VOLTEEEEEEI, quem sentiu saudades?
Resumindo, eu fiz uma cirurgia no seio direito e tenho que ficar 15 dias sem fazer força. Mas consigo escrever de boa, eu só precisava de um tempo pra me organizar com os exames e consultas. Agora voltei de verdade.
Quando eu saí do banho, Tom já estava dormindo tranquilamente na minha cama. Alface e Angel estavam brincando um com o rabo do outro na ponta da cama, eu sorri com essa cena e fui fazer carinho nos dois, que ronronaram com o mimo. Eu suspirei e peguei minha varinha presa em meus cabelos, desfazendo o coque desajeitado e arrumando meus cabelos em frente ao espelho.
Lancei um feitiço de ilusão em meu corpo inteiro e abri a porta com cuidado, fechando ela da mesma maneira ao sair na direção da cozinha, estava com saudade dos elfos.
Cinco batidas na porta e uma elfa com uma flor na cabeça me atendeu. Sorri ao ver Ellie e Deya logo atrás.
- Angel, sentimos sua falta aqui na cozinha. – Edgar disse quando entrei e me sentei no lugar de sempre, observando os pequeninos trabalharem com maestria.
- Também senti falta de vocês, da comida principalmente. – Brinquei e eles riram. Porém, pude ver que Ellie não estava tão sorridente como ela sempre fica. A flor em seu cabelo começou a ficar murcha enquanto ela pensava, distraída, em algo. – O que foi, Ellie? – A elfa levantou a cabeça rapidamente e me olhou assustada, dando um sorriso amarelo logo em seguida.
- Nada, Angel, porque você pensa que há algo errado? – Ela deu uma risada nervosa e pigarreou. – Como foram suas férias com o senhor Riddle? – Percebi que ela queria mudar de assunto, respeitei sua decisão.
- Foram entediantes, Tom não sabe cozinhar igual a vocês. – Eu fiz uma feição triste enquanto Deya e Edgar davam risada. – Aliás, porque vocês não esperam enquanto eu vou lá e busco ele para cá?
- Não! – Ellie disse rapidamente, arregalando seus olhos de forma assustada. Todos os elfos a encararam confusos, inclusive eu. – Digo... não é permitido entrar alunos aqui, só deixamos a senhorita Swan entrar porque ela é nossa amiga e é especial.
- Mas o menino Tom é melhor amigo dela, então ele é nosso amigo também. – Edgar disse, sorrindo para mim. Ellie parecia que choraria a qualquer momento.
- Mas... e se alguém... e se...? – Ela se atrapalhou com as palavras. Deya suspirou e puxou ela para um canto, sussurrando algo para ela. As duas começaram a conversar baixinho, sendo inaudível para o resto de nós, que ficou esperando as duas terminarem. De repente, Deya fez uma cara de surpresa e assustada, a mesma reação de Ellie quando eu dei a ideia de chamar Tom.
- Ellie tem razão, Angel. É melhor deixarmos que somente você entre aqui. – Deya disse quando as duas voltaram para o meio dos elfos. Eu achei estranho sua reação, há poucos minutos atrás ela ainda queria chamar Tom.
- Tudo bem... – Eu disse devagar, vendo que agora Edgar estava conversando com Ellie e fazendo uma feição assustada. – Algum de vocês, por favor, pode me dizer o que está acontecendo? — Edgar, Ellie e Deya se entreolharam antes de falar.
- Você não pode ter mais amizade com esse menino, Angel. Ele é perigoso. – Ellie disse enquanto Deya e Edgar assentiam.
- O quê? Porque você está dizendo isso? – Fiz uma careta, confusa ao perceber que eles pensavam em Tom dessa maneira.
- Eu o vi andar pelos corredores de madrugada, senhorita Swan. – Um dos elfos, chamado Dobby, disse com cuidado e cautela, com medo que eu fosse bater nele. Eu jamais seria capaz de algo assim, e ainda me assusta o fato de que pessoas batem nos elfos. – Eu sei que o senhor Riddle não é monitor, então ele não deveria andar pelos corredores a essa hora. Porém, eu vi ele indo diversas vezes para o primeiro andar da torre, mais especificamente no banheiro feminino. Tenho certeza de que era ele. – A ideia de Tom estar se encontrando com alguma garota no meio da noite preencheu meus pensamentos rapidamente. – Eu sei que ele não deve estar fazendo algo de bom, senhorita Swan, e tenho medo que isso prejudique a senhorita. – Eu dei um sorriso pequeno com isso e acariciei a cabeça do pequeno elfo, triste pela notícia. Eu sabia que Tom estava fazendo alguma coisa de madrugada, mas fui cega demais para investigar.
- Obrigada, Dobby. – Ele sorriu largamente pelo agradecimento. – Eu preciso ir agora, se não se importam. Desculpe atrapalhar o trabalho de vocês. – Eu disse ao perceber que eles pararam de cozinhar para falar comigo.
- Não se preocupe com isso, Angel. – Ellie disse, se aproximando de mim e colocando sua pequenina mão sobre a minha. – Saiba que protegeremos você do que quer que seu amigo esteja planejando, não hesite em nos chamar.
- Obrigada, Ellie. Até mais. – Eu acenei para o restante dos elfos, que acenaram de volta, e fechei a porta da cozinha, caminhando de volta para as masmorras.
Então ele realmente escondia algo de mim, ele saia de madrugada e voltava antes das aulas começarem, por isso ele dorme quase o tempo todo. Eu fui idiota de não ter percebido antes.
Assim que voltei para o quarto, Tom já não estava mais na cama. Porém, a porta do banheiro estava aberta e o chuveiro estava ligado. Ele estava no banho. Eu suspirei e me sentei na ponta da cama, esperando ele sair para conversar com ele.
Após longos minutos, Tom saiu apenas com uma toalha enrolada na cintura e outra toalha secando seus cabelos. Por alguns momentos, me vi hipnotizada pelo seu corpo. Meus olhos não se desviaram um momento sequer de seu abdômen definido, fazendo com que eu corasse ao perceber que Tom me viu o encarando.
- Você já jantou? – Ele perguntou, escondendo um sorriso cafajeste. Eu apenas neguei com a cabeça e desviei o olhar para um local mais seguro, como a porta do quarto. – Não esqueça de tomar café da manhã, então. Não quero você desmaiando de fome durante as aulas de amanhã. – Eu assenti enquanto ele se aproximava de mim e se sentava ao meu lado. – O que houve? Conheço quando você está pensativa. – Eu olhei para ele, pensando, por um segundo, em como ele estava se tornando cada vez mais lindo. Seu cheiro viciante após o banho estava penetrando minhas narinas e insistindo em me deixar extasiada. Porém, lembrei das palavras dos elfos, o que fez com que eu voltasse ao normal.
- Por que você tem saído de madrugada? – Ele permaneceu imóvel e inexpressivo diante do meu acusamento, como se ele não soubesse do que eu estava falando.
- O que quer dizer com isso, Ma Belle? Eu durmo de madrugada, assim como qualquer pessoa normal. – Ele deu de ombros e inclinou a cabeça levemente para o lado. Porém, Tom engoliu em seco discretamente, algo que ele fazia quando estava mentindo, quando estreitei meus olhos para ele.
- No banheiro feminino? – Ele deu uma risada nervosa e desviou o olhar, pigarreando.
– Você está em um de seus delírios, Ma Belle? — Ele olhou para baixo antes de olhar para mim novamente.
- Não. – Eu cruzei os braços e me levantei, ficando em sua frente. – Eu sei quando você está mentindo. Por favor, me diga a verdade.
- Essa é a verdade! – Ele disse com uma feição convencida, como se eu estivesse equivocada.
- Não, não é! – Eu bati um pé no chão e bufei. – Se você não quiser me dizer o que estava fazendo no banheiro feminino em plena madrugada, tudo bem, não diga. – Ele franziu a testa levemente. – Mas saiba que não dirigirei uma palavra sequer para você até me contar a verdade.
- Por Merlin, você é muito infantil. – Ele se levantou e revirou seus olhos. – Eu estou falando a verdade, Ma Belle. Eu sempre estou dormindo de madrugada, a pessoa que você acha que está andando pelos corredores de madrugada não sou eu! – Ele me olhou fundo nos olhos, com um olhar que transmitia tristeza.
- Tudo bem, eu irei acreditar em você. – Pude ver que ele ficou aliviado. – Mas se eu descobrir que você mentiu para mim, considere nossa amizade desfeita. – Ele engoliu em seco.
- Aliás, porque começou a desconfiar de mim? – Ele se sentou na cama novamente e brincou com seus dedos, distraído e pensando em alguma outra coisa.
- Não é importante. – Eu suspirei e me joguei na cama, esticando meus braços e pernas.
- Temos que voltar a confiar um no outro novamente, Ma Belle. – Ele disse, colocando a mão no meu pé e olhando para mim. – Preciso que você confie em mim, novamente.
- Eu sei, eu sei. Desculpa. – Me sentei e coloquei minha mão sobre a sua. – É que... – Pensei em lhe falar sobre minhas suspeitas toda madrugada e sobre o alerta dos elfos, mas achei melhor por um fim logo nesse assunto. – Esqueça, você precisa se vestir. — Eu olhei para seu abdômen e sorri, mas fiquei séria rapidamente e me levantei, indo na direção do guarda roupa. — Se quiser, posso te emprestar uma roupa minha.
— Você quer dizer minhas roupas, certo? Você que as tomou de mim. — Ele disse e pude sentir que estava andando até mim.
— Você quem as deixou no meu guarda-roupa, achei que estivesse renunciando elas. — Eu dei um sorrisinho e me virei, levando um susto ao perceber que ele estava bem atrás de mim. Perto até demais.
— Deveria ser castigada por isso. — Sua voz soou baixa, me deixando enfeitiçada por ele ainda mais.
— Pare com essas bobagens e vá se vestir. — Eu pigarreei e saí da frente dele, me deitando na minha cama de costas para Tom, que já estava se vestindo.
— Por que está nervosa? — Tom perguntou em meu ouvido, só agora percebi que eu estava agarrando a barra do cobertor e respirando rapidamente.
— Não estou nervosa. É que... amanhã começam as inscrições para monitores e monitoras de cada casa, eu estava pensando em me inscrever. — Usei como desculpa, me arrependendo após perceber que eu realmente teria que fazer a inscrição para comprovar minha mentira.
— Que incrível, eu também estava pensando em fazer as inscrições. — Ele sorriu e pendeu a cabeça para o lado levemente. — Não precisa ficar nervosa com isso, você com certeza vai se tornar monitora comigo.
— Com você? — Eu franzi a testa. Que eu saiba, existia apenas um monitor em todas as casas, eu e Tom não poderíamos ser monitores juntos.
— Bem, o Ministro conversou com Dippet e ambos decretaram que era melhor ter dois monitores em cada casa a partir de amanhã. — Ele colocou a mão na minha cintura. — Podemos ser monitores juntos. O que acha? — Tom deu de ombros. Eu suspirei e tirei sua mão da minha cintura antes que eu explodisse.
— Bem, somos os melhores alunos. — Refleti. — Se nós dois nos inscrevermos, certamente seremos escolhidos. — Eu dei um sorriso de lado. — Tudo bem, eu aceito ser monitora com você. — Ele sorriu e se inclinou para beijar minha testa, mas acabou parando no ar e descendo um pouco sua cabeça, beijando meus lábios. Eu não estava preparada para aquilo, e não estava com minhas barras de defesa levantadas.
Aprofundei o beijo ainda mais e sentei em cima do colo de Tom, não sabendo, exatamente, o motivo de eu estar fazendo tudo aquilo. Mas era extremamente delicioso, eu não conseguia parar nem se quisesse.
Coloquei minhas mãos no peitoral de Tom, por baixo da blusa, e arranhei levemente, arrancando um gemido baixo do mesmo. Meu interior estava pegando fogo, meus pés formigavam e meu coração parecia que iria saltar pela boca.
— Ma Belle, não acha que está indo longe demais? — Tom me interrompeu quando passei a beijar seu pescoço, mas não lhe dei ouvidos e continuei, sentindo um volume tocar em minha coxa. — Ma Belle, eu não vou conseguir parar se você continuar. — Sua voz soou ofegante e piedosa, um pedido silencioso para que eu saísse de cima dele.
Eu suspirei e, com todas as minhas forças, saí de cima de Tom. Percebi que ele ficou aliviado com isso, mas também pude ver que ele queria continuar. Mas sabíamos que não poderíamos passar do ponto, só nos traria problemas se continuássemos.
— Desculpa por isso. — Eu disse baixo, envergonhada. Voltei a deitar no meu lugar e me cobri novamente.
— Não precisa se desculpar, Ma Belle. Gosto quando fazemos essas coisas. — Sua confissão me deixou corada. — Mas tenho medo de machucar você se irmos muito longe.
— Você nunca me machucaria de propósito, Tom. Eu sei disso. — Me virei para ele e coloquei minha mão em seu rosto, vendo que ele estava mais tocado por essa frase do que o esperado. — Boa noite. — Dei um beijo em sua testa e deitei novamente, aconchegada debaixo do edredom.
— Boa noite, Ma Belle. — Ele sussurrou e se deitou também, se cobrindo e suspirando baixo. Logo fui perdendo a consciência e os sentidos, o que indicava que eu estava quase dormindo.
Porém, o barulho levíssimo e quase inaudível da porta sendo aberta fez com que meu interior gritasse e com que eu abrisse meus olhos discretamente, observando a figura que estava adentrando o quarto.
suspense, muahahhahaha.
Como estão depois desse cap? Eu tô toda coisada🦋🦋🦋
amo vocês, tenham um ótimo fim de semana🤍