Um Clichê Chamado Eu e Você...

By liresol

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Sina Deinert, uma jovem alemã se encontra no meio de uma operação cupido para seu melhor amigo, Noah Urrea. I... More

"Porque Ela Não Me Nota?"
"O pior dos seres humanos"
"Só aceito se for no universo de 'E o vento levou'"
"Você não percebe o quanto as palavras podem te rasgar"
"Eu mataria uma pessoa, se ela fosse a causa do seu sofrimento"

"Diga que o legal está no mistério"

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By liresol

Eu nunca fui uma garota que gosta de chamar atenção. Sempre busquei ao máximo o anonimato dentro daquela escola. Mas parece que você se torna o assunto principal quando te vêêm com uma garota que chama atenção por onde passa.

Sim, eu decidi me desculpar pessoalmente com Heyoon. Esperei até um momento em que não tivesse muita gente para o fazer, mas nada saira do jeito que eu queria.

Flashback

- Ei, Heyoon. Será que eu posso falar com você? - A abordei quando ela estava saindo do banheiro feminino.

Eu não queria esperar mais, a culpa não me deixava me concentrar na aula. E pode até ser esquisito abordar alguém quando ela está saindo do banheiro, mas o que eu posso fazer se naquele momento era o ideal e o mais cômodo para mim realizar o bendito pedido de desculpas?

Ela parecia surpresa com a minha presença. Sua melhor amiga ao seu lado, também parecia. As duas me olhavam em dúvida. Como se eu falando com elas fosse um dos maiores absurdos que poderia estar acontecendo.

- Claro. Sav, te vejo mais tarde, certo? - Olhou para a amiga, recebendo um olhar diferente como resposta. Seria isso uma comunicação com o olhar? E se fosse o que aquilo significava?

Savannah concordou com a cabeça antes de sair de perto da gente. Não sem antes olhar para mim e sorrir levemente. Ela estava me cumprimentando ou rindo de mim?

Nunca me vi com tantas dúvidas em tão pouco tempo.

- Então? O que você quer me falar? - Seu tom era leve. Em nenhum momento pareceu chateada. Mas eu nunca fui boa em ler pessoas, né?

- Eu queria me desculpar com você - De repente seu olhar ganhou ainda mais confusão. Acho que essa expressão foi fácil de perceber. Suas sobrancelhas estão franzida assim como a boca e o nariz. - Ontem, quando você foi a minha casa, eu lhe destratei. Tinha pensado que você estava desmerecendo meu amigo e fiquei um pouco chateada. Então lhe tratei daquela forma. Não justifica meu feito então só queria lhe pedir desculpas de todo o coração.

- Espera. Por quê eu desmereceria seu amigo?

OK. Acho que falei demais. Não tem a mínima possibilidade de eu dizer a ela sobre o mega crush que Noah sente pela mesma.

- E-ele tinha lhe convidado para assistir série e você falou do seu namorado, então eu... - o nervosismo já tomava conta de mim de novo. De repente o chão parece a coisa mais importante do mundo e meus pés não conseguiam ficar parados. Insistiam em chutar o piso. - eu achei que você achava que ele estava dando em cima de você. Porque ele não estava! - a olho assustada com a minha fala. Percebo um leve sorriso em seu rosto - ele nem gosta de você. Nem te conhece direito, não é? Você tem namorado... Ele não faria algo assim.

Continuei divagando por algum certo tempo. Estava tão nervosa que ao menos percebi os olhares confusos das pessoas em nossa direção. Aí foi o meu erro.

- Sina! Respira. - Suas mãos foram em direção aos meus ombros. Meu corpo inteiro travou com esse contato. - Eu não pensei que seu amigo estava dando em cima de mim. Eu realmente tinha que encontra o Josh no parque.

De repente, e por algum motivo seus lábios se tornaram interessantes para mim. Eram rosados e pareciam tão leves. Tudo nela tinha que se encaixar tão perfeitamente?

- Você está bem? - sua pergunta me tirou do transe em que eu estava. Os pensamentos antes inconscientes, agora estavam martelando em minha cabeça. Como eu poderia estar prestando tanto atenção na boca da crush do meu melhor amigo? Que tipo de pessoa eu sou?

O nervosismo antes mesmo de dar brecha para diminuir. Aumentou extremamente com essa constatação. Meu olhar assustado provavelmente deixou a coreana ainda mais confusa.

- É-eu preciso ir. Só queria me desculpar. Vo-você me desculpa? Eu juro que não foi por querer. Foi inconsciente, nem ao menos me toquei do que eu estava fazendo.

Não sei se eu ainda estava falando sobre eu batendo a porta na cara dela no dia anterior.

- Esta tudo bem. É claro que eu te desculpo. Mas você não parece muito legal agora... Você precisa de algo?

- NÃO! Eu só preciso ir embora. Você pode me largar, por favor?

Ela fica confusa com minha fala, porém logo se toca que está com a mão em meu ombro e larga rapidamente, dando um passo para trás.

- Espera. - Ela varia o olhar entre mim e o chão. O que diabos está acontecendo com meu coração? Ataque cardíaco? Ai meu deus, eu estou morrendo? - A gente tem que começar o trabalho. Falei com a senhora Drews, ela nos liberou para a biblioteca no terceiro tempo.

Concordo com a cabeça

-Te encontro lá? - Pergunta

Novamente concordo com a cabeça.

Logo em seguida tudo se torna um borrão. Eu apenas saio praticamente correndo de la, sem nem perceber as várias pessoas olhando nossa cena em confusão ou a melhor amiga da coreana ali perto me encarando de um jeito incomum.

Flashback off

Agora, eu estou sendo motivo de fofoca pela escola. Fofoca essa sem sentindo nenhum.

- Como assim você estava brigando com a Heyoon por causa do Josh?

Suspiro. Essa era a fofoca sem sentido.

Noah senta de frente para mim, em uma das mesas do refeitório. Estava em uma mesa mais afastada, para que as pessoas parassem de me encarar, como estavam fazendo a 10 minutos atrás.

- Primeiro: Eu não estava brigando com a Heyoon. Estava me desculpando por ontem. - Pego meu sanduíche e dou uma mordida grandiosa. O que? Tanto mal entendido e nervosismo me deixaram com fome. - Segundo: por quê diabos eu brigaria por causa do Josh?

- Não sei. Me diga você. - Ele assalta um dos meus bolinhos. Bato em sua mão. Que audácia! - Ele é até bonito.

- E tem namorada.

- Bom, a garota que eu gosto também. E mesmo assim estou tentando conquistá-la. - Dá de ombros.

- Não. Você esta fazendo eu fazer o trabalho sujo. - Retruco.

Ele revira os olhos em resposta. Sentia vários pares de olhos em cima de mim. Provavelmente essa "briga" entre eu e Heyoon ainda renderia durante todo o resto da semana. E isso estava me incomodando muito. Por quê meu amigo não poderia se apaixonar por alguém mais fácil?

- Então, sobre isso. Eu estava pensando em começar nosso plano. - Pega sua bolsa no chão, abrindo e retirando de lá um envelope - Eu decidi escrever uma carta para ela. Você pode entrega-la?

Pego o envelope de sua mão. O olhando confusa.

- Pensei que não queria que ela soubesse de você ainda.

- Não quero.  A carta está no anonimato. Até pensei em colocar no armário dela, mas ela podia está acompanhada quando fosse ver ou até o namorado dela poderia abrir. - Suspira - E como você tem trabalho de literatura com ela, pensei "porquê não?"

Seus olhos imploravam para que eu aceitasse, e eu até o faria, se esse plano não fosse tão tosco.

- Se eu entregar, ela vai saber que eu conheço a pessoa, e o que eu vou falar pra ela? - Pergunto com a minha total atenção nas feições de seu rosto.

- Diga que o legal está no mistério. - Dá de ombros - Você consegue inventar algo.

O pensamento que passa na minha cabeça se resume a "Ele acha que estamos em um filme e que no final tudo da certo. Com ela terminando com o namorado e ficando inteiramente para ele" Mas nada disso eu externei. Não posso acaba com suas esperanças em um amor platônico.

- Tá certo. - Olho para aquele papel branco em minhas mãos, estava pensando tanto quanto um kl de chumbo. - Posso ler?

- Claro que não! É algo privado.

E aquilo pesou não só nas minhas mãos mas em todo o meu corpo; Ele realmente gosta dela. E com isso tomei a maior decisão que poderia tomar. Eu vou ajuda-lo com tudo o que tiver ao meu alcance.

Sorri para ele em compreensão e tentei lhe passar conforto, o que claramente não aconteceu.

- Está se sentindo bem? Parece que está com dor de barriga.

Frustrada. Ok, nada de conforto para esse ogro que chamo de amigo.

(...)

Após o segundo tempo, estou me direcionando para a biblioteca quando me lembro de mandar mensagem para Noah tentando saber de seu paradeiro, já que essa aula fazemos juntos e ele nem fez questão de aparecer.

Eu:
Onde tu ta? - 13:45

Noah:

Estou na quadra, tá tendo treino do time de Softball. - 13:47

Aliás, tu sabia que estamos em período de campeonato estadual? - 13:47

Eu:

Como eu poderia saber disso? Eu ao menos gosto de Softball. -13:48

Noah:

Vai vir para cá? -13:48

Eu:

Não, obrigada. Tenho trabalho com a Heyoon na biblioteca - 13:48

Noah:

Não esquece de entregar a carta -13:49

Eu:

Deveria te fazer entregar ela pessoalmente -13:50

Noah:

NAO -13:50

Tava brincando. Sei que você não vai esquecer. - 13:51

Eu:

Nos falamos depois - 13:51

Noah: 

Diz pra ela o quanto ela é linda... - 13:52

Eu:

Eu não vou falar isso pra ela! - 13:52

Não sou eu que quero cheirar o cabelo dela ou ficar deitado vendo o por do sol deitado no parque - 13:52

Noah:

EU SÓ SONHEI COM ISSO UMA VEZ! - 13:53

Mas não significa que eu não quero que aconteça- 13:53

Decido não responder mais a Noah e continuar meu caminho até a biblioteca. Assim que chego nesse paraíso em forma de local, vejo a senhora Duncan sentada na sua mesa, separando alguns livros.

- Boa tarde, Senhora Duncan. - Falo me aproximando ainda mais. - Precisa de ajuda.

- Não, menina. - Me olha sentar em uma cadeira em frente a ela - Não deveria estar em aula?

- A senhora Drews nos liberou para fazer um trabalho.

- Nós? - Pergunta confusa.

- Sim, Senhora Duncan. Estou atrasada, mas cheguei. - Heyoon me assusta ao chegar na biblioteca de repente. Se dirige para mais perto e se sentando em cima da mesa da bibliotecária. - Está preparada?

Concordo com a cabeça, me levantando e indo para uma mesa mais afastada, tentando não atrapalhar o trabalho da senhora Duncan. A coreana me segue e se senta na primeira cadeira que vê.

Reviro meus olhos, me sentando lentamente na cadeira a sua frente.

- Já pensou em qual poema falaremos? - Pergunto.

- Na verdade, antes disso queria te pedir desculpas. Soube o que estão falando sobre a gente.

O dia não estava sendo dos melhores com vários olhares de nojo e pena sendo direcionado para mim durante a aula de geometria. Mas apenas pensei que poderíamos esquecer isso e seguir em frente.

- Tanto faz. As pessoas sempre falam. Não precisa se desculpar por coisas que elas estão fazendo - Me mexo desconfortável com seu sorriso em minha direção.

- Por quê sempre tem que ser tão racional? - a olho confusa - as vezes você pode ter raiva, sabe?

- Eu sei. Ontem fiquei com raiva de você na minha porta. - Falo automaticamente. Somente depois me tocando do que havia dito.

Quando a encaro tentando ver se ela havia ficado irritada com minha fala. Vejo que ela sorria ainda mais em minha direção.

- Dá pra parar de sorrir pra mim?

- Por quê? - Pergunta, encostando seu rosto na mão direita.

- Faz meu estomago ficar estranho

- O que?

Ela parecia em choque sobre o que eu tinha dito. Pelo menos o sorriso havia saído de seu rosto.

- Podemos começar?

Ainda meio aérea ela pega seu caderno e seu livro com poemas de Dickson e começamos uma discussão durante 45 minutos inteiros.

Logo após esse tempo, fecho meu caderno, dando por encerrado por aquele dia. Quando ia guardar os materiais na bolsa, vejo o envelope branco. Como eu vou montar uma mentira, se eu ao menos sei mentir?

Pego o envelope lentamente, e a entrego sem dizer uma palavra.

- O que é isso? - Pergunta confusa.

- Hãm... Escreveram isso e pediram para eu lhe entregar.

- Quem escreveu?

- Uma pessoa. - Falo sem muito mistério.

Ela ri e abre a carta, fica meio confusa e depois olha pra mim. Um sorriso queria brotar em seu rosto, e ela parecia querer segurá-lo.

- Não quer me contar mesmo quem escreveu a carta?

- Não posso. Pediram para não contar. - Guardo todas as coisas em minha mochila e me preparo para levantar.

- Pediram? Quantas pessoas escreveram essa carta? - Ela parece se divertir com essas indagações.

E tirando o fato de que todas elas estavam me fazendo suar, acho que estava indo bem nas respostas.

- Uma. Mas se eu colocar no plural não preciso dizer se foi uma menina ou menino.

Ela se levanta também, e juntas saímos da biblioteca nos despedindo rapidamente da Senhora Duncan.

- Pois diga a essa menina ou a esse menino, que eu adorei o conteúdo da carta. E que não precisa ficar com vergonha de falar essas coisas pra mim. Talvez eu falaria de volta pra ela.

E com essa fala, ela se afasta de mim. Dando tchau com as mãos e sem tirar o sorriso do rosto.

Espera. Falaria de volta pra ela? Ela acha que é uma menina?


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