Casto

De AnneRoss111

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**ATENÇÃO** NÃO REVISADO Contém tema adulto e linguagem imprópria. Recomendável para maiores de 18 anos. E... Mai multe

Capitulo 1
Capitulo 2
Capitulo 3
Capitulo 4
Capitulo 5
Capitulo 6
Capitulo 7
Capitulo 9
Capitulo 10
Capitulo 11
Capitulo 12
Penultimo capitulo
Final

Capitulo 8

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De AnneRoss111


- Tudo bem Verônica? - Rachel olhou-a enquanto dirigia.

- Sim! Porque não estaria? - Verônica olhava pelo vidro.

- Sei lá. Você não disse uma só palavra desde que saímos da igreja! - Rachel deu de ombros.

Verônica permaneceu calada olhando a cidade pelo vidro. Alguns segundos depois a respondeu.

- Não tenho nada para falar.

- Ok mas, você não gostou do que escolhemos para a decoração da igreja?

- Claro Rachel! Você é ótima, sabe disso.

- Então porque eu sinto que ainda há algo que a incomoda?

- Talvez seja o nervosismo pelo casamento. - Respondeu Verônica, com os olhos distantes.

- Nossa, amiga! Se você fosse para um funeral, não estaria tão desanimada. O que está havendo? - Cutucou-a.

- Já disse que não é nada. Olha chegamos! - Verônica desviou a conversa. - Obrigada pela carona. - Sorriu.

Rachel pode ver a amiga afastando-se e entrando no belo jardim da casa dos Newton.

A manhã passou depressa e Verônica permaneceu sentada na mesa da família, brincando com o garfo em seu prato, na hora do almoço.

- Querida? Está tudo bem? - Perguntou Morgan.

- Oi? - Verônica saiu de seus devaneios.

- Perguntei se está bem? Você nem tocou na comida! - Morgan sorriu para a futura nora.

- Ah, sim. Está sim. É que estou um pouco enjoada e acho que a comida não me desceu bem. Vou lhe ajudar com a louça. - Levantou-se rapidamente.

- Nem pense nisso meu bem. Pode ir descansar se está indisposta. - Após uma pequena pausa, Morgan voltou-se para Verônica. - Sua menstruação está atrasada querida?

- Não estou grávida, Morgan.

- Não... é que vejo que você emagreceu bastante. Não está comendo. Agora me diz que está enjoada!

- Não se preocupe! Há de ser a preocupação pelo casamento que está próximo. Com licença!

Morgan estava preocupada com a aparência de Verônica. Talvez seu filho não estivesse lhe dando o suporte que precisava.

- Alô, padre Domenico?

- Sim, é ele!

- É Morgan Newton, como vai?

- Oh, tudo bem Senhora Newton? Em que posso ajudar?

- Poderia vir até nossa casa?

Domenico travou por um momento. Engoliu a seco.

- É, claro! Mas posso saber o que lhe aflige?

- Não é comigo padre, mas sim com Verônica.

Domenico silenciou-se por mais alguns segundos.

- O que tem Verônica, senhora Newton?

- Acho que ela precisa de ajuda espiritual, padre!

- Porque diz isso?

- Porque ela está se consumindo aos poucos, temo que esteja doente. Até cogitei a possibilidade de estar grávida!

Domenico tossiu.

- Padre? Tudo bem?

- Sim...- Pigarreou mais uma vez. - Sim, entendo. E o que quer que eu faça senhora Newton? Acredito que seja Joseph que deveria...

- Não padre, meu filho e esposo estão muito envolvidos com o trabalho na cidade. Ele não tem dado a devida atenção a ela. Talvez o senhor possa conversar com ela, trazer um pouco de conforto, não sei! - Morgan começou a chorar.

- Acalme-se senhora Newton! Eu... talvez eu...eu vou ajudá-la. - Domenico apertou os olhos.

- Obrigada padre! - Morgan secou as lágrimas.

- Certo, então... vou terminar alguns afazeres e logo irei. - Domenico desligou o telefone.

- Irá aonde meu filho?

Domenico paralisou ao ouvir a voz de Augustin na porta da sacristia.

- Ah, eu preciso ir ao orfanato, na cidade Augustin. Precisa de algo?

- Não, está tudo bem. Aproveite e dê meus cumprimentos a madre superiora. Diga que na volta de minha viagem eu irei visita-las.

- Na volta de sua viagem? Onde vai?

- Preciso ir a minha cidade natal, meu irmão piorou muito da doença que o acomete a alguns dias, e precisará de alguém que o cuide. Ele está muito velho e não tem ninguém por ele. Então farei minha obrigação.

- Oh, não sabia Augustin. Vou orar por ele. Faça uma boa viagem então! A propósito, quando viaja?

- Hoje no fim da tarde. Já comprei a passagem e as malas já estão prontas. - Falou apontando para as mesmas no chão.

- Sim, vejo que está tudo pronto mesmo! - Ergueu a sobrancelha.

- Filho, estou aqui por que preciso ter uma conversa muito séria com você, antes de ir. - Augustin falou sentando-se.

- Estou ouvindo meu amigo.

- Domenico, sabe o quanto lhe tenho apreço.

- Sei sim Augustin! Lhe digo o mesmo.

- Lhe conheço a apenas um ano , mas sinto como se o tivesse criado.

- Aonde quer chegar Augustin?

- Temo por você meu filho.

- Porque diz isso?

- Porque sei o quanto essa moça está em seus pensamentos! Sei o quanto você a ama. Mesmo que isso seja pecado.

Domenico apenas olhava-o com atenção. E Augustin continuou.

- Você precisará de todas as forças para enfrentar essa situação. E sinto por não estar perto para lhe ajudar. - Augustin levantou o olhar para Domenico que permanecia em silêncio. - Sabes que precisará celebrar o matrimônio deles. Precisará estar presente em cada momento. É isso que um sacerdote precisa fazer. É isso que essa cidade está acostumada. Não quebre a tradição, e principalmente, não caia em tentação! Procure não ficar sozinho com ela. Não dê espaço para que o Diabo lhe tente. Diga Adeus de uma vez por todas a essa moça. Arranque-a de seu coração! - Augustin franzia o cenho e fazia gesto, batendo com o punho fechado, em seu peito.

"Como se fosse fácil! Você nunca amou, meu amigo. Mas ele tem razão." - Domenico pensou enquanto ouvia atentamente as palavras do amigo.

- Fique tranquilo, Augustin! Vá em paz cuidar de seu ente querido. Tomarei conta de tudo por aqui. - Domenico sorriu.

Despediram-se com um abraço apertado, e Augustin saiu pela porta, carregando suas malas.

Domenico permaneceu por alguns instantes, de cabeça baixa, pensativo. Agora a comunidade precisaria mais dele do que nunca. Ele seria o único sacerdote da redondeza. Caminhava lentamente de um lado a outro, trancado na sala, recordando as palavras de Morgan. Poderia Verônica estar grávida? Uma dor avassaladora invadiu o seu peito. Lágrimas começaram a percorre o caminho do belo rosto de Domenico. Ali, com sua dor, manteve-se. O choro foi se intensificando, a cada lembrança de seus momentos juntos.

Domenico saiu da sacristia apressado e caminhou rapidamente até seu quarto. Foi de encontro a gaveta onde, lá mantinha seu punidor.

Retirou a batina e totalmente nu, agachado, começou a golpear-se novamente em suas costas, quase cicatrizadas. Abrindo novas feridas, Domenico buscava a sensação de livrar-se de outra ferida maior, a do coração. Uma, duas, três...vinte...cinquenta vezes, e ainda não eram o suficiente para reduzir a dor que carregava em seu peito.

- Padre? O que está fazendo? - Gritou Nora, abrindo a porta do quarto, que Domenico havia esquecido de trancar.

- Não é nada, Nora. Por favor, me deixe! - Falou em prantos, ainda agachado e com seu sangue escorrendo.

- Como não é nada Padre? O senhor está se auto flagelando! Por Deus! Levante-se. - Nora ajudou Domenico.

Nora sentou em sua cama e abraçou Domenico, trazendo-o para si, que se encolheu em seu colo, em formato fetal, deixando transparecer sua vulnerabilidade, naquele momento. Assim, Domenico permaneceu. Deitado no colo de Nora, soluçando. Nora apenas ouvia seu choro, e orava pelo padre. Entendia que ele tinha sua dor, e que apenas precisava de um afago, e de alguém que não o julgasse ou perguntasse nada.

Quando Domenico acalmou-se, Nora buscou uma bacia com água, e um pequeno pano para limpar as feridas que Domenico havia provocado em si. Deitado na cama, em formato de concha, sentiu Nora acariciando seus ferimentos, tentando limpá-los. Assim, Domenico adormeceu e Nora beijou sua fonte, cobriu-o e fechou a porta, deixando-o descansar.

______________~~**~~_______________

- Nora? - Procurou Domenico.

- Oi padre! Acordou melhor? - Nora sorriu para o jovem padre.

- Estou melhor, obrigado. Desculpe pelo que viu lá dentro. - Domenico baixou a cabeça.

- Não se desculpe meu menino. Não sei exatamente qual sua dor, mas saiba que estarei sempre aqui para ajudá-lo e conforta-lo. - Nora continuou sorrindo.

Domenico sorriu de volta.

- Nora, preciso que fique aqui na igreja caso algum fiel venha me procurar. Preciso sair.

- É claro padre, pode ir tranquilo. - Nora espanava a estátuas atrás do altar.

Domenico dirigiu-se a saída, entrando em seu carro. Seu destino era a casa dos Newton. Seu coração continuava inquieto por vê-la novamente. O que estaria acontecendo com Verônica? O pensamento não lhe saia da cabeça. Dirigia pelo caminho até a mansão dos Newton, em modo automático. Era como se seu corpo estivesse ali, mas sua alma pairava em algum outro lugar. Seus olhos estavam fixos na estrada, mas seu pensamento era apenas ela.

Algum tempo depois, Domenico estacionava em frente a mansão.

- Ah, oi padre! Que bom vê-lo aqui. Entre por favor! - Morgan o acompanhava na entrada.

- Olá senhora Newton, como vai? - Domenico sorriu.

- Estou preocupada padre! O casamento está se aproximando e não vejo entusiasmo nesses dois. O que está acontecendo, padre? Nos ajude! - Morgan secou uma lágrima.

- Acalme-se senhora Newton. Onde está Joseph? - Domenico pôs a mão no ombro de Morgan.

- Meu filho anda muito atarefado com o trabalho, padre! Vejo-o pouco em casa, e pouco opina pelos detalhes do casamento. - Um choro incessante começou a brotar no rosto de Morgan.

Domenico entregou-lhe um lenço, e bateu levemente no ombro de Morgan, tentando acalma-la.

- E... Verônica, onde está? - Domenico olhou pela casa.

- Está no quarto, padre. - Morgan limpava o rosto.

- Avisaste a ela que eu viria? - Domenico voltou seu olhar para Morgan.

- Não padre, ela nem sabe que o chamei. Se soubesse, não aceitaria. Ela não se abre facilmente.

- E acha que eu entrando assim, na intimidade dela, sem avisar, vai ser agradável? - Domenico levantou a sobrancelha.

- Padre, nessas alturas eu já nem sei em que pensar. Apenas quero ajudá-la e tenho certeza de que ninguém melhor que o senhor!

- Muito bem. Diga-me onde é o caminho?

- Nesse corredor, padre! A primeira porta à esquerda.

Domenico caminhou lentamente, com as mãos para trás. Sua batina tinha leveza, assim como seu andar. Encontrou a porta indicada, bateu levemente, aguardando ouvir a voz dela.

- Morgan, estou bem! Só preciso descansar mais um pouco e logo desço.

Domenico abriu vagarosamente a porta e pode ver Verônica deitada em sua cama, em formato fetal, dando pequenos soluços de choro. Aproximou-se silenciosamente e sentou-se ao lado dela. Viu que ela permanecia de olhos fechados e as mãos no rosto. Não queria que Morgan a visse chorando com certeza. Domenico levou a mão até seus cabelos castanhos, desgrenhados e acariciou.

- Mas o que...que está fazendo aqui? - Verônica evitou o grito do susto, sussurrando e segurando o lençol perto de si.

- Shh...- Domenico silenciou com o dedo indicador. - A senhora Newton me chamou, estava preocupada com você, e eu também! - Domenico a olhava profundamente.

- Eu disse a ela que está tudo bem!

- Acalme-se pequena! Quer dar uma volta comigo naquele parque perto da lagoa? - Domenico passou o dorso de seu dedo, na bochecha macia de Verônica.

Ela o olhava hipnotizada. Alguns segundos depois pode responder.

- Está bem, podemos ir. Só preciso de um minuto para me trocar, se puder me dar licença...

- Claro, claro. Te aguardo no jardim. - Domenico sorriu com alegria.

Verônica assentiu e não pode deixar de vislumbrar seu amado, saindo elegantemente pela porta. Verônica baixou a cabeça entre as mãos e sacudiu em negação. " Se ela soubesse o motivo da minha tristeza, nunca o teria chamado." Pensou.

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