Condenada Pelo Mafioso - Livr...

By GBarbozaa

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• DISPONÍVEL COMPLETO NA AMAZON E KINDLEUNLIMITED SINOPSE Hellouise Neri acreditava que já estava no inferno... More

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Hellouise Neri


Meu corpo tremia involuntariamente, seus olhos passavam de mim para sua mãe a espera de uma resposta. Enrico estava com um terno cinza, completamente formal e perfumado,seu cabelo estava muito bem arrumado para o lado e sua testa estava enrugada. Suas mãos estavam em punhos e eu não queria que elas vinhessem na minha direção.

— Ninguém vai responder? — rosna se aproximando.

— Enrico, deixe de escândalo! — briga a mãe. — Ela só está comendo, nada mais.

— Em nenhum momento eu disse para dar comida a ela e nem que a tirasse do quarto, tranquei a porta por esse motivo.

Abaixo a cabeça.

— E você ia deixar ela passar fome, gênio? — Antonella pergunta de forma debochada.

— Isso não lhe diz respeito, Antonella. Deveria estar estudando formas de se comportar, pois ainda está precário. — ele olha para mim.

— Que besteira. — resmunga.

— Parece que não entendeu nada do eu disse ontem. — diz para mim. — Mas vai.

Puxo na mente o dia anterior e não me recordo dele falar para não sair do quarto ou não obedecer sua mãe. Antonella e Dona Alice ficam na minha frente com expressões fechadas, me encolho ainda mais diante o olhar mortal que Enrico me lança, aquele ato não adiantaria de nada com ele. Até parece que mudaria algo.

— Não vou me meter nos seus problemas, Enrico. Ontem me avisaram que você iria se casar com ela,você não teve nem a decência de me comunicar, então, não vai me atrapalhar a cuidar da minha nora. Ela precisa estar forte para…

— Já sei, mãe! — retruca com raiva nos olhos. — Coma logo isso!

Meu estômago já estava embrulhado por conta do nervosismo, engulo em seco e volto meu olhar para o prato. Eu sentia todos os olhares em mim, não sabia o que era pior se o agora ou o depois. Eu voltaria para aquela caixa de metal e morreria lá facilmente.

Não consigo comer tudo, já estava cheia e ansiosa, Dona Alice me incentiva a ir sem medo e ouço seu filho rosnar feito um animal. Demoro tomando o suco e percebo que é o suficiente para ativar o motor que controla a paciência do homem presente. Enrico vem até eu e segura meu braço me forçando a levantar da cadeira.

— Vou avisar as duas, é melhor não irem contra minhas regras. Estão na minha casa e quem diz o que fazer ou não sou eu. — as duas ficam quietas. — Antonella vá para sua aula e mamãe já sabe o que deveria estar procurando.

Dito isso, Enrico segue o caminho por onde passou me levando arrastada ao seu lado. Ele não esperava eu andar, apenas me puxava para eu vir de qualquer jeito. Assim que chegamos no quarto, ele me solta como se eu fosse lixo.

— Senhor...

— Quieta! — ordena.

Me afasto dele e chego perto da parede fria. Fecho os olhos por um momento, eu não podia temer o perigo se queria sair dele. O medo é mentiroso, dizia Conrado. Dado minha pouca experiência, o meu medo era no mínimo compreensível.

— Me deixe ir! — peço num sussurro.

Enrico estava de costas segurando o rosto e assim que ouve meu pedido gira a cabeça na minha direção. Sério, frio e impassível.

— Por favor! — reforço. — Só quero continuar minha vida. Não vou te denunciar nem nada, prometo!

— Me denunciar seria idiotice!

— Eu vou voltar para casa e começar minha faculdade, você não será nada além de uma lembrança ruim. — estava sendo sincera, eu não queria nada que o envolvesse na minha vida.

O desgraçado gargalha.

Sorrindo do meu pedido ele se aproxima e passa levemente as costas da mão na minha bochecha.

— Não peça coisas imbecis, coelhinha! Se está aqui é porque tem que ser. Sua vida de antes não importa mais, a jogue fora.

— Não! — viro o rosto cortando o contado de sua mão áspera em mim.

— Só irá sofrer se não deixar o passado para trás, agora é vida nova.

— Você destruiu a minha família! — fungo. — Não pode me dizer para deixar isso para trás como se não valesse nada.

— A escolha é sua. Lembrar todos os dias da vida que sonha é meio deprimente, por que é só isso que ela vai ser, um mero sonho.

— Desgraçado! — xingo apertando os olhos. Eu não poderia aceitar isso.

— Cuidado com o que diz, menina! — avisa.

— Não vai me manter aqui contra minha vontade, eu não aceito. Eu…

— E pretende fazer o que?! Pular até sua casa ou cavar um buraco até lá como um perfeito roedor? — semicerra os olhos. — Não perca seu tempo.

Perca de tempo tentar conversar com uma pessoa que se considera o dono do mundo. A raiva e dor que eu estava sentindo naquele momento me sufocava.

— Vou fugir na primeira oportunidade, pode ter certeza, criminoso de merda. — grito alto colocando para fora o mal estar e me assusto quando sinto algo pesado no meu rosto.

Ele havia me estapeado.
Ele não mediu sua força, apenas bateu.

Meu lado esquerdo ardia, coloco minha mão por cima e o encaro a imagem do meu agressor.

— Nunca levante a sua maldita voz para mim, Hellouise! — esbraveja apontando no meu rosto.

— Não falei nenhuma mentira, eu quero ir embora. — grito cada vez mais alto com esperança de alguém o tirar de perto de mim. — Socorro!

Tudo em vão…

O segundo tapa me atinge em cheio e me desequilibro tombando para o lado. Grito mais uma vez quando meu cabelo é puxado para trás, seus dedos apertavam os fios com força exagerada enquanto me levava para o meio do quarto.

— Não vai conseguir nada se aproximando da minha mãe, ela sabe que não pode nada aqui dentro e você já pode ficar ciente disso também. — diz no meu ouvido. — Eu sou a lei, você obedece a mim! Se eu mandar você comer merda, você vai e come. Se eu quiser esfregar sua cara no asfalto, você vai e fica de joelhos no chão esperando que eu o faça. Não me teste com sua revolta de menina ferida, eu não caio nessa.

— Me sol-ta! — falo baixinho.

— No seu corpo há muitas marcas e eu preciso da sua pele cuidada para nosso casamento, se não fosse esse fato, te quebrava na porrada. — diz e choro segurando sua mão nos meus cabelos. — Talvez desse jeito você entenda de uma vez que gritos e malcriações só te levarão para o fundo do poço. Vou te poupar até lá, porém, não abusa da sua sorte.

Ele me solta rosnando enquanto me distancio. Enrico coloca as mãos nos bolsos me observando, julgando o meu próximo passo, eu podia perceber.

— Isso vai acabar, você vai ser preso se não me deixar ir. — comento desviando o olhar. — Eu estava dando uma opção favorável para os dois.

— Concordo com você que irá acabar, só não será do jeito que falou. Quanto mais rápido se conformar, melhor vai ser.

Aperto os dentes me segurando. Meu rosto ainda doía e eu não estava chamando outro tapa.
Ele me dá as costas e sai do quarto.

Eu tinha certeza que iria atrás da minha liberdade, poderia durar semanas ou meses, contudo ainda assim eu me livraria.

(…)

Enrico Rizzi

Minha paciência estava por um fio. Minha mãe e Antonella têm que parar de envolver nas minhas coisas. Certo que Hellouise terá que passar algumas horas com elas, porém, eu queria que tivessem o mínino contato possível.

Confiança era algo que não haveria nesse casamento e ao contrário de mim, as mulheres da minha casa se apegam muito fácil. Não sabia quanto tempo eu teria que suportar essa união para conseguir o pen-drive e até lá, eu precisava de uma esposa a altura. Hellouise precisava aprender a aceitar as coisas sem opinar, me enganei por um momento quando achei que ela seria aquela garota que só obedecia.

Enquanto estivesse comigo,ela seria o que eu quisesse. Seja uma dama ou uma puta.

— Cara, você é louco! — Franco se deita no sofá do meu escritório. — Você quase nunca escuta o Edu e decidiu ouvir ele nessa burrice?

— Burrice é perder minha chance de matar aquele filho da puta.

— Casando com uma menina que você mandou espancar? — indaga risonho. — Grande começo.

Retiro os olhos dos papéis e encaro meu amigo que mantém seus olhos em mim.

— Já lhe avisei que não é com casamento qualquer, são negócios.

— Ah puta que pariu. — xinga se levantando. — Todos são casamentos de negócios, todos porra.Nesse caso, são interesses levianos demais, você só quer um pen-drive dela. Se fosse conseguir por meio de tortura, era para fazer e não se casar pensando que pode dar certo.

Franco tinha razão em duvidar que a menina dissesse o que sabia, eu também duvidava. Porém, eu não mediria esforços para conseguir. Entendi muito bem o que Eduard quis dizer, eu estaria na frente dela sempre, já que na máfia o homem é tudo que a esposa tem. Ela não manda, ela não come, ela não fode,ela não respira se ele não permitir.

E eu seria essa figura para a minha esposa.

A ideia de ter um filho com ela e mata-la após conseguir tudo que eu queria estava me agradando. Não precisava me importar com sua boa condição, apesar de que com Carlota nunca me ocorreu a ajudar em nada. Para mim, as duas são apenas aquelas que eu queria engravidar. Não queria um casamento, no entanto, farei o necessário.

— Não sei por que ainda está me questionando sobre isso, está decidido. — digo estressado.

— É, eu também não sei.

Já estava de saco cheio de tantas perguntas e comentários de como eu estava sendo idiota.

— A situação mudou algo? — indago.

— Ele não fez mais nada nos últimos dias, nada de viagens ou gastos. Talvez saiba que pegou a menina.

— Quase ninguém sabia daquele pen-drive, não sei se ele mandaria uma adolescente para fazer seu trabalho.

— Eu não duvido disso, ele não se importa com idade ou gênero. — estala a língua. Isso é verdade. — Mas se isso for verídico, temos um traidor entre nós.

Franco chegou no ponto certo.

Tínhamos mais de um traidor na minha organização, eu já desconfiava e eles iam pagar pela afronta.

— Já sabe por onde começar! — digo o autorizando a começar as buscas silenciosamente, eu não precisava dar alarde agora. A hora de acender o fogo estava próxima.

Passo a tarde inteira dentro de um escritório e já estava irritado demais para qualquer problema que aparecesse. Tudo martelava na mente perturbando meu juízo. Eduard e sua esposa conversavam baixo quando adetraram meu escritório, como sempre ele não bateu na porta. Franco cumprimenta o irmão e a cunhada que se senta no pequeno sofá desajeitada por conta da gravidez.

Daqui a alguns meses, verei Hellouise da mesma maneira, inchada do meu filho.

— Mandou chamar para que? — movo meus olhos para Eduard.

— Preciso falar com sua esposa. — digo tranquilamente.

Eu tinha noção que Eduard não escondia nada de sua esposa, ela estava ciente de tudo que está se passando agora e usarei isso a meu favor. O casal já tinha passado pela minha casa e dei ordens para ninguém falar nem ver minha noiva. Eu não estava disposto a facilitar a vida de Hellouise agora.

— Comigo? — ela indaga suavemente.

Abro a gaveta e tiro um dossiê sobre algumas informações que meu pai conseguiu sobre os Neri e sobre em individual, Hellouise. Levanto da minha cadeira e dou a volta na mesa indo na sua direção. Ela olha para o marido e tenta se arrumar no sofá. Eu não queria prolongar a conversa e entrego os papéis a Eduard.

— Pesquisou tudo dela assim tão rápido? — pergunta incrédulo.

— Quase tudo.— reviro os olhos. — Não vou ficar com uma desconhecida por perto.

— Mas esse era o plano.

Me mexo desconfortável.

— Ariel, só fale logo o que eu preciso saber. Eduard já te contou a situação.

Não precisei falar mais nada, ela entendeu o que eu quis dizer na hora e piscou algumas vezes.

— Quer mesmo minha opinião sobre isso?

— Só preciso saber como fazer ela falar o que quero. — minha resposta soa rude.

Ariel respira fundo antes de falar.

— Acredito que ser um monstro com ela não vai te dar credibilidade.  Poderia começar sendo gentil, ela…

— Fora de questão.

Ser gentil é o meu pau.

Fui gentil no primeiro momento com minha simples pergunta e ela mentiu para mim.

— Não falo para ser sempre assim, só em alguns momentos aprenda a ser menos bruto. Isso vai te permitir conversar com ela e faze-la se abrir.

Mulheres e suas condições. Eu não aguentava isso, a necessidade me faria ser fraco?

— Era essa a sua opinião? — ela balança a cabeça em afirmação.

— O melhor modo de conseguir isso dentro de um casamento é pela confiança. Se vocês não a tem, precisa haver,pelo menos, o mínimo de afeto. Ela não tem mais a irmã dela, ela precisa te ver como alguém que não vai apenas a machucar.

Aperto minhas mãos em punhos, não gostei nenhum pouco disso. Me afasto tentando pensar em outra opção, gentileza não é meu forte. Hellouise me tirou do sério hoje mais cedo e só imaginar voltar para casa sabendo que ela estará lá, me dá vontade de apertar seu pescoço fino até sufocar.

— Gostaria de pedir permissão para um dia livre  entre mulheres antes do casamento. — Ariel fala baixo.

— Não!

— Você vai deixar ela trancada todos os dias até ela engravidar? — Eduard pergunta me olhando estranho.

— Sim.

— Sabe que ela será a dama disso tudo,não é? Todas as mulheres mais velhas vão querer sair e conversar com ela e pega mal para você não deixar ela nem sair de casa.

Volto a minha mesa e me sento ouvindo em silêncio. A situação estava pedindo mais do que eu queria oferecer. O plano é somente conseguir o pen-drive, não contava com toda a aparência que terei que sustentar até isso acabar.

— O noivado de vocês foi marcado para depois de amanhã e nem roupa ela tem.

— Não enche meu saco com besteira!

— A menina já deve ter pavor de você, vai tirar o brilho do dia que era para ser o mais feliz dela? — estreito os olhos ao ouvir o protesto de Ariel.

Quando ela nota meu olhar se encolhe.

— Não é um conto de fadas! — respondo.

O processo que passei ao me casar com Carlota foi exaustivo, minha retulância não adiantaria em nada por hora.

— Vocês têm um dia!

××××


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