Você não sabia como lidar. Você estava perdido como se algo tivesse sido arrancado de seu peito - e francamente, foi praticamente uma situação em que seu coração foi tirado de você. Como se você tivesse um pedaço do seu coração arrancado e você ficasse sem quase nada. Você sentia falta dele todos os dias. Você não sabia o que fazer consigo mesmo, sem ele. Você tentou terapia, tentou fazer as coisas que ele faria com você, que vocês dois amavam tanto. Mas não importa o que fosse, você estava vivendo em um mundo onde cada esquina que você virava nas ruas de Nova York, todas as manhãs você acordava e todas as noites você adormecia, você se lembrava do fato de que havia perdido o amor por sua vida.
Você tinha perdido Peter.
A última vez que você o viu, você disse até logo, sem saber que seria a última vez que o veria. Você nem precisou dizer adeus, muito menos dizer a ele que o amava.
"Peter, por favor." Você sufocou um soluço que tentou engolir, mas deixou escapar - não sendo capaz de conter o medo por mais tempo.
"Isso não é um adeus, S/n. Eu te vejo em breve. Eu amo você-"
Essa foi a última vez que você ouviu falar dele. Agora, seu nome estava em um grande pilar de pedra com o resto da outra metade da população que havia desaparecido. Você o visitou toda semana. Além disso, você lutou para passar o dia, estando constantemente perto de seu ponto de ruptura e explodindo em lágrimas a qualquer momento.
Seus pais também desapareceram, então você realmente estava sozinho. Isso foi até que Steve e Nat estivessem lá para recebê-lo e deixá-lo ficar no Complexo dos Vingadores no interior do estado de Nova York. Embora o conforto deles e o cuidado com você fizessem justiça mínima, ajudou, para dizer o mínimo, não tanto quanto você gostaria. Eles perderam pessoas que amavam também, então havia essa semelhança entre todos vocês. Você se sentiu sozinho, mesmo sabendo que não estava - nem estava deprimido. Era apenas uma grande ferida aberta que teria que sarar. E a cura leva tempo. Você esperava superar isso, mas sabe agora, tudo em que você conseguia pensar era no fato de que Peter não estava com você.
Você perdeu sua risada, seu sorriso, seu cabelo, sua personalidade gentil, amorosa e atenciosa. Você sentiu falta dele. E você faria tudo e qualquer coisa apenas para tê-lo de volta, ou pelo menos para dar um adeus adequado se fosse o destino.
***
Você desceu o caminho de concreto, para longe do monumento, com o capuz levantado e a cabeça baixa. As lágrimas escorriam pelo seu rosto, mas ninguém suspeitaria que você estava chorando, a menos que olhasse para eles. Seu cabelo estava ligeiramente puxado para trás pelo vento quente em um dia ensolarado. Mas para você, parecia miserável. Havia aquele certo peso que empurrava seus ombros que dava a sensação de uma luta para se manter em pé. Em suas mãos, enquanto caminhava, você carregava um porta-retratos que se juntava à sua foto favorita que você já havia tirado com ele. Era uma foto dele e você no sofá no complexo dos Vingadores, dormindo nos braços um do outro. Isso te acalmou. Lembrar de todas as ótimas lembranças que você fez com Peter e esta pequena foto foi o que o impediu de desmoronar. Cada vez que você olhava para ele, você sempre se pegava sorrindo tristemente, relembrando as memórias que você tinha feito, e quando você estava chateado, ou ansioso, ou apenas precisava de uma sensação de conforto, você tirava aquela foto e olhava para ela. Peter só o criou na vida. Ele sempre colocou um sorriso no seu rosto, encorajou você a fazer grandes coisas, apoiou você e todas as suas conquistas, e apenas se preocupou em ter certeza de que você estava ciente do quanto ele estava orgulhoso de você. Isso o deixou esperançoso e otimista. Talvez, apenas talvez, um milagre pudesse ocorrer e você pudesse viajar de volta no tempo para se certificar de que Peter não partisse. Para que ele pudesse ficar. Com você, com tia May, com Tony. Para que ele pudesse ter um futuro.
Você voltou para onde estava hospedado, depois de levar seu carro e você de volta para casa no complexo dos Vingadores, indo direto para o seu quarto. Quando você chegou e fechou a porta atrás de você, trancando-a, você silenciosamente foi colocar o porta-retrato em sua mesa de cabeceira. Você olha para baixo, franzindo os lábios e mordendo o interior da bochecha, tentando conter as lágrimas. As lágrimas encheram seus olhos, mas nunca caíram. Você respirou fundo, se recompondo e indo em direção ao seu closet e trocando de roupa por roupas mais confortáveis. Depois de fazer isso, você se viu deitado de costas, olhando para o teto da cama, e apenas ficando parado. Sua mente estava em branco, você não estava pensando em nada - isso é porque você não sentiu nada. Você acabou adormecendo, sendo acordado algumas horas depois por Natasha vindo acordá-lo para o jantar. Ela se sentou de um lado da sua cama, suas costas voltadas para o lado dela enquanto ela tinha uma mão colocada em seu ombro, esfregando sua pele para cima e para baixo para acordá-lo cuidadosamente. Seus olhos se abrem, olhando para trás em pânico e sentindo seu corpo ficar tenso, logo relaxa quando você percebe quem era.
"Desculpe." Você resmungou, grogue de sua soneca e envergonhado por quase ter pirado só de ser acordado.
"Não sinta." Ela respondeu baixinho, sorrindo levemente para você. "Eu entendo, sabe." Ela parou, virando a cabeça para baixo para olhar para o próprio colo. "Perder alguém que você amava, sentir-se sozinho, sem ninguém para abraçá-lo e dizer que tudo vai ficar bem quando não estiver." Ela disse-te. Você se levantou para poder olhar para ela corretamente.
"Todos nós sofremos, Nat. Faz parte do processo de cura. É a vida. Não há nada que possamos fazer para consertar o que já foi feito." Você respondeu, sorrindo tristemente.
"Desde quando você se tornou tão sábio." Ela riu levemente, tentando aliviar o clima deprimente.
"Não sei, acho que acabei de perceber por estar tão perto de você." Você respondeu. Você encontrou contato visual com ela, silenciosamente confortando um ao outro, sem palavras. "Você está com fome? Steve fez sua refeição favorita, poderíamos dizer que algo estava errado quando você voltasse hoje, então pensamos que poderíamos tentar animá-lo." Ela perguntou ao que você acenou com a cabeça, ambos se levantando da cama para ir para a cozinha. Você enfiou as mãos nas mangas depois de puxar o capuz sobre a cabeça e seguiu Nat para fora do quarto e pelo corredor em direção a onde Steve estava. Seus pés calçados com meias deslizaram silenciosamente pelo chão, caminhando até Steve, que estava atualmente servindo as porções de todos para o jantar, erguendo os olhos quando notou Natasha e sua presença na sala.
"Ei, criança." Ele cumprimentou enquanto lhe dava um sorriso de boca fechada.
"Ei." foi tudo o que você disse de volta, pegando o prato dele que ele lhe entregou e indo até a mesa da cozinha, colocando sua refeição na mesa e puxando a cadeira para se sentar. Uma vez que todos estavam sentados à mesa, todos vocês começaram a comer. O silêncio permaneceu durante todo o tempo em que você comeu. Não porque você estava muito ocupado enchendo a boca de comida, mas simplesmente porque ninguém sabia o que falar.
Quando o jantar terminou e você lavou a louça de todos - lavando e secando-os e, em seguida, guardando-os - você se desculpou e subiu até o telhado pela rota de fuga. Por alguma razão, todos se sentiram mal hoje e houve apenas um sentimento triste que tomou conta de todos no complexo e você sentiu que precisava de um lugar para simplesmente deixar esses sentimentos irem. Quando Peter ainda estava por perto, ele sempre costumava balançar você no topo de todos os prédios no Queens para olhar a cidade e apenas admirar a vista dos arranha-céus, mas agora que você não podia fazer isso e você já não está no Queens, subir ao telhado do complexo e observar o pôr do sol se torna um ritual quando você precisa de relaxamento.
Você se sentou na borda, com cuidado para não chegar muito perto da borda para não cair, mas o suficiente para que seus pés balançassem de baixo para cima e para que você tivesse uma visão perfeita do pôr do sol. Havia aquela mesma brisa quente de antes, batendo em seu rosto e você sentiu a liberação de serotonina por seu corpo enquanto encontrava paz. Não demorou muito até que você ouviu a porta se abrir atrás de você e, olhando para trás, viu Steve se aproximando de você. Ele sentou-se cuidadosamente ao seu lado, ajustando-se para ficar confortável.
"Sabe, meu bom amigo naquela época me deu um conselho muito bom." Steve começou. Você olhou para ele, dizendo-lhe não verbalmente para continuar. "Ele disse: 'aqueles que amamos nunca nos deixam verdadeiramente. Sempre há uma parte deles que será deixada conosco para continuarmos.' E acho que foi a melhor coisa que eu já tinha ouvido." Ele disse. Você olha para o seu colo, para as suas mãos que brincavam uma com a outra. "Eu sei que é difícil, S/n." Ele disse com simpatia enquanto colocava a mão em seu ombro, dando um forte aperto. Algo dentro de você quebrou quando ele disse isso. Desde o dia em que você perdeu Peter, as pessoas repetidamente diziam que entendiam como você se sentia e que sabiam que era difícil, mas você não podia deixar de questionar suas palavras. Eram palavras realmente significativas ou apenas frases de solidariedade e pena para tentar ajudá-lo a se sentir melhor?
"Você?" Você resmungou, as lágrimas rapidamente enchendo seus olhos. "Você sabe o que é perder alguém de quem você gosta? Porque todo mundo tem me dito que sabe como é, mas infelizmente ninguém sabe. Ninguém sabe que eu tiro aquela foto de Peter e eu sempre que visito o monumento onde estão os nomes. Ninguém sabe sobre os pesadelos que tenho durante o sono. A sensação constante de que a culpa era minha. Foi minha culpa. Eu não parei Peter e agora ele está morto por minha causa." Você vociferou, as lágrimas agora fluindo livremente pelo seu rosto.
Houve um silêncio entre vocês dois, Steve reunindo seus pensamentos sobre o que dizer de volta. "Eu sei." Ele disse simplesmente, fazendo você olhar para ele, nos olhos dele. "Eu perdi o amor da minha vida quando tinha a sua idade. Eu perdi muitas pessoas." Ele disse, ao que você revirou os olhos.
"S/n." Ele disse mais severamente, fazendo você olhar para ele. "Sei que é difícil. Todos nós estamos sofrendo. Mas tudo o que podemos fazer é estar um ao outro, precisamos ouvir. Precisamos aprender. Ouça nossos problemas e aprenda a enfrentá-los. A melhor coisa que podemos fazer com tudo isso é encontrar uma maneira de nos apoiarmos uns aos outros." Ele afirmou. Você enxugou as lágrimas, lamentando ter acabado de atacar Steve, quando tudo que ele queria fazer era ajudar.
"Sinto muito." Você murmurou, virando a cabeça para o lado e para baixo para olhar para a pedra vazia ao seu lado. "Eu só-" Você engasgou, a voz trêmula enquanto chorava mais e mais. "Eu sinto tanto a falta dele, Steve. Eu gostaria que houvesse uma maneira de trazê-lo de volta. Para obter um adeus adequado. Para dizer a ele o quanto eu o aprecio e dizer a ele o quão grato estou por tudo o que ele fez por mim." Você chorou. Steve instintivamente tomou você em seus braços, envolvendo seus braços em volta de seu corpo e segurando você com força contra ele. Um braço segurava sua nuca na curva do pescoço dele. Ele realmente entendia como você se sentia e desejava que houvesse mais que pudesse fazer.
"Você o verá eventualmente, S/n. Confie em mim. Eu sei que você vai. Então, você poderá dizer tudo o que quiser para ele." Ele sussurrou em seu cabelo.
"Eu sinto tanto a falta dele. Eu faria qualquer coisa para estar com ele novamente." Você disse, fechando os olhos e deixando suas lágrimas mancharem a camisa de Steve. Você se agarrou a ele, soluçando enquanto o sol se punha, esperando que o universo estivesse ouvindo seus apelos para trazer de volta sua pessoa.
***
Caro Universo,
Você pode trazê-lo para casa?
Por favor.
Vou fazer tudo e qualquer coisa. Tudo que eu preciso é ter Peter de volta comigo.
Feito por: hollands-taste(tumblr)