— Oi amiga eu estava com saudade. - ela analisa meu look e já dispara.
— O que você faz de pijama em uma sexta feira às 19 horas?
— O que tem? Super normal, ou você quer que eu use o que para dormir?
— Pode parar Amanda, vamos sair hoje. Você está me devendo, pois sempre tenho que sair com a Suzy porque você nunca quer sair e hoje ela não pode, então você vai. - Ela me encara sorrindo.
— Não tenho roupa.
O sorriso de Emily se alarga como se ela esperasse por isso, reparo que ela segura uma sacola, esticando o braço ela me entrega sorrindo.
— Eu sabia que você iria falar isso, toma.
Ela me entrega e dentro tem um vestido preto e uma bota over the keen com saltos altíssimos. Pego o vestido e analiso.
— Ele é muito curto, e esses recortes mostrando a pele, meu Deus vou ficar igual uma prostituta! - Emily solta uma gargalhada.
— Então seremos duas prostitutas, pois o meu é no mesmo estilo que o seu, agora vem que vou fazer a sua maquiagem.
Não vou mais descurtir pois quando Emily coloca uma coisa na cabeça não tem quem tire. Ela me fez uma maquiagem com olhos marcados e boca com batom vermelho, quando me olhei no espelho fiquei em choque, pois eu estava um espetáculo.
O vestido acentuou minhas curvas dando evidência para meus seios, bunda e cintura, a maquiagem estava perfeita, meu Deus, estou maravilhosa, eu não sabia que era tão sexy. Emily se anima.
— A minha amiga é a mulher mais sexy e linda do mundo!!! Hoje você vai parar aquela boate.
Eu fico um pouco envergonhada e sem jeito, não gosto de chamar atenção.
— Emily onde a gente vai?
— Vamos na Cielo, hoje é a inauguração e eu consegui duas entradas de um cliente no hipódromo. Ser garçonete em um bar de granfinos no hipódromo tem seus benefícios, além das gorjetas gordas.
— Mas como vamos entrar não temos 21?
— Ele vai colocar nosso nome na lista, relaxa Amanda.
Ela me encara animada.
— Estou pronta!
— Emily você está maravilhosa! - Seu vestido era verde com brilho o que contrastava em perfeita harmonia com seus cabelos ruivos.
— Nós duas estamos maravilhosas, agora vamos.
Descemos as escadas e encontramos minha vó, ela nos encara animada.
— Vocês estão maravilhosas, nunca vi vocês tão lindas.
— Obrigada vó.
— Obrigada Carmen, agora vamos Amanda, pois eu já chamei o Uber.
Chegamos na balada e tinha uma fila enorme.
— Emily, acho que vai demorar para entrarmos, olha a fila.
— Eu sei mas relaxa, logo estaremos dentro.
Nós aguardávamos na fila que se formava na lateral da balada, a entrada principal era reservada para um grupo seleto que chegava em carros de luxo.
O lugar estava cheio de fotógrafos, cada carro que chegava os fazia se amontoar como urubus em volta da carniça.
Quando chegou um homem alto e loiro, por sinal muito bonito, foi um alvoroço só, os fotógrafos piraram.
— Nossa pra que tanto. - Falo por impulso.
— Ele é o Dono Vicenzo não sei do que, ele é um playboy, filhinho de papai , está sempre nessas revistas e sites de fofoca.
— Eu não fico vendo revista e site de fofoca, tenho mais o que fazer. - Emily da de ombros indiferente.
Finalmente a fila começa a andar. Demos nossos nomes e conseguimos entrar sem problemas.
O lugar é enorme e muito bonito, Emily me arrasta até o bar onde pedimos um drink.
— Vai toma tudo, depois do drink vamos para a pista dançar.
— Nossa isso é muito bom.
— Sim uma delícia né. - Ela sorri para mim e me arrasta para a pista de dança. Já estou mais solta depois do drink, nós duas dançamos como nunca, rebolamos muito, definitivamente estou muito sexy, nem parece que só tenho 19 anos.
Um segurança se aproxima de nós e pergunta se queremos ir para a área vip. Emily solta um gritinho de animação.
—Sim, claro que queremos. - Ela pega na minha mão e me arrasta para o andar de cima seguindo o segurança.
— Aqui senhoritas podem ficar a vontade.
Um garçom se aproxima e nos entrega duas taças de champanhe. Eu e Emily rimos animadas, estamos dançando, nunca me diverti tanto.
Ao olhar em volta me deparo com um par de olhos me encarando de longe. É ele, o bonitão da entrada, ela não para de me encarar, fico sem jeito nunca ninguém me olhou assim, desvio o olhar envergonhada.
Quando me viro dou de cara com um moreno alto, muito bonito, deveria ter uns trinta e poucos anos e estava acompanhado de um cara um pouco mais baixo que ele, esse já cochichava no ouvido da Emily e ela dava gargalhadas altas.
— Oi, prazer Brandon Stuart.
— Oi.
— E qual é o seu nome?
— Amanda.
— Estava bom a champanhe Amanda?
— A sim, obrigada.
— Que bom, agora vamos para a minha mesa, a sua amiga já está lá.
Nesse instante olho em volta e reparo que a Emily está sorrindo enquanto bebê. Não me sinto confortável em ir, não estou com uma sensação boa. Ele pega em minha mão e me puxa em direção de onde a Emily está.
— Pega aqui Amanda, mais uma taça de champanhe, já que gostou da primeira.
Olho no copo e tem uma formação estranha de bolhas. Enrolo um pouco com o copo na mão e discretamente jogo o conteúdo no balde de gelo.
Brandon se aproxima quando nota o copo vazio me pegando pela mão e me puxando bruscamente para o sofá, fico assustada.
Ele me beija com agressividade consigo me afastar e desfiro um tapa em seu rosto, no mesmo instante fico de pé e começo a me afastar assustada.
Ele me encara com raiva e grita.
— Sua vadia.
Me afasto dele olhando para trás em pânico e acabo esbarrando em alguém, o que me faz perder o equilíbrio mas antes que eu caísse sou segurada por mãos fortes.
Ainda meio desnorteada olha para cima, me depara com lindos olhos azuis me encarando.
É o cara da entrada. Ele me coloca de pé mas não me solta, estou tão próxima dele, é como se o mundo estivesse em câmera lenta.
Ele está com um terno preto com corte impecável, ele é tão alto e esses olhos, meu Deus!
Mas um nome em minha mente me puxa para realidade, Emily eu preciso encontrar ela.
Me afasta dele e me desculpo por ter esbarrado nele.
— Onde ela está? Ela estava bem aqui a segundos...
Olho em volto e a vejo sendo puxada em direção a uma porta, corro e a pego pela mão.
— Vem Emily precisamos ir.
O cara solta a mão da Emily e faz uma expressão de indiferença.
Vou levando ela em direção a saída, ela está mole, rindo sozinha. Eu estava certa, realmente colocaram alguma coisa na bebida. Chamo um uber e em pouco tempo já estou a caminho de casa com a Emily.