As Crônicas de Darkwood - A o...

By brunafazam

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Calliandra Elizabeth Woodley, sempre se considerou uma garota normal, com um nome um tanto peculiar. Callie... More

Dedicatória
Epígrafe
A escola de Darkwood
As cinzas de um passado
Derek Blackwell
A Tempestade
Depois da Tempestade
Novo mundo
Traidor
A espada
O Adeus
Bem-vindo ao início do fim dos tempos
Segredos permanecem na escuridão
A queda do guerreiro
Preparem-se para a batalha
Monstros revelados
O dia de louvor às bruxas
O véu entre esse e o outro lado
Irmão contra irmão
O confronto entre Bridget e as bruxas
A próxima etapa
O fim ou o começo?
A espada na pedra
Epílogo: As Bruxas de Darkwood
As Crônicas de Darkwood - vol.2
Agradecimentos
Nova História
O corvo
Descendência
Caçadores de Bruxas
A Caçada Começou
Enfeitiçada
A Loba
Parentes
Um sentimento oculto
O esquecido
A Nova Ordem dos Caçadores
As Irmãs da Verdade Absoluta
Professor de História
Respostas
A profecia das seis bruxas
Sentimentos do Coração
Confronto
As Fadas

O retorno do herói

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By brunafazam

"LUTAR PELO AMOR É BOM, MAS ALCANÇA-LO SEM LUTA É MELHOR"

-  WILLIAM SHAKESPEARE


Derek estava retomando os movimentos, o que segundo Henry Valentin, queria dizer que todos os seus ferimentos estavam praticamente curados. Ele não sentia mais nenhuma dor, mas ainda tinha sido difícil recuperar a fala.

Naquele dia em especifico conseguiu sentar-se, tia Isla colocou um copo de água em sua mão, mesmo com os dedos trêmulos, buscou forças para não deixar o copo cair.

– Como está se sentindo? – ela perguntou a ele.

– Consegue falar, filho? – Roland perguntou mais atrás.

– Sim – sua voz saiu em um sussurro rouco.

Ele olhou animado para Roland, fazia dias que estava tentando buscar forças dentro de si mesmo, para que sua voz voltasse. Henry estava sentado à sua frente e parecia tão empolgado quanto Derek, por sua visível melhora.

– Pai – ele olhou para Roland. – Randolph ele...

– Calma – Roland se ajoelhou diante dele e olhou para Isla. – Do que se lembra?

Essa era a questão do que ele conseguia se lembrar? Sua mente estava confusa, a última lembrança clara que tinha era do dia do aniversário de Maya, quando Randolph disse para ele ir até a casa do Valentin.

Também se recordava de ter contado a verdade a Freya, mas depois presando o bem estar da sua irmã, ele utilizou um feitiço para apagar a memória dela, depois daquilo, era apenas escuridão.

– Lembro do dia que fui na casa do Valentin, no aniversário da Maya – respondeu. – Depois daquilo, mais nada.

– Muita coisa aconteceu, a alguns dias você me ligou a noite, sem conseguir respirar direito, suas palavras antes de desmaiar foram "Pai... ele sabe" – Roland disse. – Eu fui até a floresta e te encontrei sangrando, com arranhões na barriga, se Henry não tivesse ido comigo, talvez estivesse morto.

– Não tente se esforçar demais, mini Roland – Henry o aconselhou. – O choque do ataque pode ter feito você esquecer grande parte das coisas, estava jogado no chão quando o encontramos, bateu com a cabeça e tem um galo na parte de trás.

Derek tocou a parte de trás de sua cabeça e gemeu, realmente tinha um grande galo ali.

– Belo espião que eu fui – Derek se irritou. – Eu só tinha uma missão e falhei...

– Você não falhou – Roland o cortou. – Você está vivo e isso que importa, pare já com isso.

Os olhos de Derek começaram a marejar, estava frustrado, parecia que tudo tinha sido em vão.

– Você passou informações importantes, querido – Isla o consolou. – Estamos aliviados por estar bem.

– Me lembro de poucas coisas, ele falava muito sobre como era errado as ideias da Irmandade e como foi jogado de lado a vida toda pela vovó – quando disse isso Roland bufou. – E ele conversa com Bridget por meio de um espelho, Randolph via muitas coisas com ele.

– Garoto mimado e estúpido, nossa mãe agia como doida conosco desde sempre – Roland se irritou. – Ela que sempre agiu como se ela fosse uma Blackwell de sangue de fato, falando que tínhamos que honrar nosso nome e Callie comentou sobre o espelho, estamos dobrando o cuidado para não revelar nada que não é preciso para o caso dele estar vendo.

Isla segurou o ombro de Roland, tentando acalma-lo, então ela contou a Derek que Randolph tinha visitado Victoria e tinha deixado escapar que ele sequestrou Blair. Quando ouviu isso a cabeça dele doeu.

– Estamos procurando-a, mas ainda não temos uma pista, Randolph parece ter erguido um campo de força no armazém, para não chegarmos perto – Henry disse.

– Duvido que ele esteja mantendo-a lá – Derek suspirou. – Não lembro com todos os detalhes, mas acho que Randolph andava frustrado com a utilidade do espelho.

– Interessante e também duvido – Roland concordou.

– Onde eu estou?

– Na minha garagem, palhaço – ele se virou e viu Thomas, que tinha acabado de chegar por uma porta lateral. – Sabe ser agente duplo realmente combina com você.

– Tommy? – Derek perguntou sem acreditar em seus olhos e olhou para Roland em busca de respostas.

– Eu sei de tudo, cara – Thomas sentou-se a seu lado. – Você foi ótimo, confesso que não teria aguentado a pressão que eu imagino que tenha passado nesses últimos tempos.

– Achamos que Randolph quer trazer Bridget em um lugar para causar um grande alvoroço, mais especificamente na escola no dia do baile – Roland continuou.

– Ele quer chamar a atenção – Derek disse. – A escola é o local mais óbvio.

– Realmente, mas não seria melhor colocar mais bruxos da Irmandade na escola no dia do baile? – Thomas perguntou.

– Ele vai trazer Bridget de volta, não podemos impedir isso.

Derek sentia-se completamente inútil, ao falar de Bridget, ele sentia que tinha algo faltando, tinha que ter descoberto alguma coisa de útil, mas quanto mais tentava se forçar, sua cabeça doía de um jeito insuportável.

– Não se esforça – Thomas disse e ao ver a expressão no rosto de Derek, riu. – Eu te conheço, sei que está se sentindo incapaz e quer tentar mostrar que pode ser útil.

– Odeio o fato de você me conhecer tão bem, Tommy – Derek riu amargamente.

– Vamos deixá-los conversar, estamos do lado de fora – Roland disse e saiu junto com Isla e Henry.

– Como descobriu? – Derek perguntou.

– Foi no dia que te trouxeram, meu pai acordou a Callie e eu não estava conseguindo dormir naquela noite então os segui – respondeu. – Imagina a minha surpresa ao encontrar meu melhor amigo deitado na minha garagem, sangrando e parecendo morto...

Derek sorriu com ironia, não iria evitar de contar uma piada naquele instante para provocar Thomas.

– Quer dizer que voltei a ser seu melhor amigo?

– Você nunca deixou de ser – Thomas respondeu e naquele instante não olhava para ele e sim para a parede a frente deles. – E estou falando a verdade, me irritei quando você decidiu ser um bruxo ignorante e revoltado e afastou todo mundo depois que perdeu os poderes, mas sempre me importei com você.

Derek não conseguiu responder, a fala ficou presa em sua garganta. Quando passou por aquela situação, quando perdeu a cabeça e causou o acidente do irmão mais velho de Margareth Tate, ficou irritado por ter perdido seus poderes, com raiva por Roland não entender sua situação e afastou, Thomas e Lauren.

– Me desculpa – Derek o olhou.

– Você coloca a sua vida em risco para ajudar minha irmã e as suas e ainda me pede desculpa? – Thomas perguntou e dessa vez o olhou. – Não tem razão para se desculpar, você é um herói.

– Bela porcaria de herói que eu sou – Derek riu. – Não sou um bom líder para a Irmandade e fui um espião horrível.

– Pode parar aí, lembra que você que deu a localização das meninas quando Randolph as pegou? – Thomas bateu em seu pescoço. – Senti sua falta, cara.

– Também senti a sua falta, Tom – então os dois se abraçaram.

Parecia que finalmente as coisas estavam se ajeitando e Derek sentia pela primeira vez que podia ter sua vida antiga de volta. 

No início era estranho a ideia de ser líder ao lado de Thomas, mas estando ali conseguia ver a mesma amizade que tinham no passado, ainda estava viva e era uma relação de parceria, igual à que Roland e Evan tinham.

E parecia certo que os dois fossem os futuros líderes da Irmandade. Derek e Thomas não haviam dito mais nada, mas não era preciso, pois nunca haviam deixado de ser amigos.

Derek considerava Thomas, como um irmão.

E mesmo sem uma confirmação, Thomas também o via como um irmão.

***

Callie estava cansada, no treino daquela tarde, ela não tinha conseguido arranjar força suficiente para atravessar a barreira que as outras tinham criado. Quando foi jogada para trás caindo na grama fofa do jardim da casa de Ava, ela bufou irritada.

– Ai! – ela ouviu a voz de Trevor de longe, fazendo a irritação aumentar.

Quando começaram a treinar, provavelmente a umas duas horas atrás, suas amigas não tinham conseguido gerar o campo de força. Outro momento Maya tinha ficado tão exausta que caíra desmaiada.

Outro momento Ava tinha perdido o controle de sua magia e do elemento que estava canalizando, então uma rajada de vento tinha atingido as outras cinco jogando-as longe.

– Desculpe! – Ava disse, com uma voz esganiçada.

Callie também estava frustrada naquele dia, pois tinha sido proibida de ir ver Derek, segundo Thomas ele estava se recuperando bem e em breve acordaria, mas era melhor que ela ficasse longe, pois tinha outras coisas importantes para se preocupar.

– Vem, levanta! – Freya estendeu a mão para ela. – Ainda temos muito o que fazer por aqui.

Callie aceitou a ajuda e se colocou de pé, limpando a grama de sua calça legging. Ela olhou para a plateia que estavam tendo naquele dia, Luke parecia estar se divertindo, assim como Trevor, já Kai estava irritado pelo fato de não terem feito nenhum progresso.

Rachel estava em silêncio, naquele dia ela estava com Mark ao seu lado. Callie até tinha tentado conversar com ela após a conversa com Kai, mas a prima se recusava a voltar a tocar naquele assunto.

Antony parecia estar estudando a estratégia de batalha delas, sempre em busca de alguma falha, constantemente ele dizia para alguma delas arrumar a coluna ou provocava falando alguma besteira, seu alvo era principalmente Maya.

Christopher parecia estar bolando algum plano em sua mente e as suspeitas de Callie se confirmaram quando ele se levantou e andou em torno delas, analisando o pentagrama de luz.

– Qual a sua ideia? – Freya perguntou a ele.

– Estava pensando que as bruxas no passado nunca faziam esse lance de criar esse pentagrama iluminado – Christopher parou entre Maya e Ava. – Elas desenhavam um pentagrama no chão, com tinta.

– Acha que isso pode estar atrapalhando? – Julliet o questionou.

– Acho que com uma imagem mais clara do pentagrama, pode ajudar que se foquem melhor – Christopher respondeu. – Vamos fazer um teste, Luke pega meu kit de pintura por favor.

Luke pegou a mochila de Christopher e foi para perto. Callie aproveitou para observar ao redor. George e Sebastian tinham colocado um feitiço de ocultamento, então os mortais que passassem não veriam nenhum rastro de magia.

Sebastian aproveitou para colocar um feitiço que isolasse o barulho, então não atrairiam nenhum olhar curioso. Callie tornou a olhar para Christopher, ele tirou um pincel e tinta branca da bolsa.

A grama estava alta, mas graças a Maya, ela diminuiu até estar baixa e fácil para Christopher manusear a tinta. Ele começou a desenhar e Callie se surpreendeu com a precisão em sua mão.

Em nenhum momento sua mão tremeu conforme passava e deixava a linha branca. A estrela feita estava perfeita e depois ele fez o círculo conectando as cinco pontas.

– Que talentoso! – Freya sorriu. – Meninas, ele é meu namorado!

– Você não me pediu em namoro, minha deusa – Christopher riu. – Acabem com aquela bruxa e depois conversamos.

Callie observou enquanto as outras voltavam para seus respectivos lugares. Kai posicionou no meio e esperou, então ela sentiu a canalização dos poderes. Era comum uma bruxa sentir a energia vinda de outro feitiço, mas a energia vinda era demais.

Os olhos de cada uma, um a um foram mudando de cor e foi aí que era a deixa dela. Callie fechou os olhos e pensou em Derek, sua mãe e todas as pessoas que viviam na cidade de Darkwood e que estavam em perigo, caso a bruxa voltasse. Também pensou em como as coisas poderiam voltar ao normal, ou o mais normal possível, pois sempre existiria alguém com poderes que não iria gostar de permanecer nas sombras.

Ela deu um passo e esperou para ver se não sentiria a mesma fraqueza, de quando tentou canalizar tanta energia em seu primeiro dia de treinamento e conseguiu passar a barreira do pentagrama. Callie conseguiu ver o reflexo de seus olhos dourados, semelhantes ao ouro nos olhos castanhos de Kai.

O híbrido sorriu presunçosamente para ela, antes de fazer seus próprios olhos mudarem de cor, diferente dos olhos dela, os de Kai eram um tom mais puxado para um amarelo vivo.

Usando toda sua energia, ela tocou em seu ombro e imediatamente Kai caiu de joelhos e Callie estendeu sua mão em direção a ele, obrigando-o a permanecer naquela posição. Lembrou-se de quando viu Bridget em seu sonho na casa dos Blackwell, em que ela disse que Callie era igual a Claire, uma garota tola e ingênua.

Que a destruição dela seria por causa do amor, mas Bridget estava enganada, pois Callie tinha sobrevivido por causa do amor de sua mãe por ela, tinha arrumado forças para seguir em frente por causa do amor de seus amigos e por causa de Derek.

Não era uma bruxa fraca, era forte.

Ela era descendente de Morgana Le Fay e era uma Woodley.

– Callie! – Maya segurou seu braço. – Já chega.

Callie perdeu a concentração, libertando Kai de seu feitiço. Ele ofegava, como se estivesse com falta de ar.

– Ai! Eu te machuquei? – Callie perguntou preocupada.

Foi aí que ele começou a rir. Callie trocou um olhar com os demais e todos deveriam estar pensando o mesmo que ela. Que Kai tinha perdido a cabeça, talvez Callie tivesse usado alguma magia a mais que o tinha feito surtar.

– Para de rir, retardado! – Julliet deu um tapa em sua cabeça.

– Qual é a graça? – Freya perguntou irritada, cruzando os braços para ele.

– Pela primeira vez, desde que começamos esse treinamento, Callie conseguiu me deixar completamente imobilizado – Kai respondeu. – Não consegui lutar para quebrar o feitiço, simplesmente não consegui me mexer e isso foi um tremendo progresso.

– Sabemos agora o que é necessário – Christopher pegou sua mochila. – Tenho uma ideia, vou distribuir alguns pentagramas na escola e Luke, Trevor, por que não veem comigo?

Luke parecia que não queria sair dali, mas Trevor concordou em ajudar.

Então, assustando todos ali Kai soltou um grito de alegria e Callie trocou um olhar com as outras e todos ali se juntaram ao coro de gritos daquela vitória.

– Lembre-se Calls, quando a deixar imóvel, acerta para matar – Kai disse, enquanto todos ainda comemoravam que pareciam mais um passo próximo da vitória.

***

Derek estava tentando andar pelo espaço pequeno da garagem sendo ajudado por Thomas. Segundo Henry, era necessário que ele exercitasse seus membros, pois a poção interferiu em todo seu organismo como um todo.

Durante muitos momentos, ele quase tinha caído no chão, se não fosse por Thomas, estar ao seu lado. Roland não estava ali naquele momento, apenas os dois, o pai dele tinha que continuar com a preparação da tal corrente nas forjas.

Porém ele estava irritado, Roland disse que tinha um plano para segurar Randolph e que era a corrente que terminaria de forjar naquele dia, mas quando estava para contar o que James tinha a ver com aquilo, Isla o cortou.

– O garoto não pode se estressar – Isla disse.

– Posso me estressar, quando isso envolve meu irmão mais novo – Derek retrucou olhando para Roland em busca de respostas.

– Eu tive uma ideia para prender o Randolph de uma forma mais eficaz e James vai me ajudar – Roland disse tranquilamente.

– Com o que?

– Não precisa se preocupar com isso, James apenas vai lançar um feitiço nas correntes, nada demais.

Derek ainda não estava muito tranquilo com aquela explicação, mas não conseguiu argumentar mais, pois eles começaram a ouvir risadas vindas do lado de fora.

"Callie" ele automaticamente pensou nela, mas a garota com certeza não estava sozinha, pois depois conseguiu distinguir as vozes de Zoe e Freya.

– Arrasou hoje! – Zoe disse feliz.

– Sim, aquela bruxa não tem a menor chance – Freya completou.

– Parem com isso! – Callie riu. – Oi pai, está indo para a garagem?

– Meninas! – aquela era a voz de Evan. – O que estão fazendo aqui?

– Recebemos informações que nosso pai estava aqui – Freya respondeu. – E a Z estava afim de trocar uns beijinhos com o Thomas.

O coração de Derek martelava em seu peito, se não estivesse tão nervoso ele com certeza olharia feio para Thomas agora, mas apenas se limitou a olhar para o seu pai.

– Acho que já está na hora de ver suas irmãs, não? – Roland perguntou.

– Não – Derek respondeu. – Pai, se elas me virem vão surtar e sabe como a Freya é, vai estar gritando comigo em cinco segundos.

Estava mentindo sabia disso, tudo o que queria era sair dali e ver Calliandra e as gêmeas e principalmente pedir desculpas a suas irmãs. O medo que estava tomando conta dele era não saber como Freya o olharia.

Por culpa sua, ela teve o coração obscurecido, e viu o rancor quando a atraiu para fora da festa de Maya.

– Tudo bem – Roland apertou seu ombro. – Vou sair e falar com elas.

Derek sentou-se novamente e ficou agradecido por Thomas ter permanecido ali.

– Então quer dizer que você e minha irmã? – ele perguntou.

– Não faz essa cara, pois não reclamo por você estar de quatro pela minha irmã – Thomas retrucou.

– Só ia te parabenizar por parar de enrolar. – Derek riu.

– Pai! – Freya exclamou. – Tia Isla!

– O que está fazendo aqui, tia? – Zoe perguntou.

– Apenas estávamos fazendo uma reunião sobre umas coisas da Irmandade e precisávamos de um lugar em paz – foi Isla que respondeu.

– Vamos para casa meninas? – Roland perguntou. – Vocês não vão fazer a prova final dos vestidos mais tarde?

– Verdade, tratem de ir para casa e nos encontramos no ateliê em uma hora – Isla disse.

Então ele não ouviu mais nada, apenas alguns murmúrios entre Callie e Evan. E aí a porta lateral da garagem se abriu e os olhos de Derek marejaram ao ver a bela garota que sempre teve sua atenção.

– Derek... – ela soltou um soluço fraco.

Derek apenas teve tempo para se levantar, então Callie já tinha se jogado em seus braços e pressionado os lábios junto aos dele.

– Estou de volta – ele disse e abraçou com mais força.

Thomas sorriu para ele e foi até a porta deixando-os a sós. Quando estavam sozinhos, Callie começou a distribuir socos em seu peito.

– Eu te disse que era perigoso! – as lágrimas desciam por seu rosto. – Eu achei que você ia morrer.

– Ei! – Derek segurou seu braço. – Não sou tão fácil de derrubar, deveria saber disso, Calliandra.

– É porque não viu o seu estado, quando chegou aqui – então ele segurou seu rosto e enxugou as lágrimas com os polegares.

– Também senti sua falta, Callie, nem imagina o quanto – ele lançou seu melhor sorriso sedutor. – E eu sei que sentiu minha falta, mesmo com o Malakai grudado em você.

Ao ver o choque no rosto dele, Derek não conseguiu conter uma gargalhada e a beijou. Depois começou a contar que tinha ido até a festa de Maya e observado todos eles de longe.

– Então era você mesmo – Callie o puxou para um abraço.

– Me desculpa por ter feito você guardar o meu segredo – Derek a olhou mais uma vez. – Imagino que não tenha sido fácil.

– Está tudo bem, estou feliz de te ver acordado – Derek pressionou a testa contra a dela.

– Agora me conta tudo o que eu perdi – Derek a puxou para que se sentassem na cama.

Então assim Derek ficou a par de todas as coisas que tinha perdido, a espada ficou pronta e a conversa que ela e as outras tiveram com Tyler. Derek sorriu ao ouvir que ela agora era a dona da livraria e revirou os olhos com o fato de Kai se recusar a contar qual foi o projeto que Tyler havia deixado para ele.

Depois ele sorriu junto com ela, quando ouviu sobre a descoberta de Julliet sobre o pentagrama.

– Julliet é esperta, por isso gosto dela – Derek se deitou na cama. – E não posso dizer que estou surpreso por Freya ser a representação do fogo e Zoe a da água.

– Está chamando sua irmã de descontrolada? – Callie riu.

– Não, mas ela é estressada e nervosinha, quando ela souber a verdade sobre mim, pode escrever minhas palavras, vai surtar – ele encarou o teto e logo depois voltou a olha-la. – E você? Senhora sou a maior bruxa de todas e represento os cinco elementos?

Então ele assistiu com gosto o sangue subir para as bochechas dela. Callie era tão linda, possuía o tipo diferente de beleza das irmãs dele, Lauren ou até mesmo das garotas que via no campus da faculdade local.

Os cabelos castanhos estavam mais carregados de ondas do que das últimas vezes que tinha visto-a e ele conseguia ver que agora ela tinha um pouco de alegria em seu olhar. Ele se sentou e estendeu a mão para fazer carinho em sua bochecha.

– Você disse que os olhos de vocês mudam de cor? – ele perguntou intrigado.

– Isso, Ava é o ar então os olhos dela ficam prateados, os de May ficam verdes como a grama depois da chuva, os de Julliet ficam violetas.

– E os de Zoe ficam azuis? – Derek perguntou.

– É um tom de azul escuro, diferente da cor dos olhos do Tom – Callie respondeu. – E os olhos de Freya, ficam vermelhos alaranjados como se o fogo estivesse queimando dentro deles.

Derek definitivamente conseguia imaginar aquilo, então Callie continuou contando sobre os treinos e como elas evoluíram. Kai que estava ajudando-as não teve chance no treino de hoje e ele teve que evitar a satisfação tomasse conta dele.

– E de qual cor os seus ficam?

– Dourados, a Freya fala que é um tom mais escuro do que o amarelo vivo dos lobisomens – Callie respondeu.

– Porque você é a bruxa mais poderosa de todas – agora o orgulho pingava de sua voz. – Consegue me mostrar?

– Nunca tentei canalizar a minha energia sem as meninas antes – ela pareceu receosa.

Derek se inclinou e a beijou.

– Eu sei que consegue, mas se não conseguir ou não quiser tudo bem – ele disse.

Callie fechou os olhos e se concentrou, quando tornou a abri-los eles estavam dourados, mas durou poucos segundos e voltou aos olhos castanhos que ele já achava que eram incríveis.

– Você é incrível – Derek sorriu.

– Para com isso, não sou incrível.

– Não, você é sensacional! – Derek a puxou, fazendo-a se deitar ao seu lado com a cabeça em seu peito. – É a bruxa mais incrível que já pisou nessa terra, tenho certeza que você e as outras são capazes de dar um fim nisso.

Ela não disse mais nada, apenas tocou o lado esquerdo de seu pescoço. Era onde Derek tinha algumas pintas espalhadas. Quando era menor Mary Elizabeth brincava que pareciam mordidas de vampiro.

– Você que é incrível, lutou por nós e tenho certeza que sua família vai ver isso também – Callie sussurrou.

Então foi a vez de Derek a beijar, ele estava tão feliz de estar de volta e longe de Randolph e tudo com Callie parecia certo. Os dois ainda eram jovens, mas Derek sabia que ela definitivamente era a mulher que amaria pelo resto da vida.

***

Ava estava feliz com o momento de descontração que elas estavam tendo, agora ela estava sentada com Isla no ateliê de Darkwood, uma velha colega da mãe trabalhava ali. A algumas semanas Isla tinha enviado as ideias dos vestidos e os tamanhos delas, agora estavam ali para a prova.

A porta se abriu e Octavian Valentin entrou acompanhado de Maya e Lauren. Pouco tempo depois, Mary Elizabeth chegou com as gêmeas, Victoria, Julliet, James e Rosalya.

– Quanta gente! – Octavian exclamou feliz.

– E está faltando, Calliandra e Rachel – Zoe disse e consultou o relógio.

Callie e Rachel chegaram logo. Callie parecia estar feliz e mais alegre do que de costume, enquanto Rachel permanecia séria.

– Desculpem o atraso – Rachel disse.

– Aconteceu alguma coisa? – Freya perguntou.

– Nada – Callie respondeu no momento em que Rachel parecia prestes a dizer algo.

– Bem-vindas queridas – Uma mulher alta apareceu na sala principal.

Ela chegava a ser mais alta que a maioria ali, Ava a conhecia era sua tia de consideração Charlotte, uma mulher negra e bonita, com cabelos curtos cacheados. Naquele dia Charlotte usava um vestido amarelo vivo e tinha uma fita métrica em torno do pescoço.

– Ava! – ela exclamou e a abraçou. – Nossa faz tanto tempo que não te vejo.

– Oi tia – Ava sorriu.

– E olhem só, as gêmeas Blackwell, acho que não vejo vocês duas desde que saíram do fundamental e pararam de participar dos musicais da escola – Charlotte riu. – E é claro que é impossível esquecer Lauren e Maya Valentin.

As apresentações foram feitas e quando Charlotte viu Victoria, a abraçou com alegria.

– Muito bem vamos as provas – Charlotte disse. – Venham comigo.

Ela as direcionou para uma sala de provadores, com várias cabines. Ela abriu metade da primeira cortina e olhou para dentro.

– Maya, este é o seu – disse.

Maya deu de ombros e entrou, Ava sorriu ao ver um vislumbre de tecido verde esmeralda. Ao lado de Maya ficou Julliet e depois as gêmeas. Lauren foi a próxima a ser direcionada a um provador.

– Calliandra, entre nesse aqui – Charlotte se encaminhou para o do lado. – Rachel e Ava o seu é o último.

Ava entrou no provador e realmente perdeu o folego. Charlotte tinha conseguido reproduzir com perfeição os desenhos de Christopher e pendurado no cabide estava seu vestido azul escuto.

Ele era tomara que caia com o busto cheio depedras brilhantes, que desciam para corpete fazendo alguns desenhos delicados, a parte de baixo era mais solta e volumosa, mas estava do jeito que ela imaginava.

Então começou a despir e colocou o vestido, segurando na parte da frente para não cair.

– Tia Charlie? – ela a chamou. – Preciso de ajuda!

– A bruxinha precisa de uma mão? – ela se assustou ao ouvir a voz de Trevor.

– O que está fazendo aqui? – ela perguntou, sem conter o sorriso.

Trevor então puxou a cortina e entrou. Ava conseguia ver seu rosto com um sorriso incrível por meio do espelho do provador.

– Vai me ajudar? – Ava perguntou o olhando. – Ou vou ter que ficar aqui segurando meu vestido?

– Se quiser deixa-lo cair, eu não vou reclamar – Trevor sorriu malicioso e então se aproximou para fechar o vestido.

Ava tentou evitar de tremer, quando sentiu os dedos frios dele tocando suas costas, enquanto subia o zíper.

– Você está linda – ele disse e a beijou. – Vim falar com você, Freya e Maya, vocês me devem dinheiro já que Julliet não beijou o Luke.

– Não aconteceu nenhum beijo, então você não ganhou, idiota – Ava o empurrou e os dois saíram do provador.

– Estou brincando, sua mãe me chamou, só vim te dar um oi – ele segurou suas mãos e deu um beijo em cada uma. – Mesmo com uma batalha se aproximando, estou feliz por te levar no baile.

– Aí vocês são tão doces – Freya saiu do provador ao mesmo tempo que Zoe. – O amor é lindo sabemos! E Trevor, melhor você ir para não ter que ver garotas se trocando aqui.

– E você e a Valentin podem entrar no vestiário masculino? – Trevor retrucou.

– EU TINHA UM ASSUNTO COM O SEU AMIGO! – Maya gritou do provador.

– Eu já vou – Trevor deu mais um beijo em Ava e virou para as gêmeas. – Amei os vestidos garotas. 

Assim que ele saiu, Ava pode ver Freya e Zoe com atenção e elas estavam maravilhosas como sempre. Freya usava um vestido preto de maga única regata, a saia era rodada e no final terminava com um degrade branco.

Já Zoe, o vestido dela também era preto e tomara que caia, mas com um pequeno decote e conforme ia descendo o preto dava lugar a uma mistura de laranja, rosa e roxo.

– Aí vocês estão lindas – Ava disse.

Freya revirou os olhos, e se olhou no espelho, Ava e Zoe se juntaram a ela. Ava pegou uma presilha de sua bolsa e puxou o cabelo da prima para trás.

– Até que esse vestido ficou bem, só nuca usei nada tão decotado – retrucou Freya.

– E daí? – foi a vez de Maya de sair do provador.

Ela estava usando um vestido verde esmeralda tomara que caia, ele era o único dentre os outros que era curto, mas tinha uma segunda calda feita de tecido verde mais fino.

– Ava, me ajuda aqui? – pediu e Ava fechou o zíper na lateral. – Você é bonita e já mostrou para todo mundo que quem comentar o contrário, tem direito a uma visita ao laboratório de ciências em forma de rato.

Freya riu, depois dela foi a vez de Lauren sair do provador, ela usava um vestido bonito cor vinho, ele era de manga única longa. Lauren se olhou no espelho e assentiu em aprovação a visão.

– Esse vestido não está um pouco curto, Maya? – ela perguntou a irmã.

– Está brincando né? – Maya cruzou os braços.

Lauren riu, confirmando que não estava falando sério.

– Ava? – A voz de Julliet chegou a seus ouvidos. – Por que meu vestido tinha que ser rosa?

Ela saiu do provador, o vestido de Julliet, tinha dado certo trabalho para Ava, mas ela pensou que uma mistura de tons de rosa com certeza ficaria bonito na prima e estava certa, como sempre...

O vestido de Julliet era tomara que caia, mas em formato de coração. O vestido era em um tom de rosa escuro, o busco tinha detalhes em rosa mais claro e assim como o vestido das gêmeas, o final da saia do vestido era em degrade com aquele tom de rosa bebê.

– Você está linda! – Ava exclamou. – Maravilhosa!

Julliet parecia um pouco desconfortável, ela tinha mais cintura que Ava, mas estava incrível naquele vestido.

– O que houve, Jullie? – Freya perguntou.

– Eu odeio usar vestidos, não tenho um corpo legal para isso – Julliet olhava apreensiva para o espelho. – Não está bonito.

– Julliet – Lauren pegou sua mão e a fez se sentar nos bancos da sala de provadores. – Você está linda.

– Então por que não me sinto assim? – os olhos verdes estavam lacrimejando.

– O primeiro passo para se sentir bonita é aceitar que não tem nada de errado com o seu corpo – Lauren segurou suas mãos. – Você é bonita do seu modo.

– E aposto que o Luke vai te achar maravilhosa com esse vestido – Maya riu. – Você é linda, ruiva, não precisa mudar nada.

Então Lauren abraçou Julliet.

– Obrigada, meninas – ela disse sorrindo e secou as lágrimas que escaparam e voltou-se para os provadores de Callie e Rachel. – Muito bem, saiam já daí.

– Não precisa se estressar, eu já me vesti e estou linda – Rachel disse.

Realmente o vestido dela era bonito, ele era de alças e sem decote, a parte de cima era branca e a saia era rodada, o branco se mistura ao preto da saia na cintura e ia descendo em tons de cinza até terminar em preto.

Rachel de uma volta mostrando um decote valoroso nas costas nuas.

– Incrível! – Ava bateu palmas.

– Calliandra, saia daí, antes que eu entre – Rachel disse.

– Não sei, gente – Callie abriu a cortina e saiu. – Não aprece comigo.

Ava queria esgana-la, mas todas pareciam em choque com a visão. O vestido, o mesmo que Callie escolherá era de um tom de vermelho vivo. Ele tinha alças largas nos ombros e tinha um pequeno decote em formato de V.

Ele era mais justo no busto e depois mais largo na parte da saia. Aquela cor combinava perfeitamente com ela e dava destaque aos cabelos castanhos dela.

– Eu vou te bater, Calliandra – Rachel a colocou de frente a um espelho. – Você está incrível.

– Mãe? – Ava a chamou da porta.

– Podemos entrar? – Isla perguntou.

– Sim – as gêmeas responderam em uníssono.

Uma comoção se instalou, chuvas de elogios tomaram conta do pequeno ambiente.

– Estão lindas! – Rosalya exclamou ao lado das gêmeas.

– Não sei se vou deixar vocês saírem de casa com o Thomas e o Christopher vestidas assim – James disse.

– Cala a boca pirralho! – as duas exclamaram ao mesmo tempo, ainda era estranho para Ava ver as duas agindo assim, mas era engraçado.

Ava, depois de um momento se juntou as outras enquanto Mary Elizabeth e Isla iam até Calliandra para olha-la de perto.

– Está parecendo com a Phoebe – Isla não conteve a emoção em sua voz.

– Thomas parece mais com a minha mãe – Callie corou.

– Sim, mas seu rosto tem muitos traços dela – Mary Elizabeth disse. – E quando nós nos formamos, sua mãe usou um vestido parecido no baile.

Callie olhou para uma foto que Mary Elizabeth mostrava em seu celular e sorriu. Depois ela olhou para as outras.

– Acho que estamos prontas para a hora das bruxas – Callie disse com um sorriso.




NOTAS: AIII CASAL #DELLIE REUNIDO! ATAQUE DE FANGIRL AQUI

Caraca gente nem acredito que mais dois ou três capítulos e epílogo , chegamos ao final das Crônicas, a jornada foi gloriosa! Espero contar com a presença de vocês para os próximos livros. 

Eu comecei a estagiar, mas sempre que tiver um tempo, vou trabalhar no livro, pois é algo que quero levar para sempre. Obrigada por todo apoio que recebo e por surtarem comigo a cada novo capítulo. 

Depois que terminar oficialmente, planejo revisar tudo e enviar a uma editora, mas só compartilhando o sonho maluco mesmo! Obrigada por tudo, lembrem de comentar e surtar nos comentários como sempre.

Que a Rosa Mística proteja vocês <3

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