Chicago 1945

By stylesg1rl_

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Deena Jones foi obrigada a largar sua vida e seus sonhos para se dedicar ao seu casamento com James Harringto... More

CHICAGO 1945.
CHAPTER I
CHAPTER II
CHAPTER III
CHAPTER IV
CHAPTER V
CHAPTER VI
CHAPTER VII
CHAPTER VIII
CHAPTER IX
CHAPTER X
CHAPTER XI
CHAPTER XII
CHAPTER XIII.
CHAPTER XIV
CHAPTER XV
CHAPTER XVI
CHAPTER XVII
CHAPTER XVIII
CHAPTER XIX
CHAPTER XX
CHAPTER XXI
CHAPTER XXII
CHAPTER XXIII
CHAPTER XXV
CHAPTER XXVI
CHAPTER XXVII
CHAPTER XXVIII
CHAPTER XXIX
CHAPTER - XXX
CHAPTER XXXI
CHAPTER XXXII
CHAPTER XXXIII
CHAPTER XXXIV

CHAPTER XXIV

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By stylesg1rl_



Savoca, Sicília.
Itália.

Michael Jackson P.O.V

Cinco dias depois...

Sinto o calor do sol entrar em contato com a minha pele assim que abro a janela da madeira. Algumas pessoas andam pelas ruas empedradas enquanto carregam algumas cestas. O cheiro das árvores e da maresia acabam dando um perfume único para a ilha.

Cheguei à Sicília durante a madrugada e eu não poderia estar mais encantado com a beleza do lugar. Me afasto da janela e vou até a cama, pegando uma camiseta branca.

Visto a camiseta e me encaro no espelho enquanto prendo meu cabelo em um coque. Coloco meu chapéu, pego meus óculos e saio do quarto, encontrando Jackie parado no corredor me esperando.

— Que demora! — Ele resmunga.

— Estava me arrumando. — Dou de ombros.

— Certo. — Ele franze a sobrancelha me olhando de cima a baixo. — O que nós vamos fazer daqui pra frente?

— Passear pela cidade. — Coloco meus óculos e ele bufa.

A porta do quarto ao lado se abre e Janet sai, usando um vestido florido longo, cabelos soltos e óculos escuros. Ela nos olha sorrindo e leva suas duas mãos até a cintura.

— O que você tá fazendo? — Pergunto segurando uma risada.

— Irei aproveitar as minhas férias. — Ela sorri passando por nós.

— Janet...

Janet para no meio do corredor e vira para nós com um sorriso inocente nos lábios. Ela leva suas mãos até o vestido e o levanta, deixando suas pernas nuas e grossas à mostra. Uma risada escapa dos meus lábios ao ver um coldre com uma pistola agarrado à sua coxa direita.

— Podemos curtir as férias agora ou não? — Ela arqueia sua sobrancelha apontando para o andar de baixo.

Jackie e eu nos entreolhamos rapidamente e logo seguimos Janet pelo corredor até o andar de baixo.

Decidi alugar uma casa pequena e escondida em uma das vilas de Savoca para que eu não corresse o risco de ser encontrado e descoberto pela máfia siciliana. Absolutamente todo o comércio na Sicília pertence à máfia italiana, inclusive o turismo. Caso eu me hospedasse em um hotel, eu teria todos os meus dados expostos à máfia que com certeza arrumaria um jeito de acabar comigo.

— Bom dia, meninos. — Janet diz assim que terminamos de descer as escadas.

A sala principal está uma bagunça. Diversos homens ajeitam e organizam suas armas em cima da mesa enquanto outros leem algo no jornal enquanto fumam seus cigarros.

A sala é pequena, com paredes brancas e descascadas, assim como o sofá de couro velho. As janelas são de madeiras, porém estão fechadas para que ninguém veja o movimento aqui dentro. Há uma pequena porta que dá acesso à cozinha, onde alguns homens tomam o seu café tranquilamente.

— Bom dia, Sra. Jackson. — Um dos homens a encara de cima a baixo.

— Não façam nenhuma besteira e mantenham o tom de voz baixo. — Digo seriamente. — Nada de bagunça.

Caminho até a porta velha de madeira e saio da casa acompanhado de Jackie e Janet. Sinto o vento balançar o meu cabelo e encaro Janet que parece feliz em tomar sol.

Descemos as ruas de pedras tranquilamente escutando o sons do balançar das árvores e dos nossos calçados em contato com as pedras. Janet se aproxima de mim com um sorriso nos lábios e eu suspiro colocando minhas mãos nos bolsos da calça.

— Você não me disse como foram os dias com a Deena... — Ela diz baixinho enquanto observa a paisagem.

— Foram legais. — Dou de ombros e ela ri.

— Só? — Diz em um tom irônico.

— O que você quer saber, Janet? — Pergunto impaciente e um pouco envergonhado.

— Você está ficando envergonhado. — Ela aperta minha bochecha. — Vocês ficaram, não é? E não diga que não pois a sua cara está entregando tudo.

— Sim, Janet. Nós ficamos. — Encaro meus pés e ela ri, jogando sua cabeça para trás.

— Até que demorou, irmãozinho. — Ela sorri me abraçando de lado.

Reviro meus olhos e continuo a descer a rua ao lado dos meus irmãos. Alguns carros passam por nós nos encarando com um olhar desconfiado, algumas mulheres me cumprimentam com um sorriso e alguns homens fazem o mesmo com Janet.

— Para onde nós estamos indo? — Janet bufa ao perguntar.

— Vamos nos encontrar com um velho amigo de Joe. — Ajeito meus óculos escuros.

A caminhada dura um pouco mais de dez minutos e finalmente vejo um bar em um canto mais afastado, com uma vista incrível para os morros sicilianos. O bar é revestido por uma pintura branca já gasta e alguns tijolos. Do lado de fora há algumas mesas de madeira com alguns clientes nos quais estão sendo servidos por uma mulher de aparência simples.

— É aqui? — Jackie pergunta.

— Sim. — Respondo indo até uma das mesas livres.

Nos sentamos na mesa chamando a atenção de algumas pessoas que com certeza notaram que somos turistas. Alguns homens em uma mesa próxima nos encaram fixamente enquanto conversam entre si.

— Buongiorno, come posso aiutare? — Uma mulher vestida com um avental cinza por baixo de um vestido florido se aproxima de nós com um sorriso simpático nos lábios.

— Buongiorno. Vogliamo una limonata. — Sorrio sem mostrar os dentes. (Queremos uma limonada).

A mulher assente e se retira indo até o interior do bar. Janet me encara risonha através de seus óculos escuros antes de balançar a cabeça em negação.

— Nem lembrava que você falava italiano. — Jackie me encara rapidamente.

— Francês também. — Observo minhas mãos me sentindo um pouco tímido.

— E onde encontraremos esse tal amigo de Joe? — Janet pergunta.

— Ele é casado com a mulher que nos atendeu. Seu nome é George, ele fazia parte dos Jacksons e era um grande aliado de Joseph, mas decidiu fugir para a Itália depois daquele dia. — Assisto a mulher vir em nossa direção com as nossas limonadas em uma bandeja.

— Questo è. — Ela sorri colocando nossos copos em cima da mesa. (Aqui está!)

— Dove posso trovare George? — Seguro seu pulso suavemente. (Onde posso encontrar George?)

— Mi scusi, chi è lei esattamente? — Seus olhos verdes me encaram desconfiados. (Desculpe-me, quem é você exatamente?)

— Io sono un vecchio amico. — Solto seus pulsos e levanto meus óculos rapidamente. — Michael Jackson. — Sussurro meu nome para que ninguém ouça.

A mulher parece entender sobre o que estou falando e então balança sua cabeça em concordância antes de voltar para o bar em passos rápidos. Pego meu copo em cima da mesa e bebo minha limonada Suíça sentindo todo o líquido gelado descer pela minha garganta.

Minutos se passam e quem eu mais queria ver aparece. George surge com uma calça preta de suspensório, uma camisa de botões branca e uma boina marrom em sua cabeça. Ele sorri para mim e logo se senta na mesa com um pequeno sorriso no rosto.

— É bom te ver, Michael. — Estende sua mão e eu aceito o cumprimento.

— É bom te ver, George. Espero que se lembre dos meus irmãos Jackie e Janet. — Aponto para os dois ao meu lado.

— Oh, lembro sim. Janet era apenas uma criança quando eu estava nos Estados Unidos. — Ele sorri.

— Obriga por ter deixado meus homens entrarem com armas na ilha. — Bebo meu suco novamente.

— Não precisa agradecer. Mas me conte, o que faz na Sicília?

— Preciso saber quem está por trás dos Cosa Nostra. — Coloco o copo em cima da mesa e encosto minhas costas na cadeira, cruzando meus braços logo em seguidas.

— Entendi... — Ele suspira desviando o olhar por alguns segundos. — O Bellini ...

— O que? — Pergunto incrédulo.

— O Bellini está por trás dos Cosa Nostra. Há boatos que ele assassinou um dos chefes para tomar lugar, o que eu não duvido muito. — Dá de ombros.

— James estava certo... — Desvio meu olhar para o chão.

— James? James Harrington? — Seus olhos se arregalam.

— Sim! James Harrington.

— Michael? Você ainda fala com ele depois de tudo o que ele nos fez? Aquele homem destruiu os Jacksons, assim como ele destrói tudo o que toca. — Diz incrédulo.

— Não é como se nós fôssemos amigos, eu ainda penso em matá-lo, mas não posso fazer isso agora. Mas isso não é importante nesse momento, eu só quero saber sobre os Cosa Nostra e onde eu posso encontrar o Bellini.

— Em Roma. — Diz olhando para os lados. — Mas saiba que ele não está sozinho, ele tem um aliado que ninguém sabe quem é. 

— Eu não me importo. — Sorrio fraco. — Estarei indo para Roma amanhã de manhã.

— Você ficou louco? Qual a parte do "ele não está sozinho" você não entendeu? Ninguém sabe quem é esse aliado. Você vai acabar sendo morto se for sozinho. — Resmunga irritado.

— Você quer ir comigo? — Arqueio a sobrancelha.

— Não posso deixar Antonella sozinha, tenho medo que os Cosa Nostra descubram e façam algo enquanto eu estiver fora. — Seus olhos correm até a mulher sorridente conversando com um casal em uma mesa próxima.

— Imaginei. — Dou de ombros enquanto me levanto da mesa. — De qualquer forma estarei indo para Roma amanhã. É uma pena que tenha se aposentado desse mundo, você é um atirador muito bom. Te vejo por aí, George...

Jackie e Janet se levantam e se despedem de George com um sorriso. Os homens na outra mesa me seguem com o olhar e eu os encaro de volta antes de sair dali ao lado dos meus irmãos.

— Mike! — Ouço a voz de George atrás de mim.

Me viro encontrando George vindo até a mim parecendo um pouco desesperado. Levo minhas mãos até meu bolso frontal e respiro fundo.

— Eu vou com vocês para Roma, mas eu preciso de você deixe alguém de olho em Antonella no período em que eu estiver fora. — Respiro fundo concordando.

— Vou deixar alguns homens vigiando a sua esposa, não se preocupe. Partiremos amanhã de manhã. — Digo seriamente antes de me virar e ir embora, deixando George em pé no meio da rua.

. . .

Roma, Itália.

Três dias. Três dias é o tempo que estamos em Roma. Nesses três dias não fizemos nada além de investigar sobre o histórico de crime na cidade e os possíveis lugares no qual Bellini poderia estar enfiado.

— Pensei que os Cosa Nostra não se envolvessem em Roma, achei que eles ficassem apenas nas áreas da Sicília. — Sentado no sofá do apartamento alugado, encaro o jornal em minhas mãos.

— E eles não costumam ficar por aqui. É isso que está me deixando intrigado. — George solta a fumaça de seu charuto. — Tem alguma coisa errada nessa história.

— Quem é o chefe dos Cosa Nostra? — Jogo o jornal ao meu lado e cruzo minhas pernas.

— Eu não sei. Ninguém sabe, é algo extremamente secreto. — George balança a cabeça em negação.

— Pensei... — Bufo passando minhas mãos pelo meu rosto.

— O que?

— Eu acho que os Cosa Nostra não estão envolvidos nisso totalmente. — Encaro os olhos escuros de George.

— O que você tá querendo dizer?

— Pensa comigo: Os Cosa Nostra enviaram um recado siciliano ao James avisando que eles iriam atacar, mas a única coisa que eles fizeram foi tentar atacar a esposa de James. Conhecendo o histórico dos Cosa Nostra, eles não fariam isso... eles fariam muito pior que isso.

— O que você quer dizer com isso, Michael? — George me encara confuso enquanto apaga seu charuto no cinzeiro em suas mãos.

— Isso é apenas uma distração, George! É isso! — Me levanto rapidamente.

— Tem como você explicar de forma mais clara? — Jackie pergunta aparecendo na sala.

— Aquele rato siciliano do Bellini realmente está envolvido com os Cosa Nostra, mas não como parte deles e sim como família aliada. Pelo pouco que eu aprendi sobre os Cosa Nostra com o meu pai, eu tenho certeza que eles não aceitariam uma pessoa tão idiota como Marco Bellini na organização, mas ele é rico e sabe como manipular as pessoas, talvez por isso eles se aliaram. — Digo andando de um lado para o outro. — Aquele recado que James recebeu não foi uma ameaça dos Cosa Nostra e sim de Bellini. Ele planejou isso como uma distração para algo que ele irá fazer.

— Pera aí! — Jackie estica seu dedo indicador. — Então James esteve certo esse tempo todo? Mas eles não discutiram em Nova York? Talvez James já saiba.

— Não! — Balanço minha cabeça em negação. — James desconfia, mas não tem certeza. Ele é impulsivo, não inteligente. — Dou de ombros.

— Mas o Bellini não está sozinho, Mike. — Jackie se senta no sofá ao lado de George.

— Não mesmo! Ele não é inteligente o suficiente para agir sozinho. — inclino minha cabeça para o lado.— É aí que entramos no tópico da distração... Bellini é muito próximo de James, então ele está planejando algo muito sério contra ele.

— Voltei a ficar confuso. — Jackie bufa fazendo George rir.

— É simples: Toda essa distração é porque eles estão agindo exatamente debaixo do nariz de James, por isso eles querem que James pense que Os Cosa Nostra aqui na Itália é a maior ameaça dele, sendo que a maior ameaça dele está ao lado dele e isso me leva a crer que...

— O aliado de Bellini também é próximo de James. — George me interrompe completando o meu raciocínio.

— Você acha que seja o Josh? — Jackie arqueia a sobrancelha.

— Não! Josh é um babaca, mas é leal ao James. — Respiro fundo encarando o chão. — É alguém que seja tão estúpido e invejoso quanto o Bellini.

Continuo encarando o chão até que uma luz se acende na minha mente. Arregalo meus olhos sentindo que absolutamente tudo faz sentido. George e Jackie me encaram aflitos no sofá e eu respiro fundo passando minhas mãos pelo meu rosto nervosamente.

— Como eu não percebi isso antes? Mas era óbvio, porra! — Um sorriso sarcástico nasce nos meus lábios.

— O que, Michael? — George pergunta.

— O aliado de Bellini não é nada mais, nada menos do que o nosso queridíssimo cunhado Jack Gordon. — Balanço minha cabeça sorrindo sem mostrar os dentes.

— Michael Jackson, você é um gênio! — George sorri batendo palmas.

— E o que você pretende fazer, Michael? — Jackie pergunta.

— Eu vou arrancar a cabeça do meu cunhado e darei de presente para a minha querida irmã, mas antes disso vou aproveitar minha estadia na Itália e irei procurar lugares legais para desovar o corpo de Bellini. — Sorrio antes de sair da sala em passos rápidos.

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