Rock Veraneio | jjk+pjm

By pieceofkindness

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{EM ANDAMENTO} Saint'Ana era a típica cidade do litoral em que os verões eram a atração principal; a juventud... More

Avisos e Cast
Dedicatória
Epígrafe
Prelúdio
02. A música diz que o verão começou
03. A música diz que ele nunca te deixa cair
04. A música diz que ele tem a língua afiada
05. A música diz que a primeira luta clandestina começou (Parte 1)
05.1 A música diz que a primeira luta clandestina começou (Parte 2)

01. A música diz que um amigo está de volta

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By pieceofkindness

#RosaCereja

🎶 Girls Just Want To Have Fun - Cyndi Lauper 🎶

"Saint'Anna é o lugar dos verões mágicos e sonhos eternos, mas guarda histórias antigas sobre corações partidos."

Saint'Anna, Rodoviária

09:20 A.M.

Era o verão de 1989 e eu me encontrava de volta — depois de um ano — na cidade praiana de Saint'Anna. A época veraneia da cidade pitoresca era conhecida por se mostrar eterna, a juventude santiana vivia de devaneios nas outras estações do ano, esperando — de forma ansiosa — o dia em que o sol queimaria as areias brancas do litoral. O calor efusivo não era um incomodo, na verdade, era um adereço, usado como pretexto para se deliciar com as ondas do mar frio e sagaz.

O ruído alto, feito pelas motos da minha trupe, ainda me acalentava em sonhos distantes; uma saudade longínqua se alastrava pelo meu corpo, em toda e qualquer ocasião que me lembrava de Saint'Ana. O vento suave da brisa marítima em minha face sempre fora refrescante, o cheiro salino se alastrava por todas as casas que cobriam a faixa ao redor do litoral. Resguardado em memórias estava o gosto doce do típico milkshake de morango do Mamma's. A mulher italiana - nossa eterna mamma - sempre fazia questão de preparar nossas bebidas açucaradas.

Um ano longe fora tempo o suficiente para sentir uma saudade colossal; a grande costa de Malibu, jamais se compararia à minha cidade natal. Sem bandas de rock ou motos na pista, o ano que se passou havia sido mais tedioso que densas aulas trigonométricas. Isso somado a tentativa de ser uma persona polida e sofisticada não poderia ter me feito sentir mais descrença por toda àquela situação de desaire.

Meu pai era um homem rigoroso, buscava me colocar na linha ao me levar para sua nova família no estado da Califórnia; a escolha era minha, porém fui pego em uma armadilha proporcionada por mim mesmo, visto que estava frágil emocionalmente em virtude de uma desilusão amorosa. Meu progenitor poderia se esconder por baixo de pretextos de pensar sobre o meu futuro, visando unicamente minha felicidade. Hipócrita, isso que ele era, mentia o tempo todo sobre meu bem querer quando, na verdade, só queria um filho de plástico que pudesse controlar, objetivando apenas apresentar seu primogênito querido à alta sociedade. Já por trás das cortinas, se direcionava a mim apenas para criticar meus cabelos longos e os piercings que eu mantinha, me obrigando a sempre estar com roupas de mangas compridas, na companhia de seus amigos, para que não vissem minhas tatuagens. Eu fazia questão de mostrá-las e jogar o cabelo para trás, deixando o brilho na jóia do piercing da sobrancelha amostra, só para irrita-lo.

No começo não fora assim, fui buscando, fielmente, me tornar um filho digno, uma pessoa descente; ao pesar de um coração partido, me vi cansado de ser associado a problemas juvenis. Tentei uma faceta falsa, livre de brigas e palavras grossas, me fiz o filho perfeito: fui a todos os seus bailes beneficentes e me comportei, cumprimentei seus amigos preconceituosos e sorri em falsa simpatia com suas piadas machistas. Me fiz o perfeito cavalheiro para todas as garotas que se aproximavam, com seus perfumes caros e sorrisos maliciosos; encantavam-se com a minha aparência levemente rebelde e então, sempre tentavam me arrastar para um canto e roubar beijos quentes durante céleres momentos; sempre era isso que queriam de mim. Mas minha natureza hostil e nada volátil se fez presente antes mesmo que pudesse imaginar. Ele me privou de tudo, de idas a praia, passeios de moto e telefonemas aos meus amigos residentes da cidade do verão. Este último, se mostrou um empurrão perspicaz direto para a beira do penhasco, eu estava à um fio. Quando por fim, me tirou a música - meu bem mais precioso - eu não pude mais aguentar.

O som da minha guitarra se partindo ainda assombrava os meus mais remotos pesadelos; a satisfação no rosto pervido daquela figura paterna me serviu de prova, não importava o que eu fizesse, ele só queria um filho para mostrar, não amar. Então, abri a porta da minha liberdade aos poucos, por debaixo dos panos; consegui uma guitarra emprestada para praticar e me inscrevi no programa de música de Saint'Anna. Enquanto isso, me fiz o filho mais irresponsável e elouquente que poderia existir. Passei a envergonhar minha nova família em frente aos seus amigos ricos, não fazendo nada além de agir como eu mesmo. Como consequência fui obrigado a ouvir infinitas ofensas sobre minha personalidade; o título de garoto problema havia se impregnado de tal forma que fazia parte de mim.

Minha carta de liberdade havia chegado em uma manhã de clima ameno; o verão californiano já dava indícios de comparecimentoa medida que os dias se passavam e o fugor do fim da primavera efervecia. As cordas bambas do destino, responsáveis pelo direcionamento do meu futuro, se fizeram benevolentes quando proporcionaram um evento chique feito pela alta sociedade esnobe do local, tirando todos os membros da família perfeita da casa cara ao qual residia. Aparecer bêbado e de roupas desleixadas na festa do filho do governador, na noite anterior, havia me garantido o passe livre para ficar em casa, evitando assim profanar o nome da família. Sorte a minha.

Endereçada a Jeon Jungkook, a informação no papel timbrado tinha como remetente a prestigiosa Academia de Artes Santiana; o carimbo AAS - como era abreviado - estampava em letras douradas o envelope branco. Por um momento me senti tremer por dentro, como se mil terremotos - daqueles capazes de destruir toda a costa da Califórnia - estivessem armazenados em caixas metálicas que se agitavam dentro de mim. Elas se debatiam umas contra as outras em uma orquestras barafunda, um verdadeiro pandemônio, tal era meu nervosismo para saber a resposta que havia ali.

Era minha única chance, mais real e próxima, de sentir o frescor de liberdade que um dia já tive o prazer de desfrutar. O som dos acordes de instrumentos musicais já soavam pela minha mente fantasiosa, na esperança ridícula - quase desesperada - de fugir para longe das garras raivosas e das paráfrases ofensivas, todas pronunciadas com regozijo desprezível por aquele que deveria me proporcionar nada além de amor e segurança. A natureza de meu progenitor já não era, há muito tempo, o herói estimado por toda e cada figura infantil, mesmo que um dia houvesse conquistado esse título, um nomear que se degradou tanto quanto nossa relação.

Com o medo quase paralisante de receber um "não" em letras garrafais — arruinando meus planos de sentir a brisa fresca da água salina de minha terra natal — me atentei em apenas respirar fundo, ao passo que me sentava em minha cama no último quarto do longo corredor. Cautelosamente rompi o lacre da carta, puxando seu conteúdo para fora e, respirando profundamente uma última vez, abri o real conteúdo que ali havia.

ACADEMIA DE ARTES SANTIANA

Caro Jeon Jungkook, o senhor se inscreveu para o programa de bolsas de estudo, optando pelo encobrimento integral de 100% dos custos. Com direito de acesso às aulas, materiais didáticos, alocamento estudantil, alimentação e quaisquer outras coisas que possam ser fundamentais para seu desenvolvimento como um aluno do curso de música.

Após as diversas avaliações feitas à distância, através de dissertações, atividades avaliativas, testes vocacionais, entrevistas e, principalmente, a fita contendo o vídeo de sua audição musical, chegamos então à uma decisão unânime pelo corpo docente.

Viemos lhe informar por intermédio desta carta que o senhor foi aprovado para estar em nossa instituição, meus parabéns!

Agradecemos a preferência, e, cremos que ter o senhor no corpo estudantil trará resultados benevolentes à AAS. Esperamos total dedicação de sua parte para honrar o nome da academia.

Peçamos que compareça no campus institucional antes do fim do verão, para resolver as questões de documentação, alocação no outono e outras questões burocráticas.

Atenciosamente, administração, coordenação e corpo docente da Academia de Artes Santiana.

Eu havia sido aprovado.

Um sorriso espontâneo se abriu em meu rosto, tão grande e tão forte que podia sentir as bochechas doerem, mas eu não me importava. Estava em um estado de puro frenesi, sentia a euforia tomando meu corpo e correndo por minhas veias, mais velozmente que o retumbar acelerado do meu coração. O júbilo, que em mim se instalou, era muito mais prazeroso do que qualquer droga poderia proporcionar. Após tantos meses saindo escondido para praticar, passando noites em claro estudando partituras e um medo constante de ser pego, finalmente havia fisgado a minha passagem de volta para Saint'Anna.

Não hesitei um segundo sequer, enquanto puxava minhas malas de cima do guarda roupa. Estavam extremamente empoeiradas devido a quantidade de tempo desde a última vez que havia ousado usá-las, quando vim morar com meu pai. Peguei todos os meus pertences, os arrumando com um fervor de felicidade. Quando tudo pronto, apenas escondi minhas malas embaixo da cama, para não ser pego e então poder ser impedido. Apenas uma ligação para JJ foi necessária; o grito que a garota Kim deu através do aparelho telefônico quase me deixara surdo, entretanto, me fez gritar ainda mais alto e rir com minha melhor amiga, se atenuava um complexo de satisfação que mal cabia em mim. Ela não demorou para mexer seus pauzinhos, como a persona influente que era - graças aos pais - e conseguir um assento livre, no próximo vôo que saia da Califórnia e ia diretamente para o aeroporto mais próximo de Saint'Ana, garantindo em seguida uma passagem que iria para a rodoviária da cidade. Disse para ela que a pagaria assim que possível, mas a garota fez questão de insistir que não era necessário, argumentando sobre como poderia usar o poder do nome da família para algo útil e benéfico aquém ela gostava.

Fugi em meio a calada noturna, quando a lua se estabelecia no alto do céu, tendo apenas as estrelas como minhas testemunhas. Andando vagarosamente pela casa chique, apenas me dei ao trabalho de deixar uma carta no escritório de meu pai, contando que havia passado na academia e ido embora antes que pudesse notar, visando unicamente não incomodá-lo com minhas besteiras sobre sonhos e música. Apenas um pretexto desvairado para não ir embora sem uma justificativa plausível para seu orgulho ferido. Sabia que se o contasse diretamente ele me proibiria de ir, me prendendo em casa e começando vigias ainda mais frequentes, para deter-me caso eu tentasse fugir em um momento impensado de rebeldia, de acordo com suas palavras sórdidas. Não estive presente - nem precisava - para presenciar seu ataque de fúria descabida, me via com um sorriso de satisfação ao olhar para a quase mansão uma última vez, antes de seguir pela rua, buscando um táxi para me ajudar a levar todas as bagagens que carregava.

Então, intermináveis horas depois, finalmente me encontrava contemplando o oceano azul através da janela do ônibus. A brisa ventava contra meu rosto, jogando meus cabelos um tanto longos para trás, trazendo consigo o cheiro de mar que apesar de constante na costa de Malibu não se igualava ao da cidade veraneia da qual venho. Aqui tudo tinha um toque a mais, como se houvesse um universo inteiro tramando às avessas para montar um lugar etéreo e irrel - banhado por devaneios ilusórios, feitos pelas mais magníficas quimeras, projetas por sonhos impossíveis. Além disso, não era como se eu estivesse sempre perto da praia, apesar de morar numa cidade costeira, meu progenitor se recusava a me deixar caminhar pela areia ou até mesmo andar ao redor da orla.

Ao enfim pisar a sola dos meus coturnos pretos em terra santiana, pude soltar o ar que - sem perceber - vinha prendendo há mais de um ano; inspirei, enfim, o frescor da autonomia há muito perdida.

Pegando minhas malas na área do bagageiro, me vi pensando sobre minha tão sonhada liberdade, sabia que ainda precisaria enfrentar complicações para ela ser vivida plenamente. O alojamento apenas seria liberado no começo do outono, no iniciar das aulas. Então somente quando houvesse o cair das folhas primaveris é que poderia instalar minha morada lá. Não queria, de forma alguma, dar mais trabalho para Jennie e fazê-la conseguir um lugar para me hospedar, apesar de saber que ela cederia de bom grado sua mansão gigante, sempre vazia, para eu não precisar enfrentar mais dores de cabeça. Entretanto, estava cansado de me sentir uma pedra no sapato de alguém, não queria mais ter que lidar com o sentimento angustiante de atrapalhar aqueles que me são importantes - ou que foram. Se tivesse de servir como peso inútil à alguém, que fosse com aquela que fez questão de que eu fosse embora, minha mãe.

Me encaminhei para o estacionamento, pensando em como faria para chegar na minha antiga casa, porém interrompi minha linha de raciocínio ao visualizar os rostos tão conhecidos parados ali. Todos estavam encostados em suas respectivas motos ou na camionete de Carlos, enquanto pareciam ansiar por algo. Lalisa me notou primeiro, apontando em minha direção ao passo que chamava a atenção dos outros, acenando para que eu me aproximasse logo em seguida. Ao lado da garota de cabelos curtos, localizei os olhos felinos da morena de madeixas compridas; ela sorria de canto, me fazendo repetir seu gesto ao que caminhava para perto em passadas largas.

— Um bom filho a casa torna, não é? — provocou assim que me coloquei a sua frente; abracei-a com força, logo em seguida, escutando sua risada matreira contagiar a minha. — Senti saudades, Jeon.

— Eu também, Jennie. Eu também. — sussurrei baixo, para que apenas ela pudesse me ouvir. Afastando-me pouco tempo depois, percebi sua faceta arteira. — Vai, fala. — fitei-a descrente.

— Falar? Falar o que, Jeon? Não sei sobre o que você está dizendo. — se fez de desentendida, soando irônica.

— Eu sei que você está doidinha para dizer, não se faça de boba, Kim. — respondi-a.

Um sorriso ladino surgiu novamente no rosto da garota, erguendo-se numa expressão diabólica, como se tramasse a maior das travessuras, correndo satisfação por seu olhar feroz.

Eu avisei. — ciciou calmamente. Ao revirar de meus olhos completou: — Só não te mato agora, porque realmente senti sua falta, melequento.

— Fico feliz por sua clemência, catarrenta. — provoquei de volta, a fazendo revirar os olhos dessa vez.

— Bem, ela não vai te matar, mas eu vou. — senti um tapa estalado na minha nunca, me fazendo levar a mão ali imediatamente devido ao ardor.

— Ai! Isso doeu! — reclamei, percebendo a figura de estatura alta ao meu lado.

— Ótimo! Era pra doer mesmo! — ditou Mercedes, sacudindo seus longos cabelos negros a medida que falava cada palavra, indignada. — Tem sorte de eu não te quebrar na porrada, Jeon. Debería cortarte en pedacitos, mi amigo. — murmurou o espanhol rente ao meu ouvido, a medida que puxava minha orelha fortemente.

— Merci, para com isso! Tá doendo, caralho! — esbravejei com a dor.

— Isso é o seu presente de boas vindas, tá em dose dupla já que não te dei o de partida porque, bem, ¡Te fuiste, sin avisar a nadie! — gritou o espanhol com voracidade.

Ela tinha razão. Eu merecia isso, me sentia tão mal por ter ido embora daquela forma que a culpa não cabia em meu peito, já tão estraçalhado. O âmago do meu delito me correu mais uma vez, me fazendo sentir um gosto amargo em minhas papilas; a boca do estômago se retorcia, pedindo para que eu colocasse qualquer coisa para fora. Reconhecia em plenitude a grande gafe que eu havia cometido, há um ano atrás, indo embora depois um surto. Sabia que aquilo havia sido apenas a inferência de meus atos, sequenciados em linhas desastrosas que resultaram em aceitar uma proposta que me levasse para bem longe visando mudar, ter o que oferecer ao mundo e - principalmente - esquecer como meu coração havia sido pisoteado, como ele havia sido partido. Minha alma estava em pedaços, e então eu só quis ser outra pessoa. Foi apenas um feito desesperado e impulsivo, para calar aquelas bocas que me diziam coisas horríveis. Quando dei por mim, já não havia mais volta, tudo que me restou foi continuar nesse novo papel ao qual me submeti - o filho perfeito, o jovem de futuro promissor que possuía algo para oferecer - e tentei me fazer em verdade nele. Eu tentei, até não conseguir mais.

— Eu sei... — suspirei frustrado. — Me desculpe por isso, pessoal. — olhei para todos, sentindo Mercedes largar minha orelha lentamente.

Don't worry, darling... Estamos felizes que está de volta. — ditou Lisa gentilmente, acariciando meu ombro. — Mercedes... — ameaçou em um tom contido.

Está bien, está perdonado, mi amigo. — rolou os olhos. — Você tem sorte de eu gostar de você, Jeon. Agora me dê um abraço. - murmurou, me puxando para seus braços cobertos pela jaqueta preta.

O conforto proporcionado pelo gesto e o cheiro suave de canela da garota me lembraram a sensação de estar em casa. Após todo esse tempo, sentia falta em especial desse sentimento de pertencimento. Minha única família. Pensei. O que se fazia uma completa verdade, eles eram meus companheiros, afinal. Fiquei surpreso por continuarem ao meu lado, mesmo eu tendo-os abandonado de forma abrupta e incoerente.

— Não pensei que viriam... — ditei observando os outros.

— Qual é, JK? Você é um dos nossos, cara. — Yoongi se aproximou, dando um soco fraco em meu ombro, me fazendo rir. — Trouxemos uma coisinha pra você.

— O que é? — franzi o cenho, confuso.

— Na verdade são duas. — disse Carlos, ao fundo. Ao olha-lo, reparei onde o garoto de cabelos castanhos claros, montados num topete, estava encostado.

— Não brinca! — dei um pulo, me aproximando. — Trouxeram minha moto!? — questionei em êxtase.

— É claro, um motoqueiro não é ninguém sem sua moto. — sorriu Jennie, se aproximando. — Yoongi, dá pra ele.

O garoto de mechas rosa-choque em cada lado perto do pescoço, pegou algo de dentro de uma mochila, me entregando em seguida.

Meus olhos brilharam ao entender o que possuía em mãos. A textura do couro se fez ainda mais satisfatória ao que eu percorria o tecido com os dedos, completamente maravilhado por ela ainda permanecer em perfeito estado. A jaqueta de couro havia ficado para trás, junto a grande parte de minhas coisas às quais tanto amava; minha guitarra favorita, black, permanecera no meu antigo quarto, apenas esperando a volta de minha presença constante dedilhando suas cordas. Já sua irmã, white, não tivera a mesma sorte, fora ela a partida em mil pedaços por meu pai.

— Bem vindo de volta, little bunny. — Jennie sorriu para mim, enquanto eu abria-lhe outro sorriso, vestindo a jaqueta de couro preta.

— Temos que dar uma volta em Saint'Anna, se não está cidade vai te dar calores tão intensos a noite que não conseguirá dormir. — Mercedes disse em tom entediado, olhando suas unhas.

— Vamos. Depois de dar uma volta, temos que ir até o Mamma's, ela e Alessia estão morrendo de saudades de você. — Jennie dizia ao passo que colocava o capacete, subindo em sua moto, tendo a namorada em seu encalço.

— Depois eu e Jen vamos com você até a AAS. — sorriu Lis com a voz doce. — Melhor resolver essa burocracia toda logo, e então você poderá ficar tranquilo.

— Queremos você com o verão livre, Jeon. — gritou Yeonjun na caminhonete, o garoto de cabelo loiros sorria em minha direção, como se dissesse boas vindas.

— Vamos logo com isso, camaradas! — Carlos exclamou, me jogando o capacete após colocar minhas malas na traseira do carro alaranjado, se juntando a Yeonjun logo em seguida.

Sorri mais uma vez, pouco me lembrava quando havia sorrido tanto em um intervalo tão curto de tempo. Era realmente bom estar de volta.

🎸

A fachada em cores vibrantes escrito Mamma's House ainda permanecia em sua plenitude, da forma que me lembrava. A lancheteria ainda possuía mesas brancas postas do lado de fora, tudo firmemente rodeado de lanternas coloridas; à noite, sempre ficavam bonitas ao iluminar a praia escura. Revirei os olhos para o conjunto de pranchas guardadas em frente a porta principal. Francamente mamma. Pensei.

Ao adentrar pela porta, pude sentir a magia acentuada dentro do estabelecimento aconchegante se fazendo presente em cada mínimo detalhe. Não sabíamos se nos sentiamos tão afetados pelo lugar por conta de seu ar juvenil ou por causa das ondas de calor sazonais que perpetuava toda a costa do litoral, nos fazendo clamar por um milkshake gelado para aliviar o calor instalado em nossas dermes. Me lembrava claramente das tardes veraneias passadas ali com a italiana andando para lá e para cá servindo todos os jovens da região, usando seu vestido verde com um avental branco, sempre mantendo o cabelo ruivo escuro bem preso e arrumado em um rabo de cavalo perfeito. Donatella Romano era uma imigrante, havia vindo da Itália há muito mais anos que poderíamos lembrar, a mulher gentil e vivaz amava seu restaurante e todos que lá frequentavam. Acabou sendo apelidada carinhosamente de mamma pela juventude local, raramente era chamada pelo nome de batismo - no máximo alguém soltava um intruso Dona - pois todos mantinham em mente que ela era nossa mamma. Os gritos contra Alessia, sua filha, eram corriqueiros quando encontrava a garota de madeixas ruivas e sardas na cara sentada em cima do balcão, paquerando tanto motoqueiros, quanto surfistas.

Diferente da mãe, Alessia deixava seus cabelos ruivos completamente soltos, rebeldes como sua alma, esbanjava por aí sorrisos atrevidos a quem lhe desse conversa, ninguém escapava de suas garras petulantes, fosse para amizade ou algo a mais. Nunca havia se aliado a um lado, sempre dizia que era como o Mamma's, recebendo a todos que lhe eram convenientes. Vestida com suas jaquetas de couro e calças pretas se parecia perfeitamente uma motoqueira infame; outrora, vestida com regatas brancas e sais curtas, se passava por uma surfista sacana. Possuía amizade com todos, não havia uma pessoa sequer que não se sentisse puxado pela aura divertida da garota. Não me lembrava quantos corações partidos já tive de consolar, todos quebrados por minha amiga. "Ou você parte o coração de alguém, ou o seu é partido, Jeon." dizia. O temperamento forte combinava com sua boca suja, se você nunca levou um xingamento de Alessia, não pode dizer que morou em Saint'Ana. Dizíamos que ela era a definição de espírito livre, algo transcrito nas linhas travessas de sua existência.

Podia ouvir o burburinho corriqueiro dentro do lugar aumentar, todos os olhos agora miravam a mim e minha trupe. Todos estavam animados com suas tolices juvenis até o momento que pisamos na lancheteria, agora desviavam o assunto e provavelmente afirmavam entre si que os boatos eram verdadeiros. Sim, Jeon Jungkook estava de volta.

Me sentando na banqueta de couro vermelho, próxima ao balcão, tinha em minha cola apenas Jennie. Antes que pudesse chamar a mamma para fazer um pedido, escutei o costumeiro tom de deboche comum ao outro membro da família Kim.

— Ora, ora... Parece que o seu cachorrinho voltou, não é, Jen? - esquadrinhou-me de cima a baixo com o olhar.

— Sei que sentiu minha falta, Taehyung... — comecei. — Mas não se preocupe, não contarei esse segredo a ninguém. — de forma petulante fingi passar um zíper ao redor da boca.

— Nos seus sonhos, Jungkook. James sentiu saudades de acabar com você nas lutas clandestinas do verão passado. — sacudiu os cabelos, agora azuis, sorrindo em clara provocação.

— Hum, acho que você está meio enganado, ou talvez James esteja. Não me lembro de perder pra ele em muitas lutas, mas me recordo de como quase quebrei o nariz dele uma vez. — fingi pensar. — Deve ser a saudade confundindo vocês. Mas tudo bem, já disse que não conto pra ninguém. — o vi revirando os olhos.

— Quero ver se quando te quebrarem no ringue, você ainda vai ficar com essa pose toda. — se afastou do balcão, passando por mim. — Aguardo por isso na próxima luta. — bagunçou o cabelo longo da irmã, que o empurrou com ódio no olhar.

— É o que vamos ver... — respondi alto o suficiente pra que ele, já ao longe, escutasse.

— Garoto insuportável, eu deveria- — antes que Jennie pudesse completar sua ameaça de morte, uma voz com leve sotaque se sobressaiu.

Jeon!? Jeon Jungkook!? — vi a mulher saindo pela porta da cozinha.

A ruiva mais velha permaneceu ali, parada, com os olhos arregalados e a boca aberta; aparentemente não acreditava que era realmente eu em sua frente.

— Olá, mamma. — respondi, sorrindo doce.

— Oh, garoto! Como eu senti sua falta! — saiu de trás do balcão, correndo para me abraçar.

— Eu também senti a sua. — disse a abraçando de volta.

— Sente aí! Irei fazer eu mesma um milkshake de morango para você! Ainda é o seu preferido, certo? — sorriu ao que se agitava, novamente de trás do balcão. Assenti, sorrindo. — Alessia! Vieni qui, ragazza! È urgente!

Aish, mamma! O que foi agora? Perdeu seus brincos outra vez? — a garota surgiu da cozinha, revirando os olhos, quando então me notou. — Puta que pariu, caralho! — gritou, correndo até mim.

— Alessia, olhe essa boca! — gritou sua mãe, mais uma vez.

— Seu filho da puta! Achei que nunca mais fosse voltar. — ignorou-a, metendo um tapa em minha nuca, após me soltar de seu abraço apertado.

— Ai! Isso doeu, Lessi! — reclamei. — Todo mundo agora vai me bater, é?

— Não seja dramático, amico. — Mercedes apareceu ao meu lado. — Hey, Les, como você está? - sorriu galanteadora.

— Não é da sua conta, Mercedes. — a ruiva revirou os olhos novamente, se afastando com a latina em seu encalço.

Vi-as ao longe, com a morena tentando abraçar Lessi. A ruiva, porém, mais esbravejava contra a outra, dando-lhe tapas que não pareciam ter a mínima intenção de ferir, apenas de implicar. Podia ver como Alessia tentava, arduamente, reprimir um riso que, provavelmente, seria em virtude das piadas de tiozão que Merci sempre contava a quem quisesse fazer sorrir.

— O que eu perdi? — franzi o cenho, encarando as duas garotas interagindo, um tanto distantes de onde estava.

— Bem, no verão passado Merci começou a correr atrás da Alessia. — riu Jennie. — No fim da estação ela colocou na cabeça que iria conquistá-la.

— O que aconteceu no verão passado? — perguntei, curioso.

— Muita coisa, Jeon. Desde moradores novos, à um imbecil que não deixa a Dona em paz. — suspirou em descrença.

— Moradores novos? Alguém importunando a mamma? Explica isso direito, JJ. — repliquei confuso.

— Eu te contei da família vinda do Alasca por telefone, lembra? Que o garoto novo tá andando com o meu irmão. — revirou os olhos, ao passo que eu assentia. — Anyway, isso não é relevante. A questão é que tem um cara que está perseguindo a mamma desde o outono, tentando fazer ela vender a lancheteria. — me encarou, frustrada.

— Mas esse estabelecimento é dela há anos, não acho que ela vá vender. — suspirei. — O que ele quer aqui, afinal?

— Acho que quer transformar naqueles restaurantes caros de gente rica. Namoral, me recuso à acreditar que esse lugar, quase sagrado pra gente, possa ser onde pessoas mesquinhas e chatas frequentam. — resmungou. — Dona não quer vender, jamais. Ela ama isso aqui! Só que já tá um saco esse cara aparecendo toda hora pra importuna-la... Tentamos manter sempre alguns dos nossos durante o dia, pra que ele não fique mais nas redondezas. — olhou ao redor.

— Pelo menos, assim, ele deixa ela em paz. — suspirei, a vendo concordar.

A italiana se aproximou com meu milkshake em mãos.

— Me conta, caro... O que o trouxe de volta? — sorriu, me vendo fechar os olhos para sentir o sabor refrescante de morango.

— Eu queria voltar já faz um tempo, mas não tive oportunidade. Porém, consegui uma vaga na Academia de Artes e pude voltar finalmente. — voltei a tomar o milkshake após falar.

— Que maravilha! Sei como ama música, essa é uma oportunidade incrível para você. Meus ouvidos sentem falta de escutar a Black Dust  tocando. — me fez sorrir. — Bem, eu tenho que voltar a atender, mas fiquem a vontade. Tome de vagar ou seu cérebro vai congelar.

— Tarde demais. — levei minhas mãos às têmporas, sentido a agonia gelada se instalar. Escutei-a rir com Jennie antes de sair.

— Ok, você chegou na hora certa, little bunny. — sorriu Jennie sentada na banqueta ao meu lado. — Festa de abertura do verão esta noite! — se exaltou, animada.

O verão de Saint'Anna somente começava realmente com a festa dos Kim. Todos da região sabiam da tradição vivaz que eram as festas de abertura veraneia. A barulheira já acarreteva grandes dores à todos os moradores da região nobre antes mesmo de começar. A gritaria se instalava junto às músicas de Rock que não poderiam faltar, por vezes, tendo JJ cantando junto a suas amigas e me obrigando também a cantar com a galera de minha banda, a Black Dust. Quando crianças, a festa era apenas um comemorar da tarde, com direito a churrasco e limonada. Já na adolescência, tudo começou a se tornar um pouco selvagem, com o uso de bebidas roubadas da adega cara dos milionários da cidade. Agora, então, era uma miscelânea de sintonias desordenadas, culminada em álcool, drogas e música. Desde de sempre a tradição estava presente, mesmo que houvesse mutado ao longo dos anos.

— Ah, Jen. Estou cansado. — choraminguei.

— Apenas durma até o horário da festa e estará revigorado! — desdenhou. — Por falar nisso, onde pretende ficar? Sabe que os alojamentos não são liberados por agora.

— Bem... Na minha antiga casa, é claro. — disse em tom cuidadoso.

— Ah, não! Você não vai pra aquela casa, Jeon! Eu me recuso, pode ficar na minha mansão. — soou indignada.

— Não, Jen. Eu não quero mais te incomodar... — antes que ela pudesse rebater, completei: — Além disso, quero matar saudade da Chae. Não vejo aquela pirralha há tempos. — não era uma mentira, eu realmente sentia saudades de minha irmã.

— Mas-

— Mas, nada. — finalizei o assunto. — Qual o tema da festa desse ano? — tentei tirar o enfoque de mim.

— Ahm, festa fantasia. — com o olhar pesado, fez o que eu queria e deixou o assunto anterior de lado. — Na verdade eu queria "anos 60". — fechou a cara, chateada.

— E porque não foi? — franzi o cenho.

— Porque eu tenho um irmão implicante! — bufou. — Tae queria que fosse "anos 20". — revirou os olhos. — Discutimos sobre isso por semanas... Mas Judit nos convenceu a entrar num consenso, se fosse a fantasia cada um poderia usar o estilo que quisesse, então aceitamos.

Judit era a antiga babá dos gêmeos Kim; a mulher havia os criado mais que os próprios pais dos irmãos. Admirava a senhora por sua paciência, pois era sempre ela que apartava a briga de Jennie e Taehyung, tentando faze-los entrar num consenso sobre toda e cada situação que os fazia convergir.

— Faz sentido. Gosto dessa ideia, mas não tenho fantasia. — lembrei-a.

— Não se preocupe com isso. Já providenciei uma, mando deixar na sua casa junto com suas malas. — disse —Agora vamos resolver sobre sua matrícula, anda. — se levantou quando viu que eu havia terminado meu milkshake e eu apenas assenti em concordância.

🎸

Após resolvida toda a burocracia infernal da AAS — que levou o restante da manhã e parte da tarde — finalmente estava livre para aproveitar o verão. Me aliviava o fato de estar realmente matriculado na instituição, tive medo de em algum momento simplesmente acordar e perceber que tudo aquilo não passará de um sonho longínquo e ambicioso demais. Mas não, era tudo real, agora só precisaria aguentar o decorrer da estação quente dentro da casa onde cresci. Sequer sabia se Chaeyoung havia entregue minha carta dizendo que voltaria, a havia escrito assim que terminara o processo de seleção da AAS. Pedi que ela desse a carta a nossa mãe apenas quando eu ligasse, o que ocorreu na noite retrasada. Não sabia se minha progenitora estava ciente de minha volta, nem sabia como a mesma lidaria com tal fato. Meu objetivo era nunca esbarrar com ela pela casa, evitando desaires que poderiam comprometer o meu bem estar.

Apenas adentrei o sobrado branco de tinta gasta, abrindo a porta que já estava destrancada. Olhei para os móveis na entrada, notando como tudo parecia igual, até o cheiro de lavanda que mamãe deixava presente em todas as roupas por conta do amaciante. Caminhei até a cozinha, notando que estava tão limpa quanto o resto da casa. Na sala, em cima da cômoda, havia diversos porta retratos de mim e minha irmã, numa infância feliz e distante. O papel de parede florido, estava um tanto velho e apagado, o sofá bege continuava o mesmo, me fazendo lembrar as tardes que passei deitado nele, escrevendo poesias que, posteriormente, metamorfoseavam-se em músicas quando eu dedilhasse meu velho violão.

— Irmão! — gritou uma voz estridente, me tirando de meus devaneios. — Finalmente! — sorriu com a voz infantil, mesmo que já não fosse uma criança a tempos, correndo até mim para pular em meu colo.

— Maninha... — segurei-a com força, colocando no chão logo em seguida. — Como você cresceu, Chae! — analisei-a da cabeça aos pés, vendo suas vestimentas parecidas com as minhas, adornada com uma jaqueta de couro.

— Claro, cabeção! Já tenho quase 18 anos! — orgulhosa de sua afirmação, sacudiu os cabelos curtos.

— Abaixa a bola, projeto de motoqueira. Ainda é uma criancinha para mim. — impliquei, vendo-a revirar os olhos. — Como estão as coisas por aqui? — questionei preocupado.

Sabia que o tratamento que mamãe me dava era completamente diferente do dado à mais nova. Entretanto, me preocupava como o irmão mais velho protetor que sempre fui.

— Bem, ahm... Mamãe trabalha quase o dia todo, descansa nos fins de semana. Ela conseguiu emprego naquela floricultura que queria. — sorriu. — E não se preocupe, eu entreguei a carta no dia que você pediu.

— O que ela disse? — perguntei, tenso.

— Nada, apenas disse que seu quarto ainda está do mesmo jeito que deixou. — deu de ombros.

— Ok... — murmurei, um tanto decepcionado.

Sabia que ela faria pouco caso sobre minha volta, pouco se importava. Ao menos torcia para ela não me enxotar de volta para Malibu, como fez utilizando palavras agressivas em nosso último encontro quando decidi ir embora. Já podia ouvir sua voz desaprovadora em minha cabeça, como desperdicei uma chance verdadeira de me tornar como meu pai, alguém bem sucedido e com boa família. Eu só precisava evitar qualquer encontro enquanto estivesse aqui, assim, tudo ficaria bem.

— Os caras deixaram suas coisas no seu quarto, eu limpei a poeira e troquei os lençóis para você. — andou na direção das escadas, comigo a acompanhando.

— Obrigado, pirralha. — ri com o deboche que surgiu em sua face após escutar o apelido.

Ao chegarmos em frente a porta de madeira escura, fui eu a girar a maçaneta para abri-la. O lugar realmente continuava igual, com cada pertence em seu devido lugar, havia apenas lençóis de cor diferente e uma cama arrumada que eu jamais faria questão de deixar. Minhas malas estavam aos pés da cama, ao lado da escrivaninha clara de porte pequeno. Percorri todo o ambiente com o olhar, fixando em algo que estava morrendo de saudades: Black.

— Minha guitarra... — suspirei, indo em direção a capa preta que a guardava.

Tirei-a de dentro da proteção cuidadosamente. Estava em perfeito estado, a camada preta que a ilustrava estava completamente isenta de qualquer poeira, visto que estava muito bem guardada. Sorri quando toquei meus dedos em suas cordas, percorrendo cada centímetro do instrumento; o abalo feliz em meu peito me fez sorrir. Dedilhei-a, vendo como estava desafinada, a arrumando em seguida. Fechei os olhos ao tocar uma canção qualquer, sentido o sonoro tom melódico finalmente se fazer presente.

— Já terminou de namorar, aí? — desdenhou a garota. — Ande, é melhor você descansar um pouco. Dá pra ter algumas boas horas de sono antes da festa. — sorriu.

— Quais são as chances da Jen me matar se eu não for? — perguntei em tom sério.

— São um total de 100%. — me encarou com preocupação, fazendo-me rir em seguida.

— Tudo bem, agora me deixe dormir. — coloquei a guitarra de volta em sua capa, deixando-a em seu lugar de sempre. Vi Chae assentir e sair do cômodo.

Caminhei de volta para a cama, arrancando meus coturnos pesados para me deitar. De costas para o colchão, encarei o teto de cor clara, fechando os olhos, dando um suspiro cansado em seguida.

— Ah! Jungkook, mais uma coisa. — Chaeyoung voltou ao quarto, chamando minha atenção para a porta. Murmurei para que continuasse. — Bem vindo de volta.

Sorri para ela, assentindo. Vendo-a sair do quarto novamente e fechando a porta, me permiti relaxar de vez. Meu corpo estava cansado, minha mente já havia se exaurido há várias estações atrás. Ao sentir o sono tomar conta de cada célula e terminação nervosa, pude pensar que era bom estar em casa.

E aí motoqueiros surfistinhas, como estão? Espero que bem!

Eu ia postar só daqui dois fins de semana, mas vcs me deram um feedback que me deixou animada! Gostaram do primeiro capítulo? Espero que sim!

Próximo capítulo os jikook já se conhecem! Já imaginam como? Só digo uma coisa: Be My Baby do The Ronettes. Analise hein...

Não tenho data pra postar o próximo, dia 14/08 tem o primeiro capítulo de O Despertar de Flora, disponível no meu perfil! Acompanhem minha outra pitica viu? *insira uma carinha fofa aqui*

Comentem da fic no tt com a tag #RosaCereja, meu perfil lá é @/ pieceofkindnes. O link da playlist da fic também está lá, em uma thread, mas podem me pedir também que eu mando na dm!

É isto amores, até depois!

- XOXO BabyMoon

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