𝐁𝐑𝐈𝐍𝐆 𝐓𝐇𝐄 𝐇𝐄𝐀𝐕𝐄�...

By hey2BR

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"Os garotos bons vão para o céu, mas os garotos maus trazem o céu até você." Lee Felix era um bom garoto. Na... More

Notas íniciais
Prólogo
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45 pt:1
Capítulo 45 pt:2
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo Bônus
Epílogo
Capítulo Especial
Agradecimentos

Capítulo 09

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By hey2BR

Deixe sua estrelinha e comente

boa leitura ;)

Anos antes

E você tem certeza que quer continuar no dormitório da faculdade? — Do outro lado, a mulher argumentava. — A gente pode te colocar em um apartamento, filho.

Jeongin sorriu com o telefone encostado ao ouvido enquanto via a paisagem passar pela janela do Taxi. Ele compreendia a preocupação dos pais e também se sentia ansioso, mas ele queria poder retirar o máximo daquela experiência.

E ter um colega de quarto era um bom começo.

— Está tudo bem, omma. — Sua voz era suave e doce. Sua mãe sempre diria que ele era um príncipe, e tudo sempre iria muito além da aparência bonita. Yang Jeongin era um príncipe, principalmente, pela personalidade calma. — Dividir o dormitório com alguém vai ser legal.

Mas você tem seus costumes... — Continuou. — Você tem certeza que não vai gerar conflito?

— Alguns costumes podem ser mudados. Está tudo bem. — Deu de ombros. — Omma, eu quero mesmo tentar. Eu posso mudar de opinião depois, se alguma coisa der errado...

Eu não quero que você se sinta desconfortável quando pode estar em um lugar melhor.

— Eu não quero ficar sozinho. — Disse, por fim. — Eu acho que posso fazer uma boa amizade. Está tudo bem, você sabe que eu sempre fui uma pessoa responsável.

Eu e seu pai temos orgulho de você, meu menino. — A voz dela era quebrada e o garoto sabia que ela chorava. — Me ligue quando chegar, sim?

— Eu ligo sim, mãe. — Riu fraco. — Não chora. Você já chorou muito antes de eu sair de casa.

Eu te amo, bebê.

Jeongin sorriu.

— Eu também te amo.

A verdade é que ele tinha medo do novo. Quando terminou o ensino médio e notou que teria que enfrentar a faculdade, ele se sentiu ansioso, como não era incomum. Entretanto, quando ele recebeu a resposta da Seuta-bae anunciando que ele havia passado, ele sentiu medo.

Jeongin saiu de sua cidade natal, há muitos quilômetros de distância de Mulbang-ul, e enfrentar tudo aquilo sozinho era aterrorizando no mesmo nível que o fazia querer pular de alegria. Os pais tinham condições de colocá-lo sozinho em um apartamento próximo á faculdade, mas ele não aceitou.

Não queria ficar sozinho.

Os dormitórios disponibilizados pela Seuta-bae eram baratos e possuíam uma boa infraestrutura, mas não era nada comparado ao conforto de um apartamento, mas a insegurança fazia com que precisasse de mais alguém. Após chegar à óbvia conclusão, o Yang depositou toda a esperança no desejo de compartilhar o ambiente com mais uma pessoa.

Depois de chegar à seu destino e pagar o taxista pela corrida da rodoviária até a universidade, Jeongin se dirigiu até a secretaria do campus para retirar o cartão do dormitório. O objeto era branco, possuía o emblema da instituição, e era ligado á um cordão laranja que estava sujo pelo uso, mas ele sorriu e pegou algumas informações antes de arrastar a mala de rodinhas pelo caminho até o prédio.

Ele nunca havia estado ali antes e sentia a barriga gelar pela expectativa, muito embora nunca tenha sido alguém muito emocional. Sendo filho único, Jeongin nunca precisou dividir nada e nem estava habituado á ser o centro das atenções - os pais tiveram dificuldade de engravidar e nunca mais tiveram sucesso depois do primogênito.

Apesar de ter crescido mimado, o Yang era um cara tranquilo que reservava boa parte do seu tempo para tirar ocasionais sonecas, por isso possuía um humor estável e personalidade agradável, muito embora ficasse mal-humorado quando lhe acordavam de suas sonecas longas.

Mas tinha certeza que sua personalidade melhoraria com a convivência.

Ele subiu três lances de escada até encontrar a porta 512, mesmo número que estava gravado em baixo relevo no cartão que recebera. Grudada ao lado da porta, já na parede, um suporta de plástico protegia a folha sulfite com dois nomes gravados;

Yang Jeongin| 양정인

Hwang Hyunjin| 황현진

Ele leu os dois nomes e tentou memorizar o nome de seu companheiro de quarto. Pelos barulhos, ele sabia que o outro estava lá dentro e que muito provavelmente estava organizando as próprias coisas.

Foi por isso que ele bateu antes de abrir a porta.

— Com licença? — Ele colocou a cabeça para dentro do ambiente e viu o garoto com a mala aberta sobre a cama. Ele colocava algumas camisetas nos cabides, mas parou apara observar o outro quando o notou.

— Ah. Oi. — A voz era baixa, mas grave demais para um garoto tão jovem. Ele se assustou um pouco, mas a tentativa de disfarce foi muito boa. — Entra aí.

Hyunjin usava preto dos pés à cabeça e era magro. Os coturnos pesados cobriam os pés e ele não olhou de novo para Jeongin, respondendo à suas perguntas sempre no mesmo tom baixo, sem fazer questão de se apresentar ou manter uma conversa adequada com o novo morador.

A falta de uma conversa ou de uma mera troca de olhares não foi o que incomodou Jeongin, no entanto. Na época, Hyunjin ainda não tinha nenhuma tatuagem, mas seus braços se encontravam cheios de marcas e mesmo que ele evitasse se virar, o Yang ainda pôde ver o lábio cortado e a bochecha em uma tonalidade esverdeada pelo roxo que começava a ir embora.

Inicialmente, o novo inquilino achou que ele era o tipo de garoto que se metia em problemas e acabava se machucando no processo; depois, no entanto, ele descobriu que naquele caso havia sido o problema que o buscou para torná-lo pó.

Obviamente as coisas entre os dois evoluíram até que uma amizade forte o suficiente se desenvolvesse para que alguns sentimentos se transformassem e algumas informações viessem até a borda.

Inclusive sobre a origem dos machucados do mais novo.

Atualmente

Hyunjin deixou o molho de chaves sobre o aparador da sala antes de pendurar a jaqueta de couro pesado no cabideiro que sempre estava perto da porta de entrada da república. Jeongin seguiu seus passos e o mais novo se serviu de um copo d'água antes de voltar a atenção ao outro.

— Você não tinha as últimas aulas?

— Eu queria falar com você. — O Yang cruzou os braços de se apoiou na bancada da cozinha, observando as costas nuas do mais novo, suspirando quando notou que estava dedicando atenção demais ao corpo nu. — Você visitou sua mãe, não visitou?

Hyunjin deixou o copo na pia e cruzou os braços.

— Você andou me observando?

— Eu sempre presto atenção em você, Hyun, por que apesar dos pesares você ainda é o meu melhor amigo e cuidar de você sempre vai fazer parte da minha natureza. — Jeongin apertou as bordas da bancada de mármore. — Você está muito avoado desde ontem, está tenso e você sempre fica desse jeito quando volta para Sunsuhan.

Eles trocaram um olhar longo e Hyunjin desviou o olhar para os próprios pés.

— Como ela está?

— Mal. — respondeu e coçou os próprios olhos sob as pálpebras fechadas. — Eu já cansei de dizer que preciso tirar ela de lá por que aquele homem não vai parar de bater nela... Jeongin, ele não estava deixando ela comer. — O garoto riu sem humor e negou uma vez. — E ela ainda continua com essa ideia idiota de "me proteger".

— Ela é uma mãe, Hyun. Ela tem medo. É óbvio que ela vai continuar com "essa ideia" de te proteger, principalmente depois de tudo que aquele lunático fez. — O mais novo também cruzou os braços, atento à cada atitude do Yang. — Eu sei que já bati muito nessa tecla e sei que provavelmente vou ser ignorado de novo, mas por que vocês nunca procuraram a polícia? Hyun, vocês tem todas as provas possíveis, podem pedir ajuda pra Lisa e-

— Eu não quero reviver tudo aquilo, Jeongin. — Hyunjin se desencostou da pia e deu as costas para o outro homem, tornando-se visivelmente irritado à medida que falava.

Mas o Yang sabia que a irritação, na verdade, era apenas a autoproteção de um menino totalmente machucado e que ainda tinha medo. O mais baixo o seguiu pela casa e o acompanhou quando ele subiu as escadas até estar no quarto que dividia com Minho.

— Você sabe qual a implicação de ir atrás da polícia, nem a minha mãe sabe de tudo e eu não quero ter que falar sobre isso de novo.

— Eu sei. — Jeongin suspirou. — Mas é o jeito mais fácil de tirar a sua mãe daquele lugar e manter vocês dois seguros. Seungheon é um lunático-

Não fala o nome dele.

Hyunjin se voltou para o outro com pressa, como se sua fala o queimasse. Ele se aproximou até que as testas quase se colassem e segurou a camiseta de Jeongin em punho fechado, puxando o tecido até que os olhos alheios se grudassem aos seus.

— Não fale o nome daquele homem nunca mais.

O mais velho assentiu e teve a roupa solta aos poucos, no entanto agarrou a mão trêmula de Hwang entre as suas até que o tivesse colado ao próprio peito. Ele abraçou o corpo mais alto e afundou o rosto contra o pescoço cheiroso, mesmo que jamais tivesse o ato correspondido.

— Me desculpe. Eu falei sem querer. — Disse, com a voz baixa. — Eu só sinto tanta raiva e fico tão preocupado com vocês, Hyun. Eu não sei mais o que fazer para tentar te ajudar a viver em paz.

— Você podia ajudar pedindo comida. — Jeongin riu fraco e segurou o rosto alheio com as duas mãos, buscando os olhos escuros. Mais uma vez o Hwang havia bloqueado qualquer chance de continuar o assunto e mais uma vez a frustração fez com que o mais velho se sentisse inútil. — É sério, eu não almocei, tô com fome.

Mesmo depois de tudo que existia entre eles, Yang Jeongin ainda não conseguia mentir sobre aquilo.

Os olhos bonitos o encaravam risonhos, mesmo que ele soubesse que o dono deles ainda se sentia sufocado com tudo o que havia visto em Sunsuhan, mesmo que a tendência fosse a piora progressiva e mesmo que Hyunjin ainda tivesse que viver com o fantasma do padrasto... ainda que Jeongin conhecesse cada uma das cicatrizes e o tivesse pego no colo quando o cada ferimento ainda era recente, mesmo que tivesse sido ele a enxugar as lágrimas dos pesadelos constantes durante as noites que passaram juntos enquanto dividiam o quarto quando ainda estavam no dormitório da universidade, ele sabia.

Era inevitável não se sentir total e vergonhosamente apaixonado por Hwang Hyunjin, mesmo que ele tivesse seus próprios monstros e que o relacionamento tivesse estremecido depois daquele acontecimento.

— Certo, o que você quer comer?

— Será que a Domino's abre a essa hora? — Jeongin sorriu e beijou a testa do garoto antes de se afastar.

— Eu acho que sim. — Ele se sentou na beirada da cama que pertencia a Minho e alcançou o próprio telefone para buscar o número da pizzaria na internet. — Você quer pizza de que?

— Frango & Creamcheese.

— Algumas coisas nunca mudam. Massa tradicional? — Hwang assentiu enquanto vestia uma calça confortável de moletom e Jeongin discou o número. A voz monótona do atendente era anasalada e engraçada, e ele fez o pedido tranquilamente enquanto observava o outro garoto se mover pelo quarto organizando algumas coisas.

Quem via as tatuagens grandes espalhadas por todo corpo, os piercings e as roupas pesadas, mal imaginava que ele era apenas um garoto que procurava ser forte, mesmo que fosse muito difícil. E era pelo Yang conhecer o lado mais infantil de Hyunjin, que sempre se sentia voltando à estaca zero.

Mesmo que ele usasse toda sua força de vontade em cada tentativa.

Jeongin desligou o telefone à ponto de ver o mais novo puxando uma folha de seda de dentro da carteira. Ele tirou o saquinho de erva de dentro do criado-mudo e bolou a planta dentro do papel com agilidade.

Há muito o outro homem havia parado de repreendê-lo sobre aquilo e sinceramente não se importava desde que aquela fosse a única droga ingerida.

Torcia para que fosse.

Ele observou o garoto bolar cinco cigarros de maconha e guarda-los em segurança junto com outros cigarros dentro de seu maço amassado, preservando um deles sob a coxa, então foi até a janela e sentou na borda, de uma maneira que o vento soprasse toda a fumaça para fora do ambiente.

— Você ainda se incomoda com a maconha.

Jeongin sorriu e deu de ombros.

— Eu sempre vou me incomodar com coisas que te deixem alterado. Isso não inclui apenas a maconha. — Eles trocaram um olhar longo e o mais novo assentiu. Aquela não era a primeira vez que ambos notavam que sempre existiriam assuntos sensíveis entre eles.

E com aquela verdade mais uma vez sendo constatada, Hyunjin tragou a fumaça; por que de fumaça era feita sua vida e não havia nada no mundo que pudesse convencê-lo de que um dia ele se tornaria algo além de cinzas.

⋆⋆⋆ 

aiai esse cap foi cheio das revelações, quem aí já sabia?

ESTAMOS QUASE CHEGANDO AS 400 LEITURAS, EU TO MUITO FELIZZZ.

obrigada pelos votos e comentários.

beijinho.

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