Cabra de Bigode - e outras hi...

By rebelarte21

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O que um cangaceiro, uma assombração, um marido infiel ou uma criança curiosa têm em comum? Nada, é claro! Me... More

Cabra de Bigode
Olhar de Capitu
A vez do cobrador
Dúvida de criança
O franco-atirador
Estrada a Peripoara
Sobre o autor

A loira do banheiro

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By rebelarte21

Esta é uma história baseada em fatos mais ou menos reais (nem tão reais assim, mas também em nada irreais), que se passou há muito tempo.

Eram meados da década de oitenta, em uma noite num acampamento de férias no interior de São Paulo. Estudantes do Segundo Grau de um tradicional colégio paulistano se acomodavam no casarão da moradia para mais uma noite de descanso. Mas não todos eles. Pois um grupo de rapazes se acotovelava ao redor da televisão do acampamento, localizada na grande sala nos fundos do casarão, para assistir um filme atrás do outro no videocassete. Naquele dia alguns deles haviam dado um pulo até o centro, onde passaram na videolocadora e alugaram todas as fitas de terror que puderam. Agora lá estavam eles, meia-noite passada, tão logo acabando um filme para já rodar o outro, deixando a rebobinagem das fitas (!?) para a locadora. Luzes apagadas no simples e apertado casebre de madeira, a noite escura lá fora, sem um raio de luar. Com pipoca e guaraná à vontade (tempos de inocência!), a sessão noturna seguia animada e apavorante. Curtiam com olhos vidrados e excitação incontida a filmes como o pútrido Renascido do Inferno, o previsível mas sempre sensacional Sexta-feira Treze, o sobrenatural horripilante dos espíritos malignos Poltergeist, o cômico assustador de A Casa do Espanto, o ridículo mas mortal Brinquedo Assassino, o suspense constante de Halloween, o tocante mas traumatizante A Maldição de Samantha e, é claro, a grande sensação do momento, o recém-lançado A Hora do Pesadelo, estrelando o indefectível Freddy Krueger. Este último, junto com os filmes do assassino Jason, estava entre os preferidos da turma. A sessão era de terror, mas quase todos os rapazes riam e se divertiam, à exceção de um. Encolhido num canto da sala, Sérgio roía as unhas e esbugalhava os olhos a cada cena. De fato, Sérgio era conhecido como o mais medroso de todos. Todavia, lá estava Sérgio, resistindo de olhos bem abertos (até demais!) às cenas mais horripilantes de cada fita. Digamos então, mesmo sob a incompreensão geral, que Sérgio era um medroso corajoso.

– Ei, Cabaço – alguém riu enquanto acendiam as luzes da sala – pode sair debaixo da mesa, os filmes já acabaram.

Cabaço era a alcunha de Sérgio que, além de medroso, era também virgem – fato de conhecimento geral na escola, pois o rapaz cometera o erro crasso de contar ele próprio para toda a galera durante uma conversa de recreio. Claro, boa parte dos que se divertiam debochando da condição de Sérgio também eram virgens, mas isso mantinham em segredo. Da parte de Sérgio, porém, a coisa toda ia muito além da virgindade. Ia desde sua inexperiência sexual, passando por sua cara de tomate com catapora de tão cravejada de espinhas, até seu jeito de quem parecia ser surpreendido pelo mundo a todo momento. Em suma, era o objeto preferido das chacotas da turma:

– Ô, meu – alguém riu de Sérgio enquanto apontava para uma poça de guaraná derramado num canto da sala – vai lá buscar um balde e um pano pra limpar sua sujeira, medroso mijão.

– Ei Cabaço, vai correndo lá pra cidade buscar mais filmes pra nós.

– Pera, turma – um rapaz alto e forte chamado Paulão ergueu os braços. Por já ter rodado de ano duas vezes, Paulão era o mais popular do grupo, tanto que calou o crescente agito da galera com facilidade – Já sei o que vamos fazer: contar histórias de terror!

A algazarra era agora em torno da excelente ideia. Sentaram-se em roda em torno de Paulão que, obviamente, sabia contar as melhores histórias.

– Não, Cabaço, você não vai dormir agora – um dos rapazes conteve Sérgio pela camisa quando este tentava sair de fininho.

– É isso aí, senta aqui na minha frente – Paulão puxou Sérgio para perto, arrancando risos da turma. Era divertido ver suas reações espalhafatosas ao ouvir histórias de terror. Sua simples presença na roda já era uma atração à parte, senão a principal atração.

– Querem ouvir a história da loira do banheiro?

Sérgio arregalou os olhos, e esta foi a senha para a turma:

– Sim, isso. Conta! Conta! Conta!

– Não se sabe quem era ela... Uns dizem que era apenas uma menina levada que gazeava as aulas pra fumar na última porta do banheiro. Um dia passou mal com tanta fumaça, escorregou, deu com a cabeça no vaso e morreu. Outros dizem que era uma mocinha inocente, tendo sido estuprada e esquartejada na hora em que foi dar uma simples mijada! Ou ainda que era uma criatura horripilante, tão hostilizada por todos que passava dia e noite trancada no único lugar onde vivia em paz, o banheiro. Certa noite, ela resolver invocar as forças malignas para ali permanecer para sempre...

Para o deleite de todos Cabaço ouvia Paulão com toda a atenção do mundo, o queixo caindo e a cara se esbugalhando.

– Não, ninguém sabe de onde ela vem. Mas todos sabem como chamá-la, não é mesmo?

– Sim! Sim!

– Basta ir até a última porta do banheiro, aquela lá do fundo, se fechar lá dentro, xingar, bater o tampo e dar descarga três vezes seguidas, e então...

– Então?! Então?!

– ...então ela aparece! Surge cambaleando, rindo como uma louca, vestindo um roupão daqueles de mesa de cirurgia. As narinas tampadas de algodão, o rosto todo deformado de tão cortado e ensanguentado, os olhos injetados. Ela vai te prender lá na última porta, a casa dela, segurando-o com suas mãos vermelhas de sangue, e vai pedir para você tirar o algodão de suas narinas pra passar nas suas cicatrizes, e depois...

– Depois?! Depois?!

Ninguém sabe. Os poucos sobreviventes dessa experiência sobrenatural ficaram loucos, incapazes de revelar o que presenciaram. Só existe um jeito de saber: ir lá e chamá-la...!

Todos ficaram em silêncio, arrepiados, sem querer deixar transparecer seu medo. Exceto Cabaço, claro, que roendo as unhas, exclamou a Paulão.

– Puxa vida, que apavorante...!

Aquilo foi um alívio geral. A turma desandou em gargalhadas, enquanto Paulão pôs-se a chacoalhar Sérgio, agitando a todos feito o maestro da orquestra:

– Ca-ba-ço, me-dro-so! Ca-ba-ço, me-dro-so!

Aconteceu então algo curioso. Qualquer medroso, em horas assim, deveria baixar a cabeça em sinal de derrota, admitindo sua covardia antes da pilhéria do povo lhe reservar algo ainda mais assustador. Mas Sérgio, como era um medroso de coragem, fez justo o contrário. Desvencilhou-se dos braços musculosos de Paulão e, numa atitude surpreendente, pôs-se a protestar:

– Não sou medroso!

– É sim! É sim!

– Não sou! Não sou!

– Ca-ba-ço, me-dro-so!

– Espera um pouco, galera – Paulão sacudiu suas mãozonas, chamando a atenção de todos – Nosso amigo aqui diz ser ter coragem. Por que então não lhe damos a chance de provar?

– Isso... – sussurraram os de pensamento mais rápido, já pressentindo ondo tudo ia terminar.

– Vamos mandá-lo chamar a loira! - Paulão exultou, levantando a galera. Em plena madrugada, fazer Cabaço ir chamar a loira naquele banheiro do acampamento, que de tão sujo e decrépito conseguia ser sinistro em plena luz do dia, era uma ideia genial demais. Até porque o banheiro, como todos bem sabiam, não tinha sequer luz elétrica. Mas tinha sua temível porta do fundo, que por ser a terceira (número favorito da loira, a julgar pelo número de repetições necessários à sua evocação), sem dúvida era o acampamento de férias preferido da assombração. Sérgio ainda tentou gaguejar alguma coisa, inventar alguma desculpa, mas ninguém estava lhe ouvindo. Apenas se limitaram a erguê-lo do chão e ir arrastando-o em direção à escuridão lá fora.

– Ca-ba-ço, e a loi-ra! Ca-ba-ço, e a loi-ra!

– Não, eu não quero! – Sérgio libertou-se do emaranhado de braços num esforço desesperado – Não vou e pronto!

– Ah, mas vai sim – Paulão enfureceu-se, agitando na cara dele sua mãozona ameaçadora – Disse que não é medroso, agora vai ter de provar! Senão vai levar chá de cueca!

O chá de cueca! Aquele puxão violento na roupa de baixo, capaz de esmagar tudo lá embaixo, era uma punição dura demais. Ainda mais quando feito por Paulão, que de tão forte era bem capaz de lhe pendurar a cueca na cabeça. Não, era demais. Mas ser obrigado a chamar a loira...? Pensou o que seria pior, mas enquanto pensava a turma já o arrastava para fora, e num piscar de olhos estava entregue ao relento.

– Enquanto não for, vai ficar trancado aí fora – Paulão exclamou, fechando a porta – Estamos de olho.

Sérgio estava a sós na noite sombria. Risinhos iam morrendo detrás da porta. Virou-se numa última desesperada busca por piedade, mas só encontrou a mãozona de Paulão a brandir de forma ameaçadora detrás da janela, a seguir apontando na direção dos banheiros. Não havia saída! Tremendo, foi seguindo a trilha de ladrilhos ladeada por árvores imensas, balançando de forma medonha no meio da escuridão. Enquanto caminhava, só pensava na possibilidade de algum monstro dos filmes de terror aparecer. E se um espírito maligno viesse voando das árvores para possui-lo? E se alguma das criaturas invocadas pelo impiedoso Pinhead brotassem do solo para pegá-lo pelo pé e tragá-lo à terra, arrastando-o até o inferno? E se Jason surgisse detrás da próxima curva, com sua máscara de goleiro de hóquei e seu facão ensanguentado? Se isso acontecesse não teria como escapar, pois nos filmes a mocinha sempre era alcançada pelo determinado Jason, mesmo com ela correndo feito louca e ele caminhando tranquilo. Súbito, lembrou-se de algo reconfortante: Jason nunca matava os virgens! E como Cabaço fazia jus ao nome, podia ficar tranquilo.

Tranquilizado por essa recordação valiosa, conseguiu seguir em frente com passos firmes. Caminhou mais um pouco, e enfim, lá estava diante daquele casebre tosco e sem portas. Parecia a dilapidada cripta de um cemitério, mas ele sabia ser o banheiro... Cauteloso, e não sem muito esforço, chegou junto à entrada. Deteve-se então para pensar. Podia retornar agora, dizendo ter cumprido a tarefa, e ninguém saberia. Mas foi inundado pelo mesmo sentimento que o fizera desafiar a todos e o trouxera até aqui. Não, ele não era um medroso. Ia colocar por terra essa lenda absurda e voltaria são e salvo. Provaria a todos ser um cara digno de respeito. Entraria como menino e sairia como homem. Então, num gesto surpreendente, deu o primeiro passo para dentro do banheiro. Era como entrar num buraco fedorento, ainda mais escuro e aterrador do que imaginara, mas seguiu de forma determinada. Passou por uma porta, depois outra, e ali no canto, bem longe de janelas ou quaisquer pontos de fuga, estava a fatídica terceira e última porta. Como era escuro! Tateando os arredores, entrou no cubículo, encostou a porta sem trinco, baixou a tampa do vaso e sentou-se. Estava arrepiado. Antes, porém, de ser dominado pelo medo, tomou uma decisão ágil. Puxou a corda da descarga, levantou-se, bateu o tampo, sentou-se novamente e pensou num palavrão. Nunca fora bom em recitar palavras de baixo calão. Mas estava num ambiente inspirador para determinados desaforos e assim, com certo orgulho, proferiu:

– Merda.

Ficou depois imóvel, ouvindo a água ir embora debaixo de si. O silêncio retornou. O ridículo da situação ajudava a afastar o medo, e antes que ele viesse, fez de novo. Puxou a corda da descarga, levantou-se, bateu o tampo, sentou-se novamente e pensou num palavrão. De novo, o ambiente foi decisivo para sua veloz escolha:

– Bosta.

Até agora, tudo certo. A água já se fora, e restava o silêncio. Silêncio de prenúncio do momento decisivo. Era chegada a hora! Aquele momento crucial que diferenciava os heróis dos covardes, a linha a cruzar depois da qual nada mais seria como antes. Mas como seria lá, do outro lado da linha? Respirou fundo e, provando ser de fato o mais corajoso dos medrosos, fez. Puxou a corda da descarga, levantou-se, bateu o tampo, sentou-se novamente e pensou num palavrão. Seu repertório de palavras feias estava se esgotando, por isso teve de torcer o cérebro. Depois de muito pensar, exclamou a única palavra que lhe viera à mente:

– Chulé.

Sim, por que chulé não haveria de ser palavrão, pensou Sérgio. Era algo fedorento e desagradável, logo, tinha de ser palavrão. Fim da água a escorrer sob o tampo, e fim também da missão. Tudo quieto de novo, nada demais a ocorrer. Havia vencido! Provara que a loira do banheiro não passava de uma farsa, como também eram todos os monstros daqueles enlatados gringos imbecis nos quais ele e sua turma haviam desperdiçado tanto tempo de suas vidas. Sentia-se corajoso como nunca! Mas e se tivesse feito algo errado? E se chulé não fosse palavrão? Nada disso, ele fizera tudo certo, chulé era sim palavrão, e fim de papo!

Mas então ouviu um ruído lá fora que o fez estremecer. Era uma voz feminina, e estava rindo. Um calafrio lhe percorreu o corpo. Será possível?! Pensou em sair correndo, mas num instante os risos chegaram à entrada dos banheiros!

Não podia ser verdade, mas era! Sem dúvida, era um riso incontido de mulher. Riso debochado, de desvario! Não havia dúvidas, era ela! Sérgio trancou a porta da cabine com os pés, enquanto a risonha aparição avançava se batendo pelos cantos, cambaleando. Como disseram. Ainda rindo ela empurrou a primeira porta, engasgando-se ao não encontrar ninguém. Mas logo voltou a rir, e seguiu corredor adentro. Ela estava se aproximando! Sérgio suava frio, o horror lhe fazendo tremer, sacudir feito gelatina no liquidificador, feito o medroso que sempre fora. Maldita hora em que decidiu provar sua coragem! Acabaria se borrando ou se mijando todo. Pelo menos não se sujaria, pois afinal, estava em um banheiro.

– Hahahahaha – riu a medonha misteriosa ao bater a segunda porta. Agora estava vindo para ele, e nada podia fazer além de defender com os pés a frágil folha de madeira da porta, única coisa que o separava do desconhecido. Pensou que gritaria, mas o pavor era tanto que congelou. Bloqueado pelo terror, deixou suas pernas caírem enquanto a porta ia se abrindo para dar espaço a uma moça loira, um pouco baixinha, trajando um vestido comprido. Estava escuro demais para ver além disso, mas logo sentiu-a prender suas mãos, aproximando sua face da dele. Ela ria loucamente, e exalava um hálito desagradável. Então de repente o rosto se encheu de luz, fazendo Sérgio saltar num espasmo de pavor:

– O lindinho está com medo – gargalhou aquele rosto conhecido, enquanto iluminava o recinto com a lanterna que trazia à mão. Sérgio ficou boquiaberto: era Sandrinha, a loirinha linda do segundo ano, e seu riso exagerado e os olhinhos pequenos se somavam ao hálito para deixar claro que estava podre de bêbada. Como sem acreditar, Sérgio moveu a mão trêmula na direção daquele rostinho meigo, sorridente, e sem nenhum algodão nas narinas. Ao contrário de possuir cortes e cicatrizes, o rosto era macio e cheiroso. Em vez de sangue nas mãos, ela tinha à mão apenas a genitália de Sérgio. A loira ainda ria quando ele carregou a mão hesitante por cima do decote e apalpou seus seios. Foi só aí que Sérgio teve certeza de estar diante não de um monstro, mas sim de sua coleguinha do colégio. Agora sem hesitação, acariciou os lindos cabelos dourados e juntou seus lábios aos dela, enqunto enfiava a mão afoita debaixo do vestido para esfregar suas coxas macias, envolver sua cinturinha e, por fim, encontrar a calcinha, puxando-a com delicadeza, rumo ao grande sonho de Sérgio. Sonho que, enfim, se tornava realidade.

Foi uma noite inesquecível, na qual tudo deu certo. Venceu seus medos, jogou fora seu apelido ridículo, deu uma lição nos colegas, provou a si do que era capaz. Conforme esperara, entrou no banheiro como menino e saiu como homem. E mesmo tendo perdido a virgindade, Jason não apareceu para persegui-lo. Nem mesmo Freddy Krueger surgiu nos seus sonhos naquela noite. Sérgio havia se dado bem.


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Ou pelo menos, foi o que havia pensado. Meses depois Sandrinha desapareceu do colégio. Todos se perguntavam o que havia acontecido. Começaram a cochichar coisas terríveis, nas quais ninguém podia acreditar. Poderia algo assim ocorrer num colégio tão tradicional e respeitado? Um pesado clima de suspense pairou sobre todos, como num filme de terror. Não tardou e deixaram de falar da moça, como se seu nome tivesse se tornado um tabu, uma coisa impronunciável. Sérgio preferiu acreditar que aquilo tudo fosse apenas mais uma história inventada para assustar os outros, outra lenda urbana. Mas, dessa vez, não era lenda nem coisa de cinema. Soube disso quando a própria diretora veio lhe procurar. Ela lhe contou que Sandrinha tinha Aids, uma doença nova, incurável e fatal – e agora Sérgio também a tinha. Desolado, deixou a escola e mudou-se de bairro com os pais, que o apoiaram nos seus últimos anos de vida. Pouco antes de morrer, Sérgio sentiu-se no dever de deixar ao mundo uma mensagem de conscientização, para outros jovens escaparem de seu triste destino, e assim mandou escreverem na sua lápide: "cuidado com a loira do banheiro".


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