Hoje voltaremos para mais um ano em Hogwarts, e eu até que estou animada. Espero que esse ano ninguém atrapalhe nada e que ninguém invente de trazer o Lorde das Trevas de volta ou qualquer coisa do tipo.
Eu só quero poder ganhar a Taça das Casas, ver um Draco feliz, um Bart orgulhoso e Narcisa e Lúcio contentes. Doce sonho! Eu sei que isso será impossível; sempre algo acontece, tudo sempre gira em torno de Harry Potter, já que ele é um imã para desastres.
Saio dos meus devaneios e volto a me concentrar em colocar meus brincos. Eu estava usando um vestido preto que ia até meus joelhos; ele não era nada vulgar, mas também não era nada casto. Ele era de veludo e tinha transparência, o que dava um toque sexy. Também estava com uma meia-calça preta fosca e um sapato de salto baixo, já que Narcisa disse que já estava na hora de começar a usar um pouco de salto. Isso adicionaria um toque a mais de elegância ao meu vestuário. Então, eu estava usando; eu tinha gostado. Desde o último ano, eu cresci mais um pouco, ganhei mais curvas e estava me sentindo bem comigo mesma.
Logo notei algo diferente: Draco estava parado na porta e me encarava com olhos brilhantes. Eu podia enxergar um brilho diferente, algo parecido com fogo, talvez.
— Vai ficar parado aí na porta sem falar nada? — Pergunto, olhando-o pelo reflexo do espelho.
— Você parece uma deusa, Lynx — Fala, me olhando de cima a baixo.
— Obrigado, Draco — Falo com um pequeno sorriso, ficando vermelha até em espírito.
— Acho que este ano vou ter que redobrar a vigia — Ele fala, se aproximando de mim.
— Que vigia? — Pergunto, confusa.
— A vigia de ficar de olho em garotos com o ego elevado, que acham que têm alguma chance com você — Ele disse, dando de ombros.
— Não imaginei que fosse tão ciumento assim... Ainda está irritado com a história da foto? — Pergunto com um certo tom de ironia na voz, camuflando o fato de meu coração está disparado.
— Eu não a esqueci, pode ter certeza disso — Ele diz, trazendo o casaco para mim.
— E como sempre, eu te falo: não precisa se preocupar com isso — Falo, terminando de me vestir.
— Toda cautela é pouca — Fala, bem próximo a mim.
Então, Tinker aparece com um estalo próximo à porta.
— Desculpe atrapalhar, mestre Draco e Mileide Lynx... Mas a senhora Narcisa Malfoy já espera pelos senhores no foyer — Ela fala, um pouco envergonhada, sem nos olhar direito.
— Já vamos descer, Tinker — Draco fala, ainda me olhando.
Então, nós nos afastamos, e ele foi pegar minha bolsa de mão, enquanto eu terminei de arrumar um fio de cabelo que estava fora do lugar.
Quando descemos, Narcisa nos esperava no foyer. Nossas malas já tinham sido levadas para a carruagem, e só faltava nós três.
— Vocês dois estão lindos, mas estamos atrasados, então vamos. Mas antes, a foto — Disse, com um sorriso no rosto.
— Por Merlin, mamãe — Draco reclama. Ele sempre reclamava de tirar as fotos.
Narcisa o ignora completamente; ela ama tirar fotos nossas, de toda a família. Mesmo Draco reclamando, ele, no fundo, também gostava. Tem até um porta-retrato nosso em seu quarto. Narcisa disse que foi ele quem escolheu a foto e a moldura, mas que, se eu perguntasse, ele iria negar. Ele deu sugestões, como gosta de afirmar, quando não quer assumir que fez algo.
Era uma foto nossa tirada no jardim da minha casa. Estávamos sentados na mesa de chá jogando xadrez bruxo. Draco estava com um sorriso largo no rosto pelo fato de estar ganhando, e eu estava sorrindo pelo fato dele nunca mudar a sua maneira competitiva.
Quando terminamos de tirar a foto, fomos o mais depressa possível para a estação de trem. Narcisa não parava de olhar as horas, e chegamos faltando cinco minutos para a partida do trem, o que foi um alívio, já que ainda poderíamos escolher uma cabine boa e, principalmente, vazia.
— Boa sorte este ano para vocês dois. Se comportem, tirem notas excelentes e deem orgulho à família Malfoy e Lannister. Amo vocês, queridos — Narcisa disse, dando um abraço e um beijo em Draco e fazendo o mesmo comigo, tudo de maneira rápida e prática.
— Tchau, Narcisa! Até o Natal — Falo já com saudades.
— Tchau, mamãe — Draco fala de forma séria, mas dando um pequeno sorriso no final.
Então, começamos a nos virar para ir embora, mas logo ouvimos um chiado.
— Não, não, de mãos dadas — Narcisa fala com um sorriso largo no rosto.
Então, nós olhamos para ela, que nos olhava de volta com um certo olhar de desafio, o que nos fez pegar na mão um do outro o mais depressa possível. Não queríamos enfrentar a fúria de Narcisa Black Malfoy.
Alguns alunos nos olhavam intrigados, mas não demos bola; só soltamos a mão um do outro quando entramos no trem, já que, como sempre, Draco foi na frente procurando por nossa cabine com Drogo e Nyx.
— Aqui estão eles, entre — Draco fala, abrindo a porta para eu poder entrar.
— Essa cabine é boa! Ainda bem que deu tempo de Nox encontrar algo decente para nós — Falo, olhando para Drogo e Nyx, que dormiam embaixo da mesa.
— Sim, odiaria ter que dividir a cabine com gente desconhecida — Draco fala, sentando-se na minha frente.
Antes do trem dar partida, Crabbe e Goyle apareceram. Draco lhes dá um aceno com a cabeça e eles entram na cabine, sentando-se ao lado dele.
— Como foram as férias de vocês? — Crabbe tenta puxar um assunto.
— Normal — Goyle responde, pegando um doce.
— Lynx e eu ficamos juntos como sempre — Draco respondeu, entediado, olhando para a janela.
— Draco e eu ficamos jogando xadrez bruxo como sempre — Falo, virando o rosto para a janela novamente.
— Eu também não fiz nada — Escutamos uma voz diferente soar.
Então, nós quatro olhamos para a porta, encontrando Pansy Parkinson nos olhando com certo receio, o que fez Draco olhá-la com dúvida, e Crabbe e Goyle arregalaram os olhos.
— Posso me juntar a vocês? — Ela pergunta em voz baixa.
— O que você quer, Parkinson? — Draco a olhou de rabo de olho, não muito satisfeito com a presença dela ali.
— Nada, não vim ofender ninguém — Ela disse, segurando o braço e me olhando.
— Pode entrar, Parkinson — Falo, olhando para ela.
— Obrigado, Lynx — Ela agradece com um sorriso pequeno no rosto.
— Acho bom não estar aprontando nada — Draco diz, olhando-a de modo sério.
Então, antes que ela fosse em minha direção, Draco se levantou e se sentou ao meu lado, causando um certo riso em Crabbe e Goyle, o que me fez quase rir também.
Pansy pareceu não se importar e foi logo se sentando onde Draco estava sentado antes, lançando-me um obrigado inaudível, ao qual retribuí com um pequeno sorriso. Talvez Pansy Parkinson não fosse tão ruim assim; desde aquele dia no salão comunal, ela vinha agindo diferente, até mesmo ficando um pouco mais sozinha.
— Viraram amiguinhas? — Draco perguntou em voz baixa, para que somente eu pudesse escutar.
— Ela não foi mal-educada, então não preciso agir com hostilidade, e ela não deu em cima de você também — Falo, olhando-o e falando baixinho também.
— Então você tem ciúmes, senhorita Lannister? — Pergunta com um sorriso safado no rosto.
— O que você acha? — Pergunto baixinho, apertando sua perna.
O que faz ele imediatamente perder o sorriso no rosto, começando a olhar diretamente para meus lábios, e logo sinto sua mão sobre a minha, apertando-a. Ela estava quente, e ele carregava no olhar um brilho selvagem, o que me fez prender a respiração por alguns segundos. Eu podia sentir nossa atmosfera mudando, mas logo tudo isso foi quebrado com uma tosse nada discreta.
O que nos fez olhar imediatamente para todos; eles nos olhavam com pequenos sorrisinhos, o que me deixou meio constrangida, fazendo-me olhar para a janela imediatamente. Draco ainda me deu um aperto de mão, o que me fez olhar para ele com um pequeno sorriso, ao qual ele retribuiu.
Estávamos há um bom tempo viajando já, e o silêncio, na minha opinião, era muito bem-vindo. Pansy olhava para a janela igual a mim, Crabbe e Goyle dormiam, e Draco se distraía mexendo em sua aliança no dedo sem parar, uma mania que ele tinha adquirido fazia algum tempo.
Depois de mais algum tempo, Draco pegou Drogo da gaiola. Ele não parava de arranhá-la, então o colocou em cima da mesa para poder fazer carinho nele, como sempre fez, mas ele não parecia ter gostado nada, já que pulou da mesa direto para o nosso meio, onde se encolheu todo.
— Drogo está tremendo, por que será? — Pergunto, fazendo carinho nele.
— Não sei — Draco responde com um dar de ombros. — Ei, garoto, o que foi? — Ele o pergunta, começando a fazer carinho nele também.
Mas logo o trem pára bruscamente, fazendo todos nós suspirarmos de susto. Crabbe e Goyle acordaram completamente assustados, e nós olhamos com olhos arregalados.
— O que está acontecendo? — Draco pergunta para ninguém em específico.
Então as luzes se apagaram completamente, e eu me aproximei ainda mais da janela para poder olhar para fora.
— Tem alguma coisa rondando o trem lá fora — Falo em voz baixa.
— Como assim? — Pansy pergunta, se afastando da janela e ficando mais próxima de Crabbe e Goyle.
— À janela, olha — Goyle aponta.
Fazendo assim todos nós olharmos para a janela com atenção, já que ela parecia estar congelando.
— Lynx, se afaste da janela — Draco fala e me puxa para perto dele.
— São dementadores, Draco — Falo, olhando-o de forma séria.
— O que? Por quê? — Pansy perguntou, completamente aflita.
— Eles são os guardas de Azkaban — Draco diz, olhando para mim e segurando firmemente minha mão. — Não podem estar aqui.
— Sirius Black — Falo baixinho.
Então escutamos outro barulho, e esse com certeza era de uma porta sendo forçada a se abrir.
— Eles estão embarcando — Draco fala, levantando-se.
— Draco — Falo, puxando-o novamente para se sentar.
Então ficamos todos em silêncio, até que começamos a escutar alguns barulhos estranhos, mas não dava para saber direito o que era ou se estava perto.
— Eu vou olhar o que está acontecendo lá fora — Draco diz, soltando minha mão.
Então ele se levanta, indo até a porta e olhando para fora. Eu não aguento e também me levanto para ir até lá.
— Está maluca? Fique aí — Pansy diz, assustada.
— Calma — Falo, olhando-a de forma tranquilizadora.
— Está vendo algo? — Pergunto, me aproximando de Draco, vendo vários outros alunos com as cabeças de fora, olhando para o corredor também.
— Não, mas posso sentir uma aura sinistra — Diz, olhando para mim.
— Eu também consigo, é como se eu nunca fosse poder ser feliz — Falo, olhando-o nos olhos.
Então Draco segurou minha mão firmemente na sua, e voltamos a olhar para o corredor escuro.
— Tem alguma coisa vindo para cá — Falo, vendo algo se mexer na escuridão.
Então todos que estavam com as cabeças para fora fecharam imediatamente suas cabines. Draco me puxou para dentro, trancando completamente a porta e pegando sua varinha, e eu imediatamente peguei a minha também.
— Cheguem mais para o fundo da cabine — Falo em voz baixa para Pansy, Crabbe e Goyle, que olhavam para nós dois completamente assustados, mas também empunhando suas varinhas com as mãos trêmulas.
Draco me colocou atrás dele, fazendo com que nós dois chegássemos mais para o fundo da cabine, ficando todos em completo silêncio, e não demorou muito para que logo víssemos o vulto preto pairar por nossa porta.
— Draco — Sussurro em voz baixa.
— Estou vendo — Ele fala, segurando ainda mais forte minha mão livre.
Então o dementador parou completamente em frente à nossa cabine e começou a abrir a porta lentamente.
Essa coisa, com certeza, estava nos analisando, o que me fazia tremer internamente, descontando tudo na mão de Draco, a qual eu apertava com extrema força, e ele, igualmente nervoso, também apertava a minha com mais força ainda, nos fazendo ficar conscientes do perigo em que estávamos correndo, parados frente a frente com um dementador, sem ter para onde correr.
Logo que a criatura percebeu que não tínhamos nada que a interessasse realmente, ela se afastou lentamente e seguiu em frente, provavelmente indo para outra cabine.
Eu me sentei no sofá com as pernas completamente bambas. Draco foi até a porta e a trancou o mais depressa possível, voltando a se sentar ao meu lado e me abraçando de lado, completamente pálido.
Pansy estava pálida e totalmente estática em seu lugar; Crabbe e Goyle estavam amarelos e olhando para a porta até agora.
— Está tudo bem, não fizeram nada com a gente — Draco disse baixinho.
— Você está tremendo — Falo, esfregando sua mão na minha.
— Só fiquei com medo de não conseguir fazer um patrono para te defender — Ele disse, me olhando.
— Nós nunca tentamos fazer um — Falo, tentando lhe dar um sorriso, mas muito provavelmente saiu mais como uma careta.
— No Natal vamos tentar fazer um corpóreo — Draco fala com um sorriso, tentando se livrar do clima assustador que tinha se instaurado.
— Vocês estão bem? — Pergunto, me virando para os outros três que começavam a voltar a si.
— Sim — Pansy fala, voltando a criar uma cor.
Crabbe e Goyle apenas acenaram com a cabeça, e então sentimos o trem voltar a se movimentar, o que fez todos nós darmos um suspiro de alívio.
A viagem seguiu tranquila até o seu final, quando chegamos a Hogwarts e fomos cada um para seu devido dormitório colocar os uniformes para o jantar. Eu permanecia sozinha em meu dormitório, o que continuava me agradando muito.
Quando estava saindo do mesmo, pude escutar Pansy e suas seguidoras no corredor. Elas alegavam que Pansy não podia sentar com elas, já que ambas estavam com namorados e ela iria ficar sobrando, o que é completamente ridículo, na minha opinião, já que Draco e eu somos noivos e sentamos com nossos amigos normalmente. Essas garotas são completamente ridículas e sem nenhuma finesse.
— Pansy, já que veio em nossa cabine, gostaria de se juntar a nós para o jantar também? — Pergunto a ela, ignorando completamente as outras duas.
— É claro — Ela disse, com um sorriso sincero nos lábios.
— Ótimo, não gostaria de te ver com a ralé — Falo, olhando para ela e ainda ignorando completamente as garotas, que logo saíram na frente, completamente indignadas.
— Obrigado, elas se tornaram um pesadelo. O pior é que acham realmente que Zabini e Theodore Nott querem algo sério com elas — Ela fala, revirando os olhos.
— Deixe elas sonharem. Agora vamos, Draco e os meninos já estão no salão comunal — Falo, voltando a caminhar.
— Acho muito fofo isso — Pansy diz, me olhando.
— Fofo o quê? — Pergunto, em dúvida.
— Draco te esperar no salão comunal toda manhã e noite para irem juntos ao salão principal — Parkinson fala, com um pequeno sorriso.
— Ele é cavalheiro à sua maneira — Falo, pensando que até mesmo em casa ele vai até meu quarto para descermos juntos, mesmo que ele entre sem bater todas as vezes.
Quando chegamos ao salão principal, tivemos que nos sentar e esperar o grupo do coral cantar uma música para todos nós. Até que ela era legal, o ruim era ter que segurar aqueles sapos enormes.
— Bem-vindos, bem-vindos a mais um ano em Hogwarts. Eu queria dizer algumas palavras...
— Ele sempre quer dizer algumas palavras — Falo, revirando os olhos.
— Só porque estou morrendo de fome — Crabbe diz, se jogando em cima da mesa.
— Você está sempre com fome, Crabbe, seu saco sem fundo — Draco fala, revirando os olhos.
Goyle e Pansy só fazem rir, então voltamos a prestar atenção no que Dumbledore iria dizer.
— Primeiro, quero dar as boas-vindas ao professor J.R. Lupin, que teve a bondade de aceitar o cargo de professor contra as Artes das Trevas... Boa sorte, professor — Dumbledore diz, e todos batem palmas para o mesmo, que se levanta fazendo uma pequena reverência.
— É... Ele realmente vai precisar — Draco disse, rindo.
— O que será que vai acontecer com esse? Possessão ou loucura? — Perguntei retoricamente, acompanhando-o.
— Vocês dois são cruéis — Pansy fala, rindo.
— Está todo mundo rindo — Falei inocentemente.
— Agora vocês vão rir ainda mais — Draco fala, me cutucando. — Potter... Potter...
— Isso vai ser engraçado — Goyle diz, já rindo.
Então, o Potter e o Weasley se viraram para olhar para Draco.
— É verdade então... que você desmaiou — Draco fala, e, no mesmo momento, Crabbe finge um desmaio, fazendo eu, Pansy e Goyle segurarmos o riso. — Quer dizer... você desmaiou mesmo? — Draco pergunta, cínico.
— Não enche, Malfoy — O Weasley fala de cara feia, fazendo o Potter se virar para frente.
— O meu Merlin, ele desmaiou no trem? — Pansy perguntou, rindo.
— Sim — Draco ri baixinho.
— Eu queria muito ter visto isso, ou não. Pelo jeito, o dementador ficou atraído por ele — Falo, rindo com respeito.
— Olhe para o Severus — Draco diz baixinho, perdendo completamente o brilho.
— Nossa, que bicho mordeu ele? Ele está com aquela cara de quem quer lançar uma maldição imperdoável em alguém — Falo, parando de sorrir imediatamente.
Então, voltamos a prestar atenção em Dumbledore, que dizia algo sobre o trato de criaturas mágicas.
— Felizmente, é com prazer que informo que seu lugar será preenchido por ninguém menos que nosso Rúbeo Hagrid — Dumbledore diz, apontando para ele, que logo recebe uma salva de palmas. Então, pudemos ver McGonagall o cutucando para se levantar, só que dava para ver o nervosismo estampado em seu rosto. Então, ele se levanta com pressa, fazendo um barulhão.
— Eu não aguento mais rir — Draco fala, secando uma lágrima falsa.
— Outra coisa: a pedido do Ministério da Magia, Hogwarts terá como hóspedes, até segunda ordem, os dementadores de Azkaban — Dumbledore fala, e todos começam a cochichar sobre isso. — Até que Sirius Black seja capturado... Os dementadores ficarão de guarda nas entradas da propriedade, embora tenham me garantido que eles não vão atrapalhar nossas atividades diárias. Eu peço cuidado... Os dementadores são criaturas más; eles não fazem diferença entre o que estão caçando e os que entram em seu caminho. Portanto, eu quero avisar a cada um de vocês que, embora não tenham razão para lhes fazerem mal, não é da natureza de um dementador perdoar... Mas, como sabem... Pode-se encontrar a felicidade, mesmo nas horas mais sombrias, se a pessoa se lembrar... De ascender à luz... Agora que o jantar seja servido — Dumbledore anuncia.
O jantar se passou tranquilo; todos estavam animados pelo ano que se iniciava, e tínhamos um professor novo, além de dementadores como companheiros. Nada fora do normal para mais um ano em Hogwarts.
— Aquele velho está ficando maluco! Como ele pode aceitar dementadores em Hogwarts? — Draco falava indignado enquanto caminhávamos para as masmorras.
— Ele está ajudando o Ministério da Magia — Pansy diz de forma óbvia.
— Isso mesmo — Crabbe concorda.
— Como ele disse, devemos ficar de olho. Tivemos sorte daquele dementador não ter nos atacado no trem — Falo sem dar muita bola.
— Acho que nenhum de nós é feliz o suficiente — Draco fala, me olhando.
Eu não o olhei de volta, mas pude sentir seu olhar sobre mim, e o que ele disse, de certa forma, estava correto. Todos nós ficamos calados com essa constatação até chegarmos ao nosso salão comunal.
— Temos felicidade em nosso interior, só que sempre esquecemos de acender a luz nas horas de medo e escuridão — Falo, parando de frente para a porta do meu dormitório.
— Você deu ouvidos para o que ele disse, então? — Draco fala, me olhando nos olhos.
— Apesar de concordar com você sobre o fato de ele estar ficando maluco, ele fala algumas coisas úteis; só precisamos escutar de vez em quando — Falo, tocando em sua bochecha.
— Eu não estou totalmente triste. Eu tenho você, minha mãe, papai, Bart e Severus também — Draco diz, segurando a minha mão de volta.
— Um dia vamos olhar para trás, e serão apenas lembranças ruins, Draco — Falo com um pequeno sorriso.
— Espero que sim, e espero que sobrevivamos a isso — Ele fala, me dando um sorriso triste.
— Boa noite, Draco — Falo, lhe dando um beijo na bochecha.
— Boa noite, Lynx — Ele diz, passando a mão em uma mecha de meu cabelo que estava solta.
E se vira, indo embora, enquanto eu entro no meu dormitório, pronta para descansar desse dia maluco com dementadores.