"What's that supposed to be about, baby?
Go free up your vibe, stop actin' crazy..."
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O menino alto de olhos castanhos fica olhando diretamente para a minha alma, me fazendo ficar perdida enquanto seus lábios carnudos e avermelhados se abrem em um sorriso.
Ele está fazendo eu pensar: e se agora eu fingir que sou surda?
Eu apenas o encaro sem palavras, finalmente conseguindo uma visão decente do seu rosto todo.
O que é isso? Uma festa para pessoas ridiculamente atraentes e eu só consegui entrar aqui por pura sorte?
Ele me dá uma olhada, apoiando o braço acima da cabeça contra a parede e inclinando a cabeça.
"E aí, qual foi?" Ele pergunta, ainda com o sorrisinho nos lábios. "Achou o banheiro Catarina?"
Eu franzo a testa para ele, puxando meu rosto para trás "Como você sabe meu nome?"
Ele molha os lábios, enquanto outro sorriso passa por eles "Escutei na conversa que você estava tendo com você mesma, é Catarina, né?"
"Talvez..." Eu respondo com cautela, virando meu rosto pra frente, intimidada demais pra ficar olhando ele por tanto tempo.
Ele morde a ponta da língua entre os dentes retos e brancos e da outro sorriso divertido. "Talvez? Tá bom, com quem mais você estava falando aqui?
Aponto para minha cabeça, levantando minhas próprias sobrancelhas e tento bancar a louca para que ele me deixe em paz. "As dez vozes que ficam martelando aqui dentro!"
Ele segura uma risada, trazendo seus dedos no queixo.
Ele usa um anel enorme no dedo anelar da mão direita, enquanto na esquerda eu vejo dois mais finos, um no dedo anelar e outro no mindinho.
Esse homem gosta mesmo de acessórios.
"Então me diz..." Ele começa curiosamente, abrindo aquele maldito sorriso lentamente. "Você tem o hábito de pegar as pessoas no ato?" O olhar arrogante e irritante em seu rosto me provocam.
Eu engasgo com minha própria saliva, boquiaberta para ele - quem diabos pergunta isso - e por que ele está sorrindo? Foi constrangedor!
"Você tem o hábito de receber boquetes no quarto de outras pessoas em festas?"
Ele franze os lábios, então olha ao redor pensativo, como se estivesse relembrando as vezes que já fez isso.
Eu limpo minha garganta, olhando pro lado e vendo a menina loira indo em direção do portão. "Não quis entrar e ver você com sua namorada, deveria ter batido." Murmuro, apontando para a menina.
As sobrancelhas dele se erguem e ele vira a cabeça para onde estou gesticulando e olha para mim com um olhar divertido. "Eu nem lembro nome dela, eu conheci ela uma hora atrás!"
É, imaginei que ele era um desses.
Ele inclina o rosto para mais perto do meu, com um olhar presunçoso. "Você não era cega antes?"
Meu coração para no meu peito, e meus olhos se arregalam me lembrando de novo dessa vergonha que eu passei.
"É um milagre!" Eu suspiro, olhando ao nosso redor fingindo estar chocada e bato minhas mãos no meu rosto "Eu consigo ver!"
Eu jogo minha cabeça para trás para olhar para ele, para ver ele me observando com uma sobrancelha levantada e um sorriso tenso que está tentando conter uma risada.
Ele acabou de testemunhar uma pessoa cega conseguindo ver novamente, isso é um momento muito importante, não entendi o motivo dele estar rindo.
Eu sou tão burra... Obrigada cérebro, arruinando minha vida como de costume.
Ele passa os dedos sobre o lábio inferior, deixando escapar uma risada baixinho antes de se aproximar de mim, ficando bem ao meu lado enquanto pousa o braço acima da minha cabeça e olha para mim.
"Você tem olhos muito bonitos, é o castanho mais claro que eu já vi. Deve ficar bonito no sol."
O que eu tenho que fazer pra esse menino sair daqui com seu sorrisinho bobo?
Parece que quanto mais estranha eu ajo, mais diversão aparece na expressão fácil dele.
Ele tem um chame, é conquistador e confiante, mas também tem uma essência que reconheço como a palma da minha mão, ele passa pelas pessoas e depois cai fora mais rápido que a velocidade da luz.
"Obrigada..." Repondo meio surpresa com o comentário fofo dele. Merda. "Foi esse elogio que você fez pra menina loira lá em cima?" Pergunto brincando.
Eu não sei reagir a elogios, preciso sempre mudar de assunto.
Ele traça seus olhos sobre mim lentamente, mordendo o lábio inferior antes de soltá-lo, me lançando um olhar maliciosos. "Não, mas deu certo com você?"
"Não!" Eu digo dando um sorrisinho de boca fechada pra ele. "Pode tentar jogar esse chame pra outra pessoa!"
Ele abaixa o rosto até o nível dos meus olhos, arrastando a língua sobre o lábio inferior pensativamente enquanto escova meu cabelo sobre meu ombro.
"Charme?" Ele fala lentamente, lançando seus olhos sobre meu rosto. "Mas eu não estou fazendo nada, só vim conversar com você."
"Sim, você parece ser bom em deixar as pessoas tontas com esse seu sorrisinho bonito, bigodinho fininho e carinha de malandro." Respondo rapidamente, engolindo seco com a cara de divertimento dele.
Fora esse sotaque carioca. Eu tenho certeza que não tem uma pessoa no mundo que não fique com o coração batendo mais forte quando escuta um sotaque carioca.
"Entendi, então quero testar essa sua teoria." Ele sorri, olhando para baixo para traçar o dedo sobre o material da minha camisa e cada órgão do meu corpo congela quando ele faz isso. "Eu deixei você tonta?"
Eu bufo, minha ansiedade me fazendo ficar ainda mais irritada com o comportamento dele e o fato de que ele não vai pegar o sinal de que eu estou agindo igual uma idiota com ele só pra ele me deixar em paz.
Eu realmente acho que cheguei na minha cota dessa noite, chegou a hora de eu ir pra casa.
Não tenho mais paciência para pessoas como ele, não me importo com o que você faz nas festas - sua vida sexual é da sua conta, mas não pretendo ser um brinquedo para ele colecionar e colocar na prateleira de pessoas que ele conquistou.
Principalmente porque eu simplesmente não quero contato humano em geral agora, não me importo se for por uma noite ou quinhentas. Não estou interessada.
"Acredite em mim, eu não sou o tipo de diversão que você está procurando hoje. Pode procurar outra pessoa!" Eu digo a ele, tentando manter minha voz passiva enquanto me levando e tento passar por ele para voltar lá pra dentro.
Sua mão pega meu braço, me parando e ele dá um passo atrás de mim, seu peito firme pressionando contra minhas costas enquanto ele inclina seu rosto para descansar seus lábios quentes perto da minha orelha.
"Na verdade, acho que você é exatamente o que estou procurando" Ele murmura baixinho. Sua respiração bate em minha pele me fazendo morder o interior da minha bochecha.
Um arrepio percorre minha espinha com as cócegas de sua respiração em meu ouvido, e meus joelhos parecem de repente serem feitos de gelatina quando escuto sua voz rouca.
Pelo amor de Deus o que está acontecendo comigo?
Ok, talvez a essa altura ele já tenha percebido que eu sou estranha, então o que eu fizer não vai fazer ele pensar outra coisa de mim.
Eu aponto para o nosso lado gritando em estado de choque. "Meu Deus, que porra é essa! Você viu isso?"
Sua cabeça levanta e vira rapidamente enquanto sua mão cai do meu braço, olhando assustado pra onde eu apontei.
Ok, agora que meu plano funcionou, faço a única coisa que resta a fazer.
Sair daqui.
Eu me afasto dele, entrando e passando pela sala rapidamente, mas toda a minha esperança morre quando ele pula na minha frente me parando e eu quase caio de cara em seu peito.
Óbvio que ele com essas pernas compridas ia me alcançar.
"Você fez isso de propósito?" Ele resmunga, ainda com uma expressão de quem está se divertindo enquanto parece que estou prestes a desmaiar de vergonha ali.
"Não, eu só realmente preciso fazer xixi - e eu, é, eu preciso ir para casa ver o meu namorado!" Eu minto rapidamente, querendo bater meu rosto na parede por causa do fato de que meu cérebro não consegue simplesmente dar uma resposta que não seja ruim.
E agora, para completar, eu tenho um namorado imaginário.
EXCELENTE.
Ele levanta uma sobrancelha incrédulo, inclinando a cabeça em curiosidade. "Namorado? É sério? Qual é o nome dele?"
"Chico!" Eu deixo escapar, querendo pegar as palavras e enfiar de volta no segundo que elas saem.
É a porra do único nome que está sempre na minha mente.
"Chico?" Ele bufa. "Esse é o nome dele?"
Eu torço meu rosto em ofensa. "Sim, na verdade é Francisco, mas chamo de Chico!" Ele puxa os lábios para o lado, tentando sorrir enquanto seus olhos enrugam nos cantos.
"Humm" Ele cantarola. "Que pena, você destruiu meu coração..." Ele faz biquinho, tentando parecer desapontado. "Seu namorado é um cara de sorte!"
"Sim, bom, muito legal te conhecer, mas vou embora! " Digo, apontando para o Erick que está na parte de trás da casa. "Antes vou dar tchau para os meus amigos, depois ir pra casa encontrar meu namorado sortudo." Eu dou um sorriso forçado, dando um tapinha em seu ombro e ele olhando para minha mão, arqueando as sobrancelhas antes de olhar de volta para o meu rosto.
Eu não espero ele responder antes de desviar dele e deixa-lo ali parado de pé no meio da sala.
"Espero te ver de volta destruidora de corações!" Eu escuto a voz maliciosa dele ecoar atrás de mim.
Eu apenas jogo meu braço pra cima, dando a ele um sinal de positivo com o polegar antes de acelerar meus passos para a parte de trás da casa.
Vou me jogar da janela a próxima vez que eu ver aquele sorrisinho na minha frente.
***
Primeiro diálogo do sorrisinho e da destruidora de corações ✨