Ardente Perdição - Duologia V...

Door AutoraLua_M

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Uma missão não finalizada. Uma traição dentro de uma salaz paixão. Dois marcos dentro da história de duas bom... Meer

Ardente Perdição
Guia de personagens
Book Trailer
Prólogo
INÍCIO DE POSTAGENS
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
× Recado ×
Capítulo XXIII
Capítulo XXIV
Capítulo XXV

Capítulo XVII

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Door AutoraLua_M

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× Mais mistérios.

× Pode conter erros

× Boa leitura

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Roxie Lowell

Já era incapaz de sentir meus membros, assim como a temperatura absurdamente baixa a qual estava sendo exposta, porém ainda era abatida pelo excesso de líquido que inundava meu nariz e garganta e pelo anseio por oxigênio.

Minha mente era modelada perfeitamente em meio aquela água fria e gelo que ocupavam a banheira para uma das malditas etapas na companhia de um de meus avaliadores, este impulsionava meu corpo contra o porcelanato e me obrigava a lutar para emergir.

— Qual seu nome? — perguntou pela milésima vez a voz grossa em tom rude assim que consegui retornar à superfície.

— Roxie...

Não detive tempo de terminar de tossir as palavras ou moldar o que acompanhavam-na, a mão forte me empurrou mais uma vez, desta apertando meu pescoço e pressionando minha cabeça contra o fundo.

— Não é o que quero — declarou alto para que pudesse escutar debaixo da água. — Você é melhor que isso.

Cansada, exausta e quebrada de todas as formas.

— Eram apenas falácias ou você mudou realmente? — inquiriu pressionando ainda mais. — Não temos tempo para lapidações, isso é um teste...

Apertei sua mão contra meu pescoço mais uma vez antes de fincar as unhas em sua carne, assim brandei seu toque e empurrei.

— Garanto que não irá querer brincar mais uma vez comigo, ou baterei com sua cabeça nesta merda — asseverei ao torcer seu dedo e puxá-lo para mim. — Sua resposta é Roxie Lowell, é apenas isso que precisa saber.

Um sorriso vitorioso se formou no homem em minha frente, atingiu seu ponto principal.

— Estamos apenas nos aquecendo para jogar — garantiu a serpente de olhos esmeralda que assistia tudo a poucos passos da banheira. — Quando começarmos garanto que gostará.

Nada mais soou de minha boca.

A sessão foi encerrada e o casal se retirou do banheiro, seria um curto tempo para alinhar algumas coisas em minha mente. O ponto principal era a repudiante situação que me envolvi, testes de capacidade.

Era a pior e mais estressante parte para deter altos números e a perfeição, um erro marcaria tudo, desde a imagem até as vidas dos envolvidos, um aquecimento para o real objetivo.

Saí da banheira e segui pelo chão frio à procura de alguma toalha, entretanto minha busca foi interrompida assim que meu corpo se chocou com outro maior e meus olhos se encontraram com um par conhecido.

Antes que pudesse retornar a minha busca, ele estirou para mim uma das toalhas que trazia consigo.

— Não preciso de ajuda — rosnei tomando a toalha.

— Sinto dizer, mas eu quem mais facilito as coisas para você.

— Seu modo de "facilitar" é peculiar e durante anos odiado e desconhecido por mim.

— Assim como seu modo de agradecer — completou tão hostil quanto eu. — Futuramente acertaremos isso, mas infelizmente não temos tempo para discussões agora, mílaya, o dia não terminou.

Realmente era apenas o aquecimento, o moldar da perfeita peça do jogo onde um lado leva tudo e outro perde até o direito de respirar. Era extasiante deter o poder, controlar quem pode ou não viver, de fato qualquer mente minimamente deturpada gostaria de dançar com a morte. Contudo, não passava de uma pedra em meu sapato, um problema para o qual fui arrastado e necessitava ser finalizado.

Torturas exaustivas.

Noites de insônia.

Treinamentos longos.

Memórias gravadas na carne.

— Decidindo a melhor forma de matar Zoe? — Anthony me tirou dos devaneios com o soar russo em sua voz forte.

— A matarei de dentro para fora, ou o que resta daquela carcaça podre — estalei em mesmo idioma, porém voltando a atenção às espumas da banheira. — Primeiro a única pessoa que tem no mundo.

— Não esperaria menos de sua mente traiçoeira — zombou vil. — Ao menos sei com quem me casei e o que me espera.

— O mataria por hemorragia, limparia as evidências e choraria no enterro — repliquei indiferente o fazendo abrir um sorriso mesquinho. — Quanto a ela, espero que consiga prender a respiração por um longo tempo, será necessário.

— Descobriremos em pouco tempo.

Acenei para concordar com suas palavras e tomei o roupão entregue por ele, ao finalizar o banho, entendia que não havia muito tempo para relaxar os músculos até a chegada de nossos convidados da noite.

Foram três dias resolvendo assuntos que supostamente envolviam o nome russo em território estadunidense, quando na verdade envolviam minha cabeça. Finalmente poderia resolver as questões com minha equipe principal, um encontro em nosso apartamento em Seattle.

— Você realmente é a personificação do pecado — atinou me seguindo com o olhar até o espelho.

— Depois de ser jogada ao inferno, seria a mínima recompensa.

— Uma pena não poder pecar nesse momento.

— Você não vale um centavo.

O reflexo no espelho era como uma assombração a um cético, uma peça de minha mente enlouquecida, uma consequência de ações, decisões e uma saúde longe do quanto idealizam.

Alisei os fios achocolatados cheios de ondulações, era a única coisa que parecia minimamente vívida em meu reflexo. Abaixo do olhar vazio havia bolsas roxas abaixo do que denunciavam minhas noites de insônia, os traços agora se mostravam cansados de longos dias, e um corte superficial enfeitava meu lábio.

Ao menos, não precisava me preocupar com qualquer detalhe de minha aparência erroneamente saudável e postura hostil a cada milésimo de segundo, mesmo que o último tenha se tornado tão natural quanto respirar.

O som do timer de cozinha ecoou pelo apartamento tomando nossa atenção e rapidamente o loiro correu na direção do som, provável que tenha esquecido o jantar. Cozinhar não era nossa preferência diária.

Segui ao meu objetivo principal do momento, vestir algo confortável para os ferimentos e enfim encher meu estômago que roncava em reclamação, ao menos até encontrar Anthony servindo a mesa com uma típica receita russa de mushroom julienne, passou para alívio.

A cozinha não estava queimada e nem a comida carbonizada, na verdade detinha um cheiro e uma aparência ótimos para duas pessoas que ficaram completamente alheias à receita.

Busquei o vinho e as taças, então me juntei ao russo à mesa.

— Você prova primeiro — declarou retirando sua responsabilidade.

— Acha que envenenei a comida que eu também comerei? — questionei sarcástica. — Não seria um método totalmente ruim para acabar com você.

— Você nem sempre foi uma joia na cozinha.

Rolei os olhos para sua pirraça, era uma forma irritante de manter o bom humor em meio a zona em que estávamos, sendo a favor da teoria de que um dos lados precisa ser minimamente positivo.

Contrariando sua própria proposta, Anthony provou antes de mim e por sua cara parecia realmente bom e comestível, talvez não tanto quanto quando preparado por cozinheiras russas, mas mataria a fome.

— O que ainda temos para resolver? — indagou assim que o celular vibrou na mesa.

Repassei os dias e nossos feitos mentalmente como uma lista de checagem. As reuniões envolvendo FBI e SWAT foram concluídas em solo norte-americano com finalização de trâmites e grandes manobras, o que eu odiava e deixei para Anthony; a CIA também requeriu presença e conferências para uma grande troca e atualizações; enquanto a Interpol necessitou uma viagem a sede principal em Lyon.

Agora bastaria enfrentar mais um dia o humor russo não atenuado da máfia e parceiros de trabalho de Anthony, para então seguir às tarefas finais russas que detinha em mãos.

— Longas sessões com sua nação.

— Deixarei que poupe sua voz com eles, ou não chegaremos até o final com suas cordas vocais danificadas — avisou com uma piscadela. — Apenas mate Zoe e me mantenha atualizado.

— Ainda precisarei verificar a moto de Lana.

— Desde quando Lana pede para que você arrume a moto dela e não eu?

— Desde que retornei a solo russo, não se esqueça que sou a preferida.

Seus olhos rolaram minimamente em resposta, sabia que era uma grande mentira que nem necessitava ser refutada ou prolongada, então preferiu bebericar seu vinho e mudar de assunto.

— Como foi com Eleanor? — Se referiu ao encontro com Aubry outro dia.

Eleanor Aubry era sinônimo de poder e veneno, mesmo com nossa realidade em crise e seu império em perigo. Sua postura dentro da social preta e seu andar lento e afiado entre as pessoas que desejavam sua atenção, eram as maiores provas de que desfiava nos pedaços de mundo que ainda tínhamos.

— Vou precisar descartar este carro graças a sua extravagante presença — murmurei entre os dentes de um falso sorriso.

— Olhe bem como fala comigo, eu ainda posso lhe tirar o ar dos pulmões.

— Ninguém poderia vê-la comigo, embaixadora..

— Você veio em uma péssima hora.

— Sempre é uma péssima hora para você, é o único momento que estava fora da mira de Oliver, mas quando ocorre ou está ocupada com holofotes, ou vendendo sorrisos.

— Você sabe o motivo, preciso me manter no topo. — Sabia que suas orbes verdes me perfuravam com grande destreza. — Mas o que a trouxe aqui?

— Precisamos conversar sobre seus negócios e os Sparks — iniciei despretensiosamente. — No entanto, preciso de um favor.

— Quem está em seu caminho? — indagou em um suspiro enfadado.

— Lindsay Sparks.

— É necessário.

— Ela está tomando muito espaço, a mantenha ocupada e de preferência frustrada com o pai — ditei e recebi um olhar cúmplice.

— Uma repugnante competição como de costume — expus com um longo e cansado suspiro. — Porém creio que consigamos manter as rédeas de Oliver.

— Arrancar a língua de Heinz envolve as rédeas de Oliver?

— Por que não seria?

— Não sabemos em o que resultou tudo, os danos podem levá-la a se tornar o que você não queria, por...

— Arranquei a língua de Heinz para enviar a Oliver e deter tempo para que Carter conquiste e mate Leonie — expliquei firme aos seus olhos. — Ocorrerá uma intriga entre as agências, a frustração obriga o ser humano a exprimir muito, assim ganhamos tempo e informações.

— Válido — ponderou, mas logo retornou a sua avaliação. — E quanto ao tempo de Rosalie e Ethan? — Ponto para ele. — Talvez esteja no momento certo de abrir o jogo.

— Diz isso porque o cabeça quente é seu grande amigo? — destilei com escárnio.

— Você sabe o porque digo isso. — Infelizmente era verdade. — Se deixarmos um longo tempo passar, não teremos tempo para suportar a cólera dele e moldá-lo, ou conseguir a confiança, porque quando ele desconfiar que você não está procurando Rosalie...

— Quem disse que não estou?

— Cherry, não jogue palavras comigo.

Espremi os lábios e suspirei observando minha taça, Anthony estava certo, existiam coisas que não poderiam ser explicadas em qualquer momento, poderia ser algo prematuro ou tardio, sempre como um golpe de sorte quando se remetia a Ethan.

Era necessário cuidado antes de mostrar todas as cartas em minhas mãos.

— Dei minha alma há três meses para ser perfeita para Oliver.

— Vejo em você, senhora Kozlova, um reflexo meu. Deveria considerá-la uma ameaça.

— Sei que considera, Sparks, sabe que não fomos criados para ter uma doce família convencional e sim para destruí-las um a um, tem medo disso — sibilei venenosamente. — Contudo é ganancioso demais para me deixar ir, assim como sou por meus interesses.

— Não posso deixar que meu irmão alcance minha preciosa arma, é uma joia rara demais para ser polida pelas mãos erradas.

— Ele não leu nas entrelinhas, Cherry — acalentou acariciando minha mão para tomar minha atenção. — Sempre fomos bons parceiros, garanto que nada vai sair dos trilhos e nada foi em vão.

— Apenas não ouse tomar minha frente, não somos mais crianças — ameacei por já conhecer sua personalidade protetora. — Antes de alcançar Ethan, preciso mapear o terreno e quero atingir alguém.

— O que ganha atingindo quem imagino?

— O principal anel das NYX.

Nossa conversa foi interrompida pelo alto som da campainha, estreitamos o olhar para o relógio da cozinha e encontramos um ao outro novamente, sem tempo suficiente. Anthony indicou que prepararia a casa, então sobrou para mim atender a pessoa impaciente que apertava várias vezes a campainha.

— Aperte mais uma vez essa merda e...

Minha frase morreu assim que meus olhos encontraram quem estava prostrado em minha frente tão surpreso quanto eu. O ar local desapareceu por segundos pelo abrupto encontro com meu alvo, que nomearia antes da campainha tocar.

Não precisou de muitos movimentos para alcançá-lo, estava exatamente onde quando precisava, entretanto não como almejava. A fúria em seus olhos acenderam como o inferno pelo reconhecimento e o antro de mentiras que precisou atravessar.

Um sorriso levantou uma das maçãs de seu rosto enquanto seu olhar me perfurava em uma mistura que apenas nós conhecíamos.

— Quem é vivo sempre aparece.

Passeando entre as lápides, acariciava as pétalas vermelhas das rosas que seriam usadas como falsas condolências, assim como as várias ofertas aos mortos por seus entes em demonstração da lacerante dor que sentiam ou de falso arrependimento.

Quantas pessoas choraram sobre o peito de cada pessoa que tirei a vida para chegar ao topo e quantas se sentiriam aliviadas, ainda que demonstrassem um torpor inexistente na face?

Era incapaz de me arrepender por cada gota derramada, diferente do homem de cabelos pouco grisalhos e olhos azuis-escuros que observava o túmulo de quem lhe interessava.

Não acreditava que este homem fosse capaz de sentir qualquer resquício de sentimento além de ódio, rancor e inveja, porém quem estava a sete palmos envolveu seu poder e semelhança.

Parei ao seu lado e fitei a lápide por instantes absorvendo o que seria nosso segredo, então depositei as rosas sobre o solo. Quantas pessoas sentiriam uma excruciante dor ao ver o nome na lápide e quantas demonstrariam uma ilusória lamentação?

— Acredito que seja o marco principal de meu jogo, ainda que desejasse o contrário.

O passado precisou ser sepultado.

— Algo que eu não deveria saber? — indagou cinicamente. — Kozlov — cumprimentou Anthony que assistia tudo atentamente.

— Não era exatamente quem esperávamos, precisaremos de mais bebida do que pensava. — O loiro riu fraco. — Será uma longa noite.

— Não temos tempo para cinismo ou discussões.

Logo cruzaremos a faixa final da segunda fase.

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Logo poderão começar a contagem regressiva para o retorno de Rosalie Aubry!

Mílaya - Querida

Mushroom julienne - Receita russa

Lua Mazzine

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