MOTIVOS | L7NNON |

By virtualjournalx

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Você já conheceu alguém que fez você começar a parar de sentir a sensação de estar caindo, e começar a sentir... More

INTRODUÇÃO // AVISOS
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By virtualjournalx

"Now that i'm on the edge
I can't find my way, it's inside of my mind of mine
open up and see what's inside of my, my mind..."

**

Duas horas.

Duas horas, doze minutos e trinta e cinco segundos.

Não que eu esteja contanto as horas.

Tá bom, eu estou contando.

Passei a maior parte da noite até agora aninhada em um sofá, junto com o único cara que parece tornar esta noite um pouco mais fácil.

Vodka realmente é um cara legal, eu deveria começar levar mais a sério o que o Erick me indica.

A casa está cheia de luzes de festa, música alta e balões por todo lugar, está tudo muito lindo e fofo.

Erick está constantemente me levantando do sofá, fazendo eu socializar e conhecer alguns amigos do Victor, e juro que estou dando meu máximo.

Fiquei feliz em ver o quanto Victor amou seu presente, ele sempre gostou de me ver desenhando e pintando, e levando em consideração que ele é leonino, não teria como ele não amar um desenho com o rosto dele.

Ele ficou com os olhos lacrimejando e me puxou para um abraço tão forte que quase quebrou minhas costelas. Faz tempo que eu não sei muito bem como lidar com afeto e emoções, eu realmente só me sinto à vontade em mostrar isso pro o Chico e pro Erick - quando ele não está me irritando.

Ainda estou muito feliz por ter sido capaz de fazer algo bom para o aniversário dele, e mais feliz ainda com a expressão impagável quando ele me viu entrando aqui na casa dele.

Confesso que eu estava vindo meio forçada e com má vontade, mas quando cheguei aqui não deixei transparecer isso de forma alguma. Ninguém suporta estar em uma festa perto de alguém mal humorado ou com a cara feia, então se eu estou aqui, eu não vou ser essa pessoa que estraga a animação dos outros.

Eu posso estar meio ferrada da cabeça, mas eu ainda tenho noção.

A música na casa está vibrando alto, e pelo menos o gosto musical que Victor e Erick tem, deixa tudo muito melhor.

Eu amo o fato de que no momento está tocando:

7 Rings - Ariana Grande (versão funk)

Música é provavelmente uma das coisas que eu mais amo na vida, eu escuto música 24h do meu dia, minha playlist toca literalmente tudo - você facilmente escutaria uma sequência de: funk, pagode, rap, pop, música clássica, sertanejo e rock saindo da minha caixinha de som.

Me sinto em um túnel do tempo quando escuto música, e com certeza eu tenho uma música pra cada situação da minha vida.

Eu vejo a todas aquelas pessoas espalhadas na casa dançando, rindo, conversando, interagindo e curtindo.

Acho que vou andar por aí um pouco.

Meus olhos pegam outro par de olhos no canto da sala, um menino de pé com dois amigos. Ele dá um leve sorriso, parecendo querer se aproximar de mim.

Ok, essa é a minha deixa para sair.

Dou um sorriso educado de volta e me empurro para fora do sofá, indo direto para a escada para subir no banheiro, quarto, ou qualquer lugar que esteja vazio.

Só preciso me esconder por alguns minutos e pensar em uma desculpa que posso dar ao Erick pra ir para casa. Acho que já fiz minha parte, vim, interagi, me diverti - o máximo que consegui - e acho que fui uma boa amiga.

Já posso ir pra casa.

Eu passo pedindo licença para algumas pessoas enquanto me assusto com a quantidade de garrafas e bagunças espalhadas pela cozinha, ficando maior ainda quando passei meus olhos de longe lá na churrasqueira.

Victor vai se arrepender de fazer uma festa na casa dele, ele odeia bagunça. Mas, eu já sei que o Erick chamou a diarista para vir logo de manhã - faz parte do presente de aniversário dele.

Quando eu falo que eles são perfeitos um pro outro, eu não estou brincando.

Finalmente chego no topo da escada, parei e fiquei tentando decidir em qual quarto entrar. Eu olho para a segunda porta à esquerda, que é o quarto de hóspedes, eu sempre durmo nele quando venho posar aqui.

Eu respiro fundo, aliviada por estar longe de tanta gente. Eu consegui ficar um tempo sem ter crises de ansiedade, eu sei que aos poucos eu vou conseguir lidar com isso, mas por enquanto está muito difícil pra mim.

Eu não queria sentir isso.

Eu realmente preciso encontrar algo para escrever no meu diário hoje, eu não encontrei nada para escrever ainda e isso nunca é um bom sinal, minha psicóloga sempre pega no meu pé por causa disso.

Preciso descobrir meu motivo para estar aqui hoje e preciso descobrir logo.

Tento afastar meus pensamentos irritantes e caminho até a porta, agarrando a maçaneta e abrindo.

Quando entro pela porta e olho para o quarto, Deus que me perdoe, mas eu nunca quis tanto parar de enxergar.

Fico paralisada quando vejo o menino encostado na parede à minha frente, com a cabeça de alguém com longos cabelos loiros na virilha dele fazendo algo inconfundível.

A mulher ajoelhada não percebeu que eu entrei no quarto, ela está ocupada, eu acho - mas ele percebeu.

Seus olhos com as pálpebras bêbadas estão fixos nos meus, e meu estômago voa na minha garganta quando um sorriso lento puxa seus lábios e ele move uma mão para a nuca da garota e enfia os dedos no cabelo dela.

Quem diabos faz isso nessa situação!

Eu não tenho tempo de olhar sua aparência ou características físicas, mas tudo o que eu vejo é um boné preto na cabeça, e várias correntes douradas penduradas no pescoço dele.

O universo está brincando comigo.

Meu cérebro finalmente parece voltar a funcionar e eu percebo que não tive o reflexo rápido de sair dali, eu só simplesmente fiquei parada.

Percebi que o menino ficou olhando pra mim com as sobrancelhas levantadas e um sorrisinho maldito fazendo os lábios dele se destacarem.

Por que eu ainda estou parada?

Só consigo pensar em uma coisa lógica pra fazer agora: fingir que sou cega.

Eu aperto minha mão com força no batente da porta e fecho meus olhos, virando a cabeça de um lado pro outro.

"Eu não consigo ver, aqui é o banheiro?"

** silêncio **

"Acho que é o lugar errado, isso sempre acontece, desculpa!" Eu solto uma risada estranha, apertando ainda mais os olhos.

** silêncio **

"Acho que vou continuar procurando." Falo praticamente voando pra fora, e a bato a porta trás de mim.

"Pelo amor de Deus, o que você fez sua burra?" Eu falo batendo na minha própria cabeça enquanto ando pra longe daquela porta, soltando um suspiro com uma mistura de vergonha e desespero.

É claro que algo assim aconteceria comigo.

Esfrego minhas mãos no rosto, gemendo enquanto sussurro "burra!' contra minhas mãos.

Não tem Vodka suficiente no mundo pra essa merda que eu acabei de fazer.

Fingir que eu sou cega? Sério cérebro? Essa foi a porra da primeira ideia que você teve?

Acho que ir pra um dos quartos foi uma idéia ruim, estou traumatizada demais para abrir outra porta agora, só Deus sabe o que eu vou encontrar dentro do quarto do Victor ou até no banheiro.

Eu desço a escada, resmungando para mim mesma com olhos arregalados, tentando tirar aquela imagem da minha cabeça.

Eu olho ao redor da casa e vejo que a maior parte das pessoas estão na parte de trás da casa, mas nas janelas do lado da sala, tem uma varanda que dá pra parte da frente da casa - lá é meu lugar.

Eu interajo superficialmente com umas pessoas que eu conheço até conseguir chegar na cozinha e pegar uma lata de cerveja em um balde de gelo, com o intuito de tentar tirar da minha cabeça aquela imagem que tive a uns cinco minutos atrás.

Eu empurro a porta de madeira, encontrando alguns banquinhos ali em baixo da janela, bem ao lado de vasinhos de plantas.

Eu respiro fundo, abrindo a lata e tomando vários goles da cerveja rapidamente.

Minha meta é terminar essa lata em menos de cinco segundos.

Eu tomo outro grande gole da cerveja, terminando o resto e torcendo meu nariz com o gosto amargo e forte da bebida.

Limpo minha boca com as costas da mão e tusso um pouco, colocando a lata no chão e encosto as costas na cadeira.

Eu fico lá por um tempo, tentando organizar minha cabeça e franzo as sobrancelhas, balançando a cabeça e belisco a ponta do meu nariz.

"Vamos Catarina, você vai se divertir, você precisa voltar a se enturmar."

Eu digo para mim mesma repetindo o que o Erick tem me dito a noite toda enquanto imito sua voz - que no caso, fica igual a de algum personagem de Alvin e os esquilos.

"Você precisa conhecer pessoas novas, Cat" Eu continuo zombando com uma voz chorona, jogando minhas mãos pra frente e descansando minha cabeça nelas.

"Você sabe que o primeiro sinal de insanidade mental é falar sozinha né?" Uma voz com sotaque carioca ecoa com diversão ao meu lado, chamando minha atenção. Quando viro minha cabeça, eu quase dou um pulo.

Esse sorrisinho maldito.

Minha respiração fica presa na minha garganta enquanto eu fico presa no olhar provocador daqueles olhos que me encaram com divertimento.

"Ah não."

**

e ela fala hmm L7 sou cega!

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