Lição que aprendi 17. Para Shayene: A lenda diz que a semente de girassol salva a terra em que foi plantada, e assim como meu jardim, você salvou tudo o que nele habita.
— Pra onde você e tua mãe foram segunda? — pergunto baixo para a Beatriz que olhava distraída para televisão
— Não posso falar! — responde virando a cabeça para me olhar
— Te pago um sorvete — ela ri negando com a cabeça
— Minha mãe comprou um grandão pra mim ontem quando a gente foi comprar roupa — balança os ombros abusada — Não posso contar, não mesmo! — bota a mão na boca
— Ram, vocês duas tão cheias de mistério, to nem entendendo — falo me levantando e indo para a cozinha
Shayene e Nádia estão na agitação para mais tarde junto com a minha sogra, depois de tantos anos, a ceia vai ser aqui em casa.
Não curto muito curto muito essas datas, me lembra minha mãe e é foda pra mim, fico com vários pensamentos errados.
Mas a Shayene consegue mudar tudo, até me fazer montar árvore de Natal com ela e a bia ela fez, essa mulher é foda em todos os sentidos.
— Vamos lá em cima rapidinho? — murmuro no ouvido dela, abraçando ela por trás — Rapidin — ela ri, deitando a cabeça no meu ombro
— Já tô terminando aqui! — fala mexendo na panela, beijo o ombro dela
— Nem me deu atenção hoje, tô cheio de saudade de você! — passo o nariz pelo pescoço dela
— Ih Natan! Rala daqui, rala! Eu hein, parece até que tá no cio — Nádia implicou me empurrando pro lado quando passou por mim
— Só vou vazar por que vou cortar o cabelo, mas tu é chata pra caralho! — nego com a cabeça dando um selinho na Shayene e saindo
Dei um rolê pela favela, peguei meu trage, cortei meu cabelo, marquei com os moleques tomando um gelo, pela noite eu voltei pra casa.
Shayene tava arrumando Beatriz e eu fui direto pro quarto tomar um banho, casa tá toda arrumada, tudo iluminado, Nádia já tá na sala dançando, daqui a pouco meu cunhado tá chegando, minha sogra provavelmente ainda cozinhando, climinha de família.
Tiro a camisa e jogo em cima da cama, Shayene entra no quarto me sondando quando eu abro o guarda roupa.
— Ta mexendo no que ai? — pergunta toda desconfiada me deixando sem entender
— Nada? Pegando meu tenis ué — ela continua me olhando meio desconfiada — Ih caralho, qual foi? — pergunto rindo
— Hum, nada! — vem na minha direção me abraçando pelo pescoço — Saudade! — me da um selinho que eu logo transformo em um beijo rápido
Minhas mãos adentraram pelo vestido dela, subindo tudo pra cima, enquanto eu apertava a bunda dela, meus lábios descendo pelo pescoço, escutando ela gemer baixinho.
— Toma um banho comigo? — ela concorda, molinha já, entregue à mim.
Fomos tirando a roupa pelo quarto, o banheiro sempre fica pequeno para nós dois, eu estocava cada vez mais firme, escutando ela gemer no meu ouvido, a água caindo sobre nós dois, quanto meu pau entrava e saia, até gozarmos juntos.
— Você sempre acaba comigo! — ela disse apoiando a cabeça no meu ombro
— Eu te amo, gostosa! — beijo os cabelos dela — Vai se arrumando que eu vou só passar uma visão para os menor no rádio! — ela concorda saindo enrolada na toalha do banheiro
Termino de me secar e boto um short, ela tava se arrumando e eu fui pra sacada, passei a visão para os moleques ficarem ligados na segurança, como de costume, hoje tá tudo palmeado, arregado!
— Bora, Natan! — Shayene apareceu na porta me chamando, concordo
Observo ela, com uma maquiagem levinha, assim que eu gosto dela, prefiro sem nenhuma, natural, ela é bonita de qualquer jeito, isso que é foda.
— Ta linda, perigosa — falo dando um selinho nela
— Te amo! — segura meu queixo e chuva meu lábio inferior — Meu gostoso! — fala me fazendo rir
Sem muito mais, boto só uma calça e uma blusa da Nike, geral já tá na sala, Shayene tira umas fotos com a Nádia e a mãe dela.
Beatriz tava brincando com o Pitty, nosso cachorro e eu do lado do Fred bebendo meu melhor whisky, como sempre.
Quando deu 00h os fogos começaram, vários abraços e falatórios, mandei vir meu presente para a Beatriz, uma viagem para Disney, daqui a 2 meses, pra ela e pra vó dela, a pequena merece tá ligado? Tenho como filha.
— Obrigada, tioooooo — ela falou me abraçando, toda animada, curte pra caralho essas princesas, enche o saco com esse rato aí, tal de Mickey, vai curtir pra caralho
— Mereço saber esse teu mistério com a tua mãe ai, né não? — pergunto quando ela me soltou, Shayene riu se aproximando
— Para de tentar subornar ela, seu curioso! — falou me abraçando — Chegou a hora do SEU presente! — disse olhando nos meus olhos, entrelaçou a mão na minha e me puxou em direção ao sofá
Todo mundo olhava para minha cara e eu sem entender porra nenhum, Shayene botou uma caixa no meu colo do tamanho da palma da minha mão.
"Nem todas as poesias do mundo descreveriam as milhares borboletas no estômago que eu sinto ao te ver, nem todas as letras do Roberto Carlos descreveriam o quanto eu amo você.
Ultimamente eu ando tão ocupada que as vezes parece que eu não estou te dando atenção simplesmente porque não quero, mas eu só quero que você saiba que em nenhum momento eu deixei de pensar em você, em nós dois juntos e no nosso futuro.
Nem sempre vai ser fácil, nem sempre vamos estar com disposição, mas se tem uma coisa que eu tenho certeza é do meu amor por você.
O nosso amor é tão grande que deu fruto, você será papai, o fruto do nosso amor está crescendo dentro de mim.❤️"
Seguro a chupeta e encaro a Shayene, que me olhava com os olhos brilhando, olho para a chupeta de novo: Pai. Eu vou ser pai.
Sinto o sangue fugir do meu rosto e tudo rodar e rodar, os olhos da Shayene encontram o meu, me olhando preocupada.
— Eu vou desmaiar! — falo sentindo meu corpo mole e várias estrelinhas na minha visão
Em segundos eu volto ao normal, todo mundo estava a minha volta e eu procurei a Shayene com o olhar, meu coração acelerou.
EU VOU SER PAI, PORRA!
Me levanto deixando geral sem entender nada, eu sou maluco, louco por essa mulher e por tudo que ela é capaz de me proporcionar. A mulher da minha vida tá grávida de mim. Caralho!
— Amor..— Shayene fala preocupada, se assustando com a velocidade que eu agarro ela
— Eu te amo! Eu te amo! Porra. — murmuro abraçando ela pela cintura e levantando ela do chão — Caralho, eu te amo! — ela ri chorando agarrada em mim
— Que susto! Meu Deus! — murmura segurando meu rosto — Eu te amo, obrigada por tudo — dou um selinho nela
— EU VOU SER PAI, PORRA! — grito botando ela no chão — TÁ FELIZ???? TE DISSE PO, TE DISSE QUE IA TE DAR UM IRMÃOZIN — falo pegando a Beatriz no colo
Nádia me abraçou e Fred veio me parabenizar, mandei logo soltar 100 fogos na favela, quero comemorar, tô feliz pra caralho.
— To cheio de fome, pode comer não? — Fred perguntou me fazendo rir
— Caralho hein, só vem pra casa dos outro pra dar prejuízo — negoc om a cabeça
Pra felicidade dele, minha sogra chamou geral pra comer, fez até um bolo ela pra comemorar a gravidez, brincou no cardápio, e shayene brincou de comer, se deixasse ia comer tudo sozinha, é foda e eu gosto.
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