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As horas haviam se passado e já estava de noite, todos os garotos estavam cansados do ensaio de dança, que não foi fácil, eles precisavam de uma coreografia sensual para a boate.
Já o Mestre pegou pesado com Gabriel e os seus amigos, pois eles eram os novatos e precisavam melhorar na dança, apenas Gabriel se destacava entre eles. Desde pequeno gostava de dançar.
Já em seu quarto, a governanta tinha passado perguntando se ele queria alguma coisa e o que ele mais queria fazer era gritar que queria estar em casa, mas ele sabia que aquela mulher não tinha culpa, e apesar de não entender muito ela e não ter se agradado com a sua presença, tentava não demonstrar sentimentos ruins. Estava com raiva de Felipe ainda e ouviu pela boca do Caio que Princesa levaria eles de noite em um avião de pequeno porte.
Perdido em seus pensamentos, avistou o caderno de poesias, que era presente do seu irmão, aquilo o confortava, olhava as fotos, as lágrimas escorriam pelo seu rosto lentamente, a saudade era tanta que doía, o medo mais uma vez dormiria com ele. Imaginava o sofrimento dos seus amigos e daqueles garotos que estavam naquelas condições a meses e outros a anos, aquilo o assustava, será que ele ficaria preso por anos? Vendendo o corpo? Era doloroso pensar naquilo, e os seus sonhos? A sua vida, como ficaria? E a sua família, nunca mais iria ver? Aquelas perguntas estavam o maltratando e só de pensar que em menos de 4 dias ele seria obrigado a transar com vários caras, era estranho, nojento, esquisito e inacreditável. Apesar desses pensamentos estarem dominando, o cansaço o venceu e ele acabou dormindo.
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E o João que além de sofrer com tudo aquilo, tinha sofrido nas mãos de Hulk, aquele homem forte, musculoso e bravo. Era estranho o que tinha acontecido no banheiro, não conseguia esquecer aquele olhar, as mãos dele em seus braços, ombros, aquelas palavras, tudo não saía da sua cabeça, principalmente aquela noite, ele se sentia sujo, sentia medo e mesmo que ele tentasse não conseguia esquecer. Mas em relação ao plano de fuga, João estava com um pé atrás, o medo de ser "castigado" de novo estava deixando ele nervoso. E a única certeza que ele tinha naquele momento, era que precisava estar o mais distante possível daquele Hulk.
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O mais interessante de tudo seria a reação de uma pessoa ao passar por tudo isso, como ela ficaria depois de ser submetida aos caprichos de uma quadrilha. Até agora era cedo para observar os novos comportamentos, mas, além de Gabriel, Lucas era uma pessoa ativa, não levava desaforo pra casa, sempre de pé, alegre e decidido, quase sempre encarava tudo e não baixava a cabeça pra qualquer situação, e naquele momento, em sua cama, Lucas decidiu não perder a sua verdadeira personalidade, que estava se perdendo graças à esses acontecimentos, óbvio que ele não faria nada por causa da sua família, mas continuaria a ser o mesmo Lucas que chegou no México, um Lucas ousado, alegre, irônico e debochado, era isso que as pessoas sempre falavam, que Gabriel e Lucas pareciam irmãos, eram iguais nas atitudes, no jeito de ser e até de pensar, talvez por isso que quase sempre estão discutindo.
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Era impressionante como Diego estava realmente calculando friamente cada passo que faria e chegou a conclusão que eles tinham apenas 49% de chance para fugir, era pouco, mas valia a pena lutar. Perdido em seus planos, acabou por ouvir um barulho alto, olhou pra janela, estava com uma cortina, puxou e percebeu que a tranca da janela tinha cadeado, pelo vidro notou, por causa das luzes do estacionamento, que era enorme, aliás, aquele lugar era imenso, avistou um avião decolar, claro que era a Princesa levando Felipe e o Mateus para Portugal. E Diego pensou por um momento se aqueles privilégios eram por causa do tempo que aqueles garotos estavam na boate ou será que eram as suas atitudes para com os bandidos, Felipe não, mas Mateus se mostrou confortavelmente bem na sua situação, talvez porque ele tinha conseguido a confiança ou parte dela. Depois se deitou e esperou o sono chegar, pois no outro dia teria mais ensaios de dança.
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Apesar de ser madrugada, Hulk estava acordado, resolveu ir no bar da boate, preparar algum drink, chegando lá encontra Ken aos beijos com Bengala, os dois agarrados, um apertando o outro, eles não perceberam o Hulk chegando, estavam totalmente envolvidos naquele beijo, até que Hulk interrompe com uma tosse seca.
Ken empurra Bengala assustado, quando percebe quem é a pessoa, começa a se recompor.
- Achei que você não fosse cair na lábia desse cafajeste. - diz Hulk em tom irônico.
- Cair de NOVO é o que você quer dizer né! - diz Bengala rindo
- Não seja idiota Hulk e você Bengala não seja convencido, você sabe o que significa pra mim?
- Claro que sim! Sou o homem da sua vida.
- Você não passa de um ficante e outra, não teria nada sério com um bissexual!
- olha o preconceito! - diz Hulk rindo
- Estou querendo dizer que quando você visse um rabo de saia me deixaria na hora!
- Não fala assim! Já demonstrei que te quero naquele dia, abri meu coração pra você!
- Tá tá chega! E vem cá, você não conseguiu dormir? - Bengala se calou com raiva e Hulk percebeu que a pergunta era pra ele.
- Não consegui! Eu acho que é insônia! - Ken já desconfiava o porque daquela insônia, desde o dia do tal castigo, o comportamento dele estava levemente alterado, Ken conseguia perceber.
- Ei sobre a negociação - disse Ken iniciando um assunto que deixava Hulk desconfortável e sem ter certeza que era o real motivo da sua insônia.
- Estou torcendo para que Princesa consiga convencer o Zen!
- Tinha até me esquecido que ele se chamava assim. - disse Bengala
- É verdade, eles foram nessa madrugada, devem chegar logo pela manhã. - diz Hulk meio sem jeito.
- Já imaginou se o Zen não aceita a proposta e vem pra cá escolher a dedo. - Nesse momento Ken piscou o olho discretamente para Bengala, que entendeu rapidamente o seu jogo.
- Verdade! E tenho certeza que ele escolheria um dos novatos. - Nesse exato momento Hulk se pronunciou.
- Acho que ele aceita, o Mateus é um belo rapaz.
- Ahh por favor né Hulk! Todos são bonitos, o problema é que ele vai desconfiar que estamos entregando qualquer um pra ele aceitar e você conhece o Zen, sabe que ele só se contentaria se olhasse todos. - Ken já percebia que a sua provocação estava funcionando.
- Isso mesmo! Os novatos são carne nova! Novinhos e bonitinhos! - diz Ken
- Eu já imagino ele escolhendo o Gabriel ou... O João! - Hulk se levantou rápido.
- O que foi? - pergunta Ken
- Eu acho que preciso dormir, o sono já está chegando. - mentiu, ele realmente não havia gostado do rumo daquela conversa.
- Até logo! - Hulk saiu com aquele receio, realmente era provável que Zen fosse lá. Ken olhou para Bengala rindo.
- Viu? Ele tem alguma coisa com aquele João! E isso vai trazer a queda dele.
- Como tem tanta certeza?
- Porque ele já foi apaixonado por um garoto que traficamos e não deu muito certo.
- Disso eu lembro!
- Lembra do que Rei disse pra gente sobre se apaixonar no mundo do crime? Que seria a nossa fraqueza!
- Então você é a minha fraqueza. - Bengala se aproximou de Ken
- Que clichê! - Ken revirou os olhos
- É sério! - Bengala levou o seu rosto ao de Ken, eles se beijaram lentamente, as línguas se enroscando, Bengala segurou o rosto de Ken, parecia desesperado por aquele beijo, os dois agora pareciam dois famintos, o que parecia um beijo romântico agora era um beijo selvagem. Ken empurrou Bengala o fazendo se sentar, ele encaixou suas pernas na cintura dele, sem seus lábios se desgrudarem, agora Ken estava sentado no colo dele, rebolando, sentindo o volume avantajado de Bengala.
- Eu não sei porque, mas você me deixa louco! - diz Ken separando os lábios e respirando ofegante. Bengala pegou na bunda de Ken e sorriu.
- Você é que me deixa louco! - Ken ainda apertava o pau dele com a bunda, sentando forte e num solavanco se retirou dali, Bengala não entendeu, se levantou e puxou ele pelo braço.
- Não vai terminar o que começou?
- hoje não!
- vai me deixar assim? - Bengala apontou para o pau que latejava dentro da calça.
- Vou sim! Se alivia aí, você tem duas mãos! - Ken se soltou de Bengala.
- Tá olhando pra esse pau aqui? Você me paga! - Ken pegou no pau dele e apertou, tirando um gemido dele.
- Pagarei com muito prazer. - Depois saiu como se nada tivesse acontecido.
- Safado!
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- Você não acha que está demorando não! - diz Princesa
- Também acho! - diz Mateus impaciente.
- Vocês pensam que Portugal fica aonde? - diz Corvo - Nós ainda vamos fazer duas paradas, porque esse avião é de pequeno porte, não podemos abusar e outra, uma dessas paradas é para abastecer. - Felipe nada dizia apenas com o fone de ouvido e com o olhar penetrante na janela.
- Não se preocupem, eu vou direto para a casa do chefão! Ele já se preparou para nos receber e disse estar ansioso. - Todos ouviram aquilo e ficaram pensativos. Princesa não gostou de ter ouvido aquilo.
- Estamos todos ansiosos para esse encontro!
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Capítulo finalizado com sucesso!
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