Baila Conmigo - JJK + PJM

By moviis_0

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- Quando eu penso em como você me olha, sinto que poderia cair em tentação... Então, apenas, dance comigo. O... More

Parte 1.
Parte 2.
Parte 3.
Parte 4.
Parte 5.
Parte 6.
Parte 7.
Parte 9.
Parte 10.
Parte 11.
Parte. 12

Parte 8.

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O calor da areia ultrapassando o tecido da toalha de praia era apenas um lembrete do sol à pino no céu, a maré vazante indicava que o início da tarde estava dando boas-vindas. A manhã tinha passado tão rapidamente que o tempo parecia estar cometendo um crime contra o universo, roubando para si as horas preciosas que poderiam passar juntos.

Os fios vermelhos balançavam com a brisa suave, e o cheiro de sal na pele alva o estava inebriando. O momento era digno de ser guardado em um museu pela vasta eternidade, o som das ondas, a sombra fresca das árvores, o gosto de sal em sua língua, e o sorriso sincero nos lábios finos. Tudo isso estava fazendo-o ter cada vez mais ciência de que estava dobrado de joelhos por aquele garoto.

Seu olhar desviou-se do céu límpido e recaiu sobre o rosto sereno ao seu lado, sua mão automaticamente buscando por contato como se fosse incapaz de manter distância por muito mais tempo. Me matan esos ojos bellos. Seu polegar deslizou pelas mãos macias, sentindo os resquícios de água do mar grudados na pele quente. Estava ficando cada vez mais difícil de controlar, mais difícil manter distância.

Foi então que o barulho alto o tirou do transe momentâneo, e quando percebeu o que havia acontecido, a gargalhada melódica escapou por seus lábios. Ele então olhou para Jungkook que tinha uma mistura de tons rubros em seu rosto ocasionados pela mistura de uma exposição direta ao sol e da vergonha repentina. Um gemido incrédulo soou quando Jungkook virou o corpo contra a toalha, enterrando o rosto fundo nas mãos para formar um esconderijo improvisado. O olhar de Jimin desceu da nuca, agora bronzeada, para as costas salpicadas com areia, até parar na bunda empinada, a sunga úmida marcando a fartura da carne fazendo-o engolir em seco.

Mi madre, pensé que mi corazón iba a explotar.

O quão rapidamente alguém pode se apaixonar? Essa pergunta tem ecoado na mente de Jimin há semanas, incrustada tão fundo em seus pensamentos que ele sentia que poderia enlouquecer. O que no início deveria ser apenas uma diversão inocente com um gringo bonito, acabou se tornando algo fora de seu radar. Mas o que ele poderia fazer? Não havia como não se enamorar de olhos tão brilhantes e inocentes, muito menos como escapar de um sorriso tão cativante. Ele culparia essa aura ingênua que Jungkook irradiava, assim como aquela vontade de descobrir um mundo novo que ele via transbordar pelos olhos curiosos.

Ave María, pues, las ganas no se me quitan.

- Que pasa neno? – Jimin deslizou o dedo indicador pelo ombro de Jungkook, fazendo-o estremecer sob o toque. – Está com fome?

Jungkook grunhiu e girou para encarar Jimin, o bico típico em seus lábios e as bochechas lindamente coradas, o olhar desviado para a areia. Ah, tan hermoso, aceleraste mis latidos. – É que... Já passou da hora que eu costumo almoçar.

Jimin sorriu encantado, deixando-se levar por o quanto Jungkook poderia ser fofo, seu coração facilmente roubado por alguém que o invadiu pouco a pouco. Ele se recordava das tardes em que havia ido a Plaza de Colón para passar o tempo, se divertir como sempre fizera, e então alertando-se lentamente com os olhares designados que recebia de um belo garoto gringo. Alguém totalmente fora de seus padrões usuais, uma imagem que fugia das garotas sensuais e atrevidas que ele cercava durante as noites, ou ainda dos homens mais velhos com os quais se esgueirava pelas ruas da cidade. Um gringo, não apenas mais novo, mas também fofo e ingênuo. E tudo o que ele mais queria era destruir cada pedacinho daquela candura.

- Eh, pobrecito. – Jimin sorriu e se inclinou selando os lábios estufados. – Vamos então, vou levar mi bebé para comer. - Jungkook piscou e então um sorriso cresceu em seus lábios, ele avançou envolvendo os braços ao redor do pescoço de Jimin, uma infinidade de beijinhos sendo distribuída pelo rosto alheio em agradecimento. E quando Jungkook rolou por cima de Jimin para formar o ósculo ávido, Jimin concluiu que Jungkook podia suportar a fome por mais alguns minutos.

As caminhadas quando juntos pareciam sempre tão breves, ainda que Jimin guiasse o caminho pelas vias mais longas, o tempo que passavam juntos nunca parecia ser o suficiente, sempre havia uma necessidade intrínseca por mais. Os cabelos soltos se bagunçavam ao vento, revoltos pelo excesso de sol e sal, seu elástico perdido e levado pelas ondas no momento em que Jungkook havia liberados os fios na praia. Ao seu lado os fios vermelhos, agora desbotados, não pareciam muito melhores, mas ele ainda continuava lindo. Es tan lindo, combina con el mar.

Os toques singelos e a proximidade estavam sempre presentes enquanto andavam lado a lado, um magnetismo corrente que os envolvia ativamente, talvez desde a primeira mirada, espalhando-se por todos os cantos, dentro e fora de seus corpos. De volta à Calle Norzagaray, Jimin passou o braço ao redor dos ombros de Jungkook puxando para mais perto, a necessidade da proximidade agindo novamente como impulso. Seus dedos acariciaram os fios avermelhados que saltavam na lateral da nuca exposta, ele podia sentir o arrepio que desceu pela espinha de Jungkook entre seus dígitos, uma reação tão palpável quanto sua pele, agora beijada pelo sol matinal. Ele tinha cheiro de mar e de amor.

Os ombros roçavam juntos a cada passo dado, os corpos pareciam se inclinar um para o outro com facilidade, e os sorrisos brotavam fácil entre as prosas levianas. A cabeleira vermelha roçou em sua bochecha quando Jungkook apoiou a cabeça sobre seu ombro, o gesto foi manhoso e tão manipulativo quanto os olhos travessos indicavam. Era inevitável se derreter diante da expressão matreira, e mais inevitável ainda não se sentir hipnotizado pelos lábios intrincados.

De repente, Jungkook estacou no lugar, a caminhada interrompida bruscamente com o reconhecimento do caminho que tomavam. – Jimin, você disse que a gente ia comer, mas porque você está me levando para casa?

- ¿Qué? Não, não é isso! Não vou te levar pra casa neno. – Jimin riu diante da expressão confusa. – Vou te levar para almoçar na minha casa bebé.

- Ãn? O que? – Seus olhos saltaram das órbitas com o anúncio repentino, e mais uma vez Jimin se desfez diante das diversas nuances que Jungkook lhe mostrava.

- Sí, cariño, vou te levar para almoçar en mi casa, você vai provar a comida de mi abuelo. – A destra de Jimin embrenhou por baixo da camisa de Jungkook alcançando a cintura fina com um aperto firme, o sorriso crescendo em seus lábios conforme o rubor se espalhava no rosto mais novo, um misto de surpresa e animação ganhando espaço em suas feições.

- Isso é sério? – Jungkook entrelaçou os braços ao redor do pescoço de Jimin, seus olhos brilhando intensamente como o sol do meio do dia.

Jimin assentiu com a cabeça, um sorriso de canto em seus lábios indicando seu divertimento com a euforia alheia. – Sí. – Ele empurrou os fios vermelhos para trás, fazendo-os se eriçar.

O rosto de Jungkook mais uma vez ganhou tons de rubro, seus olhos cintilavam curiosidade e interesse, tão cheios de tanto a oferecer. Jimin se sentiu satisfeito por sua decisão, era hora de mostrá-lo seu mundo, deixá-lo entrar e se aventurar nas coisas que ele podia oferecer. Hora de se deixar mergulhar a fundo.

Jimin segurou a mandíbula de Jungkook, seu polegar e indicador apertando as laterais e inflando as bochechas fofas. – Não quer ir? – Lambeu os lábios, seu olhar caindo para o bico fofo formado pela pressão de sua mão.

Os olhos de Jungkook se arregalaram e ele agitou a cabeça ferozmente. – Eu quero! – A exclamação saiu por entre os lábios espremidos arrancando uma risada de Jimin, que prontamente se inclinou e deixou um selinho no alvo de seu afeto, fazendo sorrir, os incisivos protuberantes ganhando visibilidade.

- Bueno, vamos. – Deixando uma mordida leve na bochecha avermelhada, Jimin girou nos calcanhares para seguir pelo caminho, os dedos livres sendo entrelaçados aos de um Jungkook risonho e animado.

A vista de Calle Norzagaray era sem dúvidas impressionante, não importava quantas vezes ele passasse por ali em um único dia, seu olhar sempre iria cair sobre a misturas de tons de azul para além das ruínas da muralha, onde o céu beijava o oceano com tenacidade. Abaixo da muralha o verde da grama e das poucas árvores espalhadas se misturavam com o colorido das casas fora da muralha.

Para Jimin, havia muito mais naquela vista que apenas a paleta de cores e vivacidade da ilha, havia a história da luta abafada, a história de um povo esquecido e marginalizado, havia a história por trás do preconceito e ódio disseminados contra vidas constantemente desvalorizadas. Ele via a sede por respeito e reconhecimento.

Havia uma atmosfera constante que envolvia o bairro de La Perla e sua população. É fato que em geral as pessoas adoram falar merdas sem ver as coisas por si próprias, e quando se trata de forasteiros, a língua escorria veneno contra aqueles que vivem em La Perla. Se andar por San Juan, possivelmente todos irão dizer para NÃO ir à La Perla. Obviamente, um equívoco que cresce com a disseminação de um preconceito monstruoso.

Nascida por volta do século XVIII, a comunidade havia sido inicialmente um matadouro criado como subterfúgio para se segregar os antigos escravos e criados não brancos sem abrigo do centro principal da população local, sendo estes alocados estrategicamente fora das muralhas da cidade e ao lado do cemitério Santa María Magdalena de Pazzis. Posteriormente os habitantes pobres de San Juan foram forçados a sair conjuntamente com os jíbaros, pessoas do campo, que emigraram para San Juan, estes estabelecendo-se no que se tornou La Perla. Um lugar construído por escravos, exilados e pariás que assumiu a reputação de ser perigoso e foi negligenciado pelo governo central.

Rumores de uma violência dificilmente experienciada e evidenciada são constantemente ouvidos pela rua da cidade, e o objetivo é manter-se ao máximo longe do local. O que muitos não sabem é que presente em La Perla há uma comunidade humilde e que se esforçava cotidianamente para afastar um estigma negativo que foi brutalmente imposto a eles ao longo da história da Old San Juan. Residentes unidos por uma rede de solidariedade e familiaridade, alastrando em seu meio uma lição de comunhão, indivíduos nascidos de muitas mães diferentes, mas que ali se faziam irmãos.

A comunidade de La Perla não é diferente de tantas outras comunidades nos EUA por exemplo, não havia sentido em taxar a população como formada por seres humanos maus, esta é uma comunidade que é sinônimo de resistência, que vai desde a luta por moradia, ao direito institucional mais básico: a vida. Tudo dependia de se respeitar o caráter das pessoas ali presentes para então poder testemunhar as coisas belas que não ouvem, nem vêem, sobre esta espantosa comunidade. Em verdade, muitos esquecem que o respeito é uma rua de dois sentidos. Se quiserem obtê-lo, têm de o dar.

Caminhando junto à grade sob a muralha, Jimin encarou a quadra de basquete pintada de amarelo, laranja, verde e roxo, um ponto multicolorido sobre o verde extenso da grama bem cuidada. Alguns garotos corriam e gritavam, a bola gasta passando de mão em mão, enquanto o público de nada mais que quatro pessoas ia à loucura. Mesmo tão à vista, ele duvidava que muitas pessoas se propusessem a olhar para baixo e apreciar uma cena tão singela e alegre.

Um Jungkook distraído mastigava o lábio inferior enquanto caminhava ao seu lado, os olhos curiosos olhando ao redor enquanto este imaginava qual seria o rumo tomado. Jimin sorriu com a visão abaixando a cabeça enquanto seu coração saltava no peito, seus dedos apertando os de Jungkook ainda mais forte. Quando ele ergueu o olhar novamente, ele podia ver a placa sobre a base cimentada, um desenho pintado em tons de azul e branco, simulando o céu sobre o oceano, em amarelo a frase "Comunidad LA PERLA" e ao lado uma concha com uma perola no meio.

- Vamos desce aqui neno. - Ele parou na calçada chamando a atenção de Jungkook para uma escada lateral a qual ele já havia reparado antes, mas nunca havia se aventurado a descobrir onde ia dar.

Jungkook assentiu alvoroçado fazendo os cabelos desbotados balançaram avidamente, ele seguiu Jimin para a descida que passava por sobre a grama, e consequentemente por sobre a muralha. Os primeiros degraus eram largos o suficiente para estarem separados um do outro a cada dois passos, a lateral do caminho possuía um corrimão com guarda corpo de aço. A escada era larga o suficiente para que os dois caminhassem lado a lado.

A construção de cimento se levantava um pouco após da muralha, podia ser visto as casas abaixo, uma delas se destacando por estar pintada como a bandeira de Puerto Rico, o telhado pintado de azul tinha uma estrela branca enorme no centro. Ao fundo do conjunto de telhados, o mar brilhava em um turquesa convidativo, as ondas suaves dançando e tornando a paisagem dinâmica.

Eles desceram a escada juntos, as mãos ainda unidas enquanto Jimin guiava o caminho, havia uma calçada de concreto ao fim da descida que se expandia tanto para a direita quanto para esquerda. Havia pequenos trechos de terra batida e grama, coqueiro e bananeiras podiam ser vistos espalhados por entre as casas. Ao fim na calçada no lado direito os gritos de diversão e o barulho da bola pesada batendo no chão podiam ser ouvidos vindos da quadra de basquete.

Jungkook foi direcionado pelo lado esquerdo do caminho, sendo guiado através do fundo de algumas casas, até que dobrando à direita ao fim deste se deparou com uma ruela que dava em uma pista asfaltada. Uma galinha passou correndo na frente de ambos, fazendo-o se sobressaltar surpreso.

O asfalto da rua parecia um pouco deteriorado na lateral, e diversas casas coloridas se erguiam receptivas de todos os lados. Haviam alguns carros estacionados pelo caminho, e pessoas caminhando despreocupadas. Jungkook observou tímido enquanto Jimin sorria e cumprimentava diversas pessoas enquanto passavam por entre as casas.

A rua possuía um leve declive, e eles desciam pelo que parecia serem ladeiras discretas. Algumas crianças corriam de um lado para o outro, e cachorros estavam soltos por aí. Durante o trajeto, era perceptível que estavam se aproximando cada vez mais do oceano.

Música alta ecoava de um bar em uma das esquinas por onde passavam, haviam pontos específicos pelas ruas que eram enfeitados com grafites artísticos tão cheios de cor quanto as casas que cercavam o local. Algumas tendas montadas pela rua pareciam vender bebidas e comidas, as pessoas estavam espalhadas pela rua, conversando, bebendo e comendo, sorrindo.

Em outro bar mais a frente, dois cantores dançavam enquanto a percussão marcava o ritmo da música, crianças se misturavam aos adultos no local, e um casal dançava animado no meio da rua. A tarde do feriado parecia agitada no bairro deixando o clima divertido e aconchegante.

Jimin notou o quanto Jungkook parecia surpreso e curioso com o local novo, o entusiasmo presente não apenas em suas feições, mas também em seu corpo enquanto andava. Seu braço havia se enlaçado ao de Jimin, e ele sorria para os desconhecidos como se estivesse sendo bem recepcionado pelos locais. Tê-lo confortável dessa forma fez o peito de Jimin aquecer.

Jimin se inclinou em direção à Jungkook, deixando um sussurro em seu ouvido. - Gosta do que vê bebé?

Os olhos de Jungkook cresceram e pareciam se tornar cada vez mais brilhantes – Sim! Eu não sabia que você morava tão perto, e esse lugar parece tão diferente do que vi até agora na cidade.

- Isso é porque você ainda não conheceu a parte realmente boa de San Juan. – Ele sorriu faceiro e roubou um selinho fazendo Jungkook corar.

- Hey, Jimin! – Alguém gritou enquanto eles passavam pela lateral de uma rampa, abaixo desta o chão e a parede estavam pintados com grafites lindíssimos. - Aquí! – Uma garotinha de aparentemente uns 10 anos veio correndo em direção a Jimin, ela tinha uma galinha nos braços, a cabeça da ave se agitando com o movimento indesejado.

- ¡Hola Milinha! – Jimin se desvencilhou de Jungkook e seguiu até a criança, está que quase bateu em si.

- ¡Jimin, el abuelo te estaba buscando! Carlos dijo que fuiste a la playa con un gringo, ¿fuiste? – Ela balançava o corpo para frente e para trás, a galinha em seus braços cacarejando em reclamação.

- Sí, lo estaba. – O sorriso em seu rosto se alargou e ele então apontou para Jungkook. - Míralo, ¿no es un gatito?

A garota se inclinou olhando além de Jimin, seus olhos cerrando enquanto ela julgava se achava Jungkook bonito ou não. - ¿Por qué tiene el pelo rosa? - Questionou intrigada.

- Porque no sólo es un gato, sino que tiene estilo. – Ele afirmou fazendo a garota abrir a boca como se entendendo a situação.

- Sí, es muy guapo y con estilo. – Ela deu uma risadinha enquanto saltitava em círculo fazendo a galinha engasgar a cada cacarejo. Jungkook assistia toda a movimentação sem compreender o que estava acontecendo, algumas poucas palavras sendo identificadas em seu vocabulário de espanhol, mas nada que pudesse ajuda-lo de fato. - ¿Es su novio? – Ela sorriu e cutucou o pé de Jimin com o próprio pé.

- Si él quiere. – Jimin cutucou a cintura da menina arrancando dela uma risada que parecia soar como a sua.

A garota parou de se mexer trocando a galinha de posição para ser segurada apenas no braço direito. Com a mão livre ela segurou o braço de Jimin. - Ahora vamos, el abuelo te está esperando. ¿El gringo va a comer con nosotros?

Jimin olhou para Jungkook que estava tímido e desconfortável ao assistir a cena meio afastado. – Jungkook venha aqui. – A pequena olhou para ele mais uma vez enquanto apoiava a galinha no quadril.

Jungkook caminhou até eles sentindo-se acanhado, ele parou ao lado de Jimin deixando metade do corpo escondido atrás do mesmo, sua mão automaticamente se fechado na parte de trás do short do mais velho como se pudesse se acalmar com o contato. – Oi. – Ele sorriu ao se dirigir para a desconhecida serelepe.

- Jungkook, essa é minha irmãzinha Jamile. – Jungkook fez um "o" com a boca, e então olhou entre Jimin, e agora a nova conhecida, Jamile, notando que de fato havia uma leve semelhança entre ambos. - Milinha, saluda a Jungkook.

- Hola, soy Jamile Lohane y tengo 9 años. – Ajustando nuevamente a galinha na lateral do corpo, Jamile estendeu a mão livre para um aperto de mão, seu sorriso tornando seus olhos duas meias luas assim como os de Jimin.

- Hola Jamile, eu sou Jungkook. – Jungkook apertou a mão da menina sorrindo de volta. – Você é muito fofa.

- ¿Qué? ¿Qué ha dicho? – Ela se dirigiu a Jimin um pouco confusa.

- Dice que eres linda, pero no conoce al diablillo. – Jimin zombou puxando o cabelo da pequeña em implicancia.

- Tú eres el diablo. Cara de burro. – Revidou ao afastar a cabeça das mãos invasoras. Jungkook segurou a risada, já que a palavra burro ele conhecia, tinha aprendido duas semanas atrás apenas para insultar Seokjin em espanhol.

- ¡Oye! Abusada. – Jimin ameaçou puxar o cabelo de Jamile novamente, e está correu na direção pela qual seguiam anteriormente, fazendo Jungkook gargalhar, seu corpo agora mais relaxado. – Não ligue para ela neno, vamos. – Jimin pegou Jungkook pela mão e seguiu atrás de Jamile.

A menina estava esperando um pouco à frente, eles agora caminhavam juntos rua abaixo. Jamile se virou e começou a andar de costas, a galinha agora em seus braços esticados na direção de Jimin. - No saludaste a María.

Jungkook encarou com confusão enquanto Jimin revirava os olhos. - ¿Cómo estás María? – Ele acariciou a cabeça da galinha que fechou os olhos com o toque em suas penas. - Y tú, pequeña diabla, mira hacia adelante, o te caerás.

Jamile mostrou a língua e apertou Maria em um abraço contra o tronco, girando nos calcanhares e descendo pela rua com animação. Um pouco adiante o mar se mostrou altivo e belo, do lado direito uma cerca roxa separava a rua da água do mar, e as casas seguiam agora apenas do lado esquerdo. Era um lugar belíssimo, e quem morava ali sabia admirar bem o que estava sendo oferecido.

Jamile correu em direção para uma das casas logo em frente à vista azulada, o cheiro de mar era agora inebriante, e a paisagem parecia um sonho. Ela abriu um portão branco e entrou em uma casa amarelada, essa era quadrada pintada em um tom de amarelo claro, havia uma janela e porta branca com azul combinando o conjunto.

Jimin guiou Jungkook para dentro tomando o cuidado de seguir adiante, as mãos nunca deixando uma à outra. - Abuelito, estoy en casa. – Jungkook engoliu em seco se sentindo nervoso, Jimin podia sentir a palma da mão do mais novo começar a ficar úmida contra a sua, e isso o fez parar por um momento.

- Neno, tudo bem? Você está bem com isso? – Ele parou em frente à Jungkook segurando o rosto rubro entre suas mãos. – Você quer comer aqui? Ou você quer que eu te leve para casa?

Jungkook balançou a cabeça freneticamente. – Quero ficar com você. – Ele não estava totalmente bem com a situação, seu estômago estava embrulhado de tanto nervosismo, de todas as coisas que rondaram sua mente durante aquele dia, nenhuma havia sido a possibilidade de ir a casa de Jimin e conhecer sua família. Mas ainda assim, a vontade de passar mais um tempo junto com ele o impulsionou a encarar de frente essa situação desconfortável.

Jimin olhou fundo nos olhos de Jungkook buscando por qualquer objeção. – Eu posso te levar de volta, você não precisa...

- Eu quero almoçar aqui. – Jungkook interrompeu e respirou fundo. – Eu... Eu não sou muito bom em conhecer gente nova, mas quero ficar mais tempo com você.

- Muy bien. – Jimin afagou a bochecha de Jungkook e então deu um passo para trás. – Minha família é uma boa família, você não precisa ter medo. – Jungkook abaixou a cabeça sentindo-se envergonhado, ainda assim tentando com todas as suas forças juntar coragem para entrar na casa de Jimin.

O som de passadas firmes chamou a atenção de ambos para dentro da casa, e então um senhor de idade surgiu segurando uma colher de pau em mão enquanto gritava. - Hijo de puta, te voy a arrancar el coro. – Atrás dele Jamile ria ainda com Maria em mãos, Jimin olhou para o avô sorrindo enquanto Jungkook sentia que iria desmaiar.

🕺

*Chega desfilando como se não tivesse desaparecido por dois meses inteiros.* Oi rs

Então, capitulo novo hein? hahahahahaha 

Ok. Eu repassei mil vezes em minha cabeça como poderia escrever a nota final do capitulo 8, e agora nenhuma delas vem em mente.  Muito menos a minha vontade de despejar meu intestino aqui para vocês. Então vamos com calma.

Acho que esse foi o bloqueio mais longo nesses meu um aninho de escrita, e ele surgiu devido a diversas questões emocionais, assim como a minha necessidade em focar no meu trabalho. Foi muito, muito difícil mesmo voltar a escrever, e esse capitulo parecia que não iria sair nunca. Eu passei um pouco mais de um mês me martirizando pra escrever a parte 8, e ainda assim não saiu como eu queria, na verdade, ela quase não saiu. Entretanto, entre o pensamento de apagar essa porra de perfil inteira e o pensamento de tentar ir devagar com as coisas, o segundo venceu, já que você querido leitor, está encarando (ou não) essa putaria minha aqui.

Bem, passado isso. Quero dizer que eu espero que vocês percebam a importância desse capitulo para o personagem, nós finalmente entramos na perspectiva da vida do Jimin, e quando comecei a pensar nesse personagem, não era exatamente este o caminho que eu tinha em mente para ele. Acontece que escrever Baila Conmigo me fez conhecer Puerto Rico e parte de sua história, ainda que eu nunca tenha ido à ilha, pesquisar sobre a cidade de San Juan e sobre a cultura dessa cidade me fez aprender coisas que eu não poderia deixar passar batido.

Acredito que as pessoas detalhistas possam ter notado pequenas dicas ao longo dos capítulos sobre as coisas que vi sobre a história dessas pessoas, que me lembra muito a nossa própria história, e essa semelhança me deixava ansiosa de um jeito bom, mas também de um jeito ruim.

Quando eu descobri sobre La Perla, isso me fez associar automaticamente às favelas do RJ e principalmente à injustiça sofrida pela população lá residente. Foi então que tive certeza que meu personagem estava caminhando exatamente para o homem porto riquenho que ele deve ser. E eu espero mostrar a minhas perspectiva sobre a comunidade de acordo com a visão que adquiri a partir do estudo SUPERFICIAL para escrever essa fanfic.

Sem mais delongas. Deixo abaixo uma foto (antiga) da vista de La Perla e da Old San Juan, circulado na parte de cima está onde seria a rua q o JK mora, e circulado abaixo a casa do JM. As setinhas estão indicando a muralha. 

Só um lembrete importantíssimo, eu uso locais e imagens reais como referência de ambientação, mas isso aqui é FICÇÃO, logo mesmo algumas ambientações sendo reais, não significa que as coisas sejam de fato como está escrito.

E sim a galinha é uma homenagem a Maria obviamente.

Beijos e pau no cu de Vanessa.

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