Vidas Entrelaçadas ☽︎𝑲𝑻𝑯+...

By vantecherries_

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Jeongguk amava seu irmão mais velho, Yoongi, isso era fato. Faria de tudo para vê-lo sorrir sem nem hesitar... More

Avisos e Trailer
Prólogo: Vidas Entrelaçadas
I. Um baile
II. Kim Taehyung
III. Chantagem
IV. Mentiras
V. Feliz Aniversário
VI. O casamento
VII. Nada bom dura muito
VIII. A verdade vem a tona
IX. Primeiros passos
X. Segundo passo
XI. Tentação
XII. Presentes de coração
XIII. Pesadelo
XIV. Passado, confiança e perdão
XVI. Punição
XVII. Despedida
XVIII. Capital
XIX. Sem ele
XX. Lupus Curate
XXI. Meu
XXII. Confissões
XXIII. Últimos dias
XXIV. De volta para casa
XXV. De corpo e alma
XXVI. Calor intenso
XXVII. Depois do calor
XXVIII. Novos planos
Epílogo: Um novo começo

XV. Proposta

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By vantecherries_

Tô de volta!

Agradeço a mulletdoteteco por betar o capítulo!

O capítulo contém cenas novas!

Usem a tag #EntrelacadosTK no twitter, podem mandar mensagens no meu curious cat se não quiserem se identificar, sigam meu perfil @Kim_Lala95 para spoilers e informações.

Comentem bastante, eu gosto de ver vocês 😭 e não esqueçam de votar, isso também é muito importante para o engajamento!

Tenham uma boa leitura!

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Décimo primeiro dia de Janeiro, quinta-feira
1848 anos depois da B.G.L
Daegu, Coréia do Sul

  Taehyung andava de um lado para o outro com as mãos nos cabelos, puxando os fios e parecendo um animal selvagem. Hwasa estava com os braços cruzados e DongYul tentava se controlar.

— Então quer dizer que SeokJin e Minah sabiam que Choi Hyungsik estava naquela festa? — o tio de Jeongguk, DongYul, perguntou mais uma vez.

Não conseguia acreditar naquilo.

— Sim. Meus parceiros interrogaram a noiva, afinal, ela e o noivo controlavam a lista de convidados e ninguém entrava sem permissão. Ela confessou que não conhecia aquele homem, mas SeokJin disse que o conhecia e que tinham um trato. Não podemos o acusar de nada ainda, não temos provas o suficiente — Hwasa dizia seriamente.

— Impossível! Todos os irmãos e irmãs dos pais de Jeongguk sabem do incêndio e do abuso que ele quase sofreu quando teve o primeiro cio! — Taehyung esbravejou — Era óbvia a intenção de SeokJin quando deixou aquele homem vir até aqui!

— Taehyung, não podemos fazer suposições. Iremos investigar mais, e punir os culpados quando tivermos provas o suficiente para os acusar. Se acalme e apenas fique o máximo de tempo possível perto de Jeongguk, até a execução de Hyungsik — Hwasa segurou os ombros do amigo, olhando fixamente em seus olhos.

Não saia do lado dele naquele casamento. Volte para o quarto e não o deixe sozinho, estão tentando matar vocês dois por algum motivo. Minhas suspeitas são que SeokJin está querendo vingar a irmã dando um jeito de tirar Jeongguk da jogada. Hyungsik deve estar trabalhando com alguém que quer Taehyung morto e, seguindo essa lógica, Seokjin não sabia que o objetivo do Choi era matar, não separar — a mulher concluiu soltando o alfa.

— Já passou isso para os outros? Todos os oficiais envolvidos nesse caso pre-

— Sim, Taehyung, eu já os informei. Não se esqueça que Jeongguk está dormindo sozinho. Ande, saia logo daqui! — Hwasa interrompeu o Kim, o empurrando até a porta em seguida.

Taehyung não pensou duas vezes antes de deixar o escritório de DongYul e subir as escadas para ir atrás de Jeongguk.

Após a última conversa com V, onde recebeu o perdão que tanto almejava, Jeongguk dormiu sobre o peito do alfa, que somente quando teve certeza de que o ômega estava relaxado, deixou Taehyung voltar totalmente ao controle. Os olhos agora estavam completamente castanhos e se sentia em paz com seu lado lupino.

Quando Taehyung abriu a porta do quarto, se deparou com uma cena adorável. Jeongguk estava dormindo todo encolhido no canto da cama. A blusa que vestia cobria suas mãos, que estavam segurando um travesseiro grande contra o peito.

Taehyung sorriu enquanto fechava a porta e depois se aproximou do marido em silêncio. Se assustou quando o ômega se virou e caiu da cama, mas continuou dormindo.

— Que sono pesado… — murmurou sozinho, sorrindo de canto e pegando o marido no colo para deitá-lo novamente na cama.

Durante os três dias que ficou apagado, Jeongguk não dormiu direito apenas para cuidar dele. Seria adorável, se não fosse preocupante.

No momento, o ômega descansava para recuperar as energias e nem protestou contra isso, o que era gratificante. Ao menos sabia suas limitações.

Taehyung pegou um livro que estava desejando ler há tempos e se sentou ao lado do marido, que rapidamente se aproximou e abraçou sua coxa esquerda. Sorriu e acariciou os cabelos negros, era só sentir seu cheiro e presença que o ômega grudava em nele, mesmo que ainda estivesse assustado.

Se sentia amado em situações como aquela, onde seu marido lhe cuidava e dava carinho.

Temos incertezas de muitas coisas durante nossa vida, e Taehyung tinha muitas. Não sabia o que aconteceria depois do casamento, nem como Jeongguk reagiria a execução de Choi Hyungsik. Tampouco se poderia se aproximar intimamente dele após tudo o que aconteceu e muito menos se poderia marcá-lo.

Mas, naquele momento, tinha certeza de apenas uma coisa: Amava Kim Jeongguk com todas as suas forças.

E, convenhamos, ele era muito forte.

━━━━━☽︎☀︎︎☾︎━━━━━

  Quando Jeongguk acordou, o Sol já havia se escondido no horizonte e a Lua branca enfeitava o céu junto com as estrelas.

O ômega percebeu que estava abraçando algo mais duro que seu travesseiro, então abriu os olhos devagar, se deparando com uma perna coberta por uma calça preta de couro. Sentiu também um carinho leve em sua bochecha, então olhou para cima, encontrando Taehyung concentrado em um livro, que cobria seu rosto.

Se levantou e esticou os braços para cima, se espreguiçando. Colocou a mão na frente do nariz quando bocejou, o que fez Taehyung rir baixinho, observando o ômega.

— Por que cobre o nariz ao invés da boca? — indagou com um sorrisinho bobo.

— Não sei — deu de ombros se levantando. Não havia olhado para o rosto do alfa ainda — Que horas são?

— Exatamente oito horas da noite — Jeongguk arregalou os olhos.

— Pelos Grandes Lobos! Titia pede para servirem o jantar às oito e meia! Eu dormi toda a tarde! — o ômega andava pelo quarto nervoso, até abrir a primeira gaveta da cômoda e tirar uma blusa preta de gola alta e uma calça preta social — Eu vou tomar um banho rápido.

— Jeongguk, não perceb- — Taehyung parou de falar quando o marido fechou a porta do banheiro.

Suspirou pesado e fechou o livro que estava lendo. Já havia tomado banho antes, então bastava apenas trocar sua roupa para uma social, colocar um par de sapatos e ajeitar o cabelo.

Aproveitou enquanto o ômega tomava banho e colocou uma roupa apresentável. Vestiu uma blusa preta de gola alta, um sobretudo peludo marrom queimado, calças pretas e sapatos de cano alto, logo se sentando no banco da penteadeira que estava no canto do quarto.

Penteou os cabelos lisos para o lado e passou um pouco de gel para os manter ali, deixando sua testa aparente. Sorriu fraco quando percebeu que suas olheiras quase não estavam mais presentes e que agora seus olhos se manteriam castanhos por um longo tempo.

Estava voltando a ser quem nunca deveria ter deixado de ser.

Baixou o olhar e percebeu que a caixinha de jóias de Jeongguk estava aberta e, bem ao lado, tinha a caixinha de música que o presenteou em seu aniversário.

Ele realmente gostava dela.

Na caixa de jóias tinha apenas brincos e anéis que havia trazido de outras viagens e isso lhe fez sorrir. O ômega tinha muitas jóias e a maioria foi adquirida antes de se conhecerem, mas preferiu trazer consigo apenas as que ganhou de seu marido.

Riu fraco, pegando dois brincos de argola de ouro e colocou ambos em sua orelha direita. Gostava de usar jóias, o que era incomum para um alfa. Mas não era um simples alfa, foi criado para ser uma mulher e acabou se apegando a algumas coisas que aprendeu, mesmo que nada daquilo que vivenciou formasse, de fato, uma mulher. Qualquer um poderia aprender tudo o que aprendeu, independente do gênero.

Descobriu que gostava de jóias e algumas roupas extravagantes, assim como gostava de cozinhar, e não se importava em lavar louças ou roupas. Mulheres têm muito mais a oferecer do que isso, são muito mais que roupas extravagantes e serviços domésticos. Saber e gostar de tudo aquilo não fazia Taehyung e nem ninguém ser considerado uma mulher.

Jeongguk saiu do banheiro rapidamente, ajeitando o cinto fino de couro em sua calça, com a toalha jogada em sua cabeça. Olhou para o relógio no canto do quarto e percebeu que eram quase oito e meia. Se apressou ainda mais em vestir um blazer preto e calçar seus sapatos.

Taehyung deixou a penteadeira assim que o ômega correu em sua direção para arrumar os cabelos.

— Por que toda essa pressa? E por que está tão preocupado com sua beleza assim? Você já é naturalmente lindo — Taehyung arqueou a sobrancelha, cruzando os braços.

— Hoje é aniversário da titia. Ela não gosta de ter grandes celebrações nessa data, então, aproveitou que quase toda a família está aqui e escolheu apenas o jantar para celebrarmos — Jeongguk disse, enquanto passava um gloss de morango, finalizando tudo ao pegar um par de argolas pequenas para colocar nas orelhas, além de um anel de ouro com um grande rubi no meio e seu anel de noivado, que somente deixava seu dedo quando o ômega precisava se banhar, juntamente com a aliança de casamento.

Não largava aquelas jóias por nada.

— Por que não me disse sobre isso? Por sorte acabei trazendo um presente a mais de minha viagem — o alfa se virou de costas e foi até a cômoda, pegando um embrulho vermelho de dentro da gaveta.

— Não tive oportunidade — Jeongguk deu de ombros e se levantou para pegar uma caixa roxa em cima da mesa de cabeceira.

— Vamos descer então? — Taehyung indagou oferecendo o braço para o mais novo.

Jeongguk baixou o olhar e enlaçou ambos os braços. O alfa suspirou pesado, seu marido sequer havia lhe olhado, e provavelmente evitaria o olhar pelo resto do jantar.

Já o pobre ômega não queria se magoar. Tinha medo de olhar para o marido e ainda ver os olhos vermelhos. Precisava de um pouco mais de tempo para digerir tudo o que escutou para, só então, encarar o alfa.

Enquanto Taehyung estava apagado, pôde ter alguns flashes de sangue em seu rosto, o que lhe tirou noites de sono. V havia lhe prometido que traria Taehyung de volta, mas ainda tinha receio de encontrar os olhos vermelhos e não castanhos.

Ao chegarem na sala de jantar, Jeongguk correu para perto da tia e lhe abraçou apertado, desejando felicidades a ela e parabenizando.

Em seguida, entregou o presente roxo. Taehyung não fazia ideia de quando o ômega havia comprado aquilo, mas sabia que não havia sido com o dinheiro que recebia em suas viagens.

Após se casarem, a herança dos pais dele foi dividida e as terras que lhes pertenciam foram partidas para os irmãos. Jeongguk usava sabiamente o dinheiro que estava no banco, e provavelmente usou dele mesmo para comprar o presente de sua tia.

— Oh querido! Estava querendo esse vestido há tempos! Muito obrigada meu bem — Sohyun abraçou o sobrinho com carinho — E Yoongi me deu os saltos que combinam, minhas filhas deram as jóias e meu marido o chapéu. Vocês todos combinaram isso, não é?

— Certamente — DongYul confirmou sorrindo e beijando a esposa — Leoniin e Haneul ficaram de comprar o perfume e o kit de maquiagem.

— O senhor sempre estraga a surpresa, papai — a voz de Haneul se fez presente naquele cômodo — Any me ajudou a escolher a maquiagem, mamãe. Feliz aniversário — o alfa abraçou a progenitora com um sorriso meigo.

— Obrigada meu amor! E onde está minha linda Anyliin e a pequena Akemi?

— Estamos aqui — uma bela ômega ruiva apareceu na sala de jantar, com um bebê dormindo em seu colo. Ela claramente era estrangeira — Vou pedir para alguém tomar conta da Aki enquanto jantamos. Aliás, feliz aniversário So — se aproximou da sogra e deixou um beijo na bochecha dela.

— Obrigada querida. Akemi está quietinha hoje — constatou sorrindo e deixando um beijo na testa da pequenina.

— Posso levá-la para cima? Mal tive tempo de segurá-la em meu casamento — Jeongguk pediu de repente, sorrindo meigo. Anyliin sorriu e com calma colocou a filha nos braços do outro ômega.

— Olhe para a carinha dela. Gostou de seu cheiro — sussurrou acariciando os cabelos da pequena alfa.

Taehyung observava a cena em silêncio, sentindo um calor estranho no peito enquanto Jeongguk fazia barulhinhos com a boca e acariciava o rostinho do bebê com a ponta do indicador.

Será que desejava ter filhos?

— Ela é linda como você, Any noona — Jeongguk sorriu, apreciando o peso do bebê em seu colo — Vou subir, tudo bem?

Anyliin assentiu e assim o ômega Kim subiu as escadas com calma. Conhecia a ruiva desde que eram crianças, assim como Elizabeth. Ambas vieram do mesmo país, em busca de melhores condições de vida, e firmaram amizade com a família lúpus.

Com o tempo, se apaixonaram pelos alfas primos de Jeongguk e Yoongi e, quando atingiram a maioridade, se casaram. Jeongguk apreciava aquilo, suas melhores amigas e seus primos haviam casado por amor verdadeiro.

Olhava com carinho o bebê em seu colo, dormindo serenamente. Por ter poucos meses, a pequena Akemi ainda tinha o cheirinho de leite que todos os filhotes tinham, mas podia começar a sentir um leve aroma de amoras silvestres.

Encostou o nariz na bochecha da pequena e esfregou levemente ali, em um carinho suave. Em seguida, adentrou o quarto que era de Haneul, encontrando um berço ao lado da cama. Deixou Akemi ali dentro e ao se virar, viu Sunhee, a governanta, na porta. A mulher havia praticamente lhe criado junto de Sohyun.

— O senhor será um bom pai algum dia, senhor Kim — sorriu docemente para o ômega, que retribuiu.

— É o que desejo. Ter um belo filhote para chamar de meu e criar com todo o amor que fui criado — olhou para a senhora com gratidão.

— Sei que vai, pequeno Jeongguk — Sunhee disse baixo, deixando um beijo casto na testa lisa do ômega. Jeongguk segurou suas mãos enrugadas e as beijou, logo saindo dali para finalmente jantar.

━━━━━☽︎☀︎︎☾︎━━━━━

  Durante todo o jantar, Elizabeth e Anyliin trocaram farpas com Nabi e Seokjin. Era claro como os irmãos Kim debochavam de Jeongguk e isso irritava as mulheres que cresceram com aquele ômega.

Enquanto isso, o próprio Jeongguk esbanjava a aliança de casamento e os anéis que ganhou do marido. Sempre que possível, fazia graça com a mão esquerda para esfregar na cara de Nabi que aquele alfa lhe pertencia, além de tocar mais do que o comum no mais velho.

Se era guerra que ela desejava, guerra ela teria.

Elizabeth já era temperamental e ficava ainda mais com a barriga de sete meses. Hwasa se divertia com a ômega, acompanhou sua primeira gravidez e agora acompanhava a segunda. Sabia que dali sairia um alfa, já que o temperamento estava dez vezes mais forte.

A primeira gravidez foi bem mais tranquila, porém a estrangeira chorava por tudo, o que denunciava que teria um ômega como primeiro filhote.

Em algum momento, após Sohyun ir para a cozinha terminar de arrumar o próprio bolo, já que não aguentava ficar muito tempo parada, Nabi gritou com Anyliin por conta de um comentário sobre a bela aliança de Jeongguk, o que fez Haneul rosnar alto. O alfa era extremamente calmo e doce, diferente de sua esposa, porém, ninguém poderia gritar com sua ômega.

Jamais ouse levantar a voz para a minha esposa novamente. Não me importa se és minha prima, não hesitarei em cortar sua língua fora! — o alfa ameaçou, deixando os olhos azuis se tornarem amarelos.

— Amor, está tudo bem. Se acalme, sim? Pode ir ver se está tudo bem com nossa filha? — Anyliin sorriu docemente para Haneul, acariciando sua coxa por debaixo da mesa. Sabia que apenas o cheirinho doce de sua filha acalmaria os sentidos do mais velho.

— Certo — respondeu, deixando um beijo leve nos lábios da ruiva e saindo em seguida.

— E eu só disse que a aliança de Jeongguk é extremamente linda e que ele e Taehyung são um belo casal, nada demais — Anyliin deu de ombros olhando desafiadoramente para a alfa que estava do outro lado da mesa.

— O que é uma tremenda falta de respeito, visto que quase me casei com Taehyung — Nabi rosnou mais uma vez.

“Mas isso é o fim da picada!” Jeongguk pensou, farto de tudo aquilo.

— Mas não casou, uma pena não é, queridinha? Não adianta mais chorar pelo leite derramado — Jeongguk proferiu olhando para suas próprias unhas, nem se prestando ao trabalho de encarar aquela mulher — Por sorte já me lambuzei com esse leite que não deixei derramar.

Elizabeth, Anyliin, o casal Park e as gêmeas riram alto. Jeongguk sabia provocar, ainda mais com uma insinuação daquelas. Taehyung mordeu o lábio para não rir, seu marido mexia com fogo.

De repente um guardanapo de seda foi jogado em direção ao ômega Kim, o fazendo olhar para Elizabeth, que tinha a cadeira levemente inclinada e ria alto da expressão do amigo.

— Que safado Jeongguk! Como pode ser tão despudorado? — indagou rindo.

— Falou quem já está no segundo filhote! — rebateu, e agora outro guardanapo de seda acertou sua face risonha. Leoniin tinha as bochechas levemente coradas e a expressão enfezada.

— Cuidado com o que fala, o próximo pode ser você — o alfa debochou do primo, vendo-o engolir em seco.

— Estou bem sem filhotes por enquanto, afinal nem mesmo posso conceber algum — disse baixando o olhar.

— Foi com isso que se casou Taehyung? Com alguém que sequer pode lhe dar filhotes? Deveria ter se casado comigo, hoje já teríamos alguns — Nabi rosnou, mostrando os dentes para Jeongguk, que apenas sorriu ladino e segurou o bíceps forte de Taehyung, massageando despudoradamente.

— Quem está sendo desrespeitosa aqui é você, queridinha. Sou casado com Taehyung há mais de três meses, não deveria ficar cheia de ciúmes e dizendo que quase se casaram e que agora poderiam ter filhos. Você perdeu a oportunidade, eu não. Esse homem pertence apenas a mim, lide com isso, fofa — o sorriso debochado não saia dos lábios de Jeongguk, enquanto encarava a alfa que tinha o rosto vermelho de raiva.

— Olhe bem como fala com minha irmã, seu pirralho mimado e egoísta — Seokjin rosnou, apontando uma faca para o ômega.

— Jin, pare com isso — Minah pediu, tocando a perna do noivo, porém ele rosnou para ela, a fazendo se encolher.

— Olhe bem você como fala com o meu marido — Taehyung rosnou, se levantando e batendo as mãos na mesa — Como ousa apontar uma faca para ele?

— É meu primo, posso fazer o que eu quiser! — Seokjin se levantou igualmente — Se esse mimadinho tivesse feito o trabalho dele de ficar quietinho sem se jogar pra cima de qualquer alfa que vê, você e Nabi estariam casados agora!

— Já chega! — Taehyung avançou para cima do outro Kim, o empurrando no chão.

Taehyung! Taehyung, para! — Jeongguk tentou se aproximar do marido, mas não estava com real vontade de afastá-lo do primo.

Se sentia ofendido, não tinha feito nada de errado para ser tratado como uma meretriz.

Taehyung! — chamou mais uma vez e viu o marido parar de socar o outro alfa.

— Me desculpe — pediu se levantando com a cabeça abaixada.

— Vamos subir, antes que titia te veja nesse estado — disse suave, tocando as costas do alfa com as pontas dos dedos.

— Vou subir com Seokjin — Minah falou, ajudando o noivo a se levantar.

Jeongguk apenas ignorou e guiou o marido escada acima até entrarem em seu antigo quarto.

— Você não tem jeito, Kim — o ômega resmungou, começando a tirar seu blazer, de costas para o outro.

— Olha só quem fala. Era você que estava esfregando na cara daquela vadia que você tem o que ela nunca poderá ter — Taehyung retrucou, tirando o sobretudo grosso — Palavras suas.

— E eu ia fazer o que? Deixar ela pensar que me abala e continuar falando sobre como vocês seriam felizes juntos? — indagou ironicamente, jogando o blazer preto em cima da cama e se sentando para retirar os sapatos.

— Tem razão — foi tudo o que Taehyung disse. Ambos ficaram em silêncio, trocando de roupa de costas um para o outro.

Voltando à estaca zero.

— Vai continuar assim? Sem me olhar, sem falar direito comigo? — o alfa perguntou baixo, se sentando atrás do marido.

— Estou com medo — Jeongguk respondeu, sentindo o mais velho tocar suavemente seus ombros e a respiração quente batendo em sua nuca.

— De V não ter cumprido com o que disse? Olhe para mim — ordenou baixo, com a voz de alfa.

Jeongguk gemeu fraco, deixando o corpo cair em cima do marido. Olhou para cima e se deparou com os belíssimos olhos de amêndoas.

Seus olhos são lindos — sussurrou, sorrindo largo — V ganhou mais um ponto de confiança.

— Isso é bom — Taehyung sorriu, ajeitando o marido entre as pernas — Tente se controlar depois de amanhã, estaremos em um casamento.

— Eu posso beber? Por favor? — indagou manhoso, com um biquinho nos lábios. Desde seu casamento, Taehyung controlava o tanto de álcool que o ômega ingeria.

— No máximo uma garrafa. Não vai querer arrumar um escândalo com sua prima, não é? — Taehyung perguntou, beijando lenta e repetidamente a bochecha do marido.

— Talvez eu queira… Mas não vou, em respeito a Minah. Ela parece ser uma boa pessoa, apesar de estar se casando com um babaca. Eu conheço meus primos e Namjoon é o único que presta — resmungou se livrando dos braços do alfa e deitando ao lado dele — Vem?

Jeongguk estava deitado de barriga para cima e com um braço esticado, esperando o alfa se deitar em seu peito. Era sempre assim, quando não dormiam de conchinha, Taehyung deitava no peito do ômega e apreciava os carinhos que recebia nos cabelos.

O alfa sorriu se aconchegando no peitoral alheio, puxando a coberta para cima de ambos. O silêncio dominou o cômodo por longos minutos e Taehyung achou que o marido havia dormido, mas quando levantou a cabeça para conferir, deu de cara com os olhinhos brilhantes lhe encarando.

— Não me deu um beijo de boa noite — Jeongguk reclamou sorrindo fraco.

Segurou o queixo do alfa e o puxou para si, beijando calmamente os lábios grossos. Não passaram do selinho, pois o mais novo quebrou o contato antes de se aprofundarem.

Ainda estava receoso. Precisava de um tempo.

— Boa noite, Jeonie…

— Boa noite, meu TaeTae — sussurrou beijando os cabelos castanhos, vendo um sorriso crescer nos lábios do alfa.

E assim, dormiram tranquilamente pela primeira vez desde que chegaram ali.

Décimo segundo dia de Janeiro, sexta-feira
1848 anos depois da B.G.L
Daegu, Coréia do Sul

  Quando Taehyung acordou no dia seguinte, seu marido não estava ao seu lado e isso lhe alarmou. Jeongguk não podia ficar sozinho, ainda mais depois do que ocorreu na noite anterior.

Se levantou da cama e saiu do quarto, ainda de pijama. Vagou rapidamente pelos corredores, se apoiando nas paredes graças a perna falha e a estranha dor que sentia nas costelas. Seguiu o cheiro de morango e mel, até chegar em frente ao quarto de Namjoon e Hwasa. O que ele estaria fazendo ali, afinal?

— Então Jeongguk, o que me diz? — pode escutar a voz da alfa meio abafada.

Eu aceito — Taehyung piscou confuso. Aceita o que?

— Certo. Daqui três dias ocorrerá a execução de Hyungsik, após isso terá até dia vinte e oito para mudar de ideia. Irei te buscar dia vinte e nove, então esteja pronto logo de manhã — o alfa sentia o coração acelerado, o que estava acontecendo? Por que Hwasa levaria Jeongguk? — Você não vai dizer ao Taehyung, não é? Eu duvido que ele vai te deixar ir embora fácil assim.

O silêncio que teve em resposta fez lágrimas se acumularem nos olhos do alfa. Bastava piscar e elas iriam rolar.

Hwasa estaria levando seu marido para longe, provavelmente por tudo o que aconteceu desde que chegou naquela casa, afinal tinha pedido para que ela o protegesse, e isso incluía até mesmo ele. Estaria o levando para longe pelo medo que Jeongguk deveria sentir após vê-lo quase matar alguém em sua frente e por espancar seu primo sem remorso.

Mas só fez aquilo para proteger seu ômega!

— Taehyung tem o direito de saber, ele é meu marido. Não pode simplesmente acordar um dia e não fazer nem ideia de onde estou — Jeongguk respondeu e passos ecoaram pelo cômodo — Irei falar com ele após a execução, para conversarmos com calma.

A porta se abriu e o alfa se deparou com o belo rosto de seu marido. Não ousava piscar, pois se fizesse isso iria chorar.

Jeongguk encarou confuso o mais velho apoiado na parede com o corpo parcialmente curvado e a mão direita na costela esquerda, mas sua expressão suavizou ao ver seus olhinhos castanhos completamente molhados por lágrimas.

— Tirando conclusões precipitadas, não é? — indagou suave, passando o braço do alfa por seu pescoço, o ajudando a ficar em pé — Bom, teremos que conversar agora graças a sua grande curiosidade.

Taehyung não falou nada, apenas deixou o ômega lhe guiar para o quarto que dividiam.

— Preciso ver esse ferimento antes de qualquer coisa — Jeongguk disse, deitando o marido na cama e puxando a blusa para cima — Aish… Dois pontos abriram.

— Isso é muito ruim? — questionou baixo olhando para o moreno, que negou com a cabeça.

— Só preciso fazer a mistura certa para aplicar aí — respondeu, pegando mais uma vez aquela mesma maleta com ervas e instrumentos médicos — Isso é culpa sua! Se não tivesse partido pra cima de Seokjin ontem, estaria tudo bem! Eu te disse para não fazer esforços, não disse?

Taehyung deu de ombros enquanto o observava moendo algumas ervas até formar um líquido estranho.

Jeongguk pegou uma seringa e se aproximou do marido, puxando seu braço e colocando um elástico no bíceps. Taehyung abriu e fechou a mão, sentindo o algodão com álcool passando por sua pele, bem em cima de uma veia saltada. Jeongguk enfiou a agulha com cuidado, puxando um pouco do sangue alheio.

— O que você está fazendo? — Taehyung indagou confuso, vendo o ômega voltar para perto da cômoda onde estava preparando a tal mistura.

— Manipulando seus hormônios de alfa para curar esse ferimento. Essas ervas geralmente são usadas para o tratamento de ômegas que são atacados por alfas, elas aumentam o número de hormônios lupinos para retirar o veneno do corpo e curar mais rápido o ferimento — falou, concentrado em misturar o sangue alheio com o líquido estranho — Só que o problema é que às vezes aumentam tanto, que os hormônios se misturam com o veneno do alfa e pode levar o ômega a óbito.

— E tem certeza que isso não vai me matar? — indagou quando o ômega se aproximou.

— Não vai, o veneno já saiu de você — em seguida, Jeongguk enfiou a agulha perto do ferimento do marido, injetando o líquido em seu organismo. Taehyung gemeu sôfrego com a dor que sentiu no local, vendo a laceração “queimar” até se fechar completamente — Agora posso tirar os pontos.

— Se isso ia curar meu ferimento, por que não fez antes? — Taehyung perguntou, vendo o ômega repetir os mesmos processos de quando tirou os pontos de sua coxa.

— Não ia curar. Seu corpo estava fragilizado pelo veneno saindo e, se fizesse isso, te mataria — respondeu concentrado em desfazer os pontos para depois cortá-los — Fique quieto agora, por favor.

O alfa obedeceu e apenas deixou o marido terminar seu trabalho. Sentiu o paninho gelado com álcool ser passado por cima da cicatriz, em seguida o mesmo gel que foi usado em sua coxa.

— Pronto. Sarou seu dodói — Jeongguk falou se afastando. Taehyung ainda lhe encarava com uma expressão séria, esperando uma explicação para o que ouviu — Não me olhe assim, você só ouviu parte da conversa.

— Parte essa, em que soube que Hwasa pretende te tirar de mim e você concordou com isso — mencionou abraçando o próprio corpo, acuado. Estava com medo de perder Jeongguk.

— Novamente, apenas parte da conversa. Eu não sabia como você iria reagir a isso, ainda mais nesse estado de nervos a flor da pele — Jeongguk se sentou de frente para o alfa — A questão é que Hwasa me convidou para iniciar um treinamento no hospital da capital, por, provavelmente três meses.

— O q-que…? — Taehyung sentiu a cabeça rodar. Três meses? Três meses sem Jeongguk?

Mas era o sonho dele. Seus sentimentos estavam confusos, agora estava feliz pela oportunidade de ouro que seu marido recebeu, e acuado com medo de perdê-lo

O silêncio predominou o quarto por longos minutos. O ômega continuava encarando o mais velho, apreensivo. Seu sonho era ser médico e ali estava a oportunidade de sua vida, mas tudo dependia de Taehyung.

— T-três meses? E-eu só vou para a capital uma vez ao mês, e provavelmente nem vou poder t-te ver — o alfa respirava pesado pela informação recebida.

— Ainda poderemos trocar cartas e telefonemas. Taehyung, esse é o meu sonho — disse seriamente, quase como uma súplica.

— Eu sei, e eu nunca seria capaz de te impedir de segui-lo! E-eu só… V-você me promete que vai m-me mandar cartas ou ligar? E que n-não vai desistir de mim! P- — antes que o alfa implorasse, Jeongguk o beijou. Sentia as lágrimas escorrendo pelo rosto amorenado conforme acariciava as bochechas já vermelhas e movia os lábios devagar.

O beijo era calmo e salgado, graças ao pranto do mais velho. Mesmo assim, Jeongguk acariciava os cabelos e bochechas do marido, passando tranquilidade em meio ao desespero de Taehyung.

— Não se preocupe. Confie em mim e ficaremos bem — declarou quando o ar faltou. Beijou a testa de Taehyung e as bochechas molhadas.

— Eu confio… — respondeu beijando mais uma vez os lábios do ômega.

— Que bom. Fico feliz que não tenha me impedido de seguir meu sonho. Mas também fico triste, pois ficarei longe de ti — Jeongguk se ajeitou entre as pernas do marido, acariciando suas bochechas.

— Eu nunca te impediria de ser feliz, meu amor — o apelido carinhoso agraciou os ouvidos de Jeongguk, já sentia falta de escutar a voz do alfa lhe chamando daquele jeito.

— E eu agradeço muito por isso — abraçou o pescoço de Taehyung, sentindo as pernas grossas enlaçando sua cintura.

Décimo terceiro dia de Janeiro, sábado
1848 anos depois da B.G.L
Daegu, Coréia do Sul

  Jeongguk cruzou os braços e bufou. Seokjin já havia se casado, finalmente, e agora estava apenas sentado observando os casais dançando.

Taehyung havia acabado de lhe deixar para pegar alguma bebida para ambos. Por algum infortúnio, Nabi estava sentada ao seu lado e tagarelava sem parar sobre como era boa em tudo que fazia.

— Fique calmo — Jeongguk murmurou para si mesmo — Só algumas horas e estará livre do demônio.

— Não cansa de reclamar de tudo, pirralho? Ah! Não deve ter nada de bom para falar de si mesmo — Nabi disse debochada.

— Pelo menos eu vou trabalhar e não precisarei viver às custas do meu marido ou dos meus responsáveis — rebateu igualmente debochado.

— Ômegas servem apenas para cuidar da casa e dar filhotes, e nem isso você é capaz de fazer. Não devem trabalhar.

— Mas eu vou, queridinha. E na capital — Nabi riu com aquilo.

— Que ótimo saber disso. Terei Taehyung para mim assim que partir. Vá e não volte nunca mais, é um imenso favor que nos faz — sorriu debochada, fazendo o sorriso de Jeongguk aumentar, junto com sua raiva.

— E quem disse que meu alfa vai ficar aqui? Ele vem comigo — deu de ombros.

Aquilo era uma mentira, Taehyung não podia ir para a capital consigo pois tinha que manter o comércio de ervas medicinais ali em Daegu.

— É o que veremos. Quando, e se, voltar, nós dois já estaremos casados e você vai ficar na rua da amargura — a alfa beliscou com força a cintura de Jeongguk usando as unhas e cortando um pouco da pele sensível.

— Vadia! — Jeongguk rosnou torcendo a mão alheia — É você quem vai viver na rua da amargura se continuar sendo tão demoníaca assim. Ninguém te quer.

— E acha que o Kim te quer? Ele só quer o seu dinheiro. Se te quisesse mesmo, teria te marcado verdadeiramente, e duvido que te deixaria ir para a capital. Ele não te quer, deixe de ser um pirralho iludido — Nabi sorriu vitoriosa ao ver o primo fraquejar. Jeongguk baixou o olhar e mordeu o lábio.

— Jeonie? Está tudo bem, meu amor? — a voz de Taehyung acariciou seus ouvidos como sua melodia preferida.

O alfa sentou ao lado do marido, deixando as taças de vinho sobre a mesa e abraçando os ombros do ômega.

— Nabi está me importunando de novo. Hyung, ela está sendo muito cruel — disse de modo choroso, fazendo um biquinho.

Falso, definitivamente não faria aquilo em público se não fosse para ver a expressão derrotada de Nabi quando Taehyung lhe defendesse com garras e presas.

— E o que essa víbora está dizendo ao meu bebê dessa vez? — indagou passando o polegar pela bochecha vermelhinha.

Nabi iria falar algo, mas recebeu um olhar tão mortífero de Taehyung, que até mesmo sua parte lupina tremeu de medo.

— Ela disse que você só está interessado no meu dinheiro e por isso não me marcou e está me deixando ir para a capital — deitou o rosto na mão quente do alfa, aproveitando o carinho que recebia na bochecha.

— Teremos uma conversa séria sobre esse assunto de ir para a capital quando chegarmos em casa — afirmou cessando o carinho, vendo a expressão confusa de Jeongguk e a vitoriosa de Nabi.

— C-como assim? Já conver-

— Não, nós não conversamos — interrompeu seriamente.

— Achou mesmo que ele deixaria você ir para a capital, ficando longe dos olhos dele, ainda mais sem uma marca? Ele não arriscaria ganhar a fama de ser traído pelo próprio marido — Nabi disse debochada, cruzando os braços.

— Dobre sua língua quando se dirigir ao meu ômega, antes que eu arranque ela e te faça engolir — Taehyung rosnou, puxando o marido para sentar de lado em seu colo, longe daquela alfa.

— Ela também me beliscou… — revelou magoado, se encolhendo contra o peito do marido. Levantou a blusa preta e mostrou o fino filete de sangue que escorria de sua pele machucada.

— Estou farto disso. Mais uma vez que sequer pensar em machucar física ou psicologicamente o meu ômega, pode ter certeza que farei seu assassinato parecer suicídio — o alfa ameaçou, apertando Jeongguk contra seu peito — Vamos embora agora.

Sem dizer mais nada, Taehyung pôs o marido em pé, o puxando para longe em seguida. Não o deixou se despedir dos tios ou dos primos, apenas o guiou para a carruagem que os levaria de volta a casa.

Tae! Tae, está me machucando! — Jeongguk disse, sentindo seu pulso doer pela pressão exercida pelos dados longos do alfa.

— Me desculpe — pediu, afrouxando o aperto e ajudando o ômega a subir na carruagem em seguida. Após entrar também, fechou a porta com certa força e esfregou os cabelos nervosamente.

— Tae… — Jeongguk chamou, tocando o ombro do marido.

— Não se preocupe, você vai para a capital. Só que, como eu disse, não conversamos sobre isso. E vamos falar apenas quando chegarmos em casa — proferiu seriamente, afastando Jeongguk para o canto da carruagem e se deitando em suas coxas grossas.

O ômega suspirou aliviado e acariciou os cabelos do marido. Não nevava há alguns dias, então a estrada até a floresta estava livre. Só teriam cerca de meia hora de viagem, por conta disso.

Taehyung fechou os olhos e aproveitou os dedos de Jeongguk massageando seu cabelo, enquanto acariciava, e às vezes beijava, a coxa em que descansava a cabeça.

Quando enfim chegaram à residência, Taehyung e Jeongguk pegaram suas malas e adentraram a mansão Kim. Subiram as escadas em silêncio até o quarto, deixando as malas em um canto.

— Vai tomar banho? — o alfa indagou, observando o marido tirar o blazer que usava.

— Não sei, você vai? — Jeongguk perguntou de volta, começando a desabotoar a camisa que usava.

— Eu preciso — o alfa se livrou da gravata e do blazer que vestia — Vem comigo?

Não! Q-quer dizer… Vai primeiro, por favor… — Jeongguk respondeu abraçando o próprio corpo.

Taehyung suspirou pesado e assentiu, pegando um pijama e uma roupa íntima, para enfim adentrar o banheiro. Se banhou no chuveiro, não demorou tanto. Em dois dias ocorreria a execução de Hyungsik, e logo seria a partida de Jeongguk.

Quando terminou seu banho, se enxugou e vestiu ali mesmo. Aproveitou para escovar os dentes e, enfim, saiu do banheiro. Jeongguk entrou em seguida, em silêncio. O ômega tomou um banho rápido também, se vestindo dentro do cômodo e escovando os dentes igualmente.

— E então? Podemos conversar agora? — Taehyung sondou quando o marido sentou ao seu lado na cama.

— O que quer conversar? — Jeongguk olhou para o alfa, cruzando as pernas de chinês.

— Me diga tudo desde o começo, por favor — pediu cruzando igualmente as pernas, de frente para o ômega.

— Hwasa me chamou ontem de manhã para me propor ir até a capital fazer um treinamento. Os pontos que recebeu em sua coxa e costela, eu quem fiz. Hwasa me instruiu antes e consegui realizar com sucesso. Vendo isso, ela decidiu me treinar para ser um médico, mas como ela mora na capital, eu teria que viajar para poder fazer isso — Jeongguk dizia com calma, brincando com os dedos longos do Kim.

— O treinamento geralmente leva seis meses, mas como eu já estudei praticamente tudo sobre medicina e aprendo rápido, três meses serão suficientes. Depois, começarei a trabalhar no hospital aqui da região, acho que das oito da manhã até às… Três da tarde? Será assim na capital, pelo menos — Taehyung engoliu em seco com as informações — Yoongi fará o treinamento comigo e trabalharemos juntos. Minhas folgas serão às quartas e domingos. Provavelmente continuaremos com essa mesma carga horária quando voltarmos.

— Jeongguk, me diga, você tem certeza absoluta que deseja isso? — o alfa perguntou, segurando as mãos do marido, para o fazer parar de brincar com seus dedos.

— Sim. É o meu maior desejo — disse convicto.

— Não vou te privar disso. Jamais te privaria… Eu só… Eu vou sentir tanto sua falta… — Taehyung abraçou o ômega fortemente — E e-eu nunca te prenderia a mim…

— Do que está falando? Acha que eu… Oh Tae! Pelos Grandes Lobos, eu jamais te deixaria! Eu vou realizar esse treinamento e voltarei para você, amor. É uma promessa — de repente, Jeongguk deixou as garras de sua canhota aparecerem e cortou a palma da destra, esticando em direção a Taehyung.

— J-Jeongguk…

Uma promessa de sangue era para toda vida. Tudo o que era prometido deveria ser cumprido.

— Vamos, não deixe pingar no lençol limpo, não é você que lava — incentivou com um sorriso lindo, que fez o alfa se derreter completamente. Repetiu o mesmo processo do marido e juntou as mãos, o que fez uma luz verde surgir ali e os cortes cicatrizaram em seguida.

— Viu? Os Grandes Lobos aprovaram a promessa. É válido, isso significa que de qualquer jeito, eu vou voltar e não precisa ter medo — o ômega puxou a mão de Taehyung, fazendo-o cair por cima de si e em seguida abraçou seu pescoço, rindo alto.

— Obrigado meu amor! — o alfa riu também, rolando na cama com o marido, até caírem no chão e rirem ainda mais.

Aos poucos o casal foi parando, e Taehyung passou a encarar a boquinha de seu ômega. Estava por cima dele, entre suas pernas, então apenas foi aproximando seu rosto devagar, mas Jeongguk o empurrou apavorado.

— O q-que foi? — perguntou assustado, vendo seu ômega mais tenso ainda, se afastando com os olhos arregalados.

— E-eu… S-sangue! — apontou para o rosto do alfa, respirando pesado — H-Hyungsik!

— Meu amor, olhe para mim. Não sou ele, e nunca te faria mal. Sou eu, seu TaeTae — Taehyung disse calmo, suavizando a expressão — Feche os olhos, sim? Não vai sofrer desse jeito.

— Tae… P-perdão alfa… — o ômega estava quase em prantos, como pode ver aquele homem em seu marido? — M-me ajuda…

— Feche os olhos, meu amor. Escute apenas minha voz, confie em mim — apesar da voz calma, Taehyung estava muito magoado.

Mas entendia, seu ômega havia sofrido muito nas duas últimas semanas, não podia culpá-lo. Estava frágil, precisava de cuidado e não de relações íntimas, de atos sexuais.

O ômega apenas obedeceu, escutando seu marido se aproximando a passos lentos.

— Eu vou te pegar no colo, tudo bem? — Jeongguk assentiu, sentindo os braços do alfa lhe cercando.

Escondeu o rosto no pescoço alheio, cheirando fortemente o aroma de pinho e canela. Taehyung tremeu dos pés à cabeça, deitando o marido na cama. Ajeitou-o entre os travesseiros e apagou as luzes, deixando apenas a luz fraca do abajur ao lado da cama, dando corda na caixinha de música logo em seguida.

— Eu estou aqui com você, meu amor. Não tem perigo nenhum agora — sussurrou, beijando a testa do ômega com cuidado e acariciando seus cabelos com suavidade.

Taehyung deitou de lado, abraçando o corpo do marido, e deixando a boca colada na bochecha gordinha, dando selares leves enquanto acariciava os fios negros. Em algum momento, o alfa passou a cantar baixinho, fazendo o ômega sorrir docemente. A voz grave de Taehyung era magnífica, desejava o ouvir cantando mais vezes.

Com isso, Jeongguk relaxou aos poucos, se deixando levar pelos carinhos e pela voz doce do alfa. Não demorou para dormir e quando o mais velho percebeu a respiração mais calma, levantou o corpo para observar o rostinho sereno.

— Nada de ruim vai te acontecer agora. Vai ficar tudo bem, meu amor — afirmou beijando a testa alheia. Jeongguk continuava dormindo como um bebê, o que fez Taehyung sorrir — Eu te amo tanto, meu ômega. Você vai ser feliz, eu tenho certeza disso.

“Mesmo que não seja comigo em sua vida.”

XXXXXXXXXX

Cabo!

Uiui quem diria que os taekook iriam se separar agora ne 🤪

Lembrem-se que esse é o sonho do Jk, então por favor, respeitem a escolha dele.

Esse tempo afastado vai ser MUITO importante para os dois, principalmente para a dependência emocional que o Tae tem, isso NÃO é saudável.

Usem a tag #EntrelacadosTK no twitter, podem mandar mensagens no meu curious cat se não quiserem se identificar, sigam meu perfil @Kim_Lala95 para spoilers e informações.

Não esqueçam de votar, isso também é muito importante para o engajamento!

Os taekook no jantar:

Stream em Butter e PTD e até a próxima att, dia 25/07!

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