Mistaken (FINALIZADO)

Por Autorakapeixoto

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Trilogia Opostos - Livro 1 Não recomendado para menores de 18 anos. Noah Cooper é um advogado concorrido em... Más

✨ Nota da Autora e Personagens ✨
Capítulo 1
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Epílogo
Recadinho para todos!

Capítulo 2

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Por Autorakapeixoto

Olho para o relógio na parede e suspiro ao notar que já amanheceu. Mas um dia que passo a noite em claro, procurando por qualquer possível prova para o meu caso.

— Que merda! — resmungo, tiro o notebook do colo e me levanto. Meu corpo reclama e várias partes dele estalam. Me alongo, tentando aliviar a musculatura e sigo para o banheiro.

Banho! Preciso de um banho para relaxar o corpo.

Os inícios das minhas manhas não costumavam ser assim, ainda mais às segundas-feiras. Entretanto, depois que a minha querida ex-agente resolveu fazer da minha vida um inferno, manhãs como esta têm se repetido com frequência.

Tiro toda a minha roupa e entro no banho, fico um bom tempo lavando meu cabelo e deixando a água quente cair sobre o meu corpo. Passo a mão pelo rosto, ainda sem acreditar que tudo isso está acontecendo comigo. Desligo o chuveiro e me enrolo em uma toalha.

Me olhando no espelho, sei que sou uma mulher bonita e não tenho problema nenhum em assumir isso. Depois de anos difíceis na infância, sofrendo bullying e sendo piada, decidi que iria mudar e cuidar mais de mim. Na adolescência, minha aparência já tinha mudado totalmente, meu corpo se desenvolveu em uma ótima forma, me dando minhas curvas que eu tanto amo, e que as pessoas veem também. Descobri que poderia usar a minha beleza ao meu favor. Investi um pouco mais em minha aparência, comecei a fazer exercícios e virei modelo. Não modelo de passarela, até porque não sou magra o suficiente para isso, pelo menos, não da maneira que sabemos que a passarela impõe que sejamos, e nunca nem quis ser, mas sou ótima com fotos. Já fui capa de várias revistas famosas e também já modelei para muitas marcas grandes.

Por conta dos holofotes, acabei virando influencer na internet e fui chamada para participar de um reality show. Foi nessa época que cheguei ao ápice da fama. Adoro meus fãs, sempre dou atenção e assistência a eles, até porque eu sou o que sou por conta deles. E, onde moro é bem comum de ser ver famosos, então, as pessoas costumam ser mais tranquilas quando nos abordam. A única coisa chata é que, qualquer lugar sempre tem algum repórter nos seguindo, querendo estar preparado caso aconteça algo.

Penteio meu cabelo, faço todo meu ritual diário de passar hidratantes, cremes pelo corpo, perfume e uma maquiagem bem leve para o dia, mas que disfarce a imagem de zumbi que estou esses dias. Saio do banheiro, entro em meu closet e pego um conjuntinho de calcinha e sutiã preto, depois vou até a parte dos vestidos e escolho um preto de alça grossa, justo no busto e mais soltinho no cumprimento, que bate um pouco abaixo do meio das coxas.

Termino de me arrumar, sento em minha cama e pego o notebook novamente. Ontem eu acabei virando a noite novamente, mesmo depois de passar todo o final de semana procurando tudo que eu tenho para provar a minha inocência em toda essa situação com a Alex. Confiro tudo que consegui, coloco em uma pasta e jogo para dois pendrives. Pego um deles, levo no closet e coloco dentro do cofre que agora tem uma nova senha e apenas eu sei; o outro coloco na minha bolsa e saio do quarto.

Ao sair de casa, desço até a recepção.

— Srta. Ibrahim, bom dia! — o porteiro sorri ao falar.

Olho para fora, observando o movimento e tentando achar algum fotógrafo à espreita. Não vejo nenhum.

Ótimo, acho que estão se esquecendo de mim.

— Bom dia, seu Pedro. Como vão as netas? — paro na sua frente e sorrio.

Peter é um ótimo porteiro. Muito discreto e já me salvou de vários sufocos com fotógrafos e jornalistas. Morar em uma cidade movimentada faz com que facilmente a mídia descubra onde você mora, mas pago bem caro para que a minha segurança não esteja em risco, e até hoje, nada além de ser encurralada na entrada aconteceu. Aliás, não sou a única pessoa famosa que mora nesse prédio.

— Estão ótimas! Elas gostaram tanto dos presentes, são suas fãs número 1 — a sinceridade em sua fala aquece o meu coração. Me despeço, saindo do prédio. Coloco meus óculos escuros, arrumo o rabo de cavalo e já chamo o primeiro taxi que vejo passar.

Entro, me acomodo, passo o endereço e apoio a cabeça no encosto enquanto olho para a rua cheia de prédios gigantes, muitos carros e pessoas tentando competir por espaço na gigante Manhattan.

Sinto meu celular vibrar dentro da bolsa e o pego.

Desconhecido: Kathllen?

Desconhecido: Humm, não sei se o número está certo, mas espero que esteja. Caso seja você, gostaria muito de que entrasse em contato. É urgente.

Leio as duas mensagens e congelo ao ler a última.

Desconhecido: Sou eu, Ethan. Me ligue a qualquer hora.

Fico alguns minutos, que parecem horas, olhando para aquelas mensagens, sem conseguir acreditar que depois de quase dois anos, ele teve a coragem de me procurar.

Quem ele pensa que é? E quem passou meu número novo?

O carro para em frente à cafeteria Coffee Aromas. Pago ao motorista e saio.

Hoje é segunda-feira, normalmente as cafeterias ficam mais lotadas do que qualquer outro dia, mas daqui de fora, já consigo enxergar minha mãe sentada, lendo um livro que não consigo saber qual é com essa distância.

Entro e o sino toca, fazendo com que eu chame atenção de alguns clientes. Percebo umas pessoas mirando o celular em minha direção, o que é algo normal, mas ultimamente tenho ficado com medo de aparecer em qualquer mídia, por motivos óbvios, e eles aparecerem onde eu estiver e começarem a me encurralar com perguntas que não quero responder.

Chego na mesa em que minha mãe está, sento e sorrio para ela assim que me olha.

— Oi, meu amor! Que saudades — fala enquanto coloca o livro fechado na mesa, tira seus óculos e os deixa sobre o livro. Estica as mãos em minha direção, esperando que eu as pegue e, é isso que eu faço.

— A senhora está ótima, mamãe — falo em um sussurro, sentindo o choro prender em minha garganta — Estou cheia de saudades também.

Ela faz um breve carinho em minhas mãos, e depois chama a garçonete, que já estava vindo em nossa direção.

— Olá, me chamo Emma e irei atendê-las hoje — fala sorridente, e nos entrega o cardápio. — Já sabem o que querem ou precisam de um tempo para escolher? — enquanto ela fala, olho rapidamente o cardápio e me decido.

Observo Emma de relance. Ela é uma ruiva muito bonita e parece ser mais nova do que eu. É simpática e sorridente, mas isso não consegue esconder o quanto aparenta estar cansada.

— Eu vou querer um chá de camomila com damasco, e ovos com presunto, por favor — falo e olho para minha mãe, que ainda olha o cardápio.

— Também vou querer esses ovos — devolve o cardápio para Emma e termina — e um cappuccino bem forte, meu anjo.

Emma anota tudo, nos avisa que voltará em breve com nossos pedidos e sai em direção ao balcão.

— Moça educada! — concordo com um balançar de cabeça, e encaro minha mãe, sentindo meu coração pesado por conta da saudade.

Meus pais moram em Outer Banks, na Carolina do Norte. Foram para lá ainda jovens, quando abandonaram a Turquia, cidade natal de ambos, para viver um romance que seguiu um caminho indesejado. Eu nasci em Outer Banks e morei lá até completar meus 18 anos. Depois que eu vi que tinha chances na carreira de modelo, precisei me mudar para um lugar que tivesse mais oportunidades. Mamãe ficou muito feliz e me apoio da maneira que pôde. O problema nisso tudo foi como meu pai reagiu.

— Querida, sinto tanto pelo o que está passando — é quase palpável a preocupação em seu tom de voz. — Ainda não consigo acredita que a Alex, a nossa Alex, teve coragem de fazer tudo isso. Me sinto uma péssima mãe em nunca ter reparado que ela não era realmente uma boa amiga. Ela apareceu lá na cidade na semana passada, mas não foi muito bem recebida. Todos na cidade conhecem você e não conseguiram acreditar nessas mentiras. Eu fiz questão de afirmar que tudo realmente é mentira.

Olho para cima no intuito de segurar as lágrimas que já se formam em meus olhos.

— Mamãe, a senhora não tem culpa de nada. Por favor, não faça isso, não se culpe — apoio o rosto na mão enquanto meu cotovelo o sustenta na mesa. — Eu vou conseguir resolver isso. Encontrei o melhor advogado de NY, e ele aceitou pegar meu caso... Vai dar tudo certo! Estou realmente confiante.

Antes que minha mãe consiga responder, Emma volta com nosso pedido, organiza tudo na mesa, deixa uma comanda, sorri e se retira.

— Eu queria tanto ficar com você aqui, querida — sussurra e funga o nariz, deixando algumas lágrimas escorrerem — mas, você sabe como é o seu pai, né? Ele nunca toparia, e eu não posso deixá-lo sozinho; não agora, pelo menos.

Reviro os olhos ao ouvir sobre meu pai, mas não digo nada porque sei que minha mãe o ama demais e sofre por conta da minha relação com ele ser um desastre. Ele não a merece, nunca foi um bom marido e muito menos um bom pai. Por anos, tentei ser uma filha amada por ele, mas quando fui crescendo e amadurecendo, o enxerguei de verdade e torço para que um dia minha mãe enxergue.

Tomo meu chá e fecho os olhos ao provar o gosto e o aroma mais gostosos que senti nos últimos tempos. Os chás daqui são os melhores que já tomei. Tomo mais um gole, depois começo a comer os ovos.

Depois que mamãe tocou no assunto do meu pai, ficamos em silencio um tempo, porque ela sempre tenta defender as ações dele e, eu sei que ela realmente queria que ele fosse o que ela diz, mas eu vivi tempo demais no mesmo teto que ele para saber que sempre será uma pessoa que só pensa nele mesmo. Preferi mudar de assunto e agora estamos conversando sobre outras coisas, tentando deixar o clima um pouco mais leve.

Escuto o sino da cafeteria tocar e vejo quando minha mãe arregala os olhos e ruboriza. Tento segurar uma risada, porque sei que quando minha mãe fica assim é porque viu algum homem que considera atraente.

— Mamãe — falo em meio a uma risada baixa —, está me deixando curiosa! A senhora está muito vermelha — me controlo para não virar na direção que ela está olhando.

Ela pisca algumas vezes e tenta se recompor, me olha e dá uma risada tímida.

— Com tantos homens bonitos aqui, não sei como você continua solteira — resmunga e cruza os braços — Sério, querida! Já faz quanto tempo? — ela para, aparentemente tentando contar. — Dois anos?

— Dona Joana, a senhora não desiste né? — ergo as sobrancelhas. Estava demorando até ela tocar nesse assunto. — Mas, sim... São quase dois anos desde que o noivado acabou. E, falando nisso, ele me mandou mensagem hoje, acredita? Depois de tudo, depois de todo esse tempo, ele teve coragem de mandar mensagem falando que quer falar comigo — resmungo.

— Meu amor, eu sei que foi tudo muito confuso e que já faz tempo. Porém, você não tem nem vontade de descobrir os motivos dele? — pergunta com cautela, ela sabe que é um assunto delicado para mim. — Nada justifica o que ele fez e a gente sabe disso, mas talvez para ele, o motivo tenha sido plausível de alguma forma.

— Obvio que eu tenho curiosidade, mamãe, mas prefiro ficar eu mesma imaginando vários motivos do que ter que vê-lo. Ainda não consigo! — suspiro, frustrada.

Minha mãe fica quieta e novamente ruboriza. Olha para alguém por cima da minha cabeça, e dessa vez não me controlo, começo a virar na direção dessa tal pessoa que está fazendo com que ela fique assim.

— Não querida, eles parecem estar vindo em nossa direção — segura o meu punho, me impedido de virar. Acho estranha a sua atitude, mas concordo com a cabeça, esperando que eles passem por nós para que eu consiga ver quem são.

Antes que eu fale algo, sinto um perfume incrivelmente delicioso e tenho a sensação que já ter sentindo esse perfume antes.

— Srta. Kathllen, que prazer vê-la aqui! — sinto sua presença ao meu lado e viro um pouco, sorrio ao constatar que o perfume vem de Noah.

— Oi, Dr. Cooper! — me levanto, seguro sua mão em cumprimento e sorrio. — Bem, Dr. Cooper, essa é a minha mãe, dona Joana. Mamãe, esse é meu novo advogado, Dr. Cooper.

Me afasto, apoio a mão nas costas da cadeira que eu estava sentada enquanto ele fala com minha mãe, e nesse momento, parece que é a primeira vez que o noto de verdade. Noah é um homem lindo e isso eu já tinha reparado em nossa primeira reunião, mas só agora estou de fato observando-o bem. Ele é negro, deve ter por volta de 1.90 de altura, ou um pouco mais, e seu corpo... Deveria ser um templo! É perfeito. Ele é todo forte, e como está sem o paletó, consigo ver seus músculos pela camisa social branca, que fica apertada, abraçando tudo de bom que esse corpo representa. É um conjunto e tanto, que ganha um charme a mais pelos seus olhos verdes.

Meu Deus, Kath, disfarça. Acho que estou babando...

— Quer se sentar conosco? — escuto minha mãe oferecer e arregalo os olhos. Quando Noah olha para mim, tento disfarçar e sorrio. Me sento novamente, um pouco nervosa com a possibilidade de ele aceitar a oferta da minha mãe.

— Obrigada, dona Joana, mas estou com meus amigos na mesa ali atrás — sorri mostrando os dentes branquíssimos e uma covinha em cada bochecha. Deveria ser proibido um homem tão bonito ter covinhas. Aponta para a mesa, sinaliza seus amigos a algumas mesas de distância da nossa —, mas obrigado. Quem sabe na próxima, tudo bem? — olha para mim e sorri novamente. — Te vejo essa semana ainda? — me pergunta.

Por um segundo, eu entendo errado e faço uma careta, mas minha ficha cai e percebo que ele está se referindo ao nosso encontro como advogado e cliente, que no caso, eu iria ligar para marcar hoje, mas como passei a noite em claro e estava exausta antes desse café, acabei me esquecendo disso.

— Eu ia ligar mais cedo para marcar e acabei esquecendo. Hoje eu estarei aqui por perto o dia inteiro. Se tiver algum horário disponível e puder me encaixar... — lanço um sorriso ao terminar a frase para tentar amolecer o coração dele.

Ele dá uma risada breve e concorda com a cabeça, se despede da minha mãe e se ao virar para mim, fala:

— Pode passar lá assim que ficar livre, estarei de volta em alguns minutos e ficarei à sua disposição — pisca e sai em direção a sua mesa com os dois home... PUTA QUE PARIU. Arregalo os olhos assim que ele senta com seus amigos.

— Eu sei, filha! Também fiquei assim quando vi os três juntos. Que trio, estão de parabéns — ri da minha cara, termina seus ovos e limpa a boca — Dr. Cooper, né? Que pena que ele é seu advogado, porque seria um ótimo pretendente para te tirar dessa vida chata de solteira que você leva. Poderia ser só... Como vocês falam? — pensa — AH! Ficantes, o famoso sexo sem compromisso — dá de ombros como se não fosse uma mãe falando de sexo com a filha.

— MAMÃE! — engasgo com o resto do meu chá e rio. Olho em direção a mesa que Noah está e ele o pego me encarando. Fico sem graça, mas sorrio para ele, que retribui com um movimento com a cabeça e vejo um quase sorriso sair dos seus lábios.

Realmente não seria nada mal um homem como ele aparecer em minha vida. Há muito tempo que não sei o que é curtir um tempo calmo com alguém. Não quero me envolver sério tão cedo, mas seria legal uma pessoa para me dar carinho e sexo. 

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