

– Tatuador gato é? – Liam respondeu em um tom malicioso, fazendo Zayn rir e encarar o ômega, negando com a cabeça porque ele conhecia o histórico de Tomlinson, o ômega não brincava no serviço quando o assunto era flertar, ele sempre ficava com bastante gente quando era adolescente por seu espírito livre.

– Você estava com a Morgana? Que milagre. – Zayn comentou sobre algo que o chamou atenção no assunto. 

– Por que? Ela é bem boazinha. – Louis perguntou sem entender a reação do amigo.

– Digo pelo Harry, não é todo mundo que ele deixa ficar com ela. – Zayn explicou ao amigo, que ficou um pouco pensativo sobre aquilo.

– Eu tive sorte que ele estava muito ocupado, eu também estava nervoso e queria me distrair antes de fazer a tatuagem, a garotinha me ajudou. – Louis respondeu simples para o amigo, e Zayn não tinha dúvidas de que eles tinham se dado bem.

– Você é ótimo com crianças. – Zayn disse ao ômega porque ele sabia que aquilo era verdade.

– Bem que eu poderia cuidar dela né? Preciso de grana e ele de alguém para ajudá-lo, tadinha da menina, ficar naquele berço o dia inteiro naquela sala chata e escura. – Louis disse incomodado ao pensar que aquela criança passava o dia todo dentro daquela sala e do berço, ela precisava se movimentar, correr e brincar.

– Eu já disse isso para ele, funcionava quando ela era mais nova e dormia o dia inteiro, mas agora ela está esperta e começou a andar, não quer mais ficar no berço, mas Harry é teimoso... – Liam disse ao ômega a situação, e Tomlinson não entendia o motivo daquilo tudo.

– Por que ele não quer uma babá? – Louis perguntou para o alfa, e Liam suspirou antes de começar a falar.

– É complicado... A mãe da menina morreu quando ela nasceu, o Harry viu tudo, entende? Acho que ele ficou traumatizado e agora é um pai superprotetor, ele tem medo de que alguma coisa aconteça com a Morgana. – Liam tentou explicar da maneira mais clara, e Tomlinson ficou surpreso afinal não estava esperando por aquilo.

– Oh... Entendi. – o ômega respondeu um pouco sem jeito, aquela pequena criança não tinha uma mãe e era tão nova, não conseguia nem ao menos imaginar o quanto deveria ser difícil.

– Mas ainda acho que você poderia ser uma boa pessoa para ocupar esse cargo, vou tentar conversar com o Harry outra vez sobre isso. – Liam disse com esperanças porque ele se preocupava com Morgana e com o amigo, era ruim para os dois de jeitos diferentes.

– Eu conheço o Louis há anos, é uma pessoa confiável. – Zayn reforçou para o namorado, e Louis concordou contente pela confiança.

– Obrigado pelos elogios. – Louis agradeceu com um sorriso contente.

– Precisamos ir agora. – Zayn avisou para Liam, despedindo-se do namorado com um selinho antes de pegar suas coisas.

Harry estava saindo de sua sala com Morgana quando Louis estava prestes a ir embora, podendo ver o ômega o dar um aceno de despedida, que não foi correspondido, e Tomlinson revirou os olhos para o alfa, mas de qualquer forma ele estava se sentindo um pouco mais confiante e corajoso depois de ver a sua tatuagem, havia sido um dia cheio de emoções, mas pelo menos a sua promessa estava cumprida, e ele apenas torcia para conseguir um emprego logo, e se ele tivesse sorte, aquele alfa chato de olhos verdes porém muito atraente mudaria de idéia sobre deixá-lo cuidar de sua pequena e adorável filhote.

                                  — • —

Olá meus amores!!!

O que acharam do primeiro capítulo? Ele já começou enorme e cheio de introdução para vocês terem uma ideia do que vem por ai, gostaram??? Sei que primeiros capitulos são apenas para mostrar o que vem por ai!!

Como puderam ver, o Harry dessa fic vai ser um pouco diferente dos que eu costumo escrever, ele vai ser mais difícil dessa vez e quem é mais solto e gosta de flertar é o Louis!!! Que vai ser completamente descarado enquanto esse alfa finge que não tá prestando atenção, mas a gente sabe que vai ser apenas questão de tempo para ele começar a gostar do Louis!!!

E por favor, tentem entender o Harry da fic, ok? Ele é chato assim mesmo, se você não gostar do personagem dele peço que não xinguem ele sem nenhum motivo, ele tem os seus problemas e motivos para ser mais fechado e não gostar de amigar com as pessoas, mas ele vai ter uma grande evolução no decorrer da fic com o Louis, então para aqueles que querem ver essa evolução acontecer, serão muito bem vindes!!!

Espero muito que tenham gostado, e pode ter certeza de que vem muito mais nos próximos capítulos, me contem o que estão achando!!!

Até o próximo capítulo amores. xxxxx

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