Meu corpo não responde, eu tento me mover mas nada acontece, meu olhos não abrem. Estou em desespero.
- ela vai ficar bem Dr.?- escuto uma voz.
- vai sim, mas a pancada ocasionou um traumatismo cranioencefálico, já fizemos a drenagem e tiramos a sedação, agora é só esperar o corpo responder. Fizemos alguns exames e estão todos dentro da normalidade.
- ela pode ter sequelas?- alguém pergunta.
- só vamos ter certeza quando ela acordar.
- obrigada por salvar minha irmã - Thiago!
Thiago eu tô aqui! Me escuta! Socorrooooooo!
Meu corpo relaxa, e não vejo mais nada. De novo.
Não sei quantos dias passaram, apenas escuto o que todos falam, meus amigos estão sempre presente, e Breno, ele conversa comigo o tempo todo, sinto sua mão que te na minha e seus lábios no meu.
- cara vai pra casa toma um banho eu fico aqui - Pe diz.
- não vou sair daqui, se ela acordar eu quero ser o primeiro que ela vai ver - Breno fala.
-cara ela com toda certeza sabe que você ta aqui. Você precisa de um banho!- Pê fala.
- não adianta Pedro. Não vou sair daqui. - Breno diz.
Silêncio de novo. Sono.
Meu corpo todo dói. Uma luz branca surge. Eu olho ao redor, sinto alguém do meu lado. Vejo Breno. Deitado com a cabeça na minha cama e sentado na cadeia. Está exausto, cabelo bagunçado, barba por fazer. Meus dedos não resistem e passam por seus cabelos fazendo carinho.
Ele levanta a cabeça e me olha. Seus olhos estão vermelhos. Ele estava chorando?
- oi..- digo com a boca seca.
- Manu! - ele chora e me abraça - graças a Deus! Eu fiquei com tanto medo!- ele beija meu rosto todo.
- eu tava aqui ... o tempo.. todo - sorri.
- nunca mais quero ficar longe de você - ele diz.
- obrigada por ficar - falo.
- nunca iria deixar você meu amor - ele diz chorando - você veio pra minha vida pra ficar completa - falo.
Logo os médicos vem me examinar.
- Então senhorita Bezerra pelo que vejo você está sem sequelas, vamos te manter em observação mais 24 horas e dependendo estará de alta pela manhã - Dr diz.
- que notícia boa dr.- Breno fala.
- dr? - pergunto e ele me olha - já posso tomar água?
- pode sim, já vou solicitar também uma comida leve - ele diz e se retira.
Não demora recebo visita das minhas amigas enquanto Breno foi em casa tomar banho.
- amiga o Breno não saiu de perto de você tadinho - Carol fala.
- eu sei, eu escutei enquanto estava dormindo - digo com meu coração apertado.
- ele fez até promessa - Lari fala.
- dessa eu não sabia!- sorrio.- que promessa?
- ele disse que se você saísse dessa ele iria fazer doações naquele orfanato perto da empresa - Vi fala.
- meu noivo e lindo né!- falo orgulhosa.
Meu irmão vem com o Pedro, Lucas e Breno, ambos com chocolates, flores e uma porta retrato com nossas fotos.
- gente vocês vão me deixar mal acostumada!- falo rindo.
- você merece pequena - Lucas diz e beija minha testa.
- nunca mais assusta a gente heim!- Pedro me abraça.
- quase morri por sua causa!- meu irmão fala chorando - nunca mais vou deixar ninguém se aproximar de você! Prometo te ouvir antes quando o sexto sentido apitar - ele passa a mão nos meus cabelos.
- maninho você não tinha como saber que a suelen é maluca, eu estou bem graças a Deus!- digo- meu Deus! Como vocês descobriram onde eu estava?
- o Theo!- Breno diz - ele chamou eu e seu irmão e nós contou tudo! Eu queria matar aquele desgracado! Nunca senti tanta raiva de alguém.- ele pega minha mão - mais o Thiago só deixou eu da uns socos nele.
- meu Deus Breno! Eu sei que ele errou, mas por incrível que pareça ele mantinha a sanidade da suelen controlada porque se fosse por ela era capaz de eu estar morta.
- não brinca com isso!- meu irmão ralha.
- mas e verdade maninho - falo - por incrível que pareça ele cuidou para que ela não fizesse coisa pior.
- só por isso eu não soquei mais ele - Breno diz e me abraça.- eu nunca senti tanto medo na vida.
- eu tô aqui, ainda vou encomodar muito vocês!- brinco.- e quanto a suelen?
Um silêncio se instala no quarto e sinto os braços do Breno se apertarem em mim.
- amiga...- Carol começa mais e interrompida pelo Thiago.
-Irmã.... Ela também tá aqui no hospital, no acidente ela ficou presa nas ferragens e perdeu as duas pernas.
- nossa!- digo assustada.- coitada.
- coitada?- Lari indaga- amiga ela quase matou você!
- mas ela não tava em perfeito juízo - eu digo.- o que vai acontecer com ela?
- não sei, e não nos interessa - Thiago diz.- eu junto com o Pedro vamos fazer de tudo pra colocar ela atrás das grades!
- irmão....- digo assustada.
- Manu é normal, ela cometeu um crime e vai pagar por ele - Pedro diz. - mas quero tentar colocá-la em um tratamento psiquiátrico e colocar a pena para restrita. Assim ela não sofre tanto. Tudo bem assim?
- acho que soa menos pior - falo.
No final do dia Breno passa a noite comigo, me ajuda a comer, me vestir. Deitamos juntos eu o abraço apertado, e ele adormece.
- você está exausto né amor - sussurro. E continuo fazendo carinho nele.
A enfermeira vem aplicar mais algum remédio e sussurra que ele não pode deitar, mais eu imploro que ele estava cansado e eu não queria soltá-lo, ela sorri e diz fingir que não viu nada.