Lies - Fake Love (1 temporada)

By LalizBaby

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[EM ANDAMENTO] O Beverly Hills High School é o colégio mais requisitado da Califórnia e por isso abrange o es... More

*Aviso*
Elenco
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8 - Bella Ciao
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 36 - Você mentiu pra mim?
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49 - Parte 1
Capítulo 49 - Parte 2
Capítulo 50
Capítulo 51 - Parte 1

Capítulo 35 - Euphoria

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By LalizBaby

*Aviso*

Iai meus amores? Como vocês estão? Eu sei que demorei com a att, mas sinceramente eu não estive muito criativa durante esses dias então eu só trato algo quando estou devidamente satisfeita e como o cap de hoje tem uma carga emocional grande então precisava estar perfeito.

Quero dedicar esse capítulo ao Jungkook. Não o Jungkook personagem, mas o artista no qual eu amo demais e todo mundo esta cansado de saber que eu sou completamente apaixonada por "euphoria" e no cap de hoje essa música foi crucial já que eu achei uma versão instrumental perfeita dela no spotify e ouvindo ela foi que eu consegui escrever esse cap.

Bom, espero que gostem do cap. 

Boa leitura, bbs.

***

Industrias Jeon – 01:30 PM

Jungkook tinha acabado de sair da empresa de seu pai. A brisa fresca batia em seu rosto e o sol quente banhava sua pele alva. O garoto respirou fundo e ao soltar o ar sentiu um peso sair de suas costas e caminhou a passos lentos até seu carro do outro lado da rua.

Pensou que a conversa seria pior, tinha que admitir, mas ele entendia que ambos precisavam de tempo. Tempo esse que serviria para colocarem a cabeça no lugar e ver se realmente poderiam continuar sendo pai e filho como eram antes por que do jeito que estava não poderia continuar.

O garoto estava aliviado pela conversa, mas infelizmente não se sentia completo e muito menos realizado. Não quando ainda pensava em Lisa e em tudo o que havia acontecido entre ele e a garota.

Após chegar até seu carro, ele destravou o automóvel e entrou se trancando lá dentro. Jungkook pegou seu celular e o ligou olhando as notificações.

Ligações e mensagens de Lisa piscavam na tela. Franzindo a testa, ele apertou para vê-las.

Eram mensagens na noite em que ela viajou, no dia do natal e no dia de ano novo.

"Ei, Jungkook! Tudo certo? Você não me ligou mais e eu queria saber se você está bem. Espero que sim."

"Oi, Jk! Bom, eu não sei o motivo de você ainda não ter ligado, mas eu sei que você deve estar ocupado então eu te desejo um feliz natal. Ps: eu espero que esteja bem J"

"Ei, Jeon! Sinto que estou sendo insistente então eu não vou te mandar mais mensagens, mas eu quero que saiba que eu estou muito ansiosa para voltar pra Los Angeles, pois eu quero muito te encontrar e poder receber aquele abraço quentinho que só você sabe dar. Ps: Estou com saudades."

Como que ela pôde enganá-lo por tanto tempo?

Como ele pôde ser bobo o bastante e ter acreditado que ela iria querer algo com ele? Logo com ele que nunca havia sido bom o bastante para ela?

Era o cúmulo da inocência.

Por mais que tentasse, Jungkook não conseguia esquecer o que Lisa havia dito a ele quando discutiram.

"E quer saber? Eu voltei mesmo com o Jackson. E nós rimos muito de você também achando que eu fosse realmente querer algo com você"

Jungkook não tinha nada com Lisa. Eles não namoravam, não firmaram um compromisso e muito menos um trato de fidelidade, mas ainda sim estava magoado.

E ele sabia, ele entendia que ela tinha razão já que na cabeça dele, ele nunca seria bom o bastante para a grande Kim Lalisa Manoban.

Jeon Jungkook estava condenado a não ser amado, pois ele nunca seria bom o suficiente para suprir as necessidades de alguém.

Muito menos alguém como ela.

Alguém tão incrivelmente perfeita como ela.

Jungkook suspirou e encostou a testa no volante sentindo os pensamentos nublados o levando para uma época bem distante.

Uma época em que ele ainda era feliz.

*Flashback on*

2016

- Ei Kookie? Tudo bem com você? – Suho passava pelo corredor e ao notar seu irmão mais novo completamente aéreo olhando pela janela, ele parou imediatamente e entrou no quarto.

Suho percebeu que seu irmão normalmente falante estava relativamente quieto naquela tarde de sábado.

- Tudo bem, Suho – Jungkook suspirou se virando para o irmão mais velho sentindo algumas lágrimas quentes descerem por seu rosto gentil e delicado.

- Por que está chorando, Kookie? – O mais velho se aproximou do irmão e se sentou à sua frente – Quem é que eu tenho que bater por ter feito o meu pequeno chorar, hum?

Jungkook soltou um riso soprado e ao abraçar o irmão, ele disse: – Eu vi a Tzuyu beijando outro garoto.

Suho logo entendeu que seu irmãozinho estava sofrendo sua primeira desilusão amorosa. Todos sabiam que Jungkook e a garota tinham um pequeno rolo. No auge de seus 14 anos, o pequeno Jungkook sentia seu coração tão doce e frágil se partir ao ver a garota que ele dizia gostar estando com outro.

- Eu achei que ela gostasse de mim, hyung – ele fungou – Achei que estivéssemos namorando.

- Você tirou isso a limpo? Conversou com ela? – Suho enrugou o nariz, pois, não gostava muito de Tzuyu e ao ouvir aquilo seu ranço pela garota tinha aumentado, mas ele sabia que como irmão mais velho, ele era exemplo, então precisava fazer o irmão pensar com clareza – Você e ela falaram sobre esse... rótulo de vocês?

- Rótulo? – Jungkook fez um biquinho e esfregou o dedo indicador na ponte do nariz – O que é isso?

- Rótulo é quando nós damos um nome ao que estamos tendo com alguém – ele explicou calmamente – Eu e a Aya temos um rótulo. Nós somos namorados – Jungkook prestava atenção no irmão, os olhinhos brilhantes vidrados no mais velho – Jimin e aquela tal de Amy estão dando uns beijos então eles são ficantes.

- Ah! – O garoto anuiu entendendo o que o mais velho queria dizer. As bochechas vermelhinhas mostravam o quanto ele era tímido com o assunto – A Tzuyu nunca disse que queria namorar comigo e... e-eu também nunca perguntei nada.

- Bom, se é assim então você pode chorar, mas não tem direito de cobrar nada a menina, certo? – O menino assentiu ainda triste – Mas isso não quer dizer que você deve deixá-la pisar em cima dos seus sentimentos – Suho suspirou vendo o mais novo fungar – Kookie, você é um menino tão doce e com um coração tão bom e ingênuo que não pode deixar ninguém... nem mesmo uma garota pisar em cima dele.

- O que eu faço então, hyung?

- Primeiro pare de chorar – pediu passando ambos os polegares abaixo dos olhos do menino limpado os mesmos – Segundo, você tem que deixar se levar. Fazer novas amizades e conhecer garotas novas. Não pode ficar vivendo sua vida em função da Tzuyu. Se ela quer ficar com outros, deixa ela, mas você tem que ir atrás de alguém que goste e queira estar perto de você de verdade.

- Mas ninguém gosta de mim, hyung – ele comentou triste fungando um pouco. Seu lábio inferior tremeu e um mínimo biquinho se formou nos seus lábios.

- Ei! Não chora, maninho – Suho abraçou o irmão novamente – Você ainda vai encontrar uma garota que goste muito de você, Kookie – ele sentiu o mais novo suspirar meio desacreditado – Olha, o ano letivo está acabando, logo vem as férias e um novo ano no colégio. Talvez nesse novo semestre chegue alunos novos e você possa fazer novos amigos e quem sabe conhecer alguma garota legal, hum?

- Mas por que alguma garota se interessaria por mim? – Jungkook perguntou se afastando um pouco para olhar nos olhos do irmão – Tzuyu vive falando o quanto eu sou grudento e que ninguém gosta de gente assim – ele baixou os olhos cruzando os dedos sob o colo, pouco confiante – Eu não quero ficar sozinho, hyung.

- E você não vai – Suho afirmou – Eu te garanto, maninho, você ainda vai encontrar alguém que te ame tanto, mas tanto que seria capaz de fazer qualquer coisa por você.

- Promete? – Os olhos do mais novo adquiriram um tom verde intenso cheio de esperança e o mais velho sorriu assentindo.

- Eu prometo, Kookie.

*Flashback off*

Jeon suspirou levantando sua cabeça do volante e destravou o celular procurando algo.

- É Suho, parece que não foi dessa vez – Jungkook lamentou olhando uma foto sua e de Lisa.

Ambos tiraram aquela foto na noite anterior onde se encontraram de madrugada após comparem seus lanches no píer de Santa Mônica.

- Achei que você fosse essa garota, Lis – ele comentou triste passando o dedo levemente pelo rosto da garota pela tela – Mas parece que me enganei.

Travando o celular novamente e o jogando no banco do carona, Jungkook ligou o carro e rumou para o colégio novamente.

(***)

Delegacia de Los Angeles – 01:40 PM

A delegacia parecia estranhamente cheia naquela tarde. Por sorte todos os funcionários estavam ocupados e Namjoon poderia conversar em paz com Allan Dickerson.

O homem a quem confiou a solução do desaparecimento de seu filho.

Namjoon acreditava piamente que a visita do homem o traria uma pista, ao menos um caminho no qual seguir em busca de seu filho.

- E então, Allan. Espero que tenha me trazido notícias boas – Namjoon comentou fechando a porta de sua sala e se sentando em sua cadeira de couro.

- Sinto muito, senhor Manoban – o homem negou com a cabeça enquanto tirava papeis de sua pasta e os entregava a Namjoon começando a explicação – Durante esses meses eu procurei com todas as minhas fontes, mas não encontrei nenhuma pista favorável e que me levasse a algum lugar.

- Bom, não vamos desanimar – Namjoon concluiu – Sei que se você procurar um pouco mais você vai encontrar algo conclusivo.

- Quanto a isso – o homem continuou temeroso – O senhor me contratou a anos, senhor Manoban e eu te dei a minha palavra de que só terminaríamos caso eu encontrasse algo.

- Você acabou de dizer que não encontrou.

- Sim, mas... – o homem suspirou – Ontem eu recebi uma ligação de uma fonte minha da Itália e eles me deram um endereço onde provavelmente o seu filho poderia estar.

- O quê? – Namjoon arregalou os olhos, a coluna enrijeceu e logo ele estava atento ao que o homem falava – Você encontrou o meu Kwan? Vamos pegar um avião e ir para a Itália agora!

- Senhor...

- Meu Deus! Eu não acredito nisso – Namjoon sorriu extremamente feliz – Eu vou poder finalmente encontrar o meu filho!

- Senhor...

A felicidade é algo bonito. Cada pessoa no mundo tem o seu momento de felicidade e algo que os causa essa emoção tão bonita, além de cada pessoa ter seu modo de expressar esse sentimento e Namjoon Manoban tinha o seu modo de demonstrar que estava feliz.

E era algo tão bonito.

Ele chorava de felicidade e com isso ele mostrava aquele lindo sorriso de covinhas junto com as lágrimas grossas que desciam pelo seu rosto.

- Onde está o meu filho, Allan?

Ele finalmente iria encontrar quem era tão importante para ele.

- O seu filho está enterrado no cemitério central da Itália, senhor Manoban.

Uma pena que ele estava equivocado e a felicidade logo fora tirada de suas mãos.

Nenhuma felicidade dura para sempre, Namjoon sabia disso.

- Meu filho... – a voz de Namjoon não passou de um sussurro. A decepção estampada nos olhos, o coração completamente despedaçado, as lágrimas caindo sem freio, o rosto com o semblante mais triste possível.

Namjoon Manoban perdeu as esperanças naquele momento. Com aquela notícia.

E infelizmente numa tarde tão bonita quanto aquela.

(***)

Beverly Hills High School – 02:00 PM

- Iai cara, como que foi lá? – Jimin perguntou assim que viu o amigo caminhando para o campo onde aconteceria os testes de líderes de torcida.

- Foi normal – Jungkook deu de ombros – Conversamos normalmente, Ji. Ele disse que não vai abdicar das "funções" de pai e que se eu quiser voltar para casa eu posso, mas eu não me sinto bem o suficiente para voltar, sabe? – Jimin assentiu – Ah, ele me devolveu os nossos celulares – Jeon entregou o aparelho de Jimin e voltou a caminhar.

Jimin percebeu o semblante do amigo mais abatido que o normal.

A verdade, era que Jungkook sempre se sentira triste desde a morte do irmão, mas ele procurava ocupar a cabeça com outras coisas, sejam elas certas ou erradas, mas o ajudava a esquecer a saudade que sentia do irmão e consequentemente da mãe.

- Por que está triste? – Jimin perguntou vendo o melhor amigo soltar um suspiro – É por causa do que aconteceu entre você e a Lisa?

- O que aconteceu entre a Lisa e eu não importa mais – ele deu de ombros – Já acabou, Jimin. É passado – Jimin abriu a boca para rebater, mas Jungkook logo emendou: – Eu sinto falta do Suho, Jiminie – ele comentou triste – Sinto muita falta do meu irmão e da minha mãe também.

- Oh Kookie – Jimin suavizou a voz e puxou o amigo para um abraço – Não fica assim, ok? Eu sei que é difícil, mas vai ficar tudo bem, eu estou aqui para você.

Jungkook queria chorar, mas as lágrimas simplesmente não saíram.

Por mais que ele soubesse que a mãe tinha o abandonado, ele ainda sentia falta dela, pois ela tinha sido uma boa mãe. E ele queria sua família de volta.

Uma pena que o tempo não andava para trás.

Logo, o moreno levantou a cabeça, respirou fundo engolindo um soluço e sorriu sem vontade.

- Estou bem, Ji – afirmou passando a mão no nariz fungando um pouco.

- Jeon Jungkook! Onde você esteve no horário de almoço? Te procurei no colégio todo e não te achei – Tzuyu caminhava apressadamente até o moreno com um semblante irritado.

- Eu fui conversar com o meu pai – ele respondeu – Não avisei por que não achei que fosse se importar. Não é o que você sempre faz?

Jimin arqueou uma das sobrancelhas notando o tom frio que o amigo adquiriu ao falar com a garota. Ele nunca tinha falado com ela daquele jeito.

- Tem razão, eu não me importo, mas você como meu namorado deveria ter me avisado – ela anuiu desinteressada.

- Vocês voltaram mesmo? – Jimin perguntou franzindo o nariz em uma careta.

- Sim, Park, nós voltamos – Tzuyu respondeu secamente – O que você tem a ver com isso?

- Nada – o loiro respondeu olhando para Jungkook lançando uma pergunta muda sobre o relacionamento do amigo com a garota. Jeon suspirou afirmando levemente com a cabeça.

Jimin estava irritado, pois mesmo que Jungkook tivesse se magoado com Lisa, voltar com Tzuyu não era a melhor opção, mas ele sabia que Jungkook só aprenderia aquilo se quebrasse a cara.

E Jimin tinha certeza que ele quebraria. Ele sempre quebrava.

- Eu vou ao banheiro – Jimin comentou – Você tem companhia, Jungkook então não precisa de mim.

- Espera, Jimin! – Jungkook chamou, mas Jimin ao menos se virou para olha-lo.

- Já foi tarde, Park – exclamou Tzuyu se virando para o moreno – Vamos!

A garota puxou Jungkook até o campo onde várias garotas já estavam reunidas, a arquibancada também estava cheia. Lisa conversava com Jennie um pouco mais distante e nem ao menos notou que o novo casal tinha entrado no campo.

Jungkook se soltou das mãos de Tzuyu e caminhou até a arquibancada para se sentar, mas sentiu a garota puxar seu braço.

- Não está esquecendo de nada? – Ela perguntou fazendo um leve bico esperando o moreno dar um beijo em sua boca.

- Boa sorte, Tzu – Jungkook desejou sem perceber o pedido silencioso e deu as costas a garota se sentando alguns degraus acima na arquibancada.

Tzuyu franziu a testa não entendendo o afastamento do garoto, mas anuiu seguindo para perto de uma das garotas que faria o teste.

(***)

02:15 PM

- Olha só quem eu encontrei aqui? – Nancy comentou em um tom sarcástico que fez Rosé revirar os olhos.

Estava cansada e sem a mínima vontade de discutir com a garota.

- O que você quer, Nancy?

- Te falar umas coisinhas – a outra sorriu e viu Rosé arquear uma das sobrancelhas.

- Eu não tenho tempo para as suas besteiras, Nancy – Rosé respondeu caminhando até a porta, mas foi interrompida quando viu o braço de Nancy atravessar o seu espaço e parar no batente – Garota, me deixa...

- E não é que eu finalmente consegui tirar tudo de você? – Comentou com a voz baixa e um sorriso estranho ignorando o pedido de Rosé – Eu sou a atriz principal do clube de teatro, estou com o MEU Jimin e você é a garota mais odiada do colégio.

- Eu não sou a garota mais odiada... – Rosé rebateria, mas foi interrompida novamente.

- Por favor né? – Nancy emitiu soltando um riso soprado – Ninguém aqui te suporta e o Jimin que antes te defendia agora está comigo – Nancy falava enquanto andava em volta da garota, como se ela fosse sua presa – Ele não quer saber de você, seus irmãos não te suportam e você perdeu o papel que tanto queria no clube de teatro – ela finalmente parou na frente de Rosé e a encarou – Mas quer saber? Você merece tudo isso por que você é a pessoa mais repugnante que alguém poderia ter por perto.

Rosé travou o maxilar absorvendo tudo que a outra disse.

- Você vive tentando puxar para si, a atenção que as pessoas dão para sua irmã, mas adivinha só – Nancy sorriu se encostando na bancada da pia e cruzou os braços – Você não é ela e nem nunca vai conseguir fazer as pessoas te admirarem – a garota revirou os olhos e se desencostou da bancada indo até Rosé – Você não é digna de amor. Olha só o que você faz para conseguir atenção? Aquela ceninha que você fez no baile da sua família foi o ó – Nancy soltou um riso soprado e aproximou sua boca do ouvido de Rosé – Eu não duvido nada que para se livrar de você a sua mãe tenha se matado.

E como se não tivesse dito nada demais, Nancy caminhou para fora do vestiário deixando uma Rosé em pedaços para trás.

(***)

02:40 PM

- Não vou perder o meu tempo explicando para vocês algo que é obvio – Lalisa exclamou de modo frio e com a feição impassível – Não gosto de erros e se eu cogitar a ideia de que alguma de vocês não seja boa o suficiente para estar na minha equipe eu não vou ter pena em massacrar vocês – falou à última parte direcionando seus olhos para Tzuyu. A menina engoliu em seco e empinou o queixo levemente tentando passar segurança para si mesma – Entenderam novatas? – Lisa perguntou alto e passou os olhos até Jungkook sentado na arquibancada em um claro sinal de raiva.

Ela sabia que ele tinha ido acompanhar Tzuyu, sua nova namorada.

Nova não, já que ele a usou para conseguir a maldita coreografia e entregar de bandeja para a sua maior rival.

Namorada.

A palavra soava tão ruim em sua cabeça quanto o gosto ruim surgia em sua boca. Lisa estava com raiva dele. Do que ele tinha feito. Do modo como ele a usou apenas para satisfazer os caprichos de alguém como Tzuyu.

Agora ela entendia que para ele, ela nunca teria valido a luta, pois Jungkook traiu a confiança de Lalisa.

Ela, logo a garota que tinha depositado todas as fichas nele.

Assentindo, as garotas continuaram olhando para Lalisa esperando o próximo comando. Com um suspiro, Lisa deu alguns comandos para Jennie e Sasha que começaram a dançar uma coreografia básica, após a capitã ligar o som.

A música soava ritmada enquanto as garotas dançavam tentando acompanhar o ritmo de Jennie e Sasha. Não eram as melhores, mas algumas se salvavam e logo Lisa descartou em um grito as que não estavam rendendo.

- Não entendo por que se prestam a esse papel – Lisa ecoou seus pensamentos com desdém direcionados as garotas a frente as quais tinha mandado saírem – Não vão entrar na minha equipe sendo medíocres desse jeito. Vão embora.

As garotas já acanhadas saíram cabisbaixas. Lalisa suspirou. Sabia que tinha pegado pesado, mas quem se importava? Ela com certeza não.

Rosé a tomava como a garota malvada e de fato, Lalisa era.

Ela se lembrava de quando deu um rompante de rebeldia após algumas semanas que a mãe tinha morrido. Lisa se afastara de Nayeon e Jennie e agia como se nada a abalasse. Agia com rudeza com as garotas da equipe, as obrigava a treinar que nem loucas e fazia bullying com alguns colegas de outras turmas e atividades.

Era tudo tão estranho. O modo como a garota agia não condizia muitas vezes com o que ela sentia e muito menos com a garota tão doce que havia chegado ao colégio cheia de sonhos.

Assim que passou a fase de rebeldia, Lisa jogara toda as maldades no fundo do seu inconsciente e tentou a todo custo esquecer que um dia havia existido aquela garota sombria, mas quem ela queria enganar?

Ela era a vilã da história afinal.

A vilã da sua própria história.

Talvez tivesse sido isso que afastara Jungkook e feito ele se repudiar da garota que ela era.

Talvez tivesse sido isso que tivesse feito ele enxergar a Lalisa má, a qual não era digna de amor.

Por isso ele havia a traído.

- Jennie e Sasha estão sendo boazinhas, mas eu não pegarei leve – disse e logo mudou a música.

Lisa se posicionou e começou a mesma coreografia ritmada percebendo as meninas mais acostumadas aos passos, porém, em um rompante, ela mudou os passos observando algumas caírem ao tropeçarem em seus próprios pés.

Lalisa dançava com destreza e total habilidade. Era bonito de se ver. Ao se acostumarem com a coreografia, Lisa sorriu percebendo que elas não eram ruins de todo, afinal.

Tzuyu errava alguns passos, mas não era ruim e Lisa percebeu aquilo. Caminhou até a rival e olhando nos olhos dela, Lisa continuou dançando no mesmo ritmo da outra. Após a mesma música se iniciar, Lisa viu Tzuyu seguir seus passos com extrema destreza e sorriu ladina, mudando subitamente os passos fazendo Tzuyu que a acompanhava, tropeçar em seus próprios pés e cair no chão.

Lisa sorriu vitoriosa quando pausou a música, deu as costas e mirou Jungkook na arquibancada. Ela sorriu com deboche para ele mostrando o quão má poderia ser.

Ela estava fazendo de propósito para humilhar Tzuyu? – Ele pensou.

Não, para ele, Lalisa nunca seria capaz de algo assim. Mas também como ele poderia ter certeza já que ela tinha o enganado?

Lisa se virou para Tzuyu e caminhou até ela. Ela se abaixou e deixou seus lábios rente ao ouvido da garota.

- Você subestima todo o meu poder, mas olha só quem está no chão agora – sussurrou venenosa e levantou o corpo caminhando pelo campo falando mais alto dessa vez – Isso aqui é um belo exemplo de quando não devemos subestimar os nossos inimigos, pessoal – Lisa sorriu voltando a olhar para Jungkook, dessa vez, com suas irises verdes faiscando deboche – Você achou que ganhando o intercolegial poderia vir a se tornar uma eximia líder de torcida, mas não se engane, Tzuyu, o topo só tem lugar pra mim e pode ter certeza que eu não abro mão do meu lugar – sorriu assistindo Tzuyu a olhar de baixo completamente envergonhada.

O que Lalisa sentiu não se comparava. Ela não estava feliz. Muito pelo contrário, ela sentiu a dor lhe atingir e logo se lembrou do tempo em que não era ela mesma.

Ela se lembrou do quanto tinha feito mal as pessoas que não tinham nada a ver e uma sombra escura passou através de seus olhos fazendo-a perceber que ela não queria voltar a ser aquela pessoa.

Não mais.

- Pegue a bolsa de treino e os horários e recomendações com a Jennie – Lisa emitiu mudando completamente de semblante. Estava confusa com aquele tanto de sensações que a acometia – Parabéns Tzuyu, você entrou para a equipe.

A exclamação supressa foi ouvida e completamente ignorada por Lalisa que caminhou até a rival. Tzuyu levantou a cabeça ao ver os sapatos brancos de Lisa perto de si. Lisa estendeu a mão e viu a garota crispar as sobrancelhas não entendendo – Levanta – Lisa pediu.

- Por que me aceitou na equipe? – Perguntou sem entender.

- Você não é de todo ruim – deu de ombros – Só precisa de um pouco mais de prática.

E com essa fala, deixou o campo de treinamento e rumou para o estacionamento do colégio.

Ninguém entendeu nada, mas também ninguém ousou falar algo.

Não quando ela estava lutando contra seus próprios demônios.

(***)

04:27 PM

O choro silencioso era doloroso. O peito de Rosé subia e descia com a forte dor que sentia sentindo a voz de Nancy e todas as suas palavras cruéis ecoarem em sua cabeça.

De fato, Rosé sabia que Nancy estava certa. Ela estava sendo tão imbecil com tudo que estava fazendo.

A quem ela queria enganar? Achava mesmo que alguém iria gostar dela só por bolar um maldito plano e jogar sua irmã para escanteio?

Nem se conseguisse essa proeza, as pessoas não odiariam Lalisa por que ela era simplesmente perfeita. E com esse pensamento ela fez o que sempre fazia quando a dor era grande demais para suportar sem externar algo.

Rosé pôs seus dedos na parte de trás de sua cabeça, cravou as unhas ali e as arrastou do couro cabeludo descendo até o pescoço indo até o colo formando vergões vermelhos e doloridos. As unhas grandes trouxeram resquícios da pele alva mostrando que ela usara demasiada força para se machucar, mas Rosé sabia que nada daquilo doeria mais do que seu coração.

Ao se olhar no espelho, a menina percebeu a feição pálida, o rosto bonito completamente molhado pelas lágrimas, o nariz vermelho e a boca inchada pelo choro forte.

Destruída.

Era assim que se sentia e por mais que quisesse acreditar que algum dia alguém veria mais que uma garota sem escrúpulos ou crueldade, ela sabia que não era digna de amor.

Apenas de pena.

O soluço alto que soltou chorando mais foi o suficiente para chamar a atenção de alguém que passava pelo corredor.

O susto de Jimin foi grande ao olhar Rosé chorando através do espelho e cair de joelhos no chão.

A menina se sentia tão fraca que mal conseguiu se sustentar em pé. Jimin correu até ela completamente preocupado. Seu semblante evidenciou isso ao notar o pescoço e o colo da garota completamente vermelho e com vergões enormes que chegavam a sair filetes de sangue.

- Por Deus, Rosa – exclamou a segurando pelos braços visto que a mesma iria de encontro ao chão – Quem fez isso com você? – O loiro perguntou afastando os fios rosados da menina de seu rosto o segurando. Ao olhar nos olhos da garota, Jimin percebeu a dor que ela sentia. E ele se sentia igualmente triste por aquilo, pois ele presenciara o melhor da garota a sua frente. A menina a quem ele apelidara de felicidade, pois o sorriso dela, para ele significava isso. Felicidade. Pelo menos, a dele – O que aconteceu com você, minha Rosa? – Indagou preocupado percebendo Rosé calada demais, sem qualquer reação. Ela não disse nada, apenas continuou olhando para ele com aqueles olhos azuis que eram da cor do céu e que para ele eram os olhos mais bonitos que já vira na vida.

Com todos os sentimentos escondidos passando por aquelas irises que ele amava tanto, Jimin tomou coragem e a beijou.

De súbito.

Um beijo que significava tantas coisas. Coisas as quais ele queria dizer e que estavam cravadas em seu ser.

Rosé suspirou sentindo tantas coisas que ela seria capaz de evaporar, tamanha era a sensação quente dos lábios de Jimin preso aos seus. O garoto não a beijava com ferocidade, pelo contrário, era um beijo lânguido.

Com gosto de saudade. E amor. Por que aqueles dois se amavam e ambos sentiram isso ao perceberem o coração retumbar tão forte que martelava os ouvidos. As línguas se acariciavam demonstrando a saudade que sentiam uma da outra e um sorriso mínimo se formou no canto dos lábios do loiro.

Suas mãos seguravam com carinho o rosto da garota enquanto findavam o beijo com um selinho demorado, mas assim que abriu os olhos, o tom azul céu escureceu e Rosé sentiu o medo se apossar de si. Ela se desvencilhou do loiro e assustada saiu correndo do banheiro.

Rosé se assustara com a quantidade de sentimentos que passou por seu corpo. Ela sabia que gostava de Jimin, mas não ao ponto de uma enxurrada de sentimentos a esmagar fazendo perder completamente o senso.

Por mais que quisesse continuar, Jimin era muito para ela. Ele estava com Nancy exatamente por isso, não era?

Por Rosé não ter sido suficiente para ele.

Ela nunca seria suficiente para ninguém.

Não quando estava tão quebrada ao ponto de não mostrar suas barreiras desmontando completamente.

E Jimin sabia fazer aquilo como ninguém.

Ele a desmontava por completo.

(***)

Departamento de polícia de Los Angeles – 05:15 PM

Um grito gutural saiu da garganta de Namjoon. O homem não suportava a dor excruciante que sentia no peito. Não depois de receber uma notícia como aquela.

Seu filho estava morto.

Por muito tempo ele se negara a aceitar, mas era real. Os papeis que Allan o dera eram reais demais. E ao constatar aquilo, suas esperanças desceram pelo ralo e a costumeira sensação de vazio voltara com força.

Namjoon nunca conheceria o filho. O filho que perdera a anos atrás por que algum maldito havia o tirado dele.

Ele nunca mais seria pai. Ele sabia disso, visto que, mesmo que superasse a morte de Kwan, ele sabia que Chaerin nunca iria querer ter filhos consigo.

Ela nem ao menos queria ter tido Kwan, quanto mais outro.

Com raiva, Namjoon arrastou as mãos de sua mesa do escritório, derrubando tudo que estava em cima. Passou a mão pelos cabelos e caminhou até sua estante de livros a empurrando fazendo um estrago ali também.

Os funcionários ouviam a tudo. Calados e com semblantes confusos, eles não entendiam o motivo do chefe estar tão enraivecido, mas quem os culparia?

Ninguém sabia do seu calvário.

Namjoon sofrera a anos atrás a perda de um filho.

E naquela tarde ele sofrera aquela mesma dor.

Só que milhões de vezes pior.

E com aquela dor, ele saiu da delegacia sem se despedir como sempre fazia e dirigiu até em casa. Acabado. Era essa a melhor palavra para descrevê-lo, por faltar palavra melhor.

Não quando doía como o inferno perder seu precioso filho de novo.

- Namjoon, o que aconteceu? – Indagou Chaerin ao ver o marido entrar na sala evidenciando o semblante mais triste possível, os ombros caídos e lágrimas grossas caindo de seus olhos amendoados.

- Você conseguiu, Chaerin – ele emitiu em um tom baixo, evidenciando toda tristeza que sentia – Me fez perder as esperanças de um dia encontrar o Kwan.

- O quê? – Ela perguntou sem entender.

- O Kwan está morto – respondeu desabando no chão, chorando alto e sem qualquer proteção.

Naquele momento, não era mais o policial Namjoon Manoban.

Era somente um pai.

Um pai que havia perdido a pessoa que mais lhe importava.

Seu filho.

(***)

Casa dos Park – 11:56 PM

Jungkook estava em seu quarto. Não o que dividia com Jimin, mas o de sua casa. O quarto estava claro e ele não entendia o motivo já que no relógio marcava 11:56 PM.

Diferente da angustia que sentira o dia todo, seu peito queimava, mas não de um jeito ruim. Ele parecia feliz. Se sentia extremamente bem e ao notar o quão claro parecia o "dia" Jungkook caminhou até a sacada de seu quarto sentindo os raios de sol o cegarem rapidamente.

Logo sua visão focou novamente e ele olhou para cima notando o céu claro e bonito. Suspirando ele voltou seus olhos para baixo.

- É lindo, não é? – Jungkook notou a voz calma ao seu lado e virou na direção da voz.

- Lis? – Ele chamou franzindo as sobrancelhas. Estava encantado. Ela parecia ainda mais bonita envolta daquela luz clarinha e amarela.

Ela parecia... o sol?

Bom, ela reluzia que nem ele.

- O que faz aqui? – Ele perguntou se aproximando. Olhando-a como se ela fosse uma miragem.

A mais bela das miragens.

- Você me chamou, meu amor – ela respondeu baixo e sorriu.

- Como? Eu não... – Jungkook deixou a frase morrer aos poucos – Você é real?

- Só se você quiser que eu seja – Lisa sorriu docemente e se aproximou. Jungkook sentiu o coração palpitar afoito dentro do peito. Quando Lisa o tocou, ele sentiu seu corpo arrepiar inteiro, mas nada se comparava ao brilho que surgiu nos olhos do moreno ao sentir o corpo de Lisa tão próximo ao seu – Você quer que eu seja real?

- Mais do que tudo, Lis – ele respondeu em um fio de voz e aproximou seu rosto do dela. Jungkook apoiou sua palma quente na bochecha de Lisa carinhosamente e a trouxe para perto tocando seus lábios nos dela.

A sensação que sentiu foi indescritível.

Lalisa o fazia se sentir como ninguém nunca o fez. Ela fazia seu coração acelerar como ninguém, fazia ele ficar nervoso ao ponto de ensaiar o que diria para ela, com um simples toque o arrepiava inteiro e o fazia querer tocá-la por inteiro.

E foi o que ele fez.

Com uma súbita coragem, Jungkook puxou a cintura da garota para si a abraçando espalmando as mãos em suas costas sentindo a textura macia da pele alva.

Ele tinha a sensação de segurar o mundo.

E a sensação boa que se apossou de seu peito o fazia crer que era exatamente aquilo.

Ele segurava o seu mundo.

O beijo calmo o fazia sentir cada pedaço dos lábios da garota que ainda brilhava como ouro e o fazia querer passar o resto da vida grudado a ela.

Ao se separar, ele viu Lisa sorrir carinhosamente para ele e sussurrar as palavras mais bonitas do mundo. E que ele nunca havia ouvido de ninguém.

- Eu te amo, Jungkook.

E ele sentiu vontade de responder.

Sorrindo, Jungkook abriu a boca e sussurrou: – Eu te a...

Ele não conseguiu terminar a frase sentindo o corpo ficou tenso. Quando se deu conta, suas costas arquearam e ele abriu os olhos assustado se deparando com o escuro do quarto.

Jungkook ligou o abajur e sentindo o peito doer ele se levantou. Lalisa não estava ali, mas ele a sentiu tão perto.

E seus lábios? A sensação era tão impressionante que parecia que ela estava li. Até mesmo seu cheiro pairava no ar, mas o que mais prendeu o moreno foram as frases que surgiram em sua cabeça.

Levantando da cama, Jungkook pegou papel e caneta e escreveu.

Você é o sol que ressurgiu na minha vida.

Uma reencarnação dos meus sonhos de infância.

Eu não sei o que são essas emoções.

Eu ainda estou sonhando?

O que quer que fosse aquilo. Ele apenas sentiu. Sentiu por que Lalisa tirava o melhor de si. O melhor de suas sensações.

Por que ela era a causa de tudo.

A causa de sua euforia.


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