All In You

By JackMoon_

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+18 ( Primeira temporada ) Qual a consequência dos benefícios em uma amizade? Jade, uma garota intensa e am... More

Pela visão dela.
pela visão dele.
Wiil
Jade
Noite de jogos
Noite de jogos parte 2
Noah
Nós, apenas nós.
Novidade
o que somos?
complicações
Algo interessante
Toda sua.
a visita.
Bem vindo a minha vida.
A Festa
A Festa parte 2
" Noite de Melhores Amigos "
O outro lado da história.
Somos os Miller's.
O Jantar
" Dúvidas "
Me faça sentir.
Desejo e consequência.
Problemas no paraíso?
Segredo dos três.
Verdades de Inverno.
Tudo aquilo que sentimos.
Voltando ao inferno.
Verdades, desejo, culpa.
Devolva o meu lugar.
Lembranças, emoções, caos.
Muito mais que histórias.
Desvende Esse Mistério.
A mentira nua e crua.
Me dê sua maior riqueza.
Despedidas Silenciosas.
Faça suas escolhas.
Uma noite em Los Angeles.
O retorno do passado.
Jovens demais para o caos.
Digno de um Monlt
Vislumbres e Firenze
Tudo em você
O peso de toda memória
chamas de inverno
O que há de novo?

Segredos e Confissões.

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By JackMoon_

Washington DC: 8:00 am 12° f ( jade pov )

Aquela manhã estava fria, a chuva escorria pela janela de meu quarto, os pássaros não cantavam, a neblina escondia a linda vista de Washington; abri meus olhos lentamente vendo um pequeno bilhete ao meu lado, abro o mesmo e vejo uma mensagem de will, '' tive que vir para a editora mais cedo, não quis te acordar; fiz seu café, por favor, coma; espero que tenha um dia tão lindo quanto você, te vejo mais tarde minha gatinha. com amor: will :) '' ­­­­­­­

will e seus bilhetes carinhosos... o lado gentil dele que apenas eu tinha acesso, o lado que ele cedia apenas a mim, a confiança que tenho em will é maior que qualquer outra coisa existente em mim, eu o amava tanto... mas era complicado demais, agora que Noah apareceu em minha vida, eu tinha muito o que resolver em meus sentimentos.

me levanto da cama indo em direção ao banheiro, tomo meu banho e em seguida me visto para ir trabalhar, optei pelo vestido preto formal, justo e discreto; calço minhas botas curtas e pego meu sobretudo cinza, assim que termino de me arrumar mando uma mensagem para jess, antes de ir para forbes, vamos juntas a minha ginecologista para uma consulta, tomo o café delicioso que Will havia preparado para mim, pego minhas chaves e saio.

saindo de meu apartamento, adentro meu carro e vou a caminho da casa de jess, paro em frente a mesma e vejo jess parada no portão, a minha espera.

- lindas botas. - falo elogiando suas botas cano alto que ficavam tão bem em suas pernas torneadas.

- gostei do sobretudo. - ela diz adentrando o carro. - jade, me fala o que vai fazer na ginecologista, sei que não é nada de rotina.

- quero começar a tomar pílula, vou me sentir mais a vontade. - ela gargalha. - qual a graça senhorita Jess?

- desculpa, é que ouvir essas coisas de você é engraçado. - nego com a cabeça.

- vou almoçar com Noah e Finn hoje... - Jess me olha surpresa.

- uau, você tá mesmo em um triângulo amoroso, Finn sabe sobre noah?

- só falei para ele me encontrar no restaurante, não avisei que Noah estaria lá.

- coragem. - Jess retruca.

- não contei a Will. - falo em tom baixo.

- e por que tem que falar tudo a Will? - Jess questiona.

- somos melhores amigos. - retruco.

- isso, Melhores amigos; não pai e filha. - respiro fundo.

- então não vou falar.

- não fale, apenas não fique brava caso ele não lhe conte tudo também. - fala Jess ajeitando sua bolsa.

- dá pra se decidir? - falo nervosa.

- ué, você tem o direito de não falar, igual ele também tem, jade... Vocês não são propiedades um do outro. - ela precisava falar isso para Will.

- você não entende Jess...

- entendo que vocês dois tem muita coisa guardada. - guardada? O que ela queria dizer?

- como assim? - pergunto.

- não vou me meter nisso jade, vou deixar que descubram, mas é totalmente evidente.

- obrigada. - ela sorri de leve.

- seu irmão me chamou para sair, quer me levar para festa amanhã com ele. - lhe jogo um olhar surpreso.

- fico feliz, mas Jess... Não se apegue a Finn, por favor. - ela me olha confusa.

- o que quer dizer?

- Finn é o momento, uma hora ele está aqui, na outra ele vai embora, eu ainda tento lidar com isso, não quero que se machuque, é complicado de explicar. - falo procurando um lugar para estacionar.

- não se preocupe, não vou me apegar a Finn. - ela encara a neblina e fica em silêncio.

Estaciono o carro e vou com Jess para a minha consulta, foi algo rápido e simples, conversei com a médica e ela me passou os cuidados necessários, após a consulta, passamos em uma farmácia e comprei o que precisava, seguimos caminho para a Forbes e adentrando a mesma, vejo Carlos sentado em minha mesa.

- errou a bancada? - pergunto brincalhona.

- seu amigo gostoso veio aqui. - estranho sua fala.

- Will?

- ele mesmo. - Carlos fala e Jess solta uma risada. - quase que a megera via ele aqui.

- o que Will veio fazer?

- disse que queria conversar, mas tinha que ser pessoalmente. - o que será que Will queria me dizer?

- falo com ele assim que largar da faculdade. - digo me sentando em sua mesa.

- almoça com ele. - Carlos fala e Jess solta uma gargalhada.

- ela não pode, vai almoçar com o loiro gostoso. - fala Jess toda risonha.

- como você é baixa Jess, muito baixa. - retruco.

- descobriu agora? - ela pisca.

- por que tá sentando na minha mesa? - Carlos me olha.

- assim que aquele homem me olhou, eu sentei aqui e não consigo mais levantar. - gargalho em resposta.

- ah não diga. - faço sinal para ele sair do meu lugar.

- jade, é sério... Que homem meu Deus, todo alto com os cabelos bagunçados, aquela roupa social dele e aquelas tatuagens de mafioso a mostra, chega me sobe um fogo.... - sorrio ainda mais, Carlos era Ilário.

- acredito em você Carlos, eu acredito. - sento em minha mesa e começo a organizar as papeladas.

O dia seguiu calmo nesta quinta, minha curiosidade sobre o que Will queria me falar só aumentava ainda mais, era quase hora do almoço, mandei uma mensagem para Finn perguntando se ele precisaria de carona, então ele me joga uma frase falando que havia comprado um carro, mas como assim, um carro? Onde Finn havia conseguido dinheiro para comprar um carro? Marquei com Noah de nos encontrarmos No Habana village, adorava aquele restaurante, seria perfeito para um almoço.

Mando mensagens para Noah e Finn avisando que estava a caminho, chegando ao local, Noah estava sentando em uma das primeiras mesas, ele estava lindo; vestindo sua camisa branca de uma cor clara, que marcava bem seu tronco, sua calça em alfaiataria, usando sua pulseira prata de sempre, sua corrente marcante chamava atenção em seu lindo pescoço, suas poucas tatuagens no braço eram vistas de longe, seu cabelo loiro de um tom que se marcava ao ser tocado a luz do sol, os seus olhos azuis me analisam enquanto ando em sua direção, um lindo sorriso surge em seus lábios, ele se levanta e me abraça, analisa meu rosto, fixa seus olhos nos meus, como sempre fazia, nos sentamos e ele continua fixado em meus olhos.

- sei que é óbvio, mas você está muito linda nesse vestido. - ele analisa meu corpo.

- sei que é óbvio, mas você está lindo todos os dias. - ele cora de leve.

- eu não estava esperando por essa. - ele sorri.

- peguei você. - pisco para o mesmo.

- seria meu sonho. - ele me encara.

- meu irmão chegou. - olhamos para Finn adentrando o restaurante.

Seu olhar caía surpreso para mim ao ver Noah na mesa, suas vestes escuras o deixavam ainda mais sério, sua calça cargo preta acompanhada de sua camisa de frio justa, que tinha as mangas puxadas para cima, sua jaqueta pendurada em seu ombro e, claro... Seu clássico coturno, o cabelo de Finn estava bagunçado, além de grande, bagunçado; Finn não penteava o cabelo? Que surpresa.

- olá jade. - Finn diz sério.

- não penteou o cabelo? - pergunto engraçada.

- penteio todos os dias, ele é lindo assim naturalmente. - ele se senta. - você seria? - ele encara Noah.

- Noah, Noah Miller, é um prazer conhecê-lo. - ele aperta a mão de Finn.

- sou Finn monlt, irmão da princesa aqui. - ele toca meu cabelo. - perdão o mal jeito, a mocinha presente não me avisou que você estaria aqui. - Finn me encara.

- tudo bem, sou amigo de jade. - Noah sorri para mim.

- você é primo do engomado, não é?

- engomado? - Noah franze o cenho.

- é assim que ele chama Will. - sorrio.

- será que eu tenho um apelido também? - Noah pergunta sorrindo.

- posso pensar no seu caso. - fala Finn olhando o cardápio.

- e sim, respondendo sua pergunta, sou primo de Will. - ele passa a língua pelos lábios, me olhando em seguida.

- uhum... Interessante, muito amigos vocês, não? - Finn e sua cara cínica.

- muito, somos inseparáveis. - Noah sorri para mim.

- não conhecia seu lado irônico. - falo em tom baixo.

- aprendi com Will, mas não uso muito, não se preocupe. - ele pisca.

Pedimos um delicioso almoço, Finn e Noah conversaram por todo o tempo, eu apenas ouvia e sorria com as falas dos dois, Finn havia se dado bem com Will e Noah, que bom, menos uma preocupação para mim, meus amigos gostavam do meu irmão, meu irmão gostava dos meus amigos, eu estava feliz.

- eu sinto muito, mas preciso ir para a faculdade. - faço uma cara triste para os dois.

- tudo bem, ficarei conversando com Noah por mais um tempo, mas Jajá irei embora também. - fala Finn me olhando.

- boa aula. - Noah fala se levantando e me dando um abraço forte.

- hum hum, então Noah, onde estávamos? - ah claro, o pigarro de sempre, como Finn era ciumento.

- boa tarde para vocês. - falo me despedindo.

- aquele não é o Will? - Finn fala olhando para a entrada do restaurante.

- merda, - claro que ele viria, era o restaurante onde ele almoçava, ficava a minutos da Miller, que cabeça de vento a sua jade.

Will nos vê de longe, abrindo um leve sorriso cínico, ele avista Noah e respira fundo, seus olhos caem sobre mim, ele caminha em nossa direção, ele estava tão elegante, sua roupa social de trabalho, aquela linda camisa social com botões abertos, suas tatuagens a mostra... Espere, Will fez uma nova tatuagem? Próximo ao pescoço? Será isso que ele queria me mostrar? Seus cabelos escuros estavam molhados, ele havia comprado novos anéis, mas jamais saía do Prata, que linda tatuagem perto de seu pescoço... Era uma pequena serpente, com os olhos verdes escuros; combinava tanto com Will, ele se aproxima, tocando a mão de Finn em cumprimento.

( Will pov )

Havia ido ao restaurante de sempre próximo a Miller, mas não imaginava encontrar jade, Finn e Noah no mesmo local, fico surpreso ao ver, mas não iria me irritar, o irmão de jade estava lá, teria o máximo de respeito e não iria agir feito um moleque enciumado, mas isso não significa que eu não estivesse.

- boa tarde a todos. - toco a mão de Finn em cumprimento.

- bom te ver cara. - diz finn sentado próximo a Noah.

- que surpresa. - jade me encara.

- também estou surpreso. - toco seu rosto e encaro seus olhos de um castanho escuro.

- que surpresa Will, chegando sempre na hora. - Noah diz me olhando chateado.

- aprendi com você, chegando sempre nos melhores momentos. - falo irônico e jade revira os olhos.

- eu preciso ir a faculdade, boa sorte Finn. - ela se afasta.

- espera. - vou até ela. - pode jantar comigo na casa de minha tia hoje?

- algo especial?

- David chega hoje, queria que ficasse comigo. - ela franze o cenho.

- quem é David?

- meu avô, jade, David Edgar Miller. - lhe jogo um sorriso.

- todos vão estar lá?

- todos. - ela me encara.

- vou sim, até a noite.

- muito obrigado. - ponho uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.

- aliás, adorei a cobra. - ela toca minha nova tatuagem.

- me inspirei em David. - ela gargalha.

- palhaço. - ela fala se afastando e saindo do restaurante.

Volto para mesa onde Noah e Finn estavam, e me sento junto aos dois.

- ok, agora que jade não está mais presente, qual é a de vocês dois? - Finn pergunta nos encarando.

- como assim? - Noah questiona.

- você aí. - Finn me encara. - sempre soube de você, melhor amigo de jade, ajudou ela em muita coisa, eu sei... E você. - ele encara Noah. - primo do melhor amigo, chegou já se apaixonando, pegou amizade, vocês ficam se comendo pra lutar pela atenção da minha irmã.

- boa descrição, mas eu cheguei primeiro. - falo sério.

- e eu tô aqui desde que ela nasceu. - ele fala nos encarando. - entendo o desespero dos dois, jade é linda e uma garota muito gentil e de bom coração, mas se um dos dois patetas machucar o coração dela, eu uso minha arma.

- você tem uma arma? - Noah pergunta surpreso.

- não duvide. - retruca Finn.

- que ótimo. - falo por cima.

- gostei de vocês dois, não me entendam mal, mas jade é tudo para mim. - admiro o cuidado de Finn para com jade, é totalmente compreensível.

- não se preocupe, eu cuido dela. - falo o encarando.

- eu cuido também. - fala Noah por cima.

- você? - sorrio de canto.

- ah vai começar, eu não tenho mais idade para isso, tenho coisas a fazer. - fala Finn se levantando.

- obrigada por ter vindo. - fala Noah se despedindo de Finn.

- agradeço pelo convite, boa tarde para vocês.

- boa. - Finn vai embora, deixando apenas Noah e eu na mesa.

- vovô já deve estar vindo para Washington. - fala Noah tomando seu suco.

- espero que o vôo atrase por duas semanas.

- ah Will, não começa, por que não consegue se dar bem com ele? - minha raiva aumenta, mas que porra de pergunta idiota.

- você sabe muito bem o por quê, David me odeia, só queria manipular meu pai, tudo o que ele queria era a editora, lembro de tudo desde pequeno. - respiro fundo.

- poderia tentar resolver essa situação.

- você não enxerga, não é? É o cachorrinho do David, o neto favorito, por favor Noah, você já foi mais esperto.

- não tenho culpa se ele gosta de mim.
- Noah diz e cerro a mandíbula com raiva. - nossas mães falavam que íamos ser melhores amigos, irmãos, mas na verdade somos iguais aos nossos pais, nos detestamos. - Noah me encara.

- o tio Albert nunca gostou de mim também, muito menos do meu pai, sempre foi o filho favorito de David, a vovó que sempre questionou isso.

- não discordo de você sobre meu pai, você sabe... Sempre admirei sua relação com o tio Edgar, gostava muito dele, diferente do meu pai, que nunca aceitou o fato de eu não querer lutar com você pela editora, nunca tive nada haver com isso, ele nunca respeitou minhas decisões e, mesmo que eu quisesse, a editora é por direito sua, tem muita coisa envolvida, mas você poderia deixar o vovô fora disso. - encaro Noah com raiva.

- você é idiota ou o que? Desde que eu era criança, Noah, David sempre me detestou e, é totalmente recíproco. - Noah revira os olhos.

- sinto muito. - ele encara a mesa.

- eu também. - retruco.

- olha, eu vou indo, até a noite. - falo me levantando.

- até.

Sigo de volta para o trabalho e passo o restante da tarde lá, na hora de ir para casa, levo alguns trabalhos da empresa para meu apartamento; adentro o mesmo e vou direto para um banho, precisava relaxar, olhar para a cara ridícula de David outra vez me causaria repulsa.

Tomo meu banho e visto minha calça jeans escura, ponho uma camisa de frio azul marinho e um coturno simples, coloco meus anéis e passo as mãos sobre meu cabelo, o bagunçando; hora de ir.

Saio de meu prédio, adentrando meu carro e seguindo caminho para minha antiga casa, tomara que isso seja rápido, que David não demore muito aqui e, que volte logo para Londres.

Chego em frente a grande casa e estaciono meu Impala, adentro a mesma e vejo tia Anne no sofá, conversando com Noah.

- Will... Que bom que veio. - ela caminha até mim, me abraçando.

- só por que pediu, faço isso pela senhora, apenas. - retruco baixo.

- eu sei, muito obrigada, seu avô está lá em cima, deve descer em instantes.

- jade vem? - Noah pergunta me encarando.

- você tem o número dela, por quê não pergunta? - ele revira os olhos. - ela vem Noah, ao menos eu espero.

- o quarto de Edgar tem um ótimo chuveiro... Mas não é lá essas coisas. - indaga David descendo as escadas.

Ele estava mais velho do que me lembro, estava mais magro também, sua barba grisalha mal feita estava bagunçada, suas vestes sociais simples não estavam bem passadas, seu cabelo grisalho estava caindo e, sua voz grave e irritante continuava a mesma.

- usou o quarto do meu pai? - pergunto franzindo o cenho.

- Will... Olha só, você cresceu, ainda perde seu tempo com aquelas porcarias de livros? Sempre achei que acabavam com você. - ele diz se sentando.

- pelo contrário David, me deram muito conhecimento, tanto que hoje, administro sozinho uma rede de editoras muito famosa. - ele serra os dentes para mim.

- tá vendo Anne? Seu sobrinho sempre foi um caso perdido. - tia Anne me olha com um semblante triste.

- é o que todos dizem. - retruco.

- e você, meu neto querido... Ainda com o projeto de fotografias? - ele encara Noah.

- sim vovô, tenho muitos planos para esse projeto.

- acho uma perda de tempo, deveria voltar para Los Angeles e ajudar seu pai nos negócios, assim ocuparia melhor a cabeça. - Noah desvia o olhar.

- posso pensar sobre isso depois. - Noah era um cachorrinho de David, lamentável.

- muito bem, que bom que não é arrogante feito seu primo, aliás Will, não vejo você com preparação o suficiente para comandar a Miller, poderíamos conversar melhor sobre o domínio da editora, você sabe, desde a morte de seu pai...

- não torne a falar do meu pai, você não tem direito. - serro o punho.

- ele era meu filho.

- você nunca gostou do meu pai, David, só quer a empresa, só isso.

- como se atreve? Tínhamos alguns problemas, mas ele era meu filho, quem garante que você não se aproveitou da morte dele? Já que era herdeiro... - meu ódio era evidente, serro o punho por impulso e iria até ele, mas Noah segura meu braço.

- não quer ir ver se o carro lá fora é o de jade? - ele fala próximo a mim, evitando minha ação.

- vou ver.

Saio para frente da casa e avisto a linda jade descendo de seu carro, seu vestido de um azul claro suave fazia contraste em sua pele pálida, seus cabelos pretos estavam soltos, ela usava o colar de lua que eu havia dado, estava linda, minha garota estava linda.

- está com a respiração pesada, seu olhar está sombrio... O que houve? - ela me conhecia melhor que qualquer outra pessoa.

- apenas me abrace, por favor. - ela me abraça, suas mãos envolvem meu pescoço e meus braços sua cintura, cheiro seu cabelo, respirando seu delicioso perfume, ela sela gentilmente meu pescoço, apertando ainda mais o abraço.

- quer conhecer o diabo? - pergunto.

- mas eu já conheço você. - ela me joga um sorriso.

- o diabo realmente ruim. - pego em sua mão e adentro a casa junto a ela.

- boa noite. - fala jade adentrando a sala, todos os olhares caem sobre ela, até mesmo de um homem de altura mediana, que não estava na sala minutos atrás.

- quem é você? - pergunto encarando o mesmo.

- isso é jeito de tratar a visita? Boa noite garota. - diz David.

- a casa é minha, preciso saber quem está nela. - retruco.

- esse é Tay, um amigo meu de Londres, veio me acompanhar, aliás... Um velho de setenta e três anos não pode mais viajar sozinho.

- boa noite. - fala o tal de Tay ainda encarando jade, sua barba gigante cobria metade de seu rosto, ele não me agradava.

- você conhece? - jade pergunta baixo.

- não, nem quero. - o encaro.

- jade, que bom que veio. - noah a abraça.

- qual o seu nome? - pergunta David da poltrona.

- jade, jade monlt, aliás, é um prazer. - ela vai até ele e estende a mão.

- Monlt? - ele pergunta juntamente ao homem chamado Tay ao seu lado.

- sim, por quê? - ela questiona.

- de onde você é, querida jade?

- Londres.

- por que o questionário? ela não veio dar nenhuma entrevista, tia Anne, não íamos jantar? - falo em tom sério e vejo Noah vir até mim.

- vê se você se controla. - ele diz em tom baixo.

- vê se toma conta da sua vida. - retruco.

- podem vir para mesa, o jantar está pronto. - tia Anne avisa e todos vão para a mesa.

Sentamos na mesa e nos servimos da bela sopa que marta havia preparado para nós, todos permaneciam calados, até que David decide abrir a porra da boca.

- a quanto tempo namora Will? - ele encara jade.

- nós...

- são amigos, melhores amigos. - Noah fala por cima.

- hum... Sou avô de Will, não por opção, claro. - ele toma um gole de água, seria tão simples um engasgo... Por quê não engasga? é só engasgar.

- papai... - questiona tia Anne.

- não se preocupe David, não me considero seu neto. - pisco para ele e jade segura meu braço.

- ótimo, então... Já conhece o meu neto Noah? - David pergunta.

- somos amigos, senhor Miller.

- ele é um ótimo garoto, um grande partido; só perde tempo com porcarias de fotografias, mas ele vai voltar a ajudar o pai nos negócios. - filho da puta irritante.

- ele é um rapaz gentil. - jade olha para Noah.

- muito gentil. - falo e ponho minha mão em sua coxa por debaixo da mesa, e sinto sua pele arrepiar.

- Will. - ela retruca baixo.

- quieta. - aperto ainda mais sua coxa e ela se ajeita na cadeira.

- a sopa ficou ótima. - fala tia Anne.

- realmente, aliás... Jade, por quê veio para Washington? Por que não ficou em Londres? - pergunta Tay encarando minha garota.

- muita coisa... Histórias para outro momento, prefiro não falar. - jade tenta encerrar o assunto.

- ah vamos, nos conte, estou curioso. - o filho da puta insiste.

- ela já disse que não quer falar. - encaro o mesmo.

- eu só perguntei... - indaga Tay.

- melhor parar de perguntas, amigo. - diz Noah olhando para o mesmo.

O jantar foi demorado, David insistia em tocar no assunto da Miller, o " amigo " dele sempre mantinha os olhos em minha garota; foi tudo uma grande merda, após o jantar nos reunimos na sala e, ficamos lá por alguns instantes.

- estou cansado, acho que vou subir para dormir. - fala David se levantando.

- boa noite vovô. - fala Noah se despedindo.

- não vai me dar boa noite William? - ele me encara.

- deixar que durma em minha casa, já é de bom tamanho. - retruco.

- William Edgar Miller. - tia Anne me repreende.

- não se preocupem, estou me retirando também. - faço sinal para jade subir comigo.

Subo com jade até meu antigo quarto, lá estava cheio de lembranças, nunca havia mudado nada ali, era o único lugar onde minha nostalgia era trazida a tona.

- me lembro bem daqui. - jade fala fechando a porta.

- sua tia ficava maluca quando você falava que tinha visto meu quarto. - ela sorri.

- acho tão bonita essa foto com seu pai... - ela toca o retrato em cima da escrivaninha.

- ela é sim. - respiro fundo.

- Will... - ela deita ao meu lado na cama. - não quer visitar o túmulo dos seus pais? Eu posso ir com você, podemos deixar flores e...

- jade. - eu a corto.

- o que?

- não é bem assim...

- tem algo que queria me falar? - ela questiona.

- não posso visitar o túmulo dos meus pais, por quê não tem túmulo nenhum.

- como assim? - jade me olha surpresa.

- eu nunca te falei nada, eu sempre quis esquecer isso mas... - ela segura meu rosto.

- me fala.

- no dia do acidente... David disse que não acharam os corpos, ele estava no México. - ela estranha.

- achei que ele morasse em Londres.

- e mora, mas disse que estava resolvendo algumas coisas em Cancún, disse que ele mesmo havia ligado para meu pai, para ele resolver algumas coisas da empresa por lá.

- isso é estranho...

- eu também achei, mas eu só tinha quinze anos, o que eu iria fazer?

- não acharam os corpos... Não foi um acidente de carro? Como não acharam os corpos? - ela se senta na cama.

- David disse que quando chegou lá, o carro estava destruído, a ponte era enorme, o carro havia parado a poucos centímetros da beira, a porta foi arrancada... Ele disse que os policiais deram como se os corpos tivessem caído nas águas abaixo.

- e seu tio? Como ele reagiu? - ela pergunta curiosa.

- o mesmo que David, são carne e unha, os dois... Você vai ver amanhã, ele vai estar aqui.

- Noah não gosta dele, não é?

- ele é cheio de problemas com tio Albert, o pai dele não é uma boa pessoa, muito diferente da tia Elly, que por sinal... Gostava muito da minha mãe.

- não sabia que a mãe dele e a sua eram amigas. - ela joga um sorriso fraco.

- eram sim, eu tenho pena de Noah por algumas coisas, eu não sou um mostro, jade, Eu só... Tenho muita coisa na cabeça. - ela senta em meu colo, colocando uma perna de cado lado do meu quadril, passa as mãos por meu cabelo e me encara.

- eu sei que você não é um monstro, sei que esse seu jeito é apenas para se proteger, sei que o fato de se abrir comigo é apenas por que confia em mim.

- confio... Confio muito. - envolvo sua cintura.

- você não tem mais quinze anos Will... Pode ir atrás dessa história do acidente com seus pais. - ela encara meus olhos.

- acha que vale a pena? Depois de tanto tempo?

- ajudarei você no que precisar. - ela acaricia meu cabelo.

- não quero que David saiba de nada. - falo a olhando.

- sua raiva dele, é apenas por causa dos seus pais e o interesse dele na empresa? Ou tem algo a mais? - seu rosto inocente me analisava, seu cuidado com as palavras era encantador, ela me conhecia melhor que qualquer outra pessoa no mundo.

- David me batia, jade... Eu era apenas uma criança, minha tia tomava conta da Miller o dia todo, toda vez que eu estava sozinho, ele vinha e me falava a mesma coisa, que quando eu crescesse, teria que passar a empresa para ele, a casa, tudo; ele rasgava meus livros, quebrava minhas coisas e, eu não podia dizer nada a ninguém, ele odiava minha mãe, ele tinha uma briga com o pai dela, se enfureceu quando meu pai resolveu casar com ela, por quê tudo que era do meu pai, iria ficar para minha mãe. - digo com os olhos marejados.

- meu Deus... Will, você nunca havia me contado isso, eu... Eu sinto muito. - ela passa a mão sobre meu rosto.

- ele sempre tratava Noah com carinho, mas é tudo manipulação, Noah nunca percebe isso, o que me deixa puto; ele sofria também, nas mãos do pai; o pai de Noah é um bêbado infeliz, batia na mãe dele quando bebia, descontava tudo em Noah depois, ele sempre fez tudo o que David pedia, era a única figura de pai presente que ele tinha, Noah nunca enxergou a verdade, isso me dá ódio.

- alguém além de nós, sabe o que seu avô fazia com você?

- Noah sabe, de tudo, ele me ajudava a concertar meus livros, ele sempre foi bom nisso, me ajudava a concertar meus carrinhos quebrados... Quando eu ia visitá-lo, me escondia no porão da casa dele, para evitar que tio Albert brigasse com ele quando chegasse bêbado, a gente se ajudava, mas isso era no passado, as coisas mudaram. - desvio o olhar.

- sinto muito que tenha passado por tanta coisa Will... conta comigo para o que precisar, vou ajudar você a descobrir as coisas sobre o acidente de seus pais.

- sei que posso contar com você, sempre soube, me perdoa se pareço um louco as vezes, é só que... - ela sela meu lábio.

- não tem que se desculpar, só tem que aprender a controlar seus nervos. - ela sorri.

- estou feliz por que vem a festa amanhã, mesmo que seja com Noah; isso não me impede de dançar com você ao menos uma vez.

- posso pensar no seu caso. - ela pisca para mim.

Envolvo a cintura de jade outra vez, a puxando para um abraço demorado, apesar de tudo... Ainda éramos melhores amigos, tínhamos histórias, memórias boas, coisas incríveis e, eu confiava tanto nela... Eu daria tudo por aquela garota, faria tudo por ela, se eu era um monstro, ela era a única que poderia trazer minha parte boa de volta, ela era minha luz em meio aquela escuridão que meu passado me trazia, ela era a única pessoa que eu deixava entrar, apenas ela.

- vem. - falo me levantando e trazendo ela comigo.

- o que vai fazer?

- dança comigo. - pego suas mãos e coloco sobre meus ombros, envolvo sua cintura e ponho uma música para tocar em meu telefone.

- essa música é golpe baixo. - ela fala em meio a um sorriso.

- eu amo você. - encaro seus olhos.

- eu te amo de volta. - ela sorri.

Estava frio lá fora, " the night we met " de lord Huron, ecoava pelo quarto, jade e eu dançamos lentamente, ela encostou a cabeça em meu peito, e eu encostei meu nariz em seu cabelo, sentindo seu cheiro, seu toque em meu pescoço, o que sinto por essa garota, é mais que atração física, é mais que apenas um desejo, ela faz com que eu me sinta vivo, ela é o motivo mais lindo que tenho para sorrir, odiaria vê-la magoada e, jamais me perdoaria se eu a magoasse, ela era a jóia mais preciosa dentre todas as outras, jade monlt... Você me tem por completo.

Em meio a dança, jade me olhava as vezes, encarava meus olhos, que ela insistia em dizer que eram sombrios, mas que nunca tinha medo deles, ela me beija, um beijo lento e significativo, significava carinho, cuidado, proteção, tomei algumas decisões tarde demais, mas ela ainda estava ali; paro o beijo e a encaro, encantado com sua doçura.

- a música acabou e continuamos dançando ao som do vento. - sorrio para ela.

- essa é a graça. - ela sela meu lábio.

- vai ter muita gente aqui amanhã, como se sente sabendo que será a mais linda da festa? - ela cora.

- pode parando. - ela sorri, que sorriso lindo... ah jade, como você mexe comigo. - já está tarde, tenho que trabalhar amanhã... Melhor eu ir. - ela fala pegando a bolsa.

- te levo até o carro.

Saímos do quarto percebendo a casa escura, não sabia que Noah iria dormir aqui... De fato não sabia onde ele estava, levo jade até o carro e vejo ela partir, respiro fundo e pego as chaves em meu bolso, iria para casa também.

- vai embora? - fala Noah do jardim.

- achei que estava dormindo, ou nem estava mais aqui. - falo indo em sua direção.

- vou daqui a pouco, estava pensando em umas coisas.

- seu pai chega amanhã. - eu o conhecia, sabia exatamente o que era.

- ele ficará apenas por dois dias, dois dias. - ele fecha os olhos.

- sinto muito. - me viro para sair.

- gosta dela, não é? - me viro para encarar Noah.

- gosto Noah, gosto muito e, vejo que gosta também. - ele desvia o olhar.

- faço tudo por essa garota Will. - o olho.

- imagino que sim. - me sento na grama e Noah se senta também.

- éramos como irmãos, lembra? - ele pega a bola de basquete ao lado.

- eu acabava com você no basquete. - sorrio.

- e eu acabava com você no baseball. - ele soca meu ombro de leve.

- onde a gente se perdeu? fomos criados como irmãos, passamos por tanta coisa. - ele me encara.

- erramos, nos magoamos, crescemos, continuamos a errar... Acho que só não era para ser. - desvio o olhar.

- sinto muito William, por tudo, de verdade, seus pais, Ana, o vovô, e... Você sabe, você era jovem demais. - ele toca meu ombro.

- sinto muito também, por tudo, você não precisa seguir tudo o que o David fala, se ele diz amar tanto você, deveria compreender suas vontades, você já é adulto, não se perca por palavras bonitas. - ele encara a grama.

- eu não odeio você. - ele me encara novamente.

- eu não odeio você. - retruco para ele.

- lembra daquele balanço? - ele aponta para o mesmo.

( Flashback on: Dez anos atrás. )

- Noah... Você já foi demais, agora é minha vez. - falo tentando tirar Noah do balanço.

- ah Will...

- deixei de ler meus livros para vir brincar, vai sair ou quer que eu te derrube? - Noah gargalha.

- eu sou mais forte.

- que mentira. - ele se levanta.

- vem na mão.

Noah tentava me dar socos e eu fazia o mesmo, caímos na grama tentando vencer um ao outro, mas as gargalhadas não deixavam a gente se conter, Noah era o irmão que nunca tive, adorava passar a tarde com ele.

- Noah, will!!! Vão sujar toda a roupa. - fala minha mãe nos olhando.

- relaxa tia, o Will lava depois. - Noah era um palhaço.

- Noah, sua mãe está chamando para o almoço, você senhor William, hora de organizar os jogos espalhados na sala. - ela passa a mão pelo meu cabelo sujo e me abraça.

- Noah me ajuda. - ele balança a cabeça.

- ótimo, irmãos se ajudam e se protegem, entenderam? - ela fala nos olhando.

- irmãos para sempre. - Noah entrelaça o dedo mindinho no meu.

- para sempre. - sorrio.

( Flashback off )

- nem lembra, você nunca deixava eu me balançar.

- eu tinha o poder. - rimos juntos.

- bom falar com você sem querer quebrar sua mandíbula. - o encaro.

- idiota. - ele sorri. - tenta amenizar com o vovô, por favor.

- eu acho que já deu, tenho que ir para casa. - me levanto.

- por que você é assim? - Noah fala se levantando.

- hora de ir Noah. - me viro.

Conversar com Noah me trouxe lembranças, coisas que as vezes eu esquecia, nós erramos tanto, as vezes nos questionamos por problemas, tristezas, mas se fomos reparar em nossos erros, é tudo consequência, é tudo aprendizagem, era apenas meu passado que não me deixava em paz; merda, a porra da nostalgia a tona.

Sigo caminho para casa, teria um dia cheio amanhã, tudo outra vez.

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