Double Trouble | TAEJIN

By reasontaejin

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Há pouco mais de um ano, Kim Seokjin está completamente convencido de algo: viver "perigosamente" e quebrando... More

0. avisos
1. looks like we have a mistake here
2. now we have a deal
3. say it again
5. this is not a "yes" yet
6. people change
07. can we talk?
08. the world doesn't revolve around you
09. the real reasons
10. the blind starts to see
11. in the end, I got everything I deserved

4. we accept the love we think we deserve

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By reasontaejin


— Eu não acredito que você disse pra ele onde eu moro, seu mala! — ralhei com Hoseok, prestes a jogar aquele cesto de roupas limpas e cheirosas em cima dele.

Meu melhor amigo riu alto olhando a minha expressão de indignação, realmente Jung Hoseok não valia um centavo.

— Ele tava com as suas roupas, tapado. Só queria devolver, deixa de ser mal educado! E olha, ele é um gato.

Revirei os olhos antes de me sentar novamente na cama.

— Ele é exatamente igual ao Taeyong, Hobi.

— Não. Ele pode ter a mesma cara, mas ele é mais bonito. Sabe quando a pessoa é tão gente boa que fica bonita? Pois é, com essa benção o Taeyong não foi contemplado. O Taehyung sim.

Revirei os olhos de novo, sinceramente Hobi não estava facilitando nada da minha vida. Eu já me sentia perturbado o bastante para o meu gosto, tinha planos de evitar o gêmeo malvado, mas o filho da mãe estragou tudo dando o número do meu quarto. E mais, eu realmente não acreditava nessa história de que ele só viria se eu pedisse, era óbvio que agora ele iria ficar atrás de mim até chegar ao ponto de eu ter que usar das poucas habilidades que tinha em judô.

Hobi pegou uma das peças de roupa no cesto e analisou calmamente, em seguida levando o tecido para perto do rosto para cheirar.

— Nossa, ele lavou direitinho, ainda tá muito cheiroso. Olha que pretendente prendado esse seu, Jin. Namore alguém que lave suas roupas.

— Que porra é essa de pretendente, Hoseok? Eu quero é distância desse doido! — resmunguei pegando a roupa de sua mão. — É sério, para com isso, você sabe que eu gosto do Taeyong e estou com ele, seja do jeito que for. Não é porque a gente se beijou e eu achei bom que eu vou simplesmente cair de amores por esse aí. Você não viu como ele é cafajeste?

Hoseok cruzou os braços acima do peito e balançou a cabeça negativamente como se eu estivesse dizendo que dois e dois são cinco.

— Você não quer distância dele porque não conseguiu dizer na cara dele. E digo mais! Ele não tem nada de cafajeste, tudo o que eu vi foi um cara interessado e flertando com você, como uma pessoa normal, ao contrário do irmão dele que finge que você nem existe perto de mais gente.

Eu poderia iniciar uma discussão fervorosa, poderia dar um gancho de direita no belo rosto de Hoseok ou até mesmo poderia negar, mas cheguei a um ponto em que comecei a ver certos pontos de verdade nas coisas que ele dizia. Taeyong não interagia comigo, de forma alguma, na faculdade, perto dos amigos, no restaurante universitário ou nas festas do campus. Tudo era feito por meio de comunicação de mensagem, salas escondidas e nada mais. Parando para pensar, de certo modo, comecei a ficar incomodado com isso.

— Você não acha que ele tá fazendo isso só pra irritar o Taeyong? — perguntei de forma um pouco inocente.

— Irritar o Taeyong como, exatamente? Porque até onde eu sei, o diabo não sabe o que rolou entre vocês e tem mais, o que ele faria se visse vocês dois juntos no campus? Ele não moveria um dedo para tomar providências porque não te assume em público. Iria ficar irritadinho nas salas que vocês usam pra se encontrar e nada mais. E depois? Iria "terminar" contigo? Mas terminar o que, Seokjin? O que vocês tem nem dá pra chamar de relacionamento, sabe? Jin, agora eu vou falar muito sério contigo, um papo de melhor amigo que se importa com você e eu peço que, por favor, não finja que entrou por um ouvido e saiu pelo outro — disse suspirando, Hobi parecia realmente cansado da minha teimosia e aquilo me deixou levemente culpado. — O Taeyong não é bom pra você, não é saudável. Você merece alguém que queira sair com você, que te dê carinho, que esteja disposto a compartilhar sentimentos e não impor condições para te dar migalhas de um amor que nem existe. É isso, o Taeyong te dá migalhas. Agora, imagine se o Taehyung for diferente? E eu acho que ele é, só por ter se importado em lavar as suas roupas e trazer aqui, por enfatizar que vai respeitar o que você quer, por estar flertando, mas ao mesmo tempo, sem a mínima vergonha de fazer isso na frente de alguém. Aquela frase daquele livro "a gente aceita o amor que acha que merece" faz tanto sentido, você realmente acha que merece só isso, quando merece o mundo inteiro que outra pessoa pode te dar.

O relógio não marcava nem 13h da tarde e eu já estava com os olhos cheios de lágrimas enquanto ouvia aquelas coisas. Realmente estava muito cedo para chorar, mas as palavras de Hobi me atingiram como socos violentos na cara. Eu estava aceitando migalhas... eu estava me contentando com tão pouco só para manter Taeyong por perto, quando eu sabia que ele podia me oferecer mais se realmente gostasse de mim.

Por que ele fazia isso? Por que ele agia assim? Por tantos meses eu apenas aceitei o fato de que ele tinha motivos e se não me dizia era porque algo o impedia. Mas não era assim... ele não me dizia a verdade porque sabia que eu aceitaria tudo sem questionar. E eu queria mais, sempre quis muito mais dele. Eu gostava de Taeyong, queria poder fazer coisas de casal com ele, apresentá-lo aos meus pais, poder sorrir ao seu lado pelo campus, conhecer sua família, dormir na sua casa, sair para passeios, coisas tão simplórias, mas que pareciam estar a um abismo de distância de nós.

Suspirei pesadamente deixando que as lágrimas caíssem silenciosamente pelo meu rosto. Pela primeira vez, dentro daquele ano longo, algo que Hoseok disse me fez refletir e sentir o impacto. Mas por que só agora? Era por conta da presença de Taehyung e minhas sensações questionáveis sobre ele? Era porque eu estava vendo alguém se empenhando com o mínimo para me conquistar? E se ele fizesse mais do que só esses flertes, se ele se mostrasse mais do que isso, se mostrasse acima das palavras de Taeyong? O que eu faria?

— Você tem razão — sussurrei tão baixo que Hoseok precisou de mais alguns segundos pra compreender. — Eu... eu vou falar sobre isso com o Taeyong hoje. Quem sabe ele não concorda?

Hoseok revirou os olhos como se eu tivesse acabado de dizer a maior besteira do mundo.

— Falar com ele não vai adiantar nada, Jin! Eu fiz esse discurso lindo todinho pra você dar um pé na bunda dele! — exclamou agarrando os cabelos platinados.

— Pé na bunda? Não, Hobi! Se eu conversar com ele, colocar na mesa essas coisas, quem sabe ele não repensa o que a gente tem?

— Ai, Seokjin. De verdade... faz o que você quiser. Eu desisto.

Ele suspirou e fechou a cara, parecia realmente muito irritado com a minha conduta e eu tentava entender o motivo. Se eu já estava concordando consigo que eu estava recebendo menos do que merecia naquela relação, questionar isso com o próprio Taeyong já era um passo gigantesco. Terminar e romper não era a primeira opção, eu não podia morrer na praia antes de tentar, não é?

Ficamos em silêncio por algum tempo, mas juntos, assistindo TV. Hobi estava chateado e eu também, mas depois de algum tempo isso passou e voltamos a conversar — não sobre esse assunto, mas sobre qualquer outra coisa.

Não éramos do tipo que aguentava ficar muito tempo brigados.

Ele foi embora no finalzinho da tarde para poder ir à clínica veterinária dos pais dar uma ajuda. Hobi seria um veterinário maravilhoso depois que se formasse e eu tinha certeza disso. Um pouco depois que nos despedimos, meu celular vibrou em tom de mensagem outra vez. Taeyong. Encontro na 2 — B outra vez. De certa forma, eu sempre ficava eufórico quando ele me chamava, mas naquele dia essa euforia não percorreu minhas veias, só meu coração que ficou um pouco pesado. Esse encontro seria para conversar...

Suspirei, troquei de roupas, saí do meu quarto e caminhei até o prédio do campus. Esperava não sair decepcionado daquela sala.

✧ » ◇ « ✧ » ✦ « ✧ » ◇ « ✧

Meus passos nunca pareceram tão pesados enquanto eu caminhava pelo corredor do prédio. Eu realmente vinha me sentindo esquisito desde a chegada de Taehyung, principalmente no que se dizia em relação ao seu irmão. As palavras de Hoseok também contribuíram muito para que eu me sentisse assim, apreensivo, com medo de abrir aquela conversa extremamente necessária.

Um ano inteiro vivendo de migalhas. Por acaso eu tinha cara de pombo? Eu sabia que merecia mais, que ele podia me dar mais do que isso. Eu tinha que dizer isso a ele, fazer ele entender.

Quando eu finalmente dei o sinal para que ele abrisse a porta, senti um calafrio na espinha. Taeyong abriu a porta da 2 — B e sorriu para mim, aquele sorriso pequeno dele, sem muita luz ou algo do tipo. Ele era muito diferente do irmão...

Sorri pequeno também e entrei na sala, ele fechou a porta em seguida, me observando caminhar silenciosamente até à mesa, onde me encostei.

Taeyong se aproximou de mim em silêncio também, me abraçou pela cintura e deixou um selar rápido em meus lábios, depois me observou com mais tons de análise para então pender a cabeça para o lado.

— Tá tudo bem, Jinnie?

Sorri um pouco triste, mas fiz que sim com a cabeça.

— Tá sim, Tae. Só não dormi direito essa noite, tive uns problemas com a lavanderia e também não dormi de tarde, o Hobi veio aqui.

— Ah, o Hoseok... — disse um pouco amargo, ele sabia que Hoseok tinha conhecimento sobre nós e compartilhava do mesmo "ranço" que ele. — Não se preocupa, essa noite você dorme direitinho.

Concordei enquanto entrelaçava meus braços em seu pescoço. Naquele momento, meus olhos analisaram seu rosto e suas feições. Taeyong não tinha a pintinha no nariz que Taehyung tinha, seus sorrisos tinham o mesmo formato, não pareciam ter a mesma intensidade. Os olhos castanhos eram brilhantes, mas brilhavam em intenções completamente diferentes. Sua postura, seus ombros estavam tensos, eu nunca tinha percebido isso... ele ficava tenso perto de mim. Era medo de nos pegarem? Mas nunca aconteceu e não tinha a mínima possibilidade...

— Sim, eu espero que eu durma bem, amanhã tem a festa do Jimin... — Mordi o lábio inferior — Você não quer ir mesmo?

Ele desviou o olhar antes de responder.

— Você sabe que eu não curto essas festas fora do campus. Além do mais, amanhã vou tirar o dia para estudar, tenho teste semana que vem.

Suspirei pesado.

— Taeyong, eu realmente queria que, pelo menos uma vez, a gente fizesse algo diferente do que só isso aqui, sabe? Essa festa do Jimin seria uma boa oportunidade, a gente ir junto, se divertir...

Taeyong me fitou como se eu tivesse xingado ele em trinta línguas diferentes.

— O que?! Jin, vai estar todo mundo lá!

— E o que tem de mais nisso? — rebati com o tom de voz um pouco mais alto. — Tae, isso aqui é bem legal, esse lance de "perigo", da aventura de não sermos pegos, mas é só isso? Quer dizer, a gente vai ficar assim pra sempre? O que tem de mais em sairmos às vezes, nem que seja só para lanchar ou tomar um café. Sinceramente, ninguém vai dar pitaco nem nada, não na nossa cara, é assim que acontece com todo mundo!

Ele imediatamente soltou a minha cintura e se afastou respirando fundo. Sinceramente, parecia que tocar naquele ponto o tinha ofendido de uma maneira que eu não entendia. Eu não estava falando nada de bizarro ou extraordinário para que sua reação fosse aquela.

— Jinnie, eu já te disse que prefiro assim, manter nossa privacidade. Não quero ninguém olhando a gente e falando besteira. É por isso que eu não saio com você, por isso que não vou ao seu quarto e outras coisas. Quero manter a nossa paz, o que a gente tem só entre a gente. Já não basta o seu amigo falando asneira no seu ouvido o tempo todo!

E naquele momento eu me senti pessoalmente ofendido. Ele estava falando de Hoseok, meu melhor amigo, que naquele dia, mais do que nunca, só estava tentando me ajudar.

— O Hoseok só fala o que vê, e ele com certeza tinha toda razão hoje quando me disse que você só me oferece migalhas e nada mais — rebati sério, meu coração estava batendo tão pesado dentro do peito que eu sentia minhas mãos tremerem pelo nervosismo e pela coragem repentina de finalmente questionar Taeyong. — E sinceramente, se você acha que é nocivo que alguém nos veja juntos, eu acho que você tem vergonha de mim.

— Kim Seokjin, olha o que você tá dizendo! O Hoseok conseguiu te envenenar mesmo contra mim? Você não tá vendo que ele tá fazendo isso pra gente brigar? Que o Hoseok não presta?

"Isso já passou dos limites".

Senti meu rosto se contrair de raiva, eu não iria ficar ouvindo aquelas coisas sobre meu melhor amigo. Eu estava enfurecido, puto demais. Andei em passos pesados até a porta e girei a maçaneta, mas antes de sair, apenas lhe disse:

— Quando você parar com isso e entender que eu mereço mais do que só restos do que você pode me dar, a gente se fala, Taeyong. E o Hoseok é uma pessoa maravilhosa, nunca mais fale assim dele.

Com os olhos marejados, o corpo quente e trêmulo, um coração dolorido e muita tristeza, saí da 2 — B, deixando ele sozinho. Aquela conversa tinha sido uma péssima ideia, ao mesmo passo que serviu para eu entender que, sim, eu era um trouxa. Corri pelos corredores do prédio deixando as lágrimas caírem, eu estava me sentindo um lixo naquela hora.

Eu só queria algo normal com ele, queria que ele me desse o que eu realmente merecia, não o que eu achava merecer. Era tão difícil assim? Era tão doloroso e vergonhoso para ele simplesmente aceitar viver além das portas da 2 — B ou de qualquer outro canto escondido da faculdade?

Corri com pressa até meu quarto, naquela hora eu não queria saber de Taeyong, nem Taehyung, nem nada, só chorar. Assim que alcancei meu dormitório, abri a porta com força e com a mesma intensidade, eu a fechei, apenas me jogando na cama e gritando alto de frustração contra o meu travesseiro.

Eu gostava de Taeyong, era apaixonado por ele, mas até que ponto aquilo estava me fazendo bem? As coisas começaram a clarear no momento em que duvidei de muitas coisas, que não me deixei aceitar menos, e aquela clareza doía muito. Será que ele gostava mesmo de mim? Será que ele realmente gostava daquilo que tínhamos?

Mil e um questionamentos perduraram naquela noite enquanto eu chorava. Minhas lágrimas caíram até o momento em que eu adormeci. Estava mal, péssimo. E esperava de verdade que eu pudesse deixar essas sensações devastadoras de lado no dia seguinte.

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— Tem certeza que tá bem? — Hoseok me questionou olhando de canto para mim.

O dia de sábado havia se arrastado em conflitos internos e lágrimas que me deixaram não tristes, mas puto àquela altura do campeonato. Eu não estava cem por cento, mas eu sabia que precisava me distrair, a festa veio em ótima hora.

— Depois que eu me embebedar, com certeza vou ser um novo homem — respondi cansado.

Estávamos dentro de seu carro já na porta da mansão Park. Custou muito para eu me arrumar, colocar uma roupa bonita, cobrir as olheiras com maquiagem e pentear meu cabelo, mas quem me visse de longe, ainda me acharia um dos alunos mais bonitos do campus, com certeza — autoestima é tudo.

Hoseok balançou a cabeça preocupado, ele me conhecia bem demais para saber que eu era um bêbado triste e provavelmente choraria até meu corpo desidratar.

— Olha, se você quiser, eu cancelo com Yoongi e Namjoon e curto a noite toda contigo, não tem problema.

— Não! — exclamei de imediato. — Hobi, você estuda pra caramba, ajuda na clínica dos seus pais, merece se divertir e dar uns beijos na boca. Não cancele com seus dois gatos maravilhosos, eu vou ficar bem, ok? Hoje Jimin e Jungkook vão ter que me aguentar.

Ele suspirou e concordou, mesmo que eu soubesse que não era exatamente isso que ele queria. Hobi se preocupava muito comigo e eu com ele, por isso que eu queria que ele se divertisse.

— Tudo bem, mas qualquer coisa, não importa se eu estiver num delicioso sanduíche com aqueles dois, você me chama — disse e foi impossível não cair na gargalhada imaginando aquela cena.

— Longe de mim estragar isso, Hoseok. Agora vamos, eu preciso ouvir música e colocar álcool nesse corpo.

Hobi concordou e sorriu para mim. Aquela festa seria boa para todos nós e eu sabia disso, mesmo que meu coração estivesse em belos frangalhos.

Saímos do carro estacionado e meus olhos já contemplavam aquela casa que nem nos meus devaneios mais ilusórios eu teria dinheiro para comprar um dia. Os pais de Jimin estavam em Nova Iorque naquele fim de semana, provavelmente promovendo algum desfile chiquérrimo, dando espaço para o filho festeiro e popular fazer suas traquinagens.

Não era exagero dizer que quase toda a universidade estava lá. O jardim gigantesco já estava cheio de gente, muitos rostos conhecidos e outros nem tanto. "Say So" da Doja Cat tocava no ambiente inteiro, alguns dançavam, outros conversavam e alguns se beijavam descaradamente por todos os cantos. Esse era o retrato das festas promovidas por Park Jimin.

Um pouco distraído pelo ambiente no estacionamento, acabei tropeçando e batendo meu cotovelo no guidão de uma moto daquelas Harley. Olhei o veículo e arregalei os olhos, era linda em um preto fosco. Aquilo parecia mortalmente excitante ao mesmo tempo amedrontador.

Finalmente alcançamos o interior da casa, já avistando o anfitrião e seu namorado sorrindo para todos que chegavam. Jimin se vestia tão bem que eu não duvidava mesmo que seus pais tinham envolvimento com o ramo da moda. Os cabelos cor de pêssego dele estavam tão hidratados que me lembrou de que passar um creme às vezes não era crime. Jungkook vestia suas roupas escuras, contrastando com o estilo brilhante do namorado. O braço fechado em tatuagens estava exposto, assim como o piercing brilhava em sua sobrancelha. Eles eram opostos, mas combinavam tanto...

— Vocês chegaram! — o Park gritou em felicidade, pulando no colo de Hoseok, aparentemente já bem bêbado. — A gente estava esperando vocês! Como vocês estão?

— Bom, o que temos pra hoje é um coração partido do Jin e eu com muito fogo esperando para encontrar com dois boys — respondeu dando de ombros.

— Ou seja: a saída pra isso é álcool. Vem, vamos pegar algo pra beber — Jungkook respondeu já pegando a minha mão e me arrastando, porquanto Jimin fazia a mesma coisa com Hoseok.

Os dois nos guiaram por dentro daquela mansão que mais parecia um labirinto de tantos corredores e quartos diferentes. No centro da sala de estar — que era umas dez vezes maior que meu quartinho no alojamento — estava uma quantidade absurda de baldes cheios de gelo, comportando diversos tipos diferentes de bebida. Jungkook pegou um dos baldes cheio de cerveja sem dificuldade alguma e novamente fomos guiados, mas agora para uma área diferente, como uma sala de diversões, onde havia uma mesa de bilhar, televisão enorme, sofás e puffs no carpete caro. Em uma das paredes havia um alvo para dardos, que ficava bem de frente para o puff em que eu me joguei sem dó nem piedade, enquanto os outros se acomodavam por ali.

Por incrível que pareça, aquele ambiente não tinha ninguém, então era nosso cantinho.

Quando finalmente estávamos acomodados, Jungkook deu uma cerveja para cada um, nós abrimos e brindamos antes de começar a beber. O líquido gelado desceu tão bem pela minha garganta, eu realmente estava com vontade de beber.

— Que história é essa de coração partido do Jin? — Jungkook perguntou depois de um gole generoso.

Eles não sabiam sobre Taeyong e eu também não queria dar muitos detalhes, até porque isso me faria lembrar, ficar mais triste e arruinar a minha noite.

— Um rolo que eu tinha tá desmoronando aos poucos — respondi simplório.

— E ele tá afim de outro cara, só não admite. — Hobi completou, fiz cara feia para ele.

Eu não estava afim do Taehyung.

— Bom, eu queria dizer que entrou um aluno muito lindo no meu curso essa semana e eu tava querendo te apresentar ele — o Jeon disse para mim. — O Jimin chamou ele pra vir. Como é o nome dele mesmo, Ji?

— Kim Taehyung — respondeu. — Parece que é irmão de outro cara da faculdade.

"É sério? Até aqui essa perseguição?" pensei comigo mesmo, pelos céus, Taehyung parecia onipresente, estava em todos os nichos possíveis da minha vida.

A resposta aquilo foi Hoseok soltando uma alta e bela risada.

— Mas é ele mesmo! — respondeu — O Jin tá fingindo que não, mas tá caidinho por ele. Que bom saber que ele vem hoje!

Ótimo, além de meus problemas, eu ainda teria que lidar com Taehyung naquela festa. Nada nunca é tão ruim que não pode piorar, esse era o lema da minha vida.

Respirei fundo e contei até três mentalmente para não socar a cara do meu melhor amigo. Eu definitivamente não estava afim do gêmeo malvado só porque o beijo dele era bom, porque tivemos um "momento" na lavanderia e ele tinha me deixado com o cérebro virado do avesso.

— Bom saber que você já adiantou bastante, Jin. Ele já chegou inclusive, eu vou chamar ele agora! — Jimin disse saltitante, levantando-se do sofá igual uma pequena fada dos romances.

— Não- — tentei interferir, mas Hoseok fez questão de tapar a minha boca com a sua mão.

— Vai buscar ele, Jimin!

O Park saiu da sala e seu namorado foi logo atrás, já eu fiquei emburrado no meu puff e com vontade de trucidar Jung Hoseok. Sério, aquele era um péssimo momento para ter Taehyung ali, minha cabeça já estava mais do que cheia para ter que lidar com seja o que fosse que ele me causava.

— Viu? Se por um lado um te deixou triste, o outro vai curar essa tristeza rapidinho.

— Eu não quero saber de ninguém agora, Hoseok! Eu tô de coração partido, briguei com o Taeyong, ter que lidar com o irmão dele não é necessariamente uma coisa ideal agora.

Ele riu enquanto seu celular vibrava e ele pegava o aparelho no bolso. Seu sorriso só aumentou quando ele viu o conteúdo da mensagem na tela. Confesso que dei uma olhadela bem curiosa e vi o nome "Namjoon" flutuando na tela.

— O Namjoon já chegou — disse animadinho. — Ele tá pedindo pra me ver. Você vai mesmo ficar bem se eu der essa escapulida? — indagou me olhando com cautela.

Suspirei com os olhos fechados e concordei.

— Vocês já me arranjaram companhia, né? Forçada, mas companhia. Se no fim da noite eu não matar o Taehyung é lucro. Vai se divertir, você merece.

Ele sorriu grande para mim e deu um pulo se levantando. Seus olhos brilhavam em animação, ele realmente queria ver aqueles dois caras e eu tinha certeza que a noite de Hobi seria maravilhosa, não podia impedir sua diversão de forma alguma.

— Qualquer coisa me chama, tá? Pode chamar. Eu vou lá encontrar ele no jardim. Fica bem, Jin. E eu te amo muito — ele se inclinou até mim e deixou um beijo estalado na minha bochecha.

— Tá bom, vai logo! — Não evitei o sorriso e vi sua silhueta sumindo como um raio porta a fora.

Suspirei pesado outra vez, eu estava sozinho com um balde cheio de cervejas, um coração partido e The Weeknd tocando ao fundo. Logo mais aquele que eu mais queria evitar e não conseguia, chegaria ali e eu nem sabia como aquilo ia ser. Sinceramente? Eu não queria pensar em mais nada. De uma vez só virei toda a bebida garganta abaixo e me levantei do puff.

Os dardos estavam numa cestinha ao lado da TV e eu, no primeiro impulso, os peguei para jogar ao alvo enquanto ninguém chegava ali. Aproveitei para pegar outra cerveja também, era o que eu precisava.

Ao som de Blinding Lights, eu comecei a jogar os dardos nos alvos, mas sem muito sucesso. Quando eles não iam direto ao chão, eu não conseguia acertar nem perto do centro. Não sei exatamente quanto tempo eu passei naquele looping de jogar e pegar os dardos de volta, mas estava me divertindo com meu próprio desastre enquanto bebia.

Sequer percebi quando a silhueta passou pela porta, eu estava distraído demais com as tentativas fracassadas de acertar o alvo enquanto bebia e remexia meus quadris ao som da música alta.

— E nos encontramos de novo — ele disse, me fazendo pular no lugar e me virar imediatamente para olhá-lo.

Por deus, ele estava lindo. Seus cabelos castanhos estavam penteados para trás, mas algumas mechas ainda sobravam por sua testa, a jaqueta de couro estava pendurada em seu braço, a camiseta branca lisa no corpo deixava as curvas bonitas do seu corpo marcadas, assim como a calça justa e os coturnos nos pés.

— Que susto! — exclamei, mas não com a irritabilidade de sempre, talvez o álcool deixasse aquilo mais ameno. — Não entre assim nos lugares.

Ele riu e se aproximou, jogando a jaqueta no sofá e se sentando no puff onde eu estava anteriormente. Percebi que em suas mãos ele tinha uma latinha, mas não de cerveja ou qualquer outra bebida, mas sim de refrigerante.

— Não bebe álcool? — perguntei olhando o objeto em sua mão.

— Não quando eu estou pilotando. Eu só tenho cara de inconsequente, Seokjin, mas eu sei usar muito bem daquele negócio chamado responsabilidade.

Pilotando... jaqueta de couro... Será que aquela moto em que eu havia esbarrado era dele?

Abri e fechei minha boca algumas vezes, mas nenhuma resposta saiu dela. Na verdade, eu estava me sentindo um pouco nervoso por sua presença, principalmente porque ele estava extremamente atraente naquele momento.

"Ok, ele está lindo e você já o beijou, mas isso não quer dizer nada."

Me virei em silêncio e continuei a tentar acertar os dardos no alvo, agora com público me olhando, eu parecia ainda mais desajeitado do que quando estava sozinho. Entre um gole e outro, eu bufava frustrado enquanto ele ria de mim. Que cara de pau!

— Tá rindo de que? — indaguei um pouco bravo.

— Nada, só de como você fica fofo com esse bico toda vez que erra o alvo — respondeu simplório.

Fofo? Bom, era um elogio, então...

— Ah... obrigado?

Ele não disse nada, apenas deixou a latinha de seu refrigerante de lado, se levantou e se colocou atrás de mim. Seu corpo estava muito perto do meu, uma distância deveras perigosa, que me fazia sentir sua temperatura corporal em minhas costas e sua respiração na minha nuca. Com delicadeza, ele levou sua mão até meu braço e deslizou calmamente até alcançar a minha mão que segurava o dardo. Naquele momento eu senti toda a tensão percorrer por minhas veias, minha respiração ficar pesada e aquele giro do meu cérebro outra vez. Eu não consegui me mover, mas talvez fosse porque não queria me mexer.

— Você está jogando com muita força e pouca precisão — disse perto do meu ouvido, movendo meu braço junto com o dele. — O alvo tá há uns cinco passos de você, então não precisa arremessar tão forte, faz assim.

Com muita calma e mais delicadeza ainda, ele colocou pouca força nos nossos movimentos e juntos arremessamos o dardo em direção ao alvo, que por questão de milímetros, não acertou no centro.

— Viu? — disse sorrindo, ainda com seu corpo praticamente grudado ao meu.

Eu não sabia o que responder, muito menos se era bom me virar naquele momento, só que Taehyung tinha acabado de dar uma pane no meu sistema. Eu ficava fitando o alvo, mas minha visão estava bem embaçada, meus pensamentos estavam, na verdade, na pessoa atrás de mim.

Foi exatamente igual o momento na lavanderia... eu não conseguia me afastar porque não queria. Alguma coisa me deixava extremamente confortável perto dele, fazia meu corpo inteiro entrar num rebuliço esquisito. O calor que ele emitia em minhas costas era gostoso, assim como o perfume que entrava pelas minhas narinas. Eu tinha que parar de mentir para mim mesmo ao dizer que o gêmeo malvado não mexia comigo.

Senti falta quando ele se afastou subitamente, voltando a se sentar no puff. De uma vez só, virei para trás e vi ele distraído, pegando seu refrigerante de volta. Depois da briga com Taeyong e de ele dizer que Hoseok não prestava, eu comecei a duvidar se o que ele havia dito sobre o irmão era mesmo verdade. Taehyung não parecia ser má pessoa...

Não sei por que, mas eu só deixei os dardos no canto e meu corpo me guiou de forma que eu me sentasse exatamente ao seu lado, puxando o balde de cervejas para perto. Dei um gole grande, foi só ali que percebi que minha boca tinha ficado seca depois desse momento.

Taehyung arqueou as sobrancelhas com minha atitude, claramente não era algo que eu faria normalmente, provavelmente eu gritaria com ele e faria cara feia, mas foi o total oposto. Fiquei calado, apenas sentado junto dele e sentindo novamente seu calor enquanto nossos ombros se encostavam.

— Você é bem estranho. Diz pra eu ficar longe e que eu sou cafajeste, mas do nada senta pertinho de mim. Queria te entender — disse rindo.

— Cala a boca — respondi e dei outro gole. — Não estraga.

— Tudo bem. — Levantou os braços na defensiva. — Tá tudo bem com você?

O fitei antes de responder. Será que eu deveria mesmo dizer a verdade? Ele merecia saber?

"Ah, que se dane"

Dei um gole generoso antes da minha cerveja acabar, peguei outra, abri e só então eu respondi:

— Seu irmão e eu brigamos e eu não tô legal. Ele acha que eu tenho cara de pombo e isso tá me dando vontade de beber e me divertir hoje.

— Cara de pombo?

— É, que vive de migalhas.

— Ah...

Ele parou um tempo para pensar, na verdade bastante tempo. Meu sexto sentido sempre me disse que Taehyung sabia de muitas coisas, coisas que tinham relação comigo e Taeyong, mas ele se limitava a não me dizer. Talvez pensasse que não deveria se meter ou apenas queria me torturar psicologicamente.

— Bom, o que eu posso te dizer é que, definitivamente, você não merece migalhas. Ninguém merece. Se ele não é capaz de perceber que você é simplesmente tudo isso, bom... ele é um otário. E tem gente que já percebeu de primeira.

Seus olhos me fitavam com um brilho intenso. Com certeza a última frase se referia a ele, eu não tinha nem dúvidas. Ele era um flertadorzinho e nem escondia.

— Tudo bem, eu não quero falar disso mais — rebati sentindo minhas bochechas esquentarem ao seu olhar. — Você conheceu o Jimin e o Jungkook então?

Ele sorriu e fez que sim com a cabeça.

— Jungkook também faz arquitetura e ficou doido quando viu minha moto, então eles me chamaram pra vir hoje. Eu não queria passar meu primeiro fim de semana na Coreia naquele quartinho do alojamento, então eu vim. E também porque provavelmente você viria também. — Ele deu uma piscadinha sem vergonha que me deixou ainda mais vermelho.

O campus estava em peso na casa de Jimin naquela noite, sempre houve uma possibilidade gigantesca de eu ir também. Se ele queria mesmo me encontrar na festa, fez bem em aparecer.

— Você gosta de me seguir, né? Mesmo que eu tenha falado pra se afastar porque você não prestava.

Taehyung sorriu de canto, mal percebi quando seu braço, de forma bastante marota, foi passando por meus ombros.

— E eu pedi pra você falar de novo e você não disse. Você realmente acredita que eu não presto? Realmente quer que eu fique longe?

Não e não. Eram as minhas respostas. Taehyung não tinha feito nada para me provar que era má pessoa, eu me guiava pelas convicções de Taeyong, mas ao mesmo passo disso, eu não vinha aprovando essas convicções, principalmente quando ele abriu sua boca para falar tais coisas sobre Hoseok.

— Na verdade, eu nem te conheço direito. Aquelas coisas aconteceram por um mero engano meu e também por você ser bem cafajeste... mas eu ainda tô decidindo se você presta ou não.

Ele sorriu e balançou a cabeça enquanto tomava um gole da sua bebida.

— Então você pode começar a me conhecer direito, do jeito certo, por si só ao invés de ouvir de terceiros. Sou um livro aberto pra você, Seokjin.

Não evitei sorrir também e assenti. Era muito estranho estar ao lado de alguém que oferece tanto assim logo de cara, mesmo que nosso primeiro encontro tenha sido um completo desastre.

— Mas você já perdeu alguns pontos comigo, na verdade. — Acrescentei — Você me chantageou.

Ele riu alto, mas era verdade.

— Ok, eu realmente carrego essa culpa, mas para justificar... você não me diria seu nome e nem me daria seu telefone se eu pedisse, daria?

Pendi a cabeça para o lado, ele tinha razão no fim das contas, eu não iria dizer nada. Naquele dia, se eu pudesse, apenas sairia da sala tremendo igual a um pinscher raivoso por conta do meu engano.

— Não, nunca — respondi sincero e depois ri junto a ele. — Ok, justificado. Mas os pontos que você perdeu com isso, ganhou em lavar a minha roupa.

Ele se ajeitou no puff feliz e me olhou com aquele sorriso aberto — de tirar o fôlego, diga-se de passagem.

— Ficaram limpinhas e cheirosas?

— Limpinhas e cheirosas. E macias. Você até que é prendado.

— É que lá na casa da minha mãe, em Osaka, quem cuidava da parte doméstica era eu, bobinho. Minha mãe é arquiteta e o marido dela, meu padrasto, trabalha em um desses estúdios que produzem animações, sabe? Então eles sempre tiveram pouco tempo pra isso, acabou que eu aprendi a ser cuidadoso assim. — Deu de ombros.

Não sei dizer, mas só de ter me contado um pouco de sua vida, de sua rotina, de algo tão trivial, me deixou feliz. Eu nunca soube com que o pai de Taeyong trabalhava, muito menos a sua mãe. Nunca soube os motivos para ela morar no Japão, o que fazia, se tinha outros filhos, nada. Em poucas palavras, Taehyung já abriu um mundo completamente novo.

— Entendi — respondi com um sorriso pequeno. — E você vai seguir os passos da sua mãe agora, certo?

Ele fez que sim com a cabeça, o olhar orgulhoso. Ele parecia gostar bastante do que estudava, isso era bom.

— Um dia eu posso te mostrar alguns projetos que eu já fiz. Estão bem crus, eu ainda não tenho tanta experiência assim, mas estão bons, eu acho. E eu também desenho bastante. Se você quiser ver, é só pedir.

Assenti feliz, ele queria me mostrar e eu queria ver, simples assim. Fácil. Taehyung era uma pessoa fácil de conversar e de lidar. Ele não parecia aquele bicho de sete cabeças pintado por Taeyong... mas eu ainda me apegava, no fundo do meu ser, que às vezes as aparências podiam enganar.

No fundo, a música passou de algo dançante e animado para "Notion" do Kings of Leon. Uma balada gostosa, lenta e forte. Um silêncio confortável se instaurou entre Taehyung e eu, que seguíamos bebendo nossas bebidas. Ele com seu refrigerante, eu com minha cerveja, ambos sentados lado a lado naquele puff, mais próximos do que eu imaginei que estaria de alguém para quem falei para ficar longe.

Meu coração ainda sentia o peso da discussão com Taeyong no dia anterior, eu ainda me sentia triste por tudo aquilo, mas estar ao lado daquele que eu chamava de "gêmeo malvado" estava me deixando mais tranquilo. Conversar com alguém franco e sincero fazia falta às vezes e eu podia notar que ele realmente queria estar ali, mesmo que a porta estivesse aberta e qualquer um pudesse entrar e nos ver juntos. Não tinha problema aparente nisso. Se esconder? Com qual propósito?

De repente, senti os olhos de Taehyung pesarem sobre mim, atraindo os meus como um ímã. Estávamos perto, não tão perto a ponto de eu sentir sua respiração, mas para eu poder analisar seu rosto com mais cuidado. Eu não tinha bebido muito naquele ponto, apenas o bastante para me sentir relaxado e menos tenso do que vinha me sentindo nos últimos dias. Senti sua mão acariciar meu ombro com leveza e gostei do toque. Ele umedeceu os lábios antes de sussurrar:

— Mesmo que você tenha me beijado naquele dia pensando que eu era o Taeyong, eu gostei muito do beijo — disse baixinho.

— Eu também gostei... — confessei, não queria tê-lo feito, mas saiu naturalmente.

Ele sorriu pequeno antes de prosseguir.

— Queria poder te beijar agora, com você sabendo que está beijando Taehyung, não Taeyong. Queria saber o que você acharia disso, se continuaria gostando mesmo assim. Você parece diferente hoje...

Ele vinha mexendo comigo desde o momento na lavanderia, ele fazia meu cérebro rodopiar, meu corpo reagir de maneiras esquisitamente boas, ele fazia algo comigo que eu ainda não conseguia definir. Eu poderia deixá-lo me beijar, também queria saber se eu gostaria tanto se, agora, eu tivesse plena consciência de que ele era uma pessoa diferente, que não era Taeyong. Eu deveria?

"Sim, Seokjin. Você deveria. Assinado: sua consciência."

Me aproximei devagar dele, meus olhos fechando-se gradualmente enquanto a distância entre nós era encurtada. Eu não sabia o que estava fazendo, se aquilo era efeito das minhas decepções ou uma real tentativa de me dar a oportunidade de fazer algo diferente, com uma diferente. Mas eu estava fazendo...

— Você pode me beijar — foi a última coisa que eu disse antes de sentir os lábios macios de Taehyung nos meus outra vez.

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é maldade eu parar aqui? talvez hehehehe mas o próximo capítulo vai ser bem movimentando. Até o próximo <3

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