Vidas Entrelaçadas ☽︎𝑲𝑻𝑯+...

By vantecherries_

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Jeongguk amava seu irmão mais velho, Yoongi, isso era fato. Faria de tudo para vê-lo sorrir sem nem hesitar... More

Avisos e Trailer
Prólogo: Vidas Entrelaçadas
I. Um baile
II. Kim Taehyung
III. Chantagem
IV. Mentiras
V. Feliz Aniversário
VI. O casamento
VII. Nada bom dura muito
VIII. A verdade vem a tona
IX. Primeiros passos
X. Segundo passo
XI. Tentação
XIII. Pesadelo
XIV. Passado, confiança e perdão
XV. Proposta
XVI. Punição
XVII. Despedida
XVIII. Capital
XIX. Sem ele
XX. Lupus Curate
XXI. Meu
XXII. Confissões
XXIII. Últimos dias
XXIV. De volta para casa
XXV. De corpo e alma
XXVI. Calor intenso
XXVII. Depois do calor
XXVIII. Novos planos
Epílogo: Um novo começo

XII. Presentes de coração

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By vantecherries_

Tô de volta!

Agradeço a mulletdoteteco por betar o capítulo!

O capítulo contém cenas novas!

Usem a tag #EntrelacadosTK no twitter, podem mandar mensagens no meu curious cat se não quiserem se identificar, sigam meu perfil @Kim_Lala95 para spoilers e informações.

Comentem bastante, eu gosto de ver vocês 😭 e não esqueçam de votar, isso também é muito importante para o engajamento!

Tenham uma boa leitura!

XXXXXXXX

Vigésimo oitavo dia de Dezembro, quinta-feira
1847 anos depois da B.G.L
Daegu, Coréia do Sul

  Uma semana se passou desde a primeira experiência que o casal Kim compartilhou. Todos os dias que se seguiram, tomaram banho juntos, e apenas uma única vez repetiram o que fizeram na semana anterior.

O aniversário de Taehyung seria dali dois dias e decidiram passar na residência Park, por insistência do casal. Jeongguk tinha uma surpresa, não daria um presente material para seu marido, tinha algo mais especial, uma declaração escondida.

Jeongguk riu alto quando mais uma bola de neve atingiu o peito de Taehyung, que se jogou na neve fazendo drama. O ômega se aproximou ainda rindo e o alfa lhe puxou, fazendo-o cair sobre seu peito.

— Você cometeu um grande crime, sabia? — Taehyung disse, mordendo o lábio inferior enquanto observava o belo ômega em cima de si.

Jeongguk estava com as pernas apoiadas ao lado dos quadris do marido, os antebraços dobrados em seu peito, o nariz grandinho e geladinho tocando o do alfa com suavidade.

— Eu cometi? Qual? — Jeongguk franziu as sobrancelhas confuso, de um jeito adorável.

Roubou meu coração — Taehyung respondeu sorrindo, colocando a franja longa do ômega atrás de sua orelha. O cabelo de Jeongguk passava do queixo.

— Você não existe, Kim Taehyung — o ômega revirou os olhos e se levantou batendo nas roupas, mas sentiu um floco de neve caindo em seu nariz.

— Eu existo sim, não está me vendo agora? — o alfa se levantou também, ainda sorrindo ladino — Está nevando — constatou, olhando para cima.

Ele se aproximou em seguida, tirando seu próprio cachecol e colocando o redor do pescoço do ômega, sorrindo fraco enquanto o puxava para mais perto pelo tecido macio e quentinho.

Taehyung não estava com tanto frio, usava apenas um sobretudo marrom, um par de luvas e botas de cano alto, além do cachecol que colocou no marido.

Já Jeongguk usava dois casacos, um cachecol a mais, um par de luvas e botas de cano alto, além de duas calças. Estava frio para o ômega, que quase não tinha calor próprio. O alfa lhe aquecia a noite e se questionava como iria sobreviver pelos próximos dois meses de inverno, caso o dito cujo tivesse que viajar.

— Tae, o que- — a fala de Jeongguk foi cortada quando o alfa o puxou para mais perto, selando seus lábios com suavidade.

Jeongguk relaxou o corpo, segurando no sobretudo do marido e retribuindo o beijo. Era tão gostoso e gentil, sentia que poderia se afogar na essência tão deliciosa de pinho e canela que o envolvia sempre que estavam juntos; sentia que poderia relaxar nos braços fortes; e principalmente, se sentia seguro na presença de Taehyung.

As coisas estavam mudando, ele estava se esforçando dia e noite para recompensar os erros que cometeu, e Jeongguk reconhecia isso.

E também precisavam aproveitar o tempo que tinham lado a lado, não podiam desperdiçá-lo, afinal, Taehyung sairia em viagem por quase uma semana após o ano novo, e ficariam mais duas na casa de sua tia, sem toques mais ousados.

— Você não foi à cidade essa semana… — Taehyung murmurou brincando com o cachecol vermelho — Não vai comprar um presente para seu alfa, Jeonie?

Não — respondeu simples, fazendo o alfa arregalar os olhos.

— Mas eu te presenteei! Por que não vou ganhar um presente também? — indagou parecendo magoado.

— Porque você foi um lobinho muito mal e não merece mimos. E eu não pedi presentes — ditou baixo, tentando ao máximo controlar a vontade de rir.

Não disse que não iria presentear o marido, apenas disse que não iria comprar nada.

— Sinto muito… Se eu tivesse te dado a devida atenção, teria tido dias melhores ao meu lado  — Taehyung abaixou o olhar, soltando o cachecol alheio.

“Oh não, não era para ficar assim!” Jeongguk pensou alarmado, piscando rápido.

— Ei! Não fique assim — Jeongguk segurou o rosto do marido e o levantou, encostando as testas, um costume que adquiriu com o tempo graças ao alfa — Está tudo bem agora, o importante é que estamos juntos. Esqueça aqueles tempos, o que importa é o que estamos vivendo agora. Teremos muitos anos ainda para ficarmos juntos — sorriu esfregando os narizes.

— Eu acho isso tão injusto. Fui tão egoísta e cruel com você e agora… Não mereço seu carinho, seu amor — o alfa mantinha uma expressão sofrida no rosto, se sentia muito culpado.

— Você assume que errou, sabe que errou, isso já é o suficiente. Mas não se preocupe TaeTae, está tudo bem. Você está se redimindo, está se esforçando para tentar e é o que me importa — Jeongguk sorriu, beijando os lábios do marido e acariciando seu rosto. Sentia a neve começar a pesar em seus ombros e cabelos, mas não se importava.

— Obrigado, meu amor. Não sei o que seria de mim sem você, meu lobo não conseguia pensar direito e só agiu. Então obrigado — Taehyung murmurou contra os lábios do menor — Por estar comigo, mesmo depois de tudo o que eu e V fizemos.

— Esqueça o que aconteceu no passado, o que importa é o nosso presente e futuro — o ômega se afastou e apoiou as mãos nos ombros do alfa — Dança comigo?

— Eu não sei Jeonie… Minha perna-

— Sua perna não te impede de dançar bem. Vamos, eu adoro dançar com você e meu sonho de consumo é dançar na chuva — riu divertido, com um sorriso infantil de coelhinho.

— Mas não está chovendo, está nevando — Taehyung rebateu rindo igualmente. Seu ômega era tão adorável.

— Não importa, é o que temos para hoje. O que importa é estar com você, com o meu amor — Taehyung arregalou os olhos e arfou.

Jeongguk havia lhe chamado de amor.

— E-eu sou o seu a-amor? — indagou com o rosto vermelho, o que fez Jeongguk rir com a fofura do alfa.

— É sim — respondeu abraçando o pescoço alheio, beijando lentamente seus lábios enquanto mexia os corpos de um lado para o outro no mesmo ritmo do ósculo.

Taehyung enlaçou a cintura do ômega com o braço esquerdo e segurou a canhota com sua mão direita. Ambos começaram a se mover com certa lerdeza graças à neve no chão e a que caia do céu. Não se importavam com isso, apenas queriam se beijar enquanto os flocos caíam sobre suas cabeças e os corpos se moviam com sincronia e suavidade.

Trigésimo dia de Dezembro, sábado
1847 anos depois da B.G.L
Daegu, Coréia do Sul

  Jeongguk levantou cedo naquele dia, mesmo com o cansaço dominando seu corpo.

À noite, dormia agarradinho com seu marido, mas acabava escapando de madrugada para preparar o presente de aniversário de seu amado alfa.

Havia dedicado cinco noites em claro para não errar nada e lhe dar um presente de coração. Taehyung, é claro, não sabia o que o ômega estava aprontando, pois não fazia ideia de que ele escapava de madrugada.

E lá estava Jeongguk, fazendo um café da manhã caprichado para levar para seu marido. Tinha um sorriso no rosto enquanto rebolava levemente com uma canção específica ecoando na cabeça e saindo em forma de murmúrios por seus lábios.

Assim que terminou de montar a bandeja, subiu novamente para o quarto e empurrou a porta com o pé, observando Taehyung dormindo serenamente.

O alfa estava deitado de bruços, abraçando um travesseiro e com a bochecha amassada contra ele, formando um biquinho fofo em seus lábios rosados.

Na noite anterior, tinham se envolvido mais uma vez, e Taehyung tentou algo novo, uma masturbação dupla. Acabaram dormindo sem roupas, apenas com a peça íntima e agora, Jeongguk podia ver claramente os braços levemente torneados e as costas fortes do marido, com uma grande cicatriz. O sol batia fraco em sua pele bronzeada e, naquele momento, o ômega sentiu seu coração derreter.

Taehyung era lindo e adorável.

Perfeito.

— TaeTae… — chamou manhoso, sentando ao lado do marido, que resmungou e abraçou sua cintura, escondendo o rosto em seu abdômen. Jeongguk riu com os resmungos manhosos que seu alfa soltava.

— Hora de acordar, querido. Trouxe seu café da manhã — murmurou acariciando a bochecha dele devagar.

Não… — resmungou manhoso, esfregando o rosto na barriga alheia. — Por que trouxe aqui? Você sempre me faz levantar…

— Vamos TaeTae, tenho algo para te dar. Mas para isso, você tem que comer e tomar um banho — disse calmo, afagando os fios escuros e bagunçados.

— Tá… Cadê meu beijinho de bom dia? — o alfa parecia atordoado, então Jeongguk constatou que nem ao menos tinha percebido que era seu aniversário.

— Não quer um beijinho de aniversário, querido? — indagou quando o mais velho se sentou com o rostinho inchado. Adorável.

— Ah… Por isso o café na cama. Devia desconfiar da sua generosidade em não me obrigar a levantar e descer as escadas — Taehyung riu fraco quando o ômega bateu em seu braço, emburrado. — Estou brincando, meu amor.

— Me senti ofendido. Não vai ganhar seu beijinho — resmungou aumentando o biquinho em seus lábios.

Taehyung riu debochado, segurou o queixo bonito de Jeongguk entre os dedos e o virou gentilmente para si, deixando um selar leve e molhado sobre o biquinho adorável.

— Bom dia meu amor… — Taehyung sussurrou com um sorriso leviano.

— Bom dia TaeTae. E feliz aniversário, querido — sorriu igualmente, deixando mais um selar na boca do marido — Agora coma, sim? Fiz tudo sozinho.

— Hmm, o cheiro está muito bom. Suas comidas competem com as de Yonhi, sabe disso, não é? — o alfa sorriu largo vendo que Jeongguk havia feito panquecas doces com calda de chocolate e morangos picados. — Sabe que eu amo morangos, não sabe?

— Claro que sei. Você vive cheirando meu pescoço, dizendo que meu aroma é viciante — deu de ombros com um sorriso convencido.

— E é mesmo. O melhor que já senti — murmurou, enterrando o rosto no pescoço cheiroso, percebendo que o aroma estava mais forte. — Tomou banho e passou aquele creme que amplia seu cheiro?

— Uhum. Agora coma, e tome um banho depois. Estarei te esperando na biblioteca — Jeongguk disse se levantando, mas o marido segurou seu pulso.

— Não vai me dar um beijinho de verdade? — indagou manhoso.

O ômega riu, Taehyung ficava tão dengoso de manhã que se perguntava como era o mesmo alfa que lhe fez ver estrelas e sussurrou palavras sujas em seu ouvido em outras ocasiões.

— Guarde o beijo para depois que receber seu presente — sorriu largo, deixando à mostra seus dentinhos proeminentes.

Taehyung soltou seu pulso lentamente, vidrado naquele sorriso adorável, que lhe lembrava um coelho. Sendo assim, Jeongguk saiu do quarto com Yeontan no colo, deixando o alfa sozinho.

Taehyung, por fim, não demorou para comer. Sentia fome e curiosidade sobre o que Jeongguk estaria aprontando. Após terminar, tomou um banho rápido e vestiu um terno cinza, afinal não demoraria para sair, logo iriam para a resistência Park.

Após ajeitar o cabelo para o lado, mas ainda cobrindo parte de sua testa, calçou os sapatos sociais e rumou até a biblioteca.

Taehyung não fazia a mínima ideia do que seu ômega queria fazer ali, porém não se deixava criar expectativas. A surpresa seria seu melhor presente, assim não se decepcionaria com as expectativas que viesse a criar em vão. Ao abrir a grande porta, seguiu o cheiro de morango até encontrar o ômega sentado de frente para o piano.

— Jeonie? — chamou confuso, atraindo a atenção do marido que tinha um sorriso lindo nos lábios.

— Aconselho a se sentar — apontou para a poltrona que havia arrastado para frente do piano de cauda.

Taehyung obedeceu sem contestar, apoiando as mãos nos joelhos, ansioso. Jeongguk então respirou fundo e começou a tocar a melodia suave que estava treinando nos últimos cinco dias.

Você é o sol que ressurgiu na minha vida

Uma reencarnação dos meus sonhos de infância

Eu não sei o que são essas emoções

Eu ainda estou sonhando?

Taehyung mordeu os lábios ao escutar a voz melodiosa de seu ômega, fechando os olhos para aproveitar melhor.

Há um oásis verde no deserto

A priori, dentro de mim

Estou tão feliz que não consigo respirar

Meu entorno está ficando cada vez mais transparente

Eu ouço o oceano de longe

Através do sonho, depois da floresta

Estou indo para o lugar que está ficando mais claro

Pegue minhas mãos agora

Você é a causa da minha euforia

Taehyung sentia o corpo estremecer a cada palavra que saía dos lábios bonitos de Jeongguk junto com as notas do piano. Olhava fixamente para o ômega que lhe encarava igualmente.

Euforia

Pegue minhas mãos agora

Você é a causa da minha euforia

Euforia

Feche a porta agora

Quando estou com você, estou em utopia

Você estava vagando

Procurando por um sonho apagado também?

É diferente da definição típica do destino

Seus olhos doloridos estão olhando para o mesmo lugar que eu

Você não poderia, por favor, ficar em sonhos?

O alfa sentiu o peito doer. Estavam olhando apenas para o futuro, esquecendo de tudo o que aconteceu no passado. Estavam presos em um sonho que não desejavam acordar.

Eu ouço o oceano de longe

Através do sonho, depois da floresta

Estou indo para o lugar que está ficando mais claro

Pegue minhas mãos agora

Você é a causa da minha euforia

Euforia

Pegue minhas mãos agora

Você é a causa da minha euforia

Mesmo se o fundo do oceano arenoso se dividir em dois

Mesmo se alguém sacudir este mundo

Nunca solte minha mão

Por favor, não acorde desse sonho

“Nunca”, Taehyung sussurrou, segurando as lágrimas que queriam rolar por seu rosto.

Eu ouço o oceano de longe

Através do sonho, depois da floresta

(Por favor, não acorde desse sonho)

Eu estou indo para o lugar que está ficando mais claro

Pegue minhas mãos agora

Você é a causa da minha euforia

Taehyung estremeceu dos pés à cabeça quando o ômega aumentou a voz em uma perfeita e afinada nota alta. Definitivamente, tudo nele era perfeito.

Euforia (euforia)

Pegue minhas mãos agora

Você é a causa da minha euforia

Euforia

Feche a porta agora

Quando estou com você eu estou em utopia

E então a melodia foi cessando devagar, igualmente a voz doce que diminuía. Jeongguk se levantou com o mesmo sorriso que manteve enquanto tocava e cantava.

— Gostou do seu presente de aniversário, querido? Queria mesmo que eu comprasse algo material enquanto poderia te dar algo assim? — indagou se sentando de lado em cima das pernas do marido e enlaçando seu pescoço com os braços.

— E-eu amei, Jeonie! — fungou contra o pescoço cheiroso, apertando o ômega em seus braços. Jeongguk sorriu enquanto acariciava e beijava os cabelos castanhos.

— Você está chorando? — Jeongguk perguntou ao ouvir os soluços baixinhos — Olhe para mim, está bem?

O alfa concordou, deixando de esconder sua face. Suas bochechas estavam avermelhadas e molhadas pelas lágrimas, seus olhos estavam brilhantes e castanhos, o que fazia Jeongguk se derreter completamente.

— Olhe só para você, todo sensível… — o ômega depositou um selinho breve nos lábios trêmulos de seu marido — Eu não fazia ideia de que meu presente iria deixá-lo tão emocionado.

Taehyung riu falho, sentindo Jeongguk lhe beijar com calma novamente. Apenas se rendeu ao ósculo, permitindo a língua curiosa de seu ômega adentrar sua boca.

Beijaram-se sem pressa, como estavam fazendo nos últimos dias. Só queriam aproveitar ao máximo um ao outro. As línguas se acariciavam com preguiça, se reconhecendo em meio aquele ósculo repleto de sentimentos não confessados em palavras, apenas demonstrados em ações.

E estava bom daquele jeito, por enquanto.

— Estava com isso na cabeça desde o que… aconteceu no banheiro. Então escrevi e compus a melodia, é seu presente de aniversário — explicou com um sorriso doce após se separarem ofegantes. — Tem ainda uma fita gravada, caso queira.

— Eu quero. Quando você não puder cantar para mim, vou ouví-la — respondeu baixo, deixando o marido secar suas lágrimas.

— Certo. Mais tarde canto para você de novo, mas agora temos que ir, vamos ajudar Yoongi e Jimin no almoço, ouviu bem, alfa? — deixou um beijo casto nos lábios inchados do marido, antes de se levantar e o puxar para fora da biblioteca.

Com toda a clareza, ômega.

━━━━━☽︎☀︎︎☾︎━━━━━

  — Tae! Vamos, já estamos atrasados! — Jeongguk dizia enquanto deixava algumas malas na carruagem.

Por um pequeno momento de fraqueza vindo de Jeongguk, que se deixou levar pelos lábios macios do marido, demoraram um pouco mais para arrumar as malas.

— Já vou! Está difícil carregar essas coisas, sabia?! — rebateu, aparecendo com mais malas na mão. Jeongguk se aproximou e retirou metade delas, colocando na carruagem em seguida — Obrigado.

— Não há de que, agora entre logo! — foi empurrando o alfa para dentro da carruagem e subiu em seguida, fechando a porta. Relaxou no banco almofadado e estremeceu de repente.

— O que foi? — Taehyung indagou se aproximando do marido e o envolvendo em seus braços.

— Está frio… — murmurou se aninhando no peito do alfa, espirrando em seguida — Acho que não devíamos ter dormido sem roupa.

— Concordo que foi uma péssima ideia. Prometo te fazer uma boa caneca de chocolate quente quando chegarmos na casa do seu irmão — Taehyung beijou os cabelos negros e os acariciou em seguida.

— Você sabe fazer chocolate quente? — perguntou curioso, levantando a cabeça.

— Sei cozinhar desde que me conheço por gente — o mais velho desviou o olhar, enquanto Jeongguk franzia o cenho confuso.

— Geralmente não ensinam alfas a cozinhar…  e você quase não fala sobre sua infância… — murmurou desviando o olhar.

— Não gosto de falar sobre isso — Taehyung encolheu os ombros.

— Tudo bem, não precisa falar se não quiser. Vamos, TaeTae, é seu aniversário, temos que comemorar e fazer ser especial — Jeongguk disse animado, balançando o braço do alfa, que acabou rindo da hiperatividade alheia.

— Só por estar com você já se torna especial — murmurou suavemente, segurando a mão do marido e beijando sua palma com doçura.

— Sabe, você também tornou meu aniversário mais especial. Aquela caixinha e a rosa foram os presentes mais sinceros que já recebi — contou, se deitando no banco e deixando o alfa sentar em seu quadril, um sorriso bobo adornando os lábios de ambos.

— Eu só queria mostrá-lo que estava disposto a recomeçar, ser melhor, mas tudo aquilo aconteceu e… o que me importa agora é apenas sua presença ao meu lado, nada mais — Taehyung sorriu docemente, acariciando o peito do marido. A carruagem balançou fortemente de repente e o mais velho caiu, o que fez Jeongguk rir alto e se sentar.

— Aish! Minha bunda. Não ria de mim, Jeongguk! — resmungou se sentando no banco novamente com uma carranca.

— Não fique assim TaeTae, foi engraçado — Jeongguk disse brincando com a corrente de ouro no pescoço do alfa, que havia passado a usar as jóias com mais frequência de repente.

Seus dedos longos também carregavam anéis finos e alguns com pedras chamativas, mas isso não incomodava o ômega.

Gostava do estilo de seu marido, mesmo que muitos alfas abolissem jóias, gostando de vê-las apenas em ômegas ou betas.

Mas Taehyung não era assim e Jeongguk amava isso.

O caminho para o pé da montanha era rápido, então não demorou para enfim chegarem ao destino final. A casa de Yoongi era o completo oposto da mansão Kim.

Era menor, com cores claras e janelas grandes, com um belo jardim em frente rodeado por cercas-vivas e, no meio do caminho, havia uma fonte de água.

— Por que sua casa tem que ser tão grande e sombria? Por que não igual a de Yoongi e Jimin? — Jeongguk perguntou de repente.

A mansão de Taehyung tinha vários quartos que não eram usados e a maioria dos cômodos era em tons escuros, apenas o quarto que dividiam era mais claro. Tudo parecia grande, vazio e sem vida.

Nossa casa, você quis dizer. E foi um presente de aniversário dos meus tios, não escolhi aquilo — contou ao descer da carruagem.

— Desculpe, nunca tive uma casa para chamar de minha. De verdade, sabe? Que eu fosse o dono. — Jeongguk tentava se explicar, ajudando o marido a tirar as malas da carruagem.

— Eu entendo. Só saiba que aquela casa também é sua. E, se pudesse, moraria em uma fazenda pequena pouco depois da saída da cidade, em um calmo vilarejo — Taehyung sorriu docemente, logo vendo Yoongi aparecer na porta.

— Eu ajudo vocês dois! — exclamou, correndo em direção ao casal Kim e pegando uma parcela das malas que ambos carregavam.

— Obrigado hyung — Jeongguk sorriu caminhando para dentro da casa.

— Jeongguk, tem que refazer a marca. Nossos tios e meus sogros vêm hoje e sua marca está quase sumindo — Yoongi segredou subindo as escadas com o casal.

— Tinha me esquecido disso… Tae? — olhou para o alfa, sabia que ele havia escutado.

— Podemos conversar a sós? — indagou incomodado. Não fazia a mínima ideia que Yoongi sabia da marca falsa, será que também sabia sobre o casamento forçado?

— Você não conversou com ele sobre isso, Jeongguk? — Yoongi questionou arqueando a sobrancelha, incrédulo.

— Não… — Jeongguk desviou o olhar fazendo um biquinho.

— Então é melhor contar. Vou descer para terminar de ajudar Jimin, consegui fugir um pouco quando vocês chegaram — ele riu baixo, lembrando que fugiu da cozinha assim que ouviu o irmão chegar.

— Mas Gi… — o ômega fez um biquinho manhoso, não querendo lidar com o olhar estranho de Taehyung.

— Deixe de ser manhoso, tenho que descer antes que Jimin enlouqueça e seu marido pule em mim por não deixá-lo contar o que sabemos — Yoongi disse já lhe dando as costas e descendo as escadas para voltar à cozinha.

— Vamos entrar — Taehyung ditou segurando o pulso de Jeongguk e o puxando para dentro do quarto que costumava ficar quando visitava o primo.

Jeongguk engoliu em seco quando a porta foi fechada, desviando os olhos da feição dura de Taehyung.

— Desde quando eles sabem? — o alfa indagou cruzando os braços e encarando o marido.

— Lembra de quando fomos pra cachoeira? Você disse ao Jimin que meus instintos haviam te escolhido, mas antes eu havia dito ao Yoongi que os seus me reconheceram, o que de fato é verdade, mas eu não sabia. Obviamente contaram um para o outro e sabiam que estávamos mentindo — contou fazendo um bico e se sentando na cama com os braços cruzados. Não gostava do olhar chateado de Taehyung.

O alfa mentiu, mas Jeongguk também escondeu coisas dele.

— Mesmo assim, como sabem sobre a marca? — questionou parando em frente ao ômega, mantendo os braços cruzados e o olhando de cima com uma das sobrancelhas grossas arqueada. Jeongguk engoliu em seco com a visão.

— No dia seguinte ao nosso casamento, quando você teve aquela crise, eu fiquei confuso. Depois da noite que passamos dormindo juntos, eu precisava falar com meu irmão e desabafar. Então, depois de alguns dias que você passou a ficar muito tempo fora de casa, eles começaram a suspeitar pelo fato de eu não me afetar com sua distância e descobriram que você tinha anulado a marca — o ômega abaixou o olhar e fez um biquinho.

Havia escondido isso por todos esses meses de seu marido, era óbvio que ele ficaria chateado.

— Então planejaram tudo o que aconteceu naquele jantar? Você ficou agindo todo manhoso e carinhoso, dizendo que não via seu irmão há tempos — A voz estava mais grave e Jeongguk nem precisava olhar para saber que era V ali. Seu corpo estremeceu, enquanto o alfa se mantinha na mesma posição impassível, o olhando de cima.

— Sim…

— Então eles também sabiam que estávamos mentindo enquanto nós nos tratamos de modo carinhoso. Por que quis manter aquele teatrinho, então? — Jeongguk engoliu em seco com a voz dura dele, mas sorriu fraco.

— Gostava de receber sua atenção, mesmo que fosse uma mentira. Era satisfatório escutar sua voz me elogiando — ronronou fechando os olhos com as lembranças.

Gostava de ser mimado e ter seu ego amaciado. E gostava de pensar que Taehyung era seu, e agora realmente era.

— Então gostava de fazer aquele teatrinho todo na frente de qualquer um pra receber atenção? E ainda dizia que não gostava de mim — o alfa descruzou os braços, colocando uma mão no bolso da calça e levando a outra para acariciar a bochecha gordinha do mais novo.

— Eu gostava sim, só não admitia isso, tanto é que disse com todas as palavras que sou apaixonado por você — deitou o rosto na palma quente, colocando as mãos entre suas pernas para buscar um apoio enquanto se inclinava para receber mais carinho do marido — Já disse que mudei minha visão sobre você desde aquele passeio à cidade, só não admitia que te achava interessante e atraente, não depois de tudo.

— Pois devia ter me dito de uma vez, estaríamos melhor do que estamos agora, eu não teria sido um babaca naquela situação — ameaçou cessar o carinho, mas o ômega segurou seu pulso, o incitando a continuar. O alfa começava a sentir a perna direita doer, pois apoiava todo seu peso em seu membro saudável.

— Já falamos sobre isso, se tivesse me chamado para dançar desde o começ- — a fala foi interrompida com o susto que tomou quando, de repente, o mais velho lhe empurrou na cama e subiu em cima de seu corpo, calando sua boca com a própria.

— Como você mesmo disse, não precisamos ficar lembrando disso. Vamos apenas aproveitar nosso presente, mon trésor… — o alfa murmurou segurando os pulsos do marido e escorregando seus lábios até seu pescoço, onde passou a deixar selares leves — Me diga, Jeongguk… Eu pretendo te marcar verdadeiramente um dia, te tomar para mim como sempre desejei. Vai querer manter a marca no mesmo lugar? Onde ninguém poderá perceber que você é completamente meu?

— Não sou sua propriedade, alfa… — respondeu com a voz fraca, fechando os olhos, rendido aos beijos dele.

— Não mesmo. Mas você é meu ômega e eu sou seu alfa. Nos pertencemos e você sabe disso — deixou uma longa lambida na lateral do pescoço leitoso, onde havia uma bela pintinha, escutando um suspiro, mais parecido com um gemido fraco — Você vai ser totalmente meu.

— Chega de brincar — pediu baixo, tentando fechar as pernas ao sentir uma fisgada em sua intimidade. — Faça logo isso.

— Shh… Tudo bem, Jeonie — sussurrou, mantendo os olhos vermelhos fixos nos negros de seu amado ômega. — No mesmo lugar?

Jeongguk assentiu lentamente, mas se deixou levar novamente pelo carinho quente em suas bochechas. Quando abriu os olhos, se deparou com duas bolinhas castanhas.

Taehyung estava ali, apenas o homem.

Ficaram um tempo em silêncio, com o mais velho apenas acariciando as bochechas vermelhinhas e admirando cada pedacinho do rosto de Jeongguk. Riu fraco ao constatar o que já sabia.

— O que foi? — o ômega indagou confuso.

— Já havia admitido a mim mesmo que você era muito lindo, mas, agora, não acho mais isso — Taehyung disse seriamente, o que fez o marido o olhar assustado. — Agora tenho certeza que você é a pessoa mais perfeita que já vi nesse mundo.

Jeongguk fez um biquinho, sentindo as bochechas esquentarem. Estava envergonhado, sem palavras para rebater o alfa. Sentia seu peito doer tamanha velocidade e força com que seu coração batia. Taehyung sempre teria esse efeito em si, e apenas ele.

— F-faça logo a marca. Quero ajudar Yoongi, ele s-sempre foi péssimo para cozinhar — disse, se praguejando por gaguejar.

Desde quando ficava envergonhado daquele jeito? Nem mesmo quando estava gemendo o nome do alfa!

— Vai querer na nuca? — Taehyung indagou novamente, já sentindo as presas coçarem sua gengiva.

— Não. Eu quero aqui — colocou o indicador bem em cima da pintinha que foi lambida, o que fez o alfa sorrir satisfeito.

Taehyung se aproximou e abriu a boca, mordendo o pedaço de carne sem hesitar. Nunca hesitaria com seu marido.

Jeongguk agarrou com força os cabelos compridos e ondulados do alfa, forçando sua cabeça contra seu pescoço enquanto fechava os olhos e abria a boca em um grito mudo. A dor ali era mais presente, pois era mais sensível.

Apesar de ser mais uma marca falsa, sentiu o corpo estremecer e as mãos quentes do alfa acariciando sua cintura por debaixo das camadas de roupa só lhe davam mais arrepios.

— Pronto — Taehyung informou, beijando lentamente as iniciais KT na pele alheia.

Então Jeongguk reparou no pescoço do alfa e viu que as iniciais JJ estavam igualmente marcadas na pele bronzeada, como se fosse uma cicatriz saltada.

Nunca havia reparado naquilo.

— Essa marca também fica em você? — indagou baixo, sentindo o corpo fraco. Era sempre assim, a marca falsa roubava sua energia e precisava tocar Taehyung para se recuperar.

— Sim, fica para parecer uma marca comum. Não havia percebido? — o alfa perguntou, os lábios contra a pele leitosa, beijando a marca recém feita. Quanto mais tocasse a marca, mais rápido o ômega se recuperaria.

— Não… — gemeu baixo sentindo o mais velho chupar sua pele com gosto, em vários pontos diferentes.

— Pronto — Taehyung se afastou com um sorriso malicioso, vendo a pequena bagunça que fez no pescoço alheio, várias manchinhas rosas e roxas pintando a pele amarelinha.

— Você não presta! — Jeongguk bateu no braço do marido, já recuperado da fraqueza. Assim, o empurrou, emburrado, e se levantou, escutando a risada do alfa, que lhe abraçou por trás.

— Mal posso esperar para fazer isso ser verdadeiro — sussurrou no ouvido do ômega, beijando a marca em seu pescoço e escutando o riso leve.

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  Assim, passaram o resto da tarde ajudando o casal Park na cozinha após o almoço, já que todos os empregados haviam sido dispensados para as festividades.

Como prometido, Taehyung fez chocolate quente para seu marido e acabou fazendo para o cunhado e para o primo.

Quando a família de Jeongguk e os pais de Jimin chegaram, a Lua já enfeitava o céu. Todos jantaram em um clima agradável e, quando terminaram, começaram a parabenizar Taehyung.

Yoongi tocou algumas músicas no piano, enquanto Jeongguk e Jimin cantavam harmonicamente, às vezes com participações das gêmeas.

Em algum momento, enquanto Taehyung mexia o corpo suavemente, deixando as melodias e o clima leve lhe dominarem pela primeira vez em seu aniversário, Jeongguk o abraçou por trás, repousando o queixo em seu ombro.

Já era madrugada quando finalmente escovaram os dentes e se deitaram para dormir.

— Obrigado por hoje — Taehyung agradeceu, sorrindo enquanto acariciava os cabelos do ômega deitado em seu peito.

— É o mínimo que posso fazer como seu marido — respondeu se aconchegando mais no corpo quente.

— Você não precisava ter feito uma música para mim, mas fez. Isso não é uma obrigação de um marido, e mesmo assim você fez — Taehyung murmurou levantando a cabeça para olhar o ômega.

— Tem razão, então. Mas eu tenho algo a mais para te dar — Jeongguk levantou o tronco e esticou o braço sobre o alfa para abrir a gaveta da mesa de cabeceira. Ainda não havia dado o presente que pediu para Yoongi pegar.

— E o que seria? — o mais velho arqueou a sobrancelha, vendo o ômega se sentar na cama com uma caixinha nas mãos, então se sentou também.

— Isso aqui é um par de pulseiras da distância. São encontradas apenas nos templos dos Grandes Lobos. A lenda diz que o Lobo Negro teve que se separar de seu ômega por um tempo e para demonstrar que, de alguma forma estaria sempre com seu amado, e que ele sempre estaria consigo, o Lobo Negro fez um par de pulseiras. Uma era feita com bolinhas brancas contendo apenas uma preta, que foi entregue ao Lobo Branco. A outra, era preta com uma única bolinha branca, que ficou com o Lobo Negro — Jeongguk segurou a mão do marido e deslizou a pulseira preta para seu pulso — As bolinhas brancas representam o Lobo Branco, o ômega. E as pretas, o Lobo Negro, o alfa. Enquanto você usar essa pulseira, vou estar com você. Enquanto eu usar essa pulseira, você vai estar comigo — apontou respectivamente para as peças nos pulsos de ambos, sorrindo pequeno.

— Obrigado, meu amor — Taehyung sorriu contagiado, beijando os lábios menores que os seus.

Jeongguk empurrou levemente o peito do marido, o fazendo se deitar na cama novamente enquanto subia em seu colo, sem quebrar o beijo tão gostoso que trocavam. As mãos de Taehyung foram para suas coxas, apertando a carne firme e causando um gemido baixo contra sua boca.

— Feliz aniversário, TaeTae — murmurou acariciando os cabelos castanhos e macios, mordendo a boca do marido.

— Já é feliz por estar com você, Jeonie. E obrigado por ser minha família — agradeceu novamente, virando o corpo, deitando por cima do ômega e se aconchegando em seu peito.

Assim, ambos dormiram tranquilamente, com Taehyung compartilhando seu calor com o marido, desejando poder ficar para sempre em seus braços fortes.

XXXXXXXXXX

Cabo!

Na versão original, o aniversário do Tete seria bem mais pra frente, mas ficou melhor onde está, então não estranhem.

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Stream em Butter e até a próxima att, dia 04/07!

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