Soberano Ragnok estava em seu escritório, analisando o retorno dos investimentos dos maiores clientes do banco. A guerra tinha cobrado seu preço para pior. Quando a notícia chegou a seus ouvidos de que Lorde Voldemort havia surgido novamente, ele esperava que os magos idiotas do Ministério da Magia se livrassem de seu Lorde das Trevas em breve, mas isso não aconteceu. Os goblins assumiram uma postura neutra para não se envolverem. Afinal, essa era uma guerra de bruxos. Eles não tinham interesse em quem venceria, mas isso não significava que não gostariam de se livrar do Lorde das Trevas e deixar os negócios voltarem ao normal.
A economia da Grã-Bretanha mágica estava em recessão. Os Comensais da Morte desmiolados não haviam percebido o quanto sua violência poderia afetar os seus negócios. A maioria deles havia investido no mercado interno e estavam observando um rápido declínio no retorno financeiro. Claro, o mercado negro estava florescendo, mas isso só poderia ser encerrado por meio do Ministério. Não havia nada que Gringotes pudesse fazer a respeito.
Pelo menos alguns de seus clientes mais razoáveis ouviram bons conselhos e investiram no exterior. A Grã-Bretanha mágica estava praticamente fechada para o resto do mundo. Todos sabiam que o Ministério estava comprometido, mas mesmo o ICW não estava disposto a intervir. Todos eles se cansaram da arrogância do Ministério britânico.
Devido à sua atitude pomposa e demonstração de auto importância, Cornelius Fudge e sua lacaia, Dolores Umbridge, destruíram totalmente todas as relações diplomáticas com todos os países mágicos do mundo. Sabendo que a guerra poderia transbordar, os vizinhos imediatos da Grã-Bretanha Mágica, ou seja, França, Alemanha e Espanha, aumentaram o número de sua força de Aurores e policiais mágicos em patrulha. Eles também fortaleceram a rede de sensores mágicos em torno de suas fronteiras. Essa foi a razão, Ragnok meditou, de porque os Comensais da Morte não foram para o exterior para tomar o poder. Eles seriam massacrados e sabiam disso. Ele também duvidava que Voldemort levaria a guerra para a Europa antes de matar Harry Potter e esmagar toda rebelião no país.
Ragnok balançou a cabeça em desgosto. A única razão pela qual Gringotes ainda estava de pé era porque os goblins regulavam a economia internacionalmente. Os goblins eram banqueiros notáveis e suas proteções eram tais que o roubo era quase impossível. O Lorde das Trevas sabia que não poderia antagonizar os goblins sem correr o risco de uma paralisação econômica completa, portanto, ele havia deixado Gringotes em paz. Mas isso ainda não significa que Voldemort não tentou assumir o controle do banco, havia vários bruxos operando como segurança na entrada e no corredor de mármore para garantir que seus alvos não pudessem entrar.
Crack!
Pegando sua espada com uma velocidade surpreendente para alguém de sua idade, o Soberano da Nação dos Goblins Britânicos assumiu uma posição ofensiva, apenas para franzir a testa quando viu que se tratava de um elfo doméstico muito familiar. Um elfo doméstico que ele não via há anos.
"O que você quer, elfo?" Vociferou Ragnok. Nenhum elfo doméstico, exceto os registrados em Gringotes, poderiam violar as proteções, e essa criatura havia recebido acesso de Lucius Malfoy há muito tempo para entrar em Gringotes sob as ordens de seu mestre, e fazer negócios com os goblins que ele considerava sem importância para ele fazer pessoalmente. "O que Lucius Malfoy quer desta vez e porque ele está perdendo meu tempo?"
O elfo saltou de medo enquanto gritava. "Dobby lamenta, Mestre Goblin, senhor, mas Dobby foi libertado pelo malvado Mestre Malfoy e ele não é mais um elfo Malfoy. Dobby agora está servindo ao grande Harry Potter, e mestre Harry tem uma carta para você."
Ragnok ficou surpreso. Harry Potter estava escrevendo para ele? Ele queria falar com o rapaz depois que seu padrinho morreu, mas Albus Dumbledore, agindo como o guardião de Potter, interferiu. Ele esperava que o mago fosse a Gringotes em seu décimo sétimo aniversário para reivindicar a propriedade de sua família que se tornou disponível para ele quando atingiu a maior de idade, e agilizasse as coisas, mas considerando o que aconteceu no dia seguinte, ele não ficou surpreso que o herdeiro Potter não apareceu.
"Dê para mim." Ordenou Ragnok.
Ele abriu o envelope e desdobrou a carta.
Para,
O Chefe do Banco Gringotes, Londres.
Senhor,
Meu nome é Harry Potter e sou cliente do seu banco. Peço desculpas por entrar em contato com você, pois sei que sob o novo regime, sou um criminoso procurado. Infelizmente, não tenho escolha, pois preciso urgentemente da sua ajuda. Eu entendo que Gringotes escolheu permanecer neutro neste conflito, e portanto, peço que me deixe falar com você pessoalmente, pois este é um assunto de grande importância. Sinceramente espero que sua neutralidade também cubra minha visita, pois não quero que o Ministério da Magia ou Lorde Voldemort saibam que desejo um encontro com você em Gringotes.
Por favor, considere meu pedido.
Com os melhores cumprimentos,
Harry Potter
Ragnok estreitou os olhos. O que poderia ser tão importante para que Harry Potter quisesse falar com ele pessoalmente, especialmente durante tempos tão perigosos? Era em relação a questões financeiras ou algo mais?
"Elfo, diga ao seu mestre para vir ao banco essa noite." Ele ordenou. "Traga-o através da aparatação élfica, vou garantir que as proteções ao redor do meu escritório estejam desativadas precisamente à meia-noite. Ele deve vir sozinho e nenhuma outra bruxa ou bruxo pode acompanhá-lo. Está claro?"
"Sim, Mestre Goblin, senhor." Respondeu Dobby, acenando com a cabeça seriamente antes de desaparecer com um estalo alto.
Ragnok estalou os dedos quando vários feitiços protetores entraram em vigor, impedindo qualquer outra pessoa de acessar seu escritório. Ele tinha que se preparar para a reunião. Ninguém deveria saber que o homem mais procurado do país estava vindo para cá, nem mesmo os outros goblins.
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Poucos segundos depois da meia-noite, houve um estalo, e um elfo e humano apareceram no meio do escritório. O mago olhou ao redor freneticamente, garantindo que não era uma armadilha, ele se acalmou um pouco, mas seus ombros ainda estavam rígidos de tensão.
"Bem-vindo, Sr. Potter." Ragnok anunciou, observando atentamente o adolescente à sua frente. O menino parecia bastante abatido. "Prove sua identidade antes de começarmos nosso encontro. Seu sangue deve bastar."
Harry olhou para a pedra a sua frente com cansaço. Ele pegou a pequena faca que estava colocada sobre a mesa e cortou uma linha fina na palma da mão, deixando algumas gotas de sangue caírem na pedra. A pedra brilhava com uma cor dourada e Ragnok assentiu com satisfação. Dobby estalou os dedos, curando o corte instantaneamente, antes de aparatar.
"O que posso fazer por você, Sr. Potter?"
"Agradeço imensamente por me deixar vir aqui, senhor." Disse Harry agradecido. "Não quero perder seu tempo, então irei direto ao ponto." Ele esperou que Ragnok assentisse e então respirou fundo. "Diretor -"
"Meu nome em Ragnok, Sr. Potter." Disse o Goblin calmamente. "E eu sou o Lorde Supremo da Nação Goblin Britânica. Não tenho nenhum outro título."
Corando de vergonha, Harry continuou. "Peço desculpas, Soberano Ragnok. Quanto ao motivo de estar aqui, gostaria de começar dizendo que não tenho me escondido nos últimos meses sem nada para fazer. Estou procurando coisas que irão garantir o Vol-" Ele fez uma pausa, lembrando-se de um de seus elfos alertando-o sobre o Tabu, e se corrigiu. "A destruição de Riddle. Você vê -"
"Quem é 'Riddle', Sr. Potter?" Interrompeu Ragnok, franzindo a testa para o menino. Ele nunca tinha ouvido esse nome antes.
Harry sorriu levemente. "Tom Marvolo Riddle, o filho bastardo da Casa Gaunt, é o Lorde das Trevas residente que está atualmente atrás do meu sangue."
"Gaunt?" Ragnok exclamou enquanto jogava a cabeça para trás e ria alto. O som era bastante enervante. "Não é à toa que ele mudou de nome. Os Gaunt eram a família mais nojenta e condenada ao ostracismo no país, eles alegavam ser descendentes de Salazar Slytherin, mas faliram séculos atrás. Gringotes teve que encerrar sua conta por terem sido declarados insolventes."
Harry acenou com a cabeça, esperando estar fazendo a coisa certa ao confiar nos goblins. "De qualquer forma, estou aqui porque há objetos, que Riddle criou que lhe permitiram enganar a morte. Estou tentando encontrar esses dispositivos para que possa destruí-los antes que Riddle perceba o que estou fazendo."
"Objetos para garantir a imortalidade?" Ragnok rosnou. "Aquele bruxo inútil e covarde! Ele tem alguma ideia do que fez?"
Harry engoliu em seco. Tomando a raiva do Goblin como um bom sinal, ele continuou. "Espero que estejamos na mesma página, Ragnok. Sim, estou falando sobre Horcruxes."
O punho de Ragnok se apertou. "Como você sabe sobre isso?" Ele perguntou desconfiado. "Duvido que o Lorde das Trevas tivesse contado a você."
"Não." Ele suspirou. "Albus Dumbledore descobriu e me contou. A razão de eu estar aqui é porque acredito que uma delas pode estar no seu banco."
A expressão de Ragnok era estrondosa. Uma Horcrux era algo que todas as espécies mágicas odiavam por princípio, incluindo bruxos e goblins. A alma era sagrada, considerada por todos como pura magia, e ser contaminada assim era a maior blasfêmia que um usuário de magia poderia fazer. Era uma afronta à própria Mãe Magia! O ódio e a repulsa de Ragnok por Voldemort aumentaram para novos níveis.
"Sr. Potter, espero que você perceba que declaração perigosa acabou de fazer. É altamente ilegal trazer um dispositivo tão imundo para dentro do território dos goblins, muito menos armazená-lo em um de nossos cofres!"
Harry engoliu em seco. Ele nunca interagiu com goblins, exceto nas poucas vezes em seus primeiros anos de Hogwarts quando teve que tirar dinheiro de seu cofre. A História da Magia era totalmente inútil em dar instruções sobre como lidar com um Goblin irado.
"Peço desculpas, Ragnok, mas Gringotes não é o lugar mais seguro para armazenar um artefato de valor inestimável? Faz sentido que Riddle a mantenha nos cofres de um de seus Comensais da Morte mais confiáveis. Posso estar errado, mas tenho um forte suspeita de que estou certo. Se houver um aqui, por favor, deixe-me destruí-lo. Não procuro ganho material, Ragnok, por favor, acredite em mim. Estou aqui apenas para destruir a Horcrux. Não tenho futuro, ele vai me matar no final, mas tudo que estou tentando fazer é levá-lo comigo. Se eu conseguir, quando ele me matar, isso o mataria também."
Ragnok olhou para o menino especulativamente. Sinceramente, seus dispositivos de varredura deveriam ter captado algo como uma Horcrux, mas ele sabia que era possível que um Goblin fosse forçado ou mesmo subornado para manter a Horcrux no cofre durante a última guerra. Harry Potter também parecia extraordinariamente determinado a morrer, havia algo estranho em seu tom.
"Por que você diz que vai morrer, Sr. Potter?" Perguntou Ragnok curiosamente.
Harry respirou fundo. "Só posso responder a isso para saciar sua curiosidade, porque não há ajuda para mim. Mas, por favor, você vai me ajudar a recuperar a Horcrux se ela estiver realmente no cofre de Bellatrix Lestrange? Tenho um palpite de que está aqui. Eu não posso explicar isso. Só sei que está aqui."
Ragnok pensou sobre isso por um minuto. Bellatrix Lestrange nunca foi a Gringotes para retirar galeões ou discutir os assuntos financeiros de sua família, ela desprezava goblins. Se houvesse uma Horcrux em seu cofre, eles poderiam substitui-la e Bellatrix nem saberia. No entanto, se a troca fosse descoberta, especialmente considerando o fato de que o objeto em questão era a Horcrux do Lorde das Trevas, isso poderia significar uma guerra entre os goblins e Lorde Voldemort. Como seu senhor, ele não podia arriscar a vida dos goblins desnecessariamente. Mas, considerando a situação em que a Grã-Bretanha Mágica se encontrava, valia a pena ajudar o menino?
"Por favor, Ragnok." Implorou Harry. "Milhares de pessoas morreram por causa dele. Milhares de nascidos trouxas foram enviados para campos onde são torturados e mortos. Eu sei que dois de seus próprios funcionários, Griphook e Gornuk, fugiram. Por favor, Ragnok. Ajude-me. Vou pagar uma compensação por isso. Meu cofre não tem muito dinheiro em comparação com pessoas como os Malfoy, mas você pode ficar com ele. Não preciso mais. Quase não gastei dinheiro, então Gringotes pode pegar como uma compensação pelos serviços prestados. Por favor, eu imploro!"
"Acalme-se, jovem." Disse Ragnok suavemente. "Eu vou ajudá-lo. Mas você está errado ao alegar que seu cofre não tem dinheiro suficiente. No momento, você é nosso maior cliente."
"Desculpe?" Harry exclamou. "Como é possível eu ser seu maior cliente? Eu só tenho um pequeno cofre. É verdade que ele tem muito dinheiro em comparação com os Weasley, mas -"
Ragnok riu alto. "Os Weasley? Por favor, Sr. Potter. Não se compare aos Weasley. O cofre que você está falando é o seu cofre pessoal criado por seu pai quando você nasceu e contém cinquenta mil galeões. Deveria ser usado na sua escola e outros propósitos até você atingir a maioridade, quando então você se tornaria o chefe da família Potter e teria acesso ao cofre da família, investimentos e várias propriedades."
"O que?" Harry resmungou fracamente.
Ao ler sobre a história de sua família na biblioteca de Hogwarts, Harry sabia que os Potter eram uma família muito antiga, e fora uma das poucas que permaneceram desde a época do Rei Arthur e Merlin, mais de mil e quinhentos anos atrás. Foi apenas por essa razão que algumas famílias selecionadas como a dele receberam um assento hereditário no Wizengamot, enquanto a maioria dos membros do corpo governante continuaram a serem eleitos pelo povo, ou eram compostos por chefes de departamento do Ministério, e detentores de Ordens de Merlin. Cada membro titular do Wizengamot, quer herdassem o assento ou fossem eleitos, eram conhecidos como 'Lorde' ou 'Lady'. Harry nunca tinha se incomodado com isso até agora, principalmente porque não havia nada que ele pudesse fazer até terminar a escola, mas ele nunca tinha percebido que havia mais na fortuna de sua família do que seu cofre pessoal. Não havia razão para isso, pois ele sabia que famílias como os Abbott, que também eram muito velhos, eram de classe média. A ideia de que ele poderia ter mais dinheiro além de seu pequeno cofre nunca havia passado por sua mente!
Ragnok fez uma careta. "Eu queria encontrá-lo desde que seu padrinho, Sirius Black, morreu. Infelizmente, seu guardião, Albus Dumbledore, restringiu qualquer contato com você. Temos várias coisas para discutir. Mas primeiro, vou verificar se o cofre de Madame Lestrange de fato contém uma Horcrux."
"Pode ser a taça de Helga Hufflepuff." Disse Harry prestativamente. "Ou algo pertencente a Rowena Ravenclaw."
Ragnok fez uma pausa e acenou com a cabeça. Ele estalou os dedos e comida apareceu imediatamente na mesa. "Coma, Sr. Potter. Estarei de volta em alguns minutos, não vai demorar muito para eu verificar sua afirmação."
O Goblin logo saiu, deixando Harry em sua solidão.
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Vinte minutos depois, Ragnok estava fervendo enquanto voltava para seu escritório. "Você estava certo, Sr. Potter." Ele cuspiu. "A mulher asquerosa trouxe aquele contaminante para o nosso banco. Se você realmente parar a guerra, seu cofre será confiscado porque ela quebrou os termos do contrato que rege o Banco Gringotes e seus clientes."
Harry exalou de alívio.
"No entanto, nem tudo são boas notícias. Como um cliente de nosso banco que tem acesso a um de nossos cofres mais antigos e altamente protegidos, você precisa perceber que levamos nossa proteção a sério. Os cofres são guardados por sangue e um altamente complexo e intrincado trabalhado de proteções, entre outras coisas. Goblins não podem levar os tesouros para fora por causa de nossos juramentos. Esse foi o acordo que nossos ancestrais fizeram com a Confederação Internacional de Magos. Goblins, por meio de Gringotes, cuidariam da moeda e da economia do mundo mágico internacional, e em troca, não haveria mais conflito entre bruxos e goblins. Essa é a razão pela qual Gringotes é tão confiável e é conhecido por ser impenetrável, não podemos ser comprados por bruxas e bruxos que desejam roubar os tesouros de nossos clientes. Dito isso, você não poderá entrar no cofre porque não é um Lestrange de sangue ou casamento, e devido aos nossos juramentos, nenhum Goblin pode ajudá-lo."
A cabeça de Harry caiu quando ele fechou os olhos. Justamente quando ele pensou que estava tendo sucesso...
"Mas há algo que pode ajudá-lo a superar esse problema."
Harry abriu os olhos e viu o Goblin idoso sorrindo. "Você tem que lembrar que Madame Lestrange é uma Black por nascimento. A Casa Black era um grupo paranoico, e nunca tolerou que alguém manchasse seu nome. Essa é a razão pela qual eles sempre tiveram sub cláusulas inseridas em contratos de noivado, para que eles pudessem fazer seus sogros pagarem se algo indesejável acontecesse a um membro de sua família."
Harry franziu a testa. "E como isso nos ajuda?"
"É aí que entra o seu falecido padrinho." Disse ele.
Ele estalou os dedos e um grande cilindro apareceu, que se Harry adivinhou corretamente, continha sangue. Era bem grande e Harry tinha certeza de que armazenava pelo menos três litros de sangue.
Capítulo com 2784 palavras.