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By catratonks

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๐˜๐„๐€๐‘ ๐…๐Ž๐”๐‘
๐˜๐Ÿ’: Quidditch World Cup
๐˜๐Ÿ’: The Triwizard Tournament
๐˜๐Ÿ’: The Four Champions
๐˜๐Ÿ’: Potter Stinks
๐˜๐Ÿ’: The First Task
๐˜๐Ÿ’: Will You Dance With Me?
๐˜๐Ÿ’: Yule Ball
๐˜๐Ÿ’: The Golden Egg
๐˜๐Ÿ’: Truth Or Dare
๐˜๐Ÿ’: The Third Task
๐˜๐Ÿ’: Everything Changes
๐˜๐„๐€๐‘ ๐…๐ˆ๐•๐„
๐˜๐Ÿ“: Grimmauld Place
๐˜๐Ÿ“: The Silver Dress
๐˜๐Ÿ“: The Prank
๐˜๐Ÿ“: Dolores Umbridge
๐˜๐Ÿ“: Firefly Conversations
๐˜๐Ÿ“: Harry, My Harry
๐˜๐Ÿ“: The Astronomy Tower
๐˜๐Ÿ“: The High Inquisitor
๐˜๐Ÿ“: The Revenge
๐˜๐Ÿ“: The Reunion
๐˜๐Ÿ“: Midnight Talking
๐˜๐Ÿ“: Dumbledore's Army
๐˜๐Ÿ“: Weasley Is Our King
๐˜๐Ÿ“: Love Potion
๐˜๐Ÿ“: Nightmares
๐˜๐Ÿ“: Holly Jolly Christmas
๐˜๐Ÿ“: Maddie's Birthday Party
๐˜๐Ÿ“: Happy New Year!
๐˜๐Ÿ“: Fireworks
๐˜๐Ÿ“: Draco Malfoy
๐˜๐Ÿ“: Honeycomb Butterflies
๐˜๐Ÿ“: Expecto Patronum
๐˜๐Ÿ“: The New Seeker
๐˜๐Ÿ“: Breakdown
๐˜๐Ÿ“: A Whole New Perspective
๐˜๐„๐€๐‘ ๐’๐ˆ๐—
๐˜๐Ÿ”: Horace Slughorn
๐˜๐Ÿ”: The Burrow
๐˜๐Ÿ”: Weasley's Wizard Wheezes
๐˜๐Ÿ”: August 11th
๐˜๐Ÿ”: Back to Hogwarts
๐˜๐Ÿ”: Amortentia
๐˜๐Ÿ”: The Quidditch Captain
๐˜๐Ÿ”: Draco?
๐˜๐Ÿ”: Falling Apart
๐˜๐Ÿ”: The Bookstore of Mysteries
๐˜๐Ÿ”: The Curse
๐˜๐Ÿ”: Slug Club
๐˜๐Ÿ”: Champagne Problems
๐˜๐Ÿ”: Dirty Little Secret
๐˜๐Ÿ”: Sign Of The Times
๐˜๐Ÿ”: Road Trip
๐˜๐Ÿ”: Whispers and Secrets
๐˜๐Ÿ”: Shopping Day
๐˜๐Ÿ”: Rufus Scrimgeour
๐˜๐Ÿ”: The Hunt
๐˜๐Ÿ”: Valentine's Day
๐˜๐Ÿ”: Quidditch Disaster
๐˜๐Ÿ”: Sixteenth Birthday
๐˜๐Ÿ”: Liquid Luck
๐˜๐Ÿ”: Sectumsempra
๐˜๐Ÿ”: The Cave
๐˜๐Ÿ”: What Starts, Ends
๐˜๐„๐€๐‘ ๐’๐„๐•๐„๐
๐˜๐Ÿ•: The Seven Potter's
๐˜๐Ÿ•: The Birthday Party
๐˜๐Ÿ•: The Wedding
๐˜๐Ÿ•: The Murderer
๐˜๐Ÿ•: September 1st
๐˜๐Ÿ•: The Sins Of Tragedy
๐˜๐Ÿ•: Body and Soul
๐˜๐Ÿ•: Slytherin's Locket
๐˜๐Ÿ•: The Depths Of Fall
๐˜๐Ÿ•: Breaking Hearts
๐˜๐Ÿ•: Godric's Hollow
๐˜๐Ÿ•: The Sword
๐˜๐Ÿ•: The Deathly Hallows
๐˜๐Ÿ•: Bellatrix's Vengeance
๐˜๐Ÿ•: Highs And Lows
๐˜๐Ÿ•: The Talk
๐˜๐Ÿ•: The Plan
๐˜๐Ÿ•: Knives? Sure!
๐˜๐Ÿ•: The Boy Who Lived
๐˜๐Ÿ•: When Nightmares Come to Life
๐˜๐Ÿ•: Blood And Bone
๐˜๐Ÿ•: Voids
๐˜๐Ÿ•: Death Comes
๐˜๐Ÿ•: Sunflowers
๐˜๐Ÿ•: Turning Page
๐˜๐Ÿ•: Intertwined Fates
๐€๐…๐“๐„๐‘ ๐“๐‡๐„ ๐–๐€๐‘
I. Surprises
II. Soft Kisses And Bad Dreams
III. Death's Lullaby
IV. WARNING: DANGER!
V. Hunting Season
VI. The Corner Of The Lost Souls
VII. The Letter
VIII. Sex On The Beach
IX. The Announcement
X. Until You Can't Breathe

๐˜๐Ÿ’: The Second Task

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By catratonks

O último passeio do ano à Hogsmead ocorreu na véspera da Segunda Tarefa.

Devido aos preparativos para as demais fases do Torneio Tribruxo e ao aumento da carga horária das aulas, foi decidido que as visitas à aldeia seriam suspensas até começo do ano seguinte; então os meus amigos e eu achamos que aproveitar não seria uma má ideia.

Hermione e eu fomos conversando na frente, mas eu não consegui prestar muita atenção no que ela estava dizendo porque eu estava pensando em Harry. A cada dia, a frequência com a qual eu fazia isso aumentava; e o fato vinha acontecendo desde que Harry e eu nos beijamos pela primeira vez.

Estar com ele significava muitas coisas. No geral, apenas o sentimento reconfortante proporcionado pelas pequenas demonstrações de afeto era mais do que o necessário para me fazer sorrir. Aquilo tudo me fazia sentir que eu era amada e que estava segura. Na verdade, a simples referência ao nome de Harry era o que me proporcionava esse misto de sensações exorbitantes e até então desconhecidas.

Usufruir da companhia dele era o mesmo que estar em casa, e esse talvez fosse o objetivo principal. Tê-lo ao meu lado era tudo o que eu mais precisava; e o resto, se é que havia um, poderia ser facilmente arranjado com o tempo.

Eu nem ao menos entendia o porquê de eu insistir tanto em chamá-lo de melhor amigo quando estava claro que eu queria ser muito mais do que apenas isso. Talvez fosse o simples medo de me machucar, ou as outras milhões de possibilidades que a incerteza carregava; e talvez eu nunca fosse viver o suficiente para saber.

De um jeito ou de outro, eu estava feliz.

A primeira loja que visitamos foi a Honeydukes. Ron e eu, como sempre, tentamos comprar pelo menos metade dos doces que estavam a venda; Hermione ficou nos repreendendo por gastar o nosso dinheiro com artigos desnecessários e Harry apoiou tudo o que estávamos dizendo porque sabia que Ron Weasley e S/N Mackinnon Black precisavam de uma quantidade mínima de açúcar por dia.

Depois, fomos a uma loja de conveniência e compramos alguns itens que estavam faltando na nossa lista de material escolar: pergaminhos, penas e tinteiros novos; refis de folhas para os nossos cadernos de anotações e novos ingredientes para as aulas de Poções. Também fomos numa daquelas lojas de auxílio aos animais mágicos e abastecemos o estoque de comida que tínhamos para os nossos respectivos bichos de estimação.

Na hora do almoço, Ron sugeriu que fôssemos ao Três Vassouras. O lugar estava lotado, mas nós conseguimos passar com as sacolas de compras e nos acomodamos na mesma mesa de sempre. 

Um homem veio até onde estávamos com um bloquinho de anotações e se postou ao lado de Harry. 

— Quatro cervejas amanteigadas, por favor — pedi.

— Certo — ele assentiu. — Alguma coisa para comer?

Hermione negou com a cabeça rapidamente.

— Não, obrigada.

O homem fez que sim com a cabeça mais uma vez e se retirou.

— E quem foi que disse que eu não quero comer nada? — reclamou Ron.

— Eu disse — a garota revidou. — Não é possível que você esteja com fome, Ronald. Nós acabamos de sair da loja de doces!

— Na verdade, já faz mais de uma hora — o ruivo revidou, olhando para o mostrador do seu relógio de pulso.

— Será que vocês não conseguem não brigar? — interrompi. — Pelo amor de Deus, até parece que vocês ainda estão no jardim de infância.

Ron e Hermione trocaram olhares desgostosos e deram as costas um ao outro.

— Sinceramente, eu estou cansada dessa briga idiota de vocês — declarei. — Apenas parem de se comportar como duas crianças de cinco anos e façam as pazes. Vocês têm idade o suficiente para isso.

— Ora, nós estaríamos conversando normalmente se ela não houvesse...

Eu?! — reclamou Hermione, indignada. — Então você está dizendo que está agindo como um completo idiota porque a culpa é minha?

— É exatamente o que eu estou dizendo — disse Ron.

— Chega, vocês dois! — reclamei. Algumas pessoas viraram a cabeça para nos encarar, mas eu apenas sacodi os ombros e fingi que não estava vendo nada. — Eu sei que não é problema meu, mas isso já está ficando insuportável.

— Ei — chamou Harry, hesitante. — S/A?

O que foi?

O garoto apontou para a entrada do estabelecimento de maneira discreta e eu acabei me virando para olhar também. Cabelos loiros, unhas pontudas, um sorriso muito afiado e dentes brancos demais; com um estalar de língua impaciente, observei quando Rita Skeeter passou pela porta enquanto conversava com um homem de aparência desgastada.

— ... ele sempre foi um mau mentiroso — a mulher ia dizendo. — Você acha que nós deveríamos investigar mais um pouco? Quero dizer, ele pode estar escondendo alguma coisa, não pode?

— Tentando estragar a vida de mais alguém? — perguntei em voz alta. — Não que seja novidade, mas eu não me surpreenderia se estivesse.

Agora, até as pessoas que não estavam olhando para nós durante a pequena discussão entre Ron e Hermione observavam. Os olhos da mulher se arregalaram quando ela viu quem falara e estudaram cada um dos meus amigos cautelosamente por trás das lentes daqueles óculos de aro de tartaruga ridículos.

— S/N! Harry! — exclamou ela. — Por que vocês não vêm se sentar com a gente?

— Ninguém vai a lugar nenhum, obrigado — sibilou o garoto. — Por que você não toma conta da sua própria vida?

Rita Skeeter fingiu não escutar esse último comentário e chegou mais para perto de nós.

— Vocês se importariam em responder algumas perguntas para a próxima edição do Profeta Diário? — a mulher perguntou com um sorriso irritante estampado no rosto.

— Na verdade, sim — falei. — Por que você fez aquilo com o Hagrid, ein?

— Os nossos leitores precisam saber da verdade — disse ela. — Estou apenas fazendo o meu trabalho.

— Quem se importa que ele seja um meio-gigante? — revidei, aumentando o meu tom de voz. — Não há nada de errado com o Hagrid!

O bar inteiro ficou em silêncio.

O sorriso forçado de Rita Skeeter estremeceu um pouco, mas ela recompôs a sua postura e retirou a típica Pena de Repetição Rápida do interior da sua bolsa de couro de crocodilo.

— Você parece conhecê-lo muito bem, pelo que eu estou vendo — disse. — Que tal dar uma entrevista mais detalhada sobre o assunto? Me diga, qual é o motivo pelo qual vocês prezam tanto pela amizade dele? Você o chamaria de um segundo pai? Que tipo de conversas vocês costumam ter?

— Você está sendo completamente ridícula — interrompeu Hermione. — Você não se importa em divulgar os fatos verdadeiros, não é? A única coisa que você quer é espalhar o caos e estragar a reputação das pessoas que não estão ao seu favor.

— Não seja burra — a Skeeter revidou. — Do que uma garota como você entende?

Arqueei as minhas sobrancelhas e encarei a mulher, totalmente horrorizada.

— Ela entende muito mais do que você, pelo visto — falei. — Eu não ficaria surpresa se...

— Vamos embora — interrompeu a minha melhor amiga.

Pisquei algumas vezes, confusa.

— Quê?

— Vamos embora — repetiu. — Pessoas como ela nunca vão entender o que respeitar a privacidade dos outros significa.

Nos levantamos para acompanhá-la e saímos do estabelecimento. Quando estávamos na porta, virei-me para espiar os movimentos da mulher e me deparei com a sua típica pena verde deslizando sobre um pedaço de pergaminho. Revirei os olhos e acompanhei os meus amigos pelas ruas geladas de Hogsmead.

— Você é a próxima que ela vai perseguir, Hermione — disse Ron. — Escreva o que eu estou falando.

— Ela que experimente — a morena falou. — Duvido que seja esperta o bastante para tentar.

— Estou falando sério, Mione — o ruivo continuou. — Você não vai querer mexer com a Rita Skeeter.

— Honestamente? Ela também não vai querer mexer comigo.

De certa forma, fiquei feliz por eles terem conversado de maneira civilizada sem cortarem os pescoços um do outro. Eu só esperava que eles (especialmente a Hermione) pensassem nisso antes de se meterem com alguém que não podiam lidar.

.˚﹟ 𓂅 ♡ ᵎ ˖ ˙ Ϟ 𐄹 १

Mais tarde, após voltarmos ao castelo e jantarmos no Salão Principal com os outros alunos da escola, fui conversar com a Fleur.

— E como você está lidando com isso? — perguntou.

Dei de ombros e soltei uma risada pelo nariz.

— Eu não estou — respondi. — Quero dizer, eu não sei. Harry e eu não tocamos no assunto desde que aconteceu.

— Bem, você deveria. Está mais do que óbvio que ele gosta de você.

Respirei profundamente e assenti. Ah, eu sabia disso. Uma parte de mim queria acreditar que o que Fleur estava dizendo era verdade, mas a outra era tímida demais e se retraía com a possibilidade de algo dar errado. O que eu falaria para ele? E se a nossa amizade mudasse depois de tudo o que aconteceu? Será que o meu pai aceitaria a notícia sem surtar?

Não seja tão emocionada, a pequena voz da minha cabeça disse. Vocês se beijaram apenas três vezes, S/N. Se controle.

Papai definitivamente não ficaria feliz. Quero dizer, é óbvio que ele preferiria o Harry como genro a qualquer outra pessoa, mas ninguém podia negar que ele era muito ciumento quando o assunto era cuidar da própria família.

Isso aconteceu com a Maddie, também. Quando ela apareceu com o primeiro namorado em casa, o meu pai surtou tanto que a minha mãe e a Dorcas precisaram intervir. Remus o consolou por dois dias e eu aproveitei a oportunidade para fugir com o Harry para fora de casa.

Na época, eu tinha onze anos. Era véspera de Natal e, assim como em todos os anos, a nossa família se reuniu para a ceia tradicional. Esse era um costume estrangeiro, na verdade; porque os ingleses sempre comemoram a ocasião no dia vinte e cinco, e não na véspera.

Harry e eu subimos a grande escadaria da casa e entramos correndo em meu quarto numa velocidade quase descomunal. O garoto me conduziu até as portas duplas da varanda e apontou para cima com um sorriso travesso nos lábios.

Eu sabia que ele queria escalar o telhado antes mesmo de escutá-lo dizendo isso e acabei sorrindo também. Harry me ajudou a subir num dos suportes que sustentava a sacada da varanda e eu o puxei comigo quando cheguei ao topo. Aquele era o nosso esconderijo secreto, e nem mesmo Maddie sabia como chegar lá.

"Olhe para as estrelas" dissera Harry. "Elas estão brilhando para você".

Lembro-me de ter olhado para ele em total confusão enquanto arqueava as sobrancelhas. Nós estávamos sentados lado a lado, agora.

"O que te faz pensar dessa maneira?"

"Eu não sei ao certo" ele passou a mão pelos cabelos despenteados. "Quero dizer... Para quem mais elas brilhariam?"

"Isso não faz o menor sentido, Harry. Existem outras milhões de pessoas no mundo para as quais as estrelas poderiam brilhar".

"Talvez" ponderou ele. "Mas veja por outro lado, sim? Existem centenas de garotas em Hogwarts, mas eu tenho olhos para você".

Sorri mesmo sem querer fazer isso e soltei uma risada desacreditada.

"Você é impossível, Harry James Potter".

Agora, andando junto com ninguém menos do que Fleur Delacour pelos corredores de Hogwarts, eu tive dúvidas quanto às intenções de Harry naquela noite. Em todas as vezes que ele flertara comigo, na verdade. Aquilo tudo fora real? Era possível que, mesmo depois de todo esse tempo, o meu "melhor amigo" ainda pensasse daquela forma quando o assunto da conversa era eu?

— Olhe — a loira chamou a minha atenção. — Eu sei que eu não entendo muita coisa sobre relacionamentos, mas qualquer um que te conheça minimamente bem pode afirmar que o sentimento entre vocês é mútuo.

— Como você pode ter tanta certeza?

— Porque você mesma sabe disso — respondeu ela. — A única razão pela qual o seu cérebro quer ignorar esse fato é o medo de se machucar.

Olhei brevemente para cima e assenti.

— Suponho que sim — falei. — As minhas inseguranças realmente são uma merda.

— Não acho que sejam — disse Fleur. — Você pode usá-las ao seu favor, se quiser. Basta explorar o seu interior e saber como fazer isso.

— Por exemplo...?

— Você tem medo de ser trocada — ela respondeu. — Está escrito nos seus olhos que uma das suas maiores inseguranças é a Cho Chang, mesmo que ela esteja namorando um dos seus amigos mais íntimos. O ponto é: por que você deixaria esse medo te consumir quando você sabe que ele não é real?

— Você não sabe disso.

— É claro que eu sei. A escola inteira sabe, na verdade. Eu duvido muito que haja uma única pessoa que não acredite no amor que Harry Potter tem por você.

Amor. Uma palavra tão pequena, mas com um significado muito maior do que o meu cérebro podia calcular.

Dizem que pequenas paixões vêm e vão, mas que o amor, puro e abstrato, é para sempre; e eu não conseguia me lembrar de quando o Harry não esteve aqui. Fato engraçado: ele nunca, em nenhum momento, foi embora.

— O que quero dizer com isso é que você precisa estudar cada uma das suas inseguranças e refletir quais delas realmente fazem sentido. E talvez isso te ajude, quando você perceber que muitas delas são apenas fruto da sua imaginação.

Devagar, assenti.

— Obrigada, Fleur — falei com sinceridade. — Significa muito para mim.

— Às suas ordens, my lady.

Um tempo depois, chegamos ao buraco do retrato da Grifinória.

— Boa sorte na Segunda Tarefa — desejei. — Você sabe que eu te amo, mas eu preciso te dizer que vou torcer pelo Harry, amanhã.

— É claro que eu sei — a garota riu. — Se você me ama, então o Harry é o amor da sua vida.

— Idiota.

— Prefiro o primeiro elogio, muito obrigada.

Revirei os olhos de maneira divertida, desejei-lhe uma boa noite e entrei no Salão Comunal.

O lugar estaria completamente vazio se não fosse pela presença de Harry numa das poltronas confortáveis que ficavam de frente para a lareira. Ele tinha os cabelos mais bagunçados do que nunca e folheava um livro sobre Feitiços de Proteção com desespero, provavelmente tentando encontrar uma solução para o seu problema mais recente.

— Ainda procurando uma forma de respirar debaixo d'água? — perguntei.

Harry olhou rapidamente para mim e voltou a encarar o livro em seu colo.

— É — respondeu. — Mas não está dando muito certo.

— Eu tenho que dizer — comentei. — Isso tudo é uma completa loucura.

— Eu sei — disse ele. — E nem diga que está preocupada comigo, porque eu também estou.

Soltei uma risadinha nasal e me aproximei.

— Você vai conseguir, Hazz — afirmei. — Sei que vai. É só uma questão de mais algumas horas.

— Espero que você esteja certa — falou. — Por outro lado, eu não vejo uma saída própria. O pior que pode acontecer é que eu seja eliminado da Segunda Tarefa e seja taxado como o campeão mais jovem e burro da história.

Não diga isso, eu quis falar. Você vai conseguir. Por algum motivo, essa frase nunca chegou a sair da minha boca.

— Uau — debochei. — Você realmente sabe como pensar de maneira positiva.

Ficamos em silêncio por alguns segundos, nos quais o único barulho audível era o das páginas do livro que Harry estava segurando sendo passadas para frente e para trás.

Ele estava exausto, mas continuava sendo absolutamente lindo; e, ainda que eu estivesse sentindo um cansaço absurdo, a única coisa na qual eu consegui reparar foi no quão bagunçados os cabelos dele estavam.

— Você vai demorar muito? — perguntei, quebrando o silêncio.

— Vou — respondeu ele enquanto se esforçava para não bocejar. — Não se preocupe comigo, S/A. Pode ir para a cama, se quiser.

— Certo — falei. — Tente não dormir tarde demais, ok? Você também precisa descansar.

— Tudo bem.

Hesitante, me aproximei de Harry e o abracei pelo pescoço. O garoto aparentou estar surpreso, mas retribuiu o gesto e sorriu quando eu beijei o topo da sua cabeça com carinho.

— Boa sorte — desejei. — Não que você vá precisar, mas...

— Eu vou, sim — riu ele. — Ainda mais vinda de você.

Sorri sem mostrar os dentes e desejei uma boa noite a ele, pensando na loucura que o dia seguinte seria.

Ele vai conseguir, as vozes da minha cabeça falavam em meu subconsciente. O Harry vai conseguir.

Engoli em seco e arqueei as sobrancelhas enquanto tentava fixar aquela mensagem na minha cabeça com a maior convicção possível, mas o meu interior gritava por ajuda e exigia uma resposta mais convincente.

No fundo, nem eu conseguia acreditar muito nisso.

.˚﹟ 𓂅 ♡ ᵎ ˖ ˙ Ϟ 𐄹 १

Narradora ON

Harry estava nervoso ao extremo.

Faltavam apenas alguns minutos para o início da Segunda Tarefa e nada de S/N aparecer. Ela não descera as escadas do dormitório feminino com as outras garotas (Hermione também havia desaparecido), não aparecera para tomar café da manhã e muito menos o acompanhara pelos terrenos da escola até as arquibancadas que foram montadas na margem do Lago Negro.

Ele queria dizer a ela que conseguira. Graças a Dobby, Harry poderia participar da segunda tarefa do torneio sem problemas e, quem sabe, receber uma boa pontuação pelo seu desempenho.

Primeiramente, Harry pensou em como ela ficaria feliz com a notícia. O garoto sabia que S/N se preocupava com ele e tinha conhecimento de que precisava tranquilizá-la quanto a isso. Afinal, era isso o que eles faziam. Mantinham um ao outro vivos, e se apoiavam sob quaisquer circunstâncias.

Tudo aconteceu muito rápido e, embora Harry soubesse que deveria estar aliviado, a parte que envolvia respirar debaixo d'água era fácil. Mergulhar na escuridão do Lago Negro, por outro lado, parecia pertencer a uma realidade muito distante e absolutamente surreal.

Na noite anterior, Harry havia adormecido na poltrona em que estava sem nem tentar ir para um lugar mais confortável. Ele havia aceitado que a solução para o problema dele não apareceria magicamente debaixo do seu nariz e se permitiu relaxar sobre as almofadas quentinhas que forravam o assento em que estava acomodado; mas acontece que não foi bem assim. Às vezes, o garoto esquecia de como tudo era possível desde que ele estivesse em Hogwarts.

— Harry Potter precisa acordar, meu senhor — disse uma voz.

— Pare com isso — reclamou ele, afastando a pequena mão que o cutucava para longe. — Me deixe dormir.

— Harry Potter não pode dormir — a voz insistiu. — A segunda tarefa do Torneio Tribruxo começará daqui a vinte minutos, meu senhor. Harry Potter precisa se apressar.

Com um suspiro de impaciência, o garoto abriu os olhos. Dobby, o elfo doméstico, estava parado diante dele enquanto o cutucava com uma mão e usava a outra para segurar um pequeno frasco de vidro que continha um punhado de algas marinhas no seu interior.

— Não importa, Dobby — disse Harry, triste. — Eu não vou participar. Não consegui encontrar um meio de respirar debaixo d'água.

— Dobby soube, meu senhor. Foi por isso que Dobby encontrou uma solução para o problema de Harry Potter!

O garoto arregalou os olhos e se pôs de pé.

— Quê?

— Guelricho, meu senhor — explicou o elfo. — O senhor precisa comer isso na hora que for entrar no lago, meu senhor.

— E o que é que isso faz?

— Vai fazer Harry Potter respirar debaixo d'água, meu senhor!

— Dobby — disse Harry. — Você tem certeza disso?

O elfo assentiu e pulou animadamente no mesmo lugar enquanto batia palmas com entusiasmo.

— Certeza absoluta, Harry Potter!

Um sorriso de verdade preencheu os lábios de Harry quando ele saiu pelo buraco do retrato e desceu as escadas em direção ao Salão Principal. Dobby o acompanhou de perto, feliz.

— Muito obrigado, Dobby. De verdade.

Harry se despediu apressadamente do elfo e saiu correndo para encontrar Ron, que o esperava no final do corredor.

Eles engoliram algumas torradas e saíram em direção aos jardins que cercavam a propriedade, passando por alguns estudantes que caminhavam por ali e, finalmente, chegando ao local onde a Segunda Tarefa seria realizada.

Os amigos se despediram e Harry observou quando Ron correu na direção das arquibancadas. Como o moreno já estava essencialmente pronto para participar da competição, a única coisa que ele fez foi se posicionar ao lado dos demais participantes e olhar para os lados em busca de pelo menos um mínimo sinal de que ela estava ali.

Para a sua decepção, não houve nenhum.

O coração de Harry começou a bater ainda mais forte quando Ludo Bagman anunciou à multidão que a Segunda Tarefa estava começando. As mãos dele suavam terrivelmente e a sua respiração estava controlada apenas na medida do possível, se é que era possível; e, por um único momento, Harry achou que o próprio corpo simplesmente travaria de tanto nervosismo e se recusaria a fazer qualquer tipo de esforço físico.

— A Segunda Tarefa começará quando eu apitar — disse a voz de Ludo Bagman. — Os campeões terão exatamente uma hora para recuperar o que foi tirado deles, começando a partir de... Agora!

Ao longe, o som estridente de um apito soou. Harry olhou mais uma vez para o lugar vazio no qual ele esperava ver S/N, colocou o punhado de algas que Dobby lhe dera na boca e pulou dentro do lago.

A temperatura da água estava extremamente baixa e esse fato contribuiu para deixar a pele do garoto dormente. Harry agitou as pernas e os braços e começou a nadar, sentindo uma estranha formação de membranas por entre os seus dedos, e soltou uma risada sem som quando percebeu que ele estava, de fato, respirando.

Harry levou os dedos da mão até o próprio pescoço e constatou que o guelricho dera a ele um par de guelras que cobriam pelo menos metade da extensão da sua garganta. Sentiu-se ridículo e associou a própria aparência a uma espécie de peixe que vira na última vez em que Sirius o levara para visitar um aquário, mas decidiu ignorar esse fato e continuou nadando.

Conforme ia descendo rumo às profundezas do lago, Harry observou que o ambiente estava muito quieto. Quieto demais, pensou. Algumas bolhas de ar flutuavam ao seu redor enquanto o garoto fazia força com as pernas e ia para baixo; mas Harry não viu um único sinal de sereianos, demônios aquáticos ou da própria lula gigante num raio de pelo menos cinquenta metros de distância.

Em um certo momento, porém, Harry pôde jurar que viu algo se movendo rapidamente à sua direita, próximo a uma floresta de algas verdes muito densa que havia ali. Todavia, a sua audição (que agora captava muito mais sons do que quando o garoto estava em sua forma humana) não detectou um ruído sequer.

Ele decidiu seguir as instruções dadas pelo ovo de ouro e procurou pelo canto dos sereianos. Harry ponderou que era provável que tais criaturas vivessem nas profundezas do Lago Negro, onde todos os livros de Remus que falavam sobre animais marinhos diziam que era o lugar perfeito para um predador devorar a sua presa; e por um momento ele pensou que estava no caminho para uma cilada sem escapatória.

Durante pelo menos quarenta e cinco minutos, Harry nadou de um lado para o outro enquanto procurava pelo que quer que tivessem tirado dele; mas os seus olhos não avistaram coisa alguma.

Foi apenas quando escutou um canto baixo e profundo que, mesmo que de longe, Harry a viu.

Quatro silhuetas flutuavam molemente acima de um conjunto de pedras pontiagudas, estando amarradas a elas por apenas uma única e comprida corda de tecido; os seus cabelos balançavam de um lado para o outro conforme a correnteza ia e vinha, e as figuras aparentavam estar alheias a tudo o que pudesse estar acontecendo ao seu redor.

Ainda que estivesse relativamente distante, Harry reconheceu as feições familiares de S/N.

Os olhos dela estavam fechados e os braços da garota descansavam junto ao corpo com tranquilidade, como se ela estivesse numa espécie de transe ou sob o efeito de alguma hipnose. Se não fosse o fato de que estava amarrada a um conjunto de pedras por uma das pernas, Harry poderia jurar que ela estava apenas dormindo.

O coração dele bateu mais forte quando ele a viu e uma onda de preocupação tomou conta de Harry tão rapidamente que ele pensou que, por um momento, aquele sentimento seria mortal. O que aconteceria se ele não conseguisse resgatá-la a tempo? A garota realmente nunca mais voltaria para ele?

Não, pensou Harry. Isso não é uma opção.

Quando a canção do ovo de ouro falara que aquilo que fizesse mais falta seria tirado dele, Harry nunca poderia imaginar que a situação fosse tão séria. Aquilo fazia sentido, afinal. Não havia nada nem ninguém importante o bastante que pudesse fazer mais falta para ele do que S/N o fazia.

Ignorando a sensação de queimação que invadiu os seus pulmões, Harry se aproximou. Ninguém tentou impedi-lo.

Os sereianos, criaturas escamosas que possuíam feições levemente humanas e longas caudas num tom brilhante de verde-musgo, nadavam de um lado para o outro enquanto carregavam enormes tridentes talhados em outro puro (semelhantes àqueles que os livros de mitologia grega que S/N gostava de ler descreviam).

Ah, sim, Harry pensou, lembrando-se do dia em que S/N lhe dissera que estava lendo Deuses e Montros da Mitologia Grega enquanto conversavam sob as estrelas. Naquele mesmo dia, o garoto começou a ler também; apenas para escutá-la falando sobre o assunto sem sentir que era um completo idiota por não entender absolutamente nada.

Harry segurou a varinha com o máximo de força que pôde e postou-se ao lado da garota que flutuava. Olhou para os lados, alheio ao fato de que faltavam apenas dez minutos para o final da segunda prova, e tentou forçar a vista para aonde quer que os outros campeões do Torneio Tribruxo estivessem.

Ele não poderia deixar os reféns ali, desacordados sob centenas e mais centenas de litros de água e simplesmente levar S/N para a superfície. É claro que ela era e sempre seria a sua prioridade, mas Hermione também era uma das prisioneiras do Lago Negro e era como uma irmã para ele.

Imaginou que Maddie seria a primeira a descobrir sobre os acontecimentos da segunda tarefa do Torneio Tribruxo, assim como fora uma das primeiras a saber que os dois foram juntos ao Baile de Inverno. Harry não sabia como, quando ou por quê; apenas acostumara-se ao fato de que a garota sempre acabava sabendo de tudo o que acontecia no mundo mágico com uma velocidade impressionante. Ele costumava dizer que ela se portava como uma grande fofoqueira, mas Maddie simplesmente revirava os olhos e respondia: apenas uma questão de cultura e conhecimento".

Era mais do que apenas incrível viver com a família McKinnon-Meadowes-Black. Harry os amava veementemente e sentia orgulho ao dizer que pretendia seguir os passos de Sirius e Marlene quando o assunto tratado na conversa era se tornar um auror.

Ele não sabia o que seria dele se houvesse morado com os Dursley durante todos esses anos, quando apenas um único mês era o suficiente para que o garoto odiasse os tios e o primo gorducho tanto quanto odiava o Snape ou a Rita Skeeter. Caso isso houvesse acontecido, Harry provavelmente ainda viveria debaixo do armário sob escada da casa deles.

O primeiro a aparecer foi Vitor Krum. Ele havia tentado transfigurar o próprio corpo numa imitação pouco convincente de um tubarão, mas esqueceu que tubarões de verdade não têm pernas. Na opinião de Harry, ele estava absolutamente ridículo.

Krum usou os dentes afiados para cortar as cordas que prendiam Hermione às pedras pontiagudas e a puxou para cima. Depois, Cedric Diggory apareceu, apontou para o relógio de pulso que estava usando e levou Cho Chang consigo.

Aquele era o momento e Harry sabia disso. O garoto apanhou uma das pedras que estavam ali e a usou para desgastar o tecido grosso das amarras que prendiam a garota ao chão; segurou-a numa espécie de abraço junto ao próprio corpo e olhou para os lados em busca de Fleur, mas não havia sinal da loira num raio de quilômetros.

Tic-tac.

O tempo estava acabando e Harry podia sentir isso fisicamente, pois os efeitos causados pelo guelricho já estavam passando. O garoto olhou para os lados mais uma vez, hesitante, e soube o que deveria fazer antes mesmo que a ideia invadisse os canais nervosos do seu cérebro e o dissessem para fazer tal.

Harry nadou até a irmãzinha de Fleur e usou a mesma pedra que usara momentos antes para libertar o pequeno corpo da garota. Os sereianos brandiram os seus tridentes e olharam ferozmente para ele.

Apenas uma — eles sibilaram naquela voz estranhamente mortal. — Leve apenas uma.

O garoto pensou em S/N imediatamente, mas ele também sabia que não deixaria Gabrielle para trás.

Com um aceno de varinha, Harry estuporou alguns sereianos vezes o suficiente para que eles estivessem longe o bastante dele e das garotas; e, mesmo sabendo que não era necessário usar muita força para empurrar a água sob os seus pés (agora novamente humanos), Harry nadou como nunca antes em toda a sua vida.

Na metade do caminho, um demônio aquático agarrou a sua perna direita e o puxou para baixo. As guelras em seu pescoço estavam desaparecendo e as membranas que ocupavam os espaços vazios entre os seus dedos se desfizeram numa velocidade impressionante, então a única coisa que Harry conseguiu fazer foi inspirar profundamente uma última vez e empurrar as duas garotas para cima com o máximo de força que podia.

Elas flutuaram para longe dele pelo que pareceu ser muito, muito tempo; as suas respectivas cabeças emergiram na superfície gelada do lago e os seus corpos readquiriram a capacidade da movimentação com rapidez, sendo a isso a última coisa que Harry conseguiu enxergar antes ter o próprio corpo arrastado pela escuridão.

Narradora OFF

A sensação de acordar no meio do Lago Negro foi tudo, menos agradável.

De uma hora para a outra, eu estava totalmente desnorteada e sentindo um frio absurdo em cada centímetro da minha pele exposta. O ar gelado da manhã invadiu os meus pulmões e se expandiu em meu interior; e eu respirei completamente atônita e sem fôlego, escutei o grito agudo da irmã de Fleur e estremeci com violência quando Hermione e Cedric nos ajudaram a escalar a plataforma das arquibancadas e nos entregaram cobertores para que pudéssemos nos proteger do frio. Por sorte, Gabrielle e eu não tivemos que nadar muito para que chegássemos ali em segurança.

— Graças a Merlin — disse uma voz à minha direita. — Achei que você estivesse morta.

— Maddie?!

A minha irmã sorriu sem mostrar os dentes e me abraçou com força. Retribuí o gesto, ainda em choque, e me ocupei em olhar bem para ela quando nos separamos.

— Obrigada — falei com ironia. — Você realmente é uma pessoa otimista.

Maddie revirou os olhos e me empurrou de leve pelo cotovelo.

— É — disse ela. — Esse é o meu trabalho.

— Hm — murmurei. — O que você está fazendo aqui, Maddie? Achei que estivesse numa missão de treinamento com os outros aurores iniciantes.

Eu estou numa missão — respondeu ela. — Sirius disse que a segunda tarefa do Torneio Tribruxo era uma oportunidade perfeita para começar a praticar. Besteira, na minha opinião. A vista daqui de cima me pareceu bem entediante.

Nesse momento, Fleur se aproximou de nós com outro cobertor.

— Aqui — disse ela, oferecendo o tecido a mim. — Você está bem? Deve estar congelando.

— Estou — eu disse. — O que aconteceu? Por que você não conseguiu...?

— Completar a tarefa? — perguntou a loira. Eu assenti. — Fui atacada por um grindylow nos primeiros dez minutos. De qualquer maneira, agradeça ao Harry por ter tirado a minha irmãzinha de lá.

— Ah, claro — respondi. Em seguida, arregalei os olhos. — Onde... Onde ele está?

— Nós não sabemos — disse Hermione. — Ele empurrou vocês duas para a superfície, mas ainda não saiu do lago.

As palavras da garota atravessaram o meu sistema auditivo e uma onda de preocupação tomou conta de mim. Eu até podia ser a pessoa cuja existência era essencial para ele, mas isso não significava que Harry poderia se dar o luxo de relaxar quando soubesse que eu estava segura. Ele também era importante para mim, poxa.

— Espere um instante — Maddie sorriu. — Você... Você é a pessoa que mais faria falta... Meu Deus. A minha fanfiqueira interior se encontra gritando.

— Fanfiq... Quê? — perguntou Fleur.

— A Maddie é absolutamente obcecada por Star Wars — falei, olhando para a minha irmã com as sobrancelhas erguidas. — E eu já disse um milhão de vezes que ela deveria parar de ler fanfics na Galaxy of Times.

— Ah, faça-me um favor e cale a boca — reclamou a minha irmã. — A Galaxy of Times é simplesmente a melhor fonte de informações trouxa de New York.

— Isso me soa um pouco nerd demais — argumentei. — Mas se você diz.

Repentinamente, Harry saiu voando do lago e caiu aos nossos pés com um baque surdo. Tentei ignorar o fato de que eu quase tive uma parada cardíaca devido ao susto e me apressei para ajudá-lo, entregando a ele um roupão quentinho que Maddie provindenciara minutos atrás, no momento em que eu saíra da água.

Quando o garoto estava devidamente agasalhado, envolvi-o pelo pescoço num abraço.

— Ok, primeiramente, você está bem? — questionei. Harry assentiu contra a curvatura do meu pescoço e retribuiu o gesto. — Certo. Segundamente, não me assuste assim de novo. Eu quase tive um ataque cardíaco.

— Eu estava apenas testando se o seu coração estava funcionando — disse ele quando nos afastamos. Dei uma cotovelada no seu braço.

— Idiota.

— Ei — chamou Maddie. — Qual é a da loira?

Ela estava olhando para as irmãs Delacour, que conversavam rapidamente em francês há alguns metros de distância. Olhei para elas por um instante, intrigada, e percebi que eu não havia notado a saída da loira mais velha.

— Quem? A Fleur? — perguntei. — Pode ir tirando o cavalinho da chuva. Ela está saindo com o Roger Davies.

— Argh — resmungou a minha irmã. — É impressionante como não existem mais pessoas gays disponíveis no mundo.

Franzi o cenho.

— Você não é gay, Maddie.

— Eu sei — disse ela. — Infelizmente. Sabe, às vezes eu penso em abandonar tudo e construir uma nova vida. Estou cansada de gostar de homens.

— Achei que você fosse bi — comentou Harry. Ele provavelmente estava se lembrando do dia em que nós flagramos a Maddie beijando a filha do vizinho.

— Eu tenho os meus momentos — ela revirou os olhos dramaticamente. — Me deixem em paz.

— Se você está tão desesperada assim, por que não sai com a Tonks? — sugeri. — Ela é uma boa pessoa e você gosta dela.

— É, como amiga — disse Maddie. — Mas esqueça a minha vida amorosa por um instante. Vamos falar sobre vocês.

Ah, é claro que ela tinha que dizer algo do gênero sobre o Harry e eu. Não seria a Maddie se não o fizesse.

— Não há nada para conversar sobre — comentei meio sem jeito, olhando para Harry de esguelha. A ponta do nariz dele estava vermelhinha devido ao frio e as bochechas dele estavam coradas; e eu achei que o garoto ficou extremamente fofo assim.

— Aham — debochou ela. — Me poupem dos seus argumentos inválidos. Até um cego consegue enxergar que vocês gostam um do outro.

Fechei os olhos durante alguns segundos e contei até três para controlar o meu nervosismo.

— Eu acho que você está lendo demais, Maddie — falei. — Não jogue a sua carência para cima da gente.

— Ah, por favor — disse ela. — Não é carência, são apenas fatos. Além disso, eu agradeceria se você parasse de esfregar na minha cara que eu estou solteira e se concentrasse em facilitar as coisas para o meu lado. Eu sou a fã número um de vocês.

Revirei os olhos e acabei sorrindo bobamente para o chão.

— Viu? — disse a minha irmã. — Apenas fatos.

Nesse momento, meu pai resolveu aparecer.

— Vocês estão ok? — ele puxou Harry e eu para um abraço em grupo. — Então você é a pessoa mais importante para o Harry, huh?

— Hã...

Maddie sorriu maliciosamente e cruzou os braços enquanto dizia um "apenas fatos" mudo. Torci o nariz para ela e mostrei-lhe o dedo do meio sem que o meu pai visse.

— Eu estou brincando — disse papai. — Vocês sabem como eu amo a amizade de vocês.

— Aham, amizade — murmurou Maddie. Por sorte, tenho quase certeza de que o meu pai não escutou. — Escuta, Sirius. Nós estávamos conversando, e eu acho que a S/N precisa de um namorado.

O homem ergueu a cabeça tão depressa que eu consegui escutar o barulho de um ou dois ossos se movendo.

Como é?

— Ah, você sabe — continuou Maddie. — Ela está precisando desencalhar.

Meu pai olhou para ela totalmente indignado e cruzou os braços também.

— Vou começar a pensar duas vezes antes de te trazer para os lugares, V. Você está muito engraçadinha para o meu gosto.

Papai sempre teve o costume de chamá-la pela letra inicial do seu segundo nome: Maddie Valeria Meadowes. V, para simplificar.

— Vamos lá, Padfoot — a minha irmã resmungou, fingindo estar impaciente. — Você realmente quer que a S/N se transforme numa daquelas velhas solteironas que têm milhares de gatos e saem aos domingos para dar migalhas de pão aos pássaros?

— Não diga nenhuma besteira — disse papai. — Até parece que você sabe do que está falando.

Ouch — Maddie levou uma das mãos ao peito. — Me sinto profundamente tocada.

— Além disso, a sua irmã nem ao menos gosta de alguém — ele continuou com um sorrisinho no rosto. Ah, se ele ao menos soubesse, pensei. — Não é, S/N?

Eu realmente não sabia como responder àquela pergunta porque não queria mentir, e eu já imaginava que o meu pai surtaria até demais se tivesse conhecimento dos meus sentimentos pelo Harry.

Provavelmente devido a uma bênção divina, a voz de Ludo Bagman ecoou pelos terrenos da escola.

— Senhoras e senhores — disse ele. — A hora mais esperada do dia finalmente chegou. Vamos anunciar a pontuação final de cada um dos nossos campeões, por ordem de chegada.

"Em quarto lugar, com vinte e cinco pontos, Fleur Delacour. Apesar de ter executado o Feitiço Cabeça-De-Bolha perfeitamente, a campeã de Beauxbatons acabou sendo impedida por um grindylow, um demônio aquático".

— Eu deveria ter ficado com zero — comentou a loira, balançando a cabeça como se estivesse desapontada consigo mesma. — Realmente deveria.

— Não se preocupe — falei. — Tenho certeza de que você consegue recuperar.

— Em terceiro lugar — continuou Ludo Bagman. — , com quarenta pontos pela transfiguração incompleta, Vitor Krum.

A multidão nas arquibancadas comemorou educadamente, como se esperasse coisa melhor do apanhador mais rápido do mundo. Harry e eu o cumprimentamos com um aceno de cabeça e aplaudimos também.

Quando Ludo pigarreou a fim de anunciar o campeão que conquistara o segundo lugar, contraí os lábios e estreitei os olhos enquanto escutava atentamente. Eu e a minha ansiedade estávamos começando a sentir um nervosismo absurdo pelo Harry.

"Agora, temos um impasse. Aparentemente, segundo os juízes do Torneio Tribruxo, Harry Potter e Cedric Diggory dividem a pontuação de exatos quarenta pontos. Porém, considerando as circunstâncias atuais, o júri decidiu dar exatos quarenta e cinco pontos ao Sr. Potter pela sua nobreza e coragem excepcionais e garantir a ele o segundo lugar".

Quero mesmo saber o que você vai pensar quando ouvir isso, Amos, pensei enquanto lembrava da mania que o pai de Cedric tinha de se exibir pelas conquistas do filho. Quem ri por último, ri melhor.

É claro que eu sabia que o Cedric receberia a maior pontuação naquela prova e que conquistaria o primeiro lugar, mas eu fiquei feliz mesmo assim. Sorrindo para Harry sem mostrar os dentes, passei um braço pelos seus ombros e encostei a minha cabeça à dele num gesto de parabéns e apoio enquanto escutávamos os gritos animados da multidão.

"E em primeiro lugar, apesar de ter concluído a tarefa após exatamente um minuto depois do tempo estabelecido e com quarenta e sete pontos, Cedric Diggory".

A plateia berrou mais alto do que nunca, e eu não vou mentir quando digo que eu estava feliz pelo garoto. A Lufa-Lufa merecia essa vitória mais do que qualquer coisa. Cedric merecia. E, apesar de que eu estava totalmente entregue a qualquer coisa que o Harry estivesse disposto a fazer, acabei aplaudindo também.

Alguns minutos depois, nos despedimos de papai e Maddie. Ele estava orgulhoso de Harry, e disse que os pais dele também estavam. Até mesmo Maddie, que nunca foi muito boa em expressar sentimentos, sorriu animadamente para ele e o abraçou com carinho.

Isso me deixava extremamente feliz e acho que todos ali sabiam disso. Talvez os pais de Harry não estivessem aqui para cuidar dele, e talvez a vida do garoto não fosse feita de flores ou perfumes tropicais extremamente refrescantes; mas nós éramos e sempre iríamos ser uma família. E, dessa vez, Harry tinha pessoas com as quais ele se importava mais do que qualquer outra coisa — e ele poderia dizer, se realmente tivesse vontade, que o sentimento era mútuo.

Dessa vez, elas não iriam embora.

— Vem, Hazz — eu disse enquanto o puxava delicadamente pelo braço. — Vamos para casa.

——————————————

notas da autora:

oioi gente, tudo bem?

casa = hogwarts, ok? acho que vocês entenderam.

eu queria deixar claro que não vou matar todos os personagens que morreram nos livros e filmes, mas a história de alguns vai continuar seguindo o roteiro original. não se preocupem, esse é o meu comfort book. muita coisa boa (realmente boa) vai acontecer.

o próximo capítulo provavelmente vai demorar um pouco pra sair porque eu vou viajar com a minha família daqui a alguns dias, ok?

vocês estão bem mesmo gente? estão bebendo água, dormindo e comendo direito? eu não estou muito, mas tento. espero que estejam se cuidando mais do que eu.

fui no dentista recentemente e tive uns mil surtos porque eu tenho um certo medo disso, então acabei me estressando demais. deu tudo certo e eu não morri amém 💃💃

vocês escutaram a música nova da billie? é uma verdadeira obra de arte 🛐🛐

me indiquem filmes (: recomendo muito titanic, as patricinhas de beverly hills e os filmes da marvel. são os meus favoritos depois de hp 💅🏻

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