"Péssimo pra mim, é a verdade."
"Mas não posso perder isso."
Stuck on you- Giveon.
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"Amor?"- ela perguntou ao descer as escadas, o procurando pelo apartamento.- "Scott?"
Ele tinha saído, mais cedo que o costume. De novo. Pegou o celular, lendo a mensagem curta que a mandara.
Amor✨:
- precisei sair logo, trabalho.
Bufou, negando com a cabeça irritada. Sentia vontade de desistir de tudo, e fugir. Era isso o que queria fazer todos os dias desde a última vez que se encontrara com Sean, há mais de um mês.
Havia decidido que se afastaria, para o bem dele, mas continuaram com as ligações, porque era difícil demais se esquecerem por completo.
Não podia ser tão inconsequente assim.
Tomou o café da manhã e se arrumou, descendo para o hall do prédio para ir trabalhar.
Fez uma careta ao olhar para a porta de entrada.
"O que você..."- ela perguntou ao vê-lo.- "Ainda é cedo, eu não..."
"Vamos."- ele falou simplesmente, lhe entregando uma bolsa e um panfleto.
"O que?"
"Você tem férias por três dias."
"Não, eu não tenho."- respondeu.- "Eu não..."
"Pode, você pode muito."- interrompeu.- "E eu não saio sem você."
"Sean, eu tenho um namorado."
"Eu sei, e um amante também."- deu de ombros.
Sentiu a garganta secar, era horrível ouvir aquilo em voz alta.
"Fala que vai sair com seus pais."
"Não."
"Qual é? Não vai ser a primeira vez."
"Não posso envolver eles nisso."
"Okay, então conta a verdade."
"Isso não é uma opção."
"Claro que não..."- murmurou.- "Saio hoje às onze, você já sabe onde eu moro se caso mudar de ideia."- pegou a bolsa de volta, deixando o panfleto em sua mão.- "Tchau Rice."
"Tchau..."- o observou sair, encarando o papel em sua mão.
Fez uma careta.
"Lavanderia?"- franziu as sobrancelhas, olhando o verso ao virá-lo e leu as palavras escritas de caneta, com letra bastão bem abaixo do telefone da loja.
"Se permita ser feliz um pouco, comigo. Prometo que não conto pra ninguém."
Suspirou, guardando o panfleto na bolsa em seu ombro e olhou ao redor, chamando um táxi para seguir ao trabalho.
Foram exatas nove horas de trabalho, seguidas de pensamentos incontáveis e pouca concentração. Tentava encontrar um motivo, chegar à conclusão de que era certo, se deveria ou não aceitar essa loucura.
O caminho de volta para a casa fora em completo silêncio, subiu para o quarto e tomou um banho, aproveitando que ele ainda não chegara.
Esperou dar o horário de saída de trabalho do namorado, e mais uma vez, se decepcionou. Depois de passar o dia todo se culpando por querer sair com Sean, havia decidido que não o faria e agora estava sozinha.
"Quer saber? Foda-se."- falou consigo mesma, subindo de volta ao quarto e pegou uma mochila que encontrara no closet.
Não sabia o que deveria levar, então pegou de tudo um pouco e colocou ali dentro. Desceu as escadas rapidamente, prendendo os cabelos num rabo-de-cavalo alto e pegou o celular. Dez e meia da noite.
Amor✨:
-precisei sair logo, trabalho.
precisei visitar uma tia doente e não volto no fim-de-semana, não precisa se preocupar.-
sei que consegue sem mim.-
Mandou as mensagens, respirando ao segurar a maçaneta da porta de entrada.
"Okay."- murmurou consigo mesma, saindo rapidamente.
Encontrou o porteiro assim que chegou no andar térreo, com um sorriso simpático no rosto.
"Como vai senhora Davis?!"- o mais velho a cumprimentou.
"Não me chama assim Chris, não sou casada com ele."- revirou os olhos.
"Ainda não, não é?"- sorriu.
"Hm..."- murmurou.- "E eu prefiro o meu sobrenome."
"Claro, perdão senhorita Rice."
"Relaxa."- soltou uma risada fraca.- "Só Kaycee, lembra?"
"Okay, como quiser senhorita."
Ela riu, Christopher era realmente um amor, seu único amigo ali. Mais até que o próprio namorado.
"E, perdão mas, onde vai?"- o mais velho perguntou.- "Já é tarde."
"Preciso visitar uma tia doente, volto na segunda."- deu de ombros.
"Oh, que ruim, o que ela tem? É grave?"
"É... problema de coração..."- soltou as palavras, sem pensar muito enquanto procurava um táxi.
"Céus! E está no hospital?"
"Não, nem sei como ela aguenta viver assim ainda..."
"Sinto muito senhorita."
"Ãhn?"- o olhou, voltando a atenção para o senhor de idade ao seu lado.
"Sinto muito pela sua tia, espero que ela melhore do coração."- repetiu.
"Ah! Sim, obrigada Chris."- sorriu, fazendo sinal para o táxi.- "Até logo."
"Até logo senhorita, boa viagem."
"Obrigada."- se despediu, entrando no carro e falou o endereço.
A campainha tocava pela terceira vez quando ele se levantou, caminhando até a porta e a abriu. O sorriso que se formara em seu rosto ao ver a imagem em sua frente era, no mínimo, vitorioso.
"Atrasada."- falou.
"Não são onze horas ainda."- ela respondeu, entrando no apartamento.
Fechou a porta, indo até ela.
"Onde vai me levar?"
"Não vou falar."- deu de ombros.
"Só não me mata, preciso voltar pro trabalho viva na segunda."
"Eu nunca te mataria, mesmo com você me tirando do sério sempre."
Soltou uma risada baixa, ajeitando os cadarços dos tênis. Pegou umas garrafas d'água na geladeira, junto com a mochila dela.
"O que disse pra ele?"- perguntou.
"Minha tia tá doente do coração."- disse simplesmente, o fazendo rir.
"Precisava ser tão específica?"- riu, sendo acompanhado por ela.
"Não, eu falei isso pro porteiro."- contou.- "Até desejou melhoras pra ela."
"Coitado."
"Ele é um fofo."
"Ele tem uns setenta anos, claro que é."
Riram, Sean pegou as coisas e desceu para o estacionamento, as colocando dentro do carro e entrou ao terminar.
"Não me sequestra, okay?"
"Nem precisei, você quem veio até mim."- provocou, rindo ao vê-la revirar os olhos.
Deu partida, saindo do prédio e seguiu pelo trânsito. Kaycee permanecia quieta, observando a rua pela janela. A olhou de relance, apoiando uma das mãos e sua coxa e fez um carinho ali.
"Relaxa."
Assentiu com a cabeça, suspirando e encarou o carinho. Levou a mão à dele, as juntando. Ele sorriu, entrelaçando os dedos nos dela.
"Não... assim não..."- a ouviu dizer baixo, acabando com o toque.- "Eu não..."
"Tudo bem, tanto faz."- interrompeu, voltando toda a atenção ao volante.
Voltou a encarar a rua pela janela, em silêncio, até ouvir a música aumentar no rádio e a voz dele soar em seus ouvidos.
"Vamos, canta também."- falou.
"Sabe que eu não canto nada."
"Claro que canta."- deu de ombros.- "Te conheço o suficiente pra saber disso."
"Sem essa."- riu.
Cantou mais alto quando chegou no refrão, puxando a mão dela e a fez de microfone, a fazendo rir da gracinha e começar a cantar também.
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Oh gente... então. Eu meio que escrevi mais um... com outra música do Giveon, porque ele é perfeito! Espero muito que gostem e não se esqueçam de favoritar e comentar o que acharam! Beijos de luz e até 💛✨
Ps.: Tenho a parte 2, me digam se querem que eu traga!
Ps2.: na verdade eu não sei quantas partes vai ter, 2 ou 3, talvez...