O Conto de Lucien e Jesminda

By feyrhysie

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Como pode ter acontecido. (Personagens pertencem a Sarah J. Maas) More

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Epílogo

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By feyrhysie

  Lucien moveu-se para a frente de Jesminda instantaneamente e sem que percebesse, agarrando a mão dela com força e medindo os movimentos dos irmãos.

  Seu coração martelava, em pânico silencioso, mas ele disse para si mesmo que estava tudo bem. Sua família logo descobriria de qualquer jeito, não é? Não iam fazer nada com ela. E os dois em breve estariam longe daquela corte pútrida.

  Foi esse pensamento que o forçou a manter a calma. Respondeu cuidadosamente:

  - Ela é minha noiva.

  Areas gargalhou, agarrando o estômago.

  - Espere aí, você quer casar com essa aberração? - Jesminda rosnou e Lucien ergueu o queixo, enojado.

  - Eu sabia que você era meio esquisito, mas não tanto, irmãozinho. - Falou Jace, divertido.

  Tohrn cruzou os braços.

  - Tsc tsc. O pai não vai gostar nada de saber. 

  - Desde quando isso está acontecendo? - Exigiu Eris.

  Lucien mostrou os dentes.

  - Não é da sua conta. Nem da de nenhum de vocês. E, se tocarem nela, vão se arrepender amargamente.

  - Não vejo como suas ameaças podem fazer sentido, querido irmão - constatou Clay. - Estamos em seis, e você em um... E meio. 

  Jesminda empinou as costas e apertou sua mão. Lucien não se atreveu a olhar para ela.

  - Vamos falar com o pai - decretou, e então atravessou com ela para casa. 

  Ouviu os irmãos aparecerem logo em seguida. Enquanto subia os poucos degraus e entrava na sala do trono, seguido deles, Lucien cerrou os dentes e respirou fundo. 

  - Lucien - sussurrou Jesminda, colada a ele, com um sorriso fraco. - Vai ficar tudo bem. Não se preocupe comigo. Só... Adiantamos nossos planos, certo?

  Certo, ele assentiu, também com uma tentativa de sorriso frágil. Seu coração lhe dizia para correr dali, algo parecido com a sensação que tivera ao acordar naquela madrugada, mas, mais uma vez, ele ignorou e tentou ser otimista.

  O otimismo era um sentimento um bocado estranho para Lucien Vanserra, mas ele se permitiu - se forçou a senti-lo. Porque a única alternativa...

  Ao verem uma feérica inferior - e uma de mãos dadas com um príncipe grão-feérico - os membros da corte arquejaram, horrorizados. Lucien também os ignorou. Sempre os detestara.

  Sua mãe não estava em nenhum lugar à vista.

  O olhar de seu pai finalmente cruzou com o dele então, do outro lado do salão, olhos castanhos frios que ele aprendera a temer desde que nascera. Dessa vez, Lucien não desviou os seus. 

  Beron trovejou:

  - O que é isso.

  Ainda apertando a mão de Jesminda com força, Lucien curvou-se - sentiu-a fazer o mesmo logo em seguida. 

  Se fosse para acabarem juntos, eles não tinham orgulho.

  As sobrancelhas castanhas de seu pai se juntaram, e ele ladrou para os cortezões:

  - Saiam todos.

  Momentos depois, só haviam os machos da família Vanserra ali - e Jesminda, que encarava Beron corajosamente, apesar de suas mãos tremendo levemente. Coisas que apenas Lucien saberia depois, que ela tinha medo mas não deixava que isso a controlasse.

  Areas reportou:

  - Encontramos o pequeno Lucien com essa... Criatura na floresta. 

  Lucien rosnou, mas Jes o censurou com o olhar. 

  Fique calado, e logo sairemos daqui para xingá-los sempre que quisermos.

  Beron estudou Jesminda com desgosto.

  - Não sabia que seus gostos por fêmeas eram tão nefastos, moleque. Talvez eu devesse casá-lo de uma vez com alguém da corte. Espero que ela não tenha passado nenhuma doença. Saiam daqui e parem de tomar meu tempo.

  Foi preciso de todo o autocontrole de Lucien para não socar o rosto do pai.

  - Pai - ele interrompeu. - Eu e Jesminda iremos nos casar. Eu vim aqui para pedir o que você me prometeu. Uma propriedade e emancipação. Depois que nós formos embora, nunca mais vai ter que ouvir falar de mim, e...

  - Casar? - A expressão de Beron era cômica, como se não o estivesse levando a sério.

  Lucien franziu o cenho, irritado.

  - Sim. Casar. O senhor não tem nada a ver com isso, então...

  Beron explodiu em uma gargalhada. O peito de Lucien apertou, algo frio - a mesma sensação desesperadora de depois do sonho - passando por ele.  

  Por mais irônico e cruel que fosse, Beron nunca ria. Lucien nem sabia que ele tinha algo como um senso de humor. Até mesmo Eris pareceu levemente preocupado.

  - Vou dizer como isso vai acontecer, seu moleque estúpido - seu pai finalmente disse, com o tom de voz gelado o suficiente para arrepiar.  - Você vai ir embora com essa criatura, pode até fodê-la uma última vez, se quiser, se despedir e nunca mais vê-la. Amanhã sua mãe providenciará alguma moça solteira à altura da sua posição. Você é a porra de um príncipe, meu filho, até onde todo mundo sabe, e eu não vou me sujeitar à vergonha de vê-lo casado com uma feérica inferior. Nossa corte seria motivo de piada nas outras; eu seria piada. Fiz muito para construir o que tenho hoje e não vou deixar um pirralho que não consegue manter o pau dentro das calças estragar. Fui claro o suficiente?

  Lucien empinou as costas. Décadas de submissão e abuso finalmente subindo à superfície. Ele declarou, tremendo de raiva:

  - Não me importo com o que você quer. Ninguém se importa comigo. Sou só um sétimo filho sem nenhuma pretensão. Odeio esta corte, odeio meus irmãos e odeio você. E, se meu título é tão importante, então eu renuncio a ele. - Silêncio absoluto seguiu-se. Como se ele tivesse feito a única coisa que ninguém esperaria que fizesse. 

  O que queria fazer há muito tempo.

  Sentindo-se mais animado, ele prosseguiu:

  - A partir de hoje, sou plebeu. Foda-se, eu não preciso de um título. Nunca pertenci a este lugar, e não quero mais pertencer. - Girou para olhar para os irmãos. - Vocês todos podem esquecer que eu existo. Você pode esquecer que eu existo, pai. Nunca gostou de mim mes...

  Ele não viu o pai se mover. Mas sentiu o gosto de sangue na boca quando o punho de séculos de idade de Beron atingiu seu rosto. A força e o ódio contidos no soco o fez cambalear para trás, largando a mão de Jesminda no processo. Beron agarrou seu colarinho antes que ele se recuperasse do atordoamento.

  - Nunca mais fale assim na minha casa, seu ingrato - cuspiu. Lucien mostrou os dentes.

  - Pai... - Eris tentou intervir, mas Beron o ignorou.

  - Ingrato pelo quê? - Retrucou Lucien. Ele nunca tinha falado com o pai assim. Tinha sonhado, mas nunca pensou que conseguiria sem borrar as calças. Talvez fosse o efeito de ter Jesminda ali. - Por ser ignorado pela minha própria família? Por ser odiado sem fazer nada? Eu cansei, pai. E a imortalidade é um tempo muito grande para passar infeliz. Sou adulto agora e vou fazer o que quiser. 

  - Vai, é? Se acha tão esperto, não, Lucien? O inteligente. O bonzinho. Melhor do que todos nós, não é? - Sorriu um sorriso de puro gelo, e seu hálito roçava o rosto de Lucien. - Vou dizer apenas mais uma vez, e espero que essa sua cabecinha inútil entenda. Você vai terminar o que quer que tenha com essa garota. Vai voltar aqui e trabalhar para mim até que eu esqueça dessa insubordinação. Entendido? Responda com palavras, por favor.

  Lucien grudou os lábios um no outro, sentindo tanta raiva que mal podia respirar.

  - Entendido, Lucien? - Repetiu Beron.

  - Lucien. - Advertiu a voz de Jesminda, ao longe.

  Em algum lugar, Lucien sabia que deveria mentir e ir embora com ela. Em algum momento, os dois conseguiriam fugir dali. E, se tivessem que viver como fugitivos até a morte de Beron, qual era o problema? Essa fora a base do relacionamento dos dois desde sempre.

  Essa era a parte racional. A parte irracional lhe dizia para continuar exatamente onde estava e encarar de frente o macho que o odiara desde o momento em que pusera os olhos nele. Para revidar e lutar.

  E, pela primeira vez na vida, Lucien Vanserra cedeu à parte irracional.

  Ergueu o queixo, com um sorrisinho que sabia que irritaria Beron.

  Ele assinou a sentença ali.

  - Não. Eu me recuso. - Se afastou com um empurrão. - Vou sair daqui e nunca mais voltar. Você nunca vai ouvir falar de mim novamente. Ou de Jesminda. Vou me casar com ela e esperar o laço de parceria se encaixar. Nós temos certeza agora. Que somos parceiros, quero dizer. Não quer separar dois parceiros, certo? A Mãe escolhe por algum motivo. Negar isso só pode ser ruim para a sua Corte.

  Beron parecia estar sentindo tanta raiva que isso afetava sua respiração. Quase como se tivesse mais ali do que apenas aquela situação. Talvez o motivo pelo qual sempre o detestara e tratara como lixo. Ele não se importava.

  - Um filho impertinente e burro. É isso que ganhei sem pedir - murmurou consigo mesmo. - Guardas.

  Imediatamente, apareceram vários machos de armadura acobreada. Beron apontou para Jesminda - Lucien correu na direção dela, mas seus irmãos o agarraram, com punhos de ferro, e ele se debateu... 

  Jesminda se virou para ele com os olhos arregalados.

  - Levem-na ao calabouço por enquanto. E você, meu filho... Nós vamos ter uma conversa privada.

  - Solte ele - gritou Jesminda, quando os guardas a agarraram também. - Grão-Senhor, por favor, faça o que quiser comigo, só deixe-o em paz. Nós vamos terminar. Nunca mais nos veremos. Só não o machuque. - Lágrimas escorriam pelo rosto dela. Lucien queria gritar. 

  Beron deu a ela a mesma atenção que daria a uma mosca impertinente. Lucien ficara imóvel sob o aperto dos irmãos. Entendera súbita e aterrorizantemente que ficar quieto era a melhor coisa que podia fazer agora. Beron não parecia um macho prestes a ser misericordioso. Parecia um monstro que finalmente fora libertado da jaula, feliz por ter uma desculpa para cometer atrocidades. Lucien fora tão burro, tão, tão idiota ao confrontá-lo daquele jeito...

  - Pai - sussurrou, suplicante. - Me desculpe. Sinto muito. Sinto muito. Sinto muito. Vou fazer o que você quiser. Só deixe-a ir. Ela tem uma família. Deixe-a ir embora. Depois nós podemos nos resolver...

  Foi calado com outro soco na cabeça. Ele piscou, mas a última coisa que ouviu antes de perder a consciência foi:

  - Não me importo.

  🍁

  O coração dela.

  Concentre-se no coração dela.

  Se prestasse muita atenção, podia ouvi-lo batendo, nos andares subterrâneos da casa.

  Em algum lugar, ela ainda estava viva.

  Lucien precisava ir até ela.

  Por três dias, ele foi mantido em cativeiro no próprio quarto, e tudo que ele soube de Jesminda foi que ela estava em uma cela.

  Tentou incessantemente todas as rotas de fuga possíveis. Pela janela (trancada por magia), pela porta (cheia de guardas que bateram nele até fazê-lo perder a consciência nas vezes em que tentou escapar). Apelou para o coração, se ajoelhou e chorou, ofereceu dinheiro, status, qualquer coisa - qualquer coisa mesmo; nunca sentiu tanta vergonha na vida quanto quando ofereceu-se para ir para a cama com eles em troca de ajudarem Jesminda. Todos gargalharam e o chutaram de novo, é claro.

  Sua mãe foi visitá-lo na segunda noite, sentou na cama ao lado dele e o abraçou, dizendo que estava tentando convencer Beron a ouvi-lo em uma audiência. Lucien murmurara um agradecimento, mas não conseguiu olhar para ela.

  Ele se odiou tão intensamente. Tinha falhado tanto com Jesminda. Se apenas tivesse deixado seu orgulho de lado e ido embora naquela hora, ela estaria a salvo agora.

  Lucien não sabia o que o pai faria com ela, e essa incerteza o comia vivo.

  Finalmente, na terceira noite, um dos guardas abriu a porta e o mandou se trocar porque Beron o havia requisitado.

  Lucien vestiu sua melhor roupa disponível, tentou domar os cabelos embaraçados na altura do ombro e usou perfume para mascarar o cheiro de três dias sem banho. Tinha que parecer um verdadeiro príncipe, convencer o pai de que escolhera essa vida ao invés de Jesminda.

  A caminhada pelos corredores intermináveis da casa da floresta foi quase insuportável. Por fim, ele entrou na sala do trono, as mãos amarradas atrás das costas, e seus irmãos o agarraram e o arrastaram até o pai.

  Olhou para os lados, procurando-a, mas não a viu.

  Fechou os olhos e se concentrou em ouvir. Tum. Tum. Tum. O coração dela. Estava batendo. Não muito longe. Alívio percorreu seu corpo com tanta intensidade que ele quase caiu no chão.

  Beron estava sentado no trono, olhando-o com tédio frio.

  - Pensei muito em qual seria a punição adequada ao tamanho da sua desobediência - disse ele. - Sua mãe me convenceu a não açoitá-lo até a morte, então pode agradecê-la por isso. Por fim, decidi. Espero que seja o suficiente para lembrá-lo de não pensar com o pau de hoje em diante. - Encarou-o nos olhos, e, por um segundo, havia tanto nojo e ódio ali que Lucien se encolheu. Só por ele. Só por ele Beron exibiria tanta raiva. Por quê? Por que sempre ele? - Meus filhos, façam o favor.

  Lucien franziu a testa, ligeiramente confuso, e viu seus outros irmãos o cercarem. Não Eris. Seu irmão mais velho não estava em nenhum lugar em que pudesse vê-lo, assim como a mãe.

  Será que os dois haviam protestado tão veementemente contra o que Beron preparara que o Grão-Senhor os prendera em algum lugar?

  Mas ele aceitou sua punição sem emitir um pio. Cerrou os dentes e aguentou.

  Começou com chutes no estômago. Alguém pisou na sua mão com força. Socaram seu rosto, o derrubaram no chão e o atacaram todos de uma vez. Ele só se encolheu e rezou para que acabasse logo.

  A todo momento, pensava nela. Receberia mais 1000 surras daquela se isso significasse que Jesminda estaria segura.

  Quando, enfim, pararam, Lucien não conseguia se mover; era só uma bola sangrenta e roxa. Doía até para respirar.

  Seus irmãos o seguraram de joelhos durante a pausa e o arrastaram para fora. Ele não pensou... Não conseguiu prever o que aconteceria enquanto o chão mudava de cinza para marrom. Terra misturou-se aos seus machucados, e ele pensou que simplesmente largariam-no ali ao relento para se recuperar sozinho. Talvez o amarrassem a alguma árvore e urinassem em cima dele. Uma bela lição.

  Foi só quando o som do coração de Jesminda ficou mais acelerado que ele atreveu-se a olhar para cima, ansioso, procurando...

  Ele sempre procuraria por ela.

  Um corpo estava amarrado a uma viga. O vestido era farrapos contra as pernas nuas, um saco preto cobria o rosto.

  Não.

  Lágrimas escorreram livremente pela face machucada de Lucien.

  Porque era Jesminda ali, sua noiva, sua parceira, a fêmea que ele amava, a melhor pessoa que conhecia e que merecia mais, tão mais, nunca tê-lo conhecido, nunca ter que lidar com a merda que era a vida dele, nunca ser arrastada por aquilo, e agora ela... Ela... Estava sendo punida pelo erro dele...

  - Pai - balbuciou. - Pai. Por favor, deixe-a ir. Se algum dia sentiu algum amor por mim, por favor, deixe-a ir. Eu sou seu filho, não sou, não vai fazer isso com seu próprio filho, vai?

  - Cale a boca - latiu Beron.

  A surra não fora o seu castigo, Lucien percebeu em seu último minuto de plena capacidade mental. Fora para que ele não lutasse enquanto assistia o verdadeiro.

  Não. Não. Não. Não.

  Não podia ser real, pensou enquanto tentava desesperadamente chegar até ela, enquanto continuava falando, tentando convencer Beron, os irmãos que o seguravam, alguém, não podia ser real, porque ele deveria estar longe daqui agora, porque tudo correra bem em todos aqueles anos, porque os dois se amavam, porque Jesminda não ia morrer aqui, não agora, não aqui, ele estava dormindo, sonhando, apenas um pesadelo, ele ia acordar em breve, ia...
 
  Beron tirou uma faca do boldrié e se aproximou de Jesminda, tirou o saco da cabeça dela, e então Lucien estava olhando para ela, e ela estava olhando para ele, sua face toda ferida, e ela estava chorando, seus olhos terrivelmente assustados. Lucien gritou mais alto, até ficar sem voz, lutou mais, até não poder se mover, se debateu com mais força, implorou com mais lágrimas...

  - Eu amo você - ela sussurrou.

  Jesminda se encolheu para longe de Beron, que agarrou-a pelos cabelos, empinou a ponta da faca e começou...

  A alma de Lucien se partiu em trilhões de pedaços. Seu corpo, fraco, inútil, desprezível, que não conseguia se soltar, não conseguia sair do aperto dos seus irmãos e salvá-la, recebeu cada facada. 

  Tanto sangue. 

  Os gritos dela.

  O intestino dela saindo para fora.

  Seus irmãos usando magia para forçá-lo a ver tudo.

  Ele viu e ouviu.

  O coração dela parando de bater. 

  Os gritos.

  O sangue.

  Os órgãos.

  Beron rindo.

  Seus irmãos rindo.

  O coração dela parando de bater.

  O coração dela parando de bater.

  

  

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