Os Oito Domínios

By CFernandes_

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Detalhes sobre a história
Cara nova
Personagens + Booktrailer
🔹 Sinopse 🔹
🔹 Prólogo 🔹
🔹 01 🔹
🔹 02 🔹
🔹 03 🔹
🔹 04 🔹
🔹 05 🔹
🔹 06 🔹
🔹 07 🔹
🔹 08 🔹
🔹 09 🔹
🔹 10 🔹
🔹 11 🔹
🔹 12 🔹
🔹 13 🔹
🔹 14 🔹
🔹 15 🔹
🔹 16 🔹
🔹 17 🔹
🔹 18 🔹
🔹 19 🔹
🔹 20 🔹
Deixe aqui a sua pergunta!
🔹 21 🔹
🔹 22 🔹
🔹 23 🔹
🔹 24 🔹
🔹 25 🔹
🔹 26 🔹
Que personagem você seria em Os Oito Domínios?
🔹 27 🔹
🔹 28 🔹
🔹 29 🔹
🔹 30 🔹
🔹 31 🔹
🔹 32 🔹
🔹 33 🔹
🔹 34 🔹
🔹 35 🔹
🔹 36 🔹
🔹 37 🔹
🔹 38 🔹
Bônus
🔹 40 🔹
Próximos livros da trilogia

🔹 39 🔹

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By CFernandes_

A dor que sinto ao ter meu peito perfurado por um punhal é gigantesca, porém, ao assimilar de onde o golpe veio, faz com que a pontada fique ainda mais aguda.

Minhas pálpebras parecem serem as primeiras a sentir o peso do golpe, mas, mesmo assim, ergo meu olhar para encara a Sarah. E choque passa pela minha mente ao reconhecer o sorriso que estampa o seu rosto.

O sorriso que ela sempre mostrava quando se sente verdadeiramente feliz. Aberto, sincero. Ele está aqui presente ao me ver sangrar, com o rosto contorcido de dor. Sendo que foi ela a criadora disso.

Quero abrir a boca, falar com ela, mas minha língua pesa dentro da boca, a saliva se acumula ali dentro densa, queimando ácida demais e deixa um gosto estranho. Não separo os lábios, acredito que se eu fizer isso, vomitarei, gritarei ou pior.

Meus músculos começam a sacudir, contrair, expandir e pulsar, e sem conseguir controlar nada, vou de encontro ao chão.

A saliva acumula e se multiplica, porém não tenho forças nem para engolir, muito menos cuspir, apenas sinto escorrer ao lado do rosto. Meu olhar está focado numa madeira no canto do quarto, e a cada momento a enxergo menos.

Tudo está ficando turvo e dormente.

Minha mente, ainda se recusando a cair na escuridão, me leva de volta a lembranças que compartilhei no começo da amizade com a Sarah. Sinto a garganta apertar, não sei se por aquilo que está acontecendo comigo ou por um choro que quer sair, por recordar das risadas que compartilhamos, de lembrar da menina solícita, envergonhada, porém simpática que conheci quando mais nova.

Não quero pensar que essa lembrança é a mesma pessoa que sempre me recebia com abraços apertados e sorrisos amplos.

Tento puxar algum momento em que ela pudesse ter me dado alguma dica, mas nada.

Eu a admirei por boa parte do nosso crescimento e não me parece certo esse momento atual.

Em algum momento meu corpo é virado e estou olhando para o teto da casa na árvore, e por uma fresta ali, consigo ver um pequeno e embaçado pedaço do céu. Pisco algumas vezes até conseguir focar em uma estrela. Não sei que estrela é aquela, mas me sinto bem de, pelo menos, estar olhando algo bonito.

Não sei se é uma nuvem ou minha visão finalmente desiste de mim, mas tudo o que eu passo a ver é uma névoa.

A temperatura parece descer drasticamente e só queria alguma fonte de calor nesse momento.

Se isso é a morte, com certeza ela é mais pacífica do que imaginei, mas bem mais solitária. Queria sentir algum tipo de contato, queria sentir alguma mão sobre a minha.

Pensei sinceramente que a dor apenas levaria tudo embora, que seria piedosa, mas quando uma dor aguda simplesmente sobe por minha coluna e faz uma morada na base do meu pescoço, sei que ela quer judiar de mim um pouco mais.

Um espasmo vem, e com um respiro cortado, eu grito e giro o corpo, e a visão embaçada e confusa encara mais uma vez os acontecimentos dentro da cabana.

A figura do Adam está trêmula, e se não estou enganada, ele está pulando em cima de alguém. Não sei ao certo quem é, mas sinto o impacto percorrer a madeira, fazendo-me sentir um pouco melhor. Então o contorno do Adam começa a se mover rápido demais, se tornando um borrão.

Pensei que as coisas começariam a escurecer, porém, em vez disso, tudo começou a se tornar mais claro, até que tudo o que consigo enxergar é uma imensidão branca.

Mas ainda sinto os impactos do chão abaixo de mim. Ainda consigo sentir o cheiro suave do suor do Adam. Sem conseguir enxergar e com as sensações parecendo mais distantes de mim não sei se eles que estão se afastando, ou eu que estou perdendo esses sentidos também.

Escuto gritos com vozes esquisitas, risadas distorcidas, até que tudo parece escorrer entre meus dedos.

Minha existência ficou resumida apenas as batidas fracas e abafadas de meu coração. Distantes, difíceis de distinguir. Porém eu sei que aquilo eram os meus batimentos.

Não quero me desfazer deles.

Afinal é tudo o que me resta aqui nesse mundo branco.


 Sarah 

Os conceitos de sentimentos sempre foram bem claros para mim, afinal, fui privada de muitos deles, então quando descobri que tinha a capacidade de odiar e que podia fazer aquilo livremente, me agarrei como consegui ao sentimento.

Minha infância foi longe de ser algo normal.

Normalmente as primeiras palavras de uma criança são algo como "Mamãe" ou "Papai", mas as minhas foram "Micael", de tanto que eu ouvia falar o nome Michael pela casa. Assim que passei a compreender frases e conceitos, explicaram-me de onde eu vinha e o que me foi tirado.

Tive um momento em meu crescimento que pensei que aquelas histórias eram mentira, e que minha mãe por algum motivo estava me enganando. Porém, havia evidências demais, tudo o que ela me contava se encaixa tão bem, que me vi descartando a possibilidade e me dediquei ainda mais a aprender tudo o que eu conseguia sobre Nihal e as pessoas que nos expulsaram de lá.

Enquanto algumas crianças da minha idade estavam aprendendo a escrever textos, formulando cartas para a família e amigos, eu me via estudando línguas antigas, aprendi idiomas que as escolas sequer pareciam sonhar em conhecer.

Depois das línguas, passei para coisas mais complexas, como compreensão de feitiços, magia e outros mundos ligados ao nosso. Desde que me as lembranças começam a aparecer para mim, eu me vi rodeada por essa rede de apoio.

E todos nela se preparavam pelo momento ideal.

O momento em que teríamos a oportunidade de nos vingar por meus antepassados, por termos sido limitados, de não podermos ter tudo o que desejamos.

E afirmo que crescer com esse impedimento, que não importa o que façamos não há como transpor, é algo irritante e frustrante. Saber que eu nunca vou poder alcançar o meu verdadeiro potencial fez com que esse ódio afundasse tanto dentro de mim que não sei quem sou sem ele.

Saber quem foi e é responsável por eu estar sempre na sombra do que eu poderia ser... Traz um sentimento agridoce na ponta da língua. A nossa hora finalmente está chegando.

Crescer e evoluir quando tudo o que possuímos são migalhas é um processo lento e amargo. Principalmente quando temos a oportunidade de ver as pessoas que possuem tudo o que nos foi negado e utilizando aquilo de maneira tão rasa. Mas cada passo meu me trouxe até aqui.

Saber de onde eu vim, quem são meus antepassados e tudo o que eles passaram moldaram cada aspecto dos meus pensamentos e tudo o que sou hoje é por conta de Michael.

Sei que há um objetivo maior por trás de tudo isso, um objetivo que vai nos trazer a glória que merecemos, mas minha missão é apenas uma, e me instruíram da maneira correta para que eu conseguisse identificar o melhor momento para colocar isso em ação.

Não há nenhum pedacinho de hesitação em mim.

Eu vi a situação, o momento, e algo na boca do meu estômago me mostrou que aquela é a hora certa.

Confesso que não gosto muito desse ser o ponto inicial do nosso plano, mas sei que os frutos que plantei aqui serão colhidos lá na frente, então tudo o que sinto é coragem percorrer minhas veias quando aperto o cabo do punhal em minha mão.

É engraçado ver o seu rosto confuso quando eu tampo sua boca e a acerto.

Ela nunca teve o menor motivo para desconfiar de minha amizade. Sempre estive a seu lado. Ajudei sempre que ela precisou de mim. Sorri sempre que foi necessário. Chorei nos momentos que eram propícios. Aconselhei como uma verdadeira amiga faria, e não fraquejei durante nenhum momento.

Não falhei, e esse é o momento que recolho o que plantei.

Enquanto crescíamos, era impossível não reparar o quanto ela gostava do Adam. Pensei que seria melhor manter os dois separados, já que por serem de família importantes, são bem poderosos e teriam um ótimo treinamento, porém, descartei logo a ideia quando percebi que seria idiota da minha parte me posicionar contra o relacionamento dos dois, e que mesmo com essa "aliança" poderosa resultaria num ponto fraco para ela.

Afinal, se ela gosta tanto assim dele, perdê-lo causaria um dano considerável nela.

A oportunidade é perfeita. Edith não está aqui. A sua magia e conhecimento sobre domínios seriam um empecilho para que isso dê certo.

Será bem mais fácil lidar com o namorado, guardião e junção de gente inexperiente.

A adaga estava bem escondida no corpo e o veneno em sua lâmina, com certeza, fará o que é necessário bem rápido. Tive que a remover com cuidado, pois quero estar bem lúcida quando desferir esse golpe.

Mesmo que eu tenha uma boa ideia do que acontecerá depois, ainda sim me considero vitoriosa ao sentir o metal perfurar o seu peito.


Adam 

Solto um suspiro discreto ao perceber que ninguém nos seguiu.

Ainda sim temos que ficar de olho, pois espero que Edith nos acompanhe em pouco tempo. Torço para que ela esteja bem e que consiga nos encontrar.

Aquela cabana é um ótimo lugar para descansarmos.

Precisamos urgentemente de um descanso. Ainda não tenho certeza da quantidade de caminho que teremos de percorrer até estarmos em segurança. E ainda mais com a torção no pé da Sarah, aí que não conseguiríamos seguir.

Não queria ter demonstrado muito, mas a Megan percebeu que eu ainda não estou recuperado do envenenamento.

Sinto-me mal por toda essa situação. Por ver o cansaço, medo e abandono estampado no azul dos olhos dela. O olhar distante, perdido em pensamentos que não devem ser nada agradáveis. Mas um lado egoísta e não tão pequeno quanto eu imaginei está feliz e aliviado por ela estar aqui, bem e sem ferimentos graves, pelo menos não físicos.

Seus ombros não relaxaram em nenhum momento, parece que ela está esperando que algo de ruim aconteça.

Edith ainda não ter aparecido, mesmo com já algumas horas aqui nesse esconderijo não melhora em nada o humor de ninguém. E apenas podendo esperar o retorno dela, torna as coisas ainda mais complicadas.

Sei que há pouquíssimas coisas que a impedem de chegar aqui e pensar nessas possibilidades fazem um nó se formar em minha garganta, mas não consigo me fazer compartilhar esses pensamentos com minha namorada, ela realmente não precisa disso agora.

A noite avançou e a minha vez e do Martin de ficar de guarda. Só espero que a Edith apareça e Megan consiga respirar aliviada.

Olho para o lado e vejo Sarah se aproximando da Megan e ainda não consegui afastar de mim uma sensação de que algo pode estar errado, mas espero que as duas conversem um pouco e quem sabe o peso nos ombros da Megan dissipe um pouco.

Não consigo escutar o que as duas conversam. Não me parece nada demais e tento me concentrar em todo e qualquer movimento do lado de fora. De vez em quando olho para o lado de dentro também, só para ter certeza de que tudo está bem.

E foi numa dessas olhadas que eu captei um brilho diferente vindo de dentro. Demoro um pouco para assimilar a cena.

Sarah com um sorriso amplo no rosto. Uma de suas mãos estendidas tapando a boca da Megan, a outra meio curvada na altura do peito. O olhar arregalado de Megan.

Só quando eu vi o corpo de Megan tombar para o lado, e que identifiquei o cabo pendurado em seu peito é que eu entendi que algo está muito errado.

Meus pés me movem antes que eu assimilasse tudo.

— Martin, cuide da Meg — digo, e olho para a Sarah que está de pé, parecendo querer fugir.

Mas não vai mesmo!

Crio uma barreira de ar ao seu redor, a impedindo de dar outro passo. Estou correndo com tanta intensidade que quando o meu corpo se choca contra o dela, a derrubo no chão com um barulho alto e provavelmente dolorido para ela.

— O que você fez? — mal reconheço minha voz.

— Esfaqueei a sua querida namorada — ela diz com um sorriso tranquilo.

— Quem é você? — engulo com muita dificuldade a raiva que me cobre nesse momento. Mas não consigo deixar de lado a possibilidade dela ser controlada por outra pessoa, possivelmente Tobias, e as atitudes dela serem justificáveis, ainda que desprezíveis.

— Não me olhe assim Adam. Ainda sou eu, a Sarah. A pessoa que você conhece desde quase sempre.

— A pessoa que eu conheço não esfaqueia a melhor amiga.

— Não me faça rir! Como eu poderia ser melhor amiga da pessoa descendente daquela que me tirou tudo?! — ela diz com raiva e tenta sais debaixo de mim.

— Que te tirou tudo? — pisco, sentindo que as coisas começam a clarear para mim. — Você é descendente de Michael... — minha voz agora sai num sussurro.

Eu já ouvi falar sobre eles, mas tudo pareceu muito mais lenda do que realidade.

— Sabe, sempre tive um pé atrás com você por conta disso... Você é bem inteligente, pensei que em algum momento pudesse cometer um erro e tudo ir ralo abaixo, mas ainda bem que para amizade e amor você é bem tapado... — ela dá uma risada e trinco os dentes.

Nunca pensei que algum dia teria tanta vontade de bater em alguém, de tirar a arrogância de uma pessoa na base do soco, mas esse dia chegou.

Ao perceber que o plano da Sarah parece ser muito mais profundo do que isso e bem mais complexo para ser realizado por uma pessoa só, fico alerta, pensando que pessoas podem aparecer a qualquer momento, nos deixando numa desvantagem gritante.

— Calvin! — chamo a atenção do homem que já está olhando para nós com um semblante assustado. — Preciso que você fique de olho ao redor da cabana, se qualquer pessoa se aproximar, me avise!

Ele afirma e fica de pé, já indo para a porta principal.

— Como é que você pode ter certeza de que ele não está do meu lado Adam? — a voz da Sarah traz as minhas incertezas para um nível aterrorizante.

— Não sei! Mas acho que posso afirmar que todas as pessoas nessa cabana são melhores do que você!

— Mais uma vez, uma afirmação inteligente — ela dá um impulso com o quadril e acerta o joelho em minhas costas, o que me faz cair para o lado.

Rapidamente ela fica de pé e de suas botas, retira pequenas lâminas. Assume uma postura de ataque e faço o mesmo. Não queria que fosse assim, mas ela não está me dando muita escolha, mas vou dar preferência a aprisioná-la, mas quem sabe fazê-la sofrer só um pouco.

Tomando a iniciativa ela usa a barreira de ar como ponto de apoio para o seu pulo e então tenta acertar meu rosto com um soco. Desvio do golpe de suas mãos, mas não esperava que ela arremessasse com tanto agilidade a adaga que se enterra em meu braço direito.

Por reflexo, giro o corpo para o lado tentando lidar com a dor, quando sinto ela utilizar a adaga como ponto de rotação e dá um pulo, se estabelecendo em minhas costas, o roçar do fio em minha carne, me faz gritar.

Vejo sua mão livre descer em direção ao meu peito numa velocidade impressionante, mas consigo bloquear o ataque e com um ataque de ar, consigo retirá-la de minhas costas.

Onde diabos ela aprendeu a lutar assim?

Giro o corpo apenas para ver que ela já está de pé e avança em mim mais uma vez. Sentindo o sangue ferver, removo a adaga de meu braço e arremesso em sua direção, ela tem que desviar a direção por apenas um segundo, mas é tudo isso que eu preciso.

Jogo uma parede de ar em sua direção e sem ter como escapar, ela apenas aceita o golpe, indo bater na parede atrás dela, tamanha a força. Ela não demora a ficar de pé e cospe um pequeno bolo de sangue no chão de madeira.

Tento levar aquela briga o mais distante possível da Megan, que só consigo torcer para que esteja bem na medida do possível. Preciso liberar um pouco dessa raiva para poder focar minha atenção a quem merece.

O corte em meu braço é bem profundo e sangra numa velocidade impressionante, Sarah parece saber onde acertar para um dano acentuado. Mas ela deve saber que eu também tenho esse tipo de conhecimento.

Lanço algumas lanças de fogo e ar em sua direção, me impressionando com a destreza e capacidade com que ela, mesmo naquele espaço limitado, consegue escapar da grande maioria. Mas é apenas isso mesmo.

Os cortes vão acontecendo, os domínios vão prevalecendo e mesmo superficiais estão sendo criados a uma velocidade satisfatória. E quando uma lança de ar encontra o caminho bem no centro de sua coxa, ela cai no chão com o rosto numa careta de dor.

Sua adaga desliza de sua mão e aproveito o momento para me aproximar.

Estou no alcance dela quando ergo a mão para utilizar meu domínio. Sarah encolhe seu corpo, num gesto tão primitivo, tão amedrontado, que eu vacilo por um segundo.

E é só isso que ela precisa.

Num pulo ela fica de pé e desfere um soco bem em cima da ferida aberta de meu braço. Uma pontada de dor percorre meu corpo como um raio. Mal pisco e ela já tem uma das adagas em mãos. Ela joga baixo, e conseguiu me deixar ainda mais com raiva.

De costas para não, Sarah não vê o pequeno tornado que criei, então só recebe todo o impacto e a adaga voa de suas mãos sem destino. Depois de rodopiar algumas vezes em pleno ar, ela cai de joelhos na madeira, e mesmo tonta, começa a tatear o chão provavelmente procurando sua arma.

Não vou dar nenhuma outra chance a ela.

Adenso o ar ao seu redor, faço com que ele fique tão pesado que ela tenha dificuldades para de mexer, de respirar. Seu rosto começa a arroxear pela dificuldade na respiração e suas feições falam por ela, já que não grita ou solta um pio. Apenas me encara com uma feição que não consigo identificar.

Não vou lhe dar mais atenção.

Faço uma prisão de fogo ao seu redor, não suficiente, cubro a de fogo com ar. Não me dou bem dominando três elementos ao mesmo tempo então deixo apenas com esses dois.

Acredito que isso seja mais do que o suficiente para segurá-la, porém não tenho como ter certeza pois sei que não conheço mais a garota de cabelos cacheados que está na minha frente. Saber que ela nunca foi o que se mostrou para nós é um soco no estômago.

Vejo ela tentando colocar a mão para fora da prisão de fogo, por entre as barras que criei, porém, assim que sua mão tenta atravessar, chamar preenchem o espaço vazio, a impedindo de deixar o braço ali.

Fecho um pouco mais o cerco ao seu redor. Quero que mesmo que não tenha claustrofobia, ainda sim se sinta sufocada e incomodada ali dentro. Seu sofrimento vai ter que ser o suficiente enquanto não tenho certeza de qual é a situação da Megan.

— Melhor você ir falar com a minha "melhor amiga" — ela faz questão de fazer as aspas no ar. — Não acho que ela tem muito tempo de vida.

Meu coração gela no mesmo segundo.

E quando ela abre um sorriso vitorioso por conta da minha expressão, minha raiva atinge um nível que eu nunca imaginei sentir. Quem diria que eu um dia sentiria tanta raiva de uma outra pessoa a ponto de pensar em tirar a vida dela...

Deixando-me levar pela raiva, diminuo ainda mais a prisão, de modo que minhas chamas alcancem sua pele. O grito assustado que ela dá faz com que o sorriso em seus lábios morra, mas nem assim me sinto melhor.

Olho ao redor, e encontro o Martin no canto do casebre, segurando a cabeça da Megan em seu colo. A cabeça dele está baixa, e nem parece prestar atenção no que está acontecendo ao redor. Seu foco está completamente ligado na menina ferida em seus braços.

— Como ela está? — pergunto indo para o seu lado.

Sinto-me desesperado por não conseguir desviar os olhos da prisão de ar e fogo que Sarah está presa, mas não sei se ela tentará alguma coisa se eu olhar por meio segundo para o lado.

— Mal, nem sei se ela...

— Vamos ficar calmos — o interrompo, sem querer ouvir o que ele quer dizer. — Preciso que você fique de olho nessa prisão. Se acontecer qualquer coisa fora do comum, me avise, eu só preciso olhar para ela agora, saber se eu posso fazer alguma coisa e...

— Não precisa se explicar jovem Adam.

E sinto sua mão em meu ombro. Trocamos o foco de nossos olhares e quando meu olhar recai sobre a menina que possui meu coração, sinto ele se despedaçar.

Há tanto sangue. Tanto sangue e aqueles olhos fechados.

Sua pele ainda está quente, mas quando vejo veias negras subindo por seu rosto anormalmente pálido, meu mundo começa a ruir.

Olá dominadores!! Como vocês estão depois desse capítulo?! Acredito que consegui melhorar um pouco as motivações e os sentimentos explorados nesse capítulo, já que temos a participação da Sarah e do nosso querido Adam.

Próximo capítulo é o último e estou muito animada em finalmente concluir essa narrativa reescrita com todos vocês! Ainda dá tempo de deixar a seu pergunta no capítulo, e antes de postar o último capítulo eu estarei postando esse bônus de perguntas e respostas! Então fiquem de olho!

Capítulo cheio de emoções e o último não será diferente! Então não deixem de acompanhar o que a história nos reserva para o final! Conto com a interação de vocês!

Até mais!

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