Nós Não Temos Que Dançar

By JuzzPassynBai

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Sal Fisher e Larry Johnson estão conquistando o mundo do heavy metal. E sua rivalidade também. "Ele esperou... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 31
Capítulo 32

Capítulo 30

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By JuzzPassynBai

“Pense nisso: eu, você e David relaxando nas areias de Sedona!” A voz animada de Travis soou aguda nos alto-falantes do telefone.

Sal revirou os olhos, mudando os livros nos braços para manter o telefone pressionado entre o ombro e a orelha. “'As areias' são um maldito deserto, não ouse tentar defini-las como uma viagem à praia.” Ele entrou apressadamente no elevador da biblioteca do campus. Felizmente, um aluno que estava saindo apertou o botão do segundo ao último andar por Sal e assentiu com conhecimento de causa.

"Poderia ser! Se você acreditar bastante e sonhar grande o suficiente. ” Ele deu uma risadinha.

"Bem, quando você queria que eu visitasse?"

“Mais cedo ou mais tarde. Venha uma semana antes do casamento.”

Ele deixou cair um livro na ponta dos pés. "Casamento?! Você não ia me dizer que você e David estavam noivos?!” Ele sibilou ao telefone.

Travis deu uma risadinha. "Não." Ele disse. "Lembra? Todd e Neil?”

"Ah Merda." Sal murmurou. “Eu esqueci, porra. Novamente."

"Você está de folga então, não se preocupe. Eu chequei. Novamente. Já que o Dr. Oz aqui não consegue se lembrar!"

"Cala a boca, Trav." Sal disse. “Olha, eu tenho uma aula para ir. Te ligo mais tarde?"

"Mais tarde, doutor." O telefone apitou e ficou em silêncio.

Sal suspirou e pegou seu livro do chão, assim que a porta do elevador se abriu. Uma mulher mais velha entrou, usando uma bengala para se apoiar, as mãos tremendo ligeiramente. Ele não pôde evitar o sorriso que apareceu em seu rosto. "Sra. Rosenberg!”

"Ah, Sr. Fisher." Ela sorriu, estendendo a mão para dar um tapinha no ombro dele. “Estou muito feliz por ter você de volta na minha aula no próximo semestre. Estou feliz que você decidiu ir até o fim com isso."

"Obrigado. Estou animado para continuar.” Ele disse.

“Ter você de volta na minha classe depois de cinco anos. Uau. Isso é tanto tempo, quer o meu emprego também?" Ela veio até o ombro dele, com longos cabelos grisalhos e vestidos floridos. Ela era a professora favorita de Sal no primeiro ano. Ela se tornou sua maior líder de torcida e confidente. Sal estava convencido de que ela ensinava psicologia desde que os dinossauros estavam aqui. Se alguém soprasse nela da maneira errada, ela poderia quebrar com o quão velha ela era.

Sal riu. “Não por mais alguns semestres.”

"Parece que você não vai tirar férias de novo." Ela franziu o cenho. “Você vai descansar um dia? Você já está muito à frente.”

“Meu amigo no Novo México está me colocando em folga obrigatória neste outono. Tenho alguns amigos que vão se casar em agosto e não quero perder isso.” Embora ele teria perdido, se não fosse por Travis conhecê-lo como a palma da sua mão e lembrá-lo todos os malditos dias.

"Quão precioso."

"Estou animado. Eu já os conheço há um tempo. Um deles é meu amigo desde o colégio.”

“Amizades que duram uma vida inteira não têm preço.” Ela disse melancolicamente.

“Passamos por um período de tempo em que não conversamos por cerca de, quanto, três anos? Mas acho que com a atitude certa, qualquer reconexão é possível.”

A Sra. Rosenburg acenou com a cabeça. “Essa é a atitude que gosto de ouvir.” As portas do elevador se abriram novamente. “Agora vá, Sr. Fisher. Não queira chegar atrasado.”

"Tchau, senhora!" Sal gritou enquanto corria para fora do elevador e pelo corredor. Porra, ele estava atrasado. Dr. Enon iria arrancar sua cabeça.

Ele chegou à porta bem a tempo de ver as luzes de dentro se apagarem. Ele a abriu com o cotovelo e correu para seu assento. "Desculpe, doutor!" ele subiu as escadas correndo para sua cadeira de palestra.

O homem mais velho na frente da sala balançou a cabeça. “Talvez eu devesse começar a dar aulas sobre a ciência por trás do gerenciamento do tempo. Última exceção tardia, Sal! Estou sendo sincero."

"Você disse isso da última vez." Sal riu.

"No mesmo segundo que você parar de fazer a lição de casa, vou te dar um passe de atraso. Juro." Ele sorriu antes de ligar o projetor. "Quantos de vocês fizeram a leitura?"

Todas as mãos se levantaram.

"Sejam honestos."

Três mãos caíram.

"Vamos."

Mais quatro caíram.

Dr. Enon revirou os olhos. "Eu vejo. Bem, a lição de hoje pode ser difícil para todos vocês então."

Sal abriu seu bloco de notas e colocou seus livros debaixo da mesa. Ele provavelmente precisava finalmente investir em uma mochila maior. E talvez alguns livros digitais em vez disso.

“Hoje estamos falando sobre a Teoria Triangular do Amor de Sternberg.” Dr. Enon apertou uma tecla em seu computador e um diagrama vermelho apareceu na tela. “Sternberg afirmou que existem três proponentes principais para estar apaixonado: intimidade, paixão e compromissos. Todos são igualmente importantes no triângulo e todos significam coisas diferentes em relacionamentos de longo ou curto prazo.”

Ele usou um apontador laser para percorrer a tela, apontando seções específicas conforme ele entrava em detalhes. “Isso também se divide em amor companheiro e amor apaixonado. Sternberg teorizou que todos os casais experimentam as mesmas ondas de sentimentos nos mesmos padrões. Ele também foi muito obstinado na ideia de que o amor é uma decisão.”

Uma garota na frente de Sal levantou a mão. Dr. Enon apontou para ela. "Sim, Amy?"

“Como o amor pode ser uma decisão se é uma reação química?” Ela perguntou.

Ele saltou um pouco de empolgação. "Veja, Amy, esse é o problema. O amor pode ser uma escolha se for tão inerentemente primitivo? Muitas pessoas disseram muitas coisas ao longo dos anos. Eu tenho minhas próprias teorias pessoais...” Ele balançou sua gravata borboleta com orgulho. "Mas! Eu quero ouvir as suas primeiro. Se vocês fizeram a leitura, isso deve ser fácil. Mãos ao ar!"

O menino ao lado de Sal levantou a mão. “Eu acho que é impossível evitar. Ou controlar. Isso é tudo químico, sabe? Você não pode controlar quem você ama ou o quanto você ama a pessoa."

“Discordo.” Um menino na frente disse, recostando-se na cadeira. “Você pode se comprometer com alguém sem amá-lo. E a monogamia é uma escolha ativa. O que significa que todos os relacionamentos são feitos por escolha e os produtos químicos existem estritamente para manter a atração sexual presente para a reprodução.”

"Você deve ser divertido nas festas." Sal brincou, fazendo com que as pessoas ao seu redor rissem.

"Tem alguma teoria, Sal?" Dr. Enon ergueu uma sobrancelha espessa.

Sal balançou a cabeça. “Juro que fiz a leitura, mas também juro que não tenho uma teoria. O amor é apenas uma coisa. Acontece. E às vezes funciona, às vezes não.”

"E você, doutor?" Alguém perguntou.

Dr. Enon se aproximou e mudou a tela para uma imagem mais detalhada do triângulo vermelho. “Sternberg tinha muitos subconjuntos desse triângulo. Tem o não-amor, o que significa que não há amor presente. Existe o amor da amizade, o que é óbvio. E então começamos a entrar no meio do triângulo. Amor apaixonado, paixão sem intimidade nem compromisso. Existe um amor vazio, sobre o qual Jonathon estava falando: compromisso sem intimidade ou paixão. Existe o amor romântico clássico, que é apaixonado e íntimo sem compromisso. Amor companheiro, que poderia ser considerado uma amizade mais íntima. E então o amor tolo, ou o clássico 'amor à primeira vista'.” Ele foi até a parede e acendeu as luzes do teto.

Sal resmungou para si mesmo, incapaz de ver o quadro para continuar a fazer anotações. Droga.

“O objetivo, de acordo com Sternberg,” ele continuou, “o amor consumado é o amor perfeito. É o ‘casal perfeito’. Ótima vida íntima, anos depois. Metas e planos de longo prazo, exclusivos deles. Eles não podem se ver com mais ninguém. Eles superam obstáculos, de curto e longo prazo, e ambos trazem um ao outro uma alegria genuína."

Sal fez uma pausa.

Dr. Enon começou a rir. “Soa muito Disney, né? Bem, aqui está minha opinião. Escute com atenção. Esse tipo de casal é extremamente possível. Acho que são necessárias apenas algumas coisas. Primeiro, você precisa de amor. A sensação crua. Não acho que seja tudo uma escolha, e deve haver aquele elemento impossível para isso. Você precisa desejar a pessoa. Em segundo lugar, acho que você precisa de tempo. Não há limite de tempo para o amor. Acho que as pessoas deveriam ter tempo, separar-se e realmente trabalhar na construção de si mesmas e umas das outras. A toxicidade não é uma opção. Às vezes, acontece a hora errada. Mas você tem que encontrar o momento certo. Você não pode forçar. Você encontrará a pessoa novamente eventualmente. E por último, escolha. O compromisso é uma escolha. A monogamia é uma escolha. Você precisa escolher, todos os dias, continuar a estar com essa pessoa. Apesar de suas falhas, apesar de suas dores, apesar de suas lutas. Você se senta lá e diz 'Esta é minha pessoa. E eu quero estar com ela'.” Ele abriu o livro em seu pódio. "E isso é tudo que direi sobre isso. Se você quiser discutir teorias pessoais, venha ao meu escritório durante meu horário. Mas, por enquanto, de volta a Sternberg.”

Dois meses depois, no início de agosto, Sal mandou esse tal Sternberg se lascar. Depois de passar seu semestre de verão com louvor, era hora de finalmente fazer uma pausa, se é que ele se lembrava de como fazer isso.

O vôo para o Novo México foi rápido. Parecia rápido. Era sua primeira vez em um avião em um tempo. Ele se esqueceu de como eles podiam ser apertados. Ele se esqueceu de como as pessoas ficam assustadas com seu rosto. Mas isso não importa. Ele estava animado para ver Travis novamente.

Travis se tornou seu irmão. Foi incrível ter essa conexão com ele em meio a todo o caos. Todd e Neil haviam voltado à sua vida por meio de Travis, e todos os dias Sal ficava grato por tê-los de volta. Maple e Chug nunca saíram na verdade, pois ele começou a visitá-los semanalmente depois de voltar a morar com seu pai. Agora que ele tinha seu próprio apartamento perto da escola, ele costumava convidá-los também. Ele começou lentamente a formar uma família e era gratificante.

Faltavam duas peças.

As peças que faltavam não eram óbvias quando ele ia jantar com seu pai e sua nova namorada. As peças que faltavam não eram óbvias quando ele estava trabalhando em seus estudos. Mas elas eram óbvias quando ele assistia ao novo filme de terror sozinho, porque ele não tinha ninguém com quem ir. Ou quando ele voltava para seu apartamento tarde da noite e não tinha nada para fazer a não ser acariciar seu gato e comer mais macarrão.

Às vezes, ele ficava com raiva que o tempo fez isso. Curou, mas ao mesmo tempo não curou. Ele ainda tinha sonhos que lhe davam esperança. E as memórias voltavam do nada.

Não era trauma. Era algo pior.

Era a solidão.

O aeroporto movimentado e vagamente familiar o recebeu, assim como seus dois amigos.

“Bem-vindo ao Novo México!” Travis falou, de braços abertos.

O homem moreno ao lado dele acenou com entusiasmo. “Já faz um tempo, El Salvador.” Ele piscou.

"Trav, David!" Sal sorriu. Ele foi atingido por uma onda de alívio quando os viu. Já fazia um tempo. "Porra, é bom ver vocês dois."

Travis o envolveu em um grande abraço de urso. “Futuro Dr. Lector parecendo sexy!” Ele riu.

"Cala boca, peste." Sal resmungou rindo enquanto o abraçava de volta. “Como diabos está tão quente aqui dentro? Você vive literalmente no inferno.”

A viagem no carro de David de volta para sua casa era exatamente o que Sal precisava. Cintilar estranho ao som de uma música de merda, rindo, botando o papo em dia de maneira rápida e desesperada. Suas constantes pilhas de papéis eram extremamente satisfatórias, mas nada era melhor do que a interação humana.

Sal nunca percebeu o quanto ele se fechou até que a presença de Travis o lembrou.

A casa de Travis era muito bonita. Era o bônus de ter royalties infinitos e créditos de escrita para uma banda de rock sensacional. Sal estaria mentindo se dissesse que não estava desfrutando do mesmo privilégio. Ele não teve que trabalhar até a escola. Suas contas sempre foram pagas. Mas ele não estava desfrutando de uma casa com um outback de pousada. Essa era a vida de Travis e David. Eles tinham a casa com a estética pós-moderna em preto e branco, com um enorme jardim e dois gatos e vizinhos com os quais faziam churrascos. Eles tinham uma vida de verdade.

A pousada era o oposto da casa principal: colorida, iluminada e divertida. Travis disse que era para torná-la acolhedor, mas Sal só sentia que estava se escondendo em um museu de arte. Um arco-íris se espalhava por todo o mini-apartamento. Era uma loucura.

Depois de começar a desempacotar, o telefone de Sal o distraiu. Estava zumbindo, ecoando, e o nome ‘MAMA MAPLE’ estava brilhando na tela.

Uma menina, com longos cabelos grisalhos e uma camisa verde brilhante estava do outro lado da tela quando Sal atendeu.

“Sally Face!” Ela gritou, sacudindo o telefone com entusiasmo.

"Oi, Sodapop!" Sal acenou. "Como está minha pequena guerreira favorita?"

“Eu comecei a escola ontem.” Ela disse devagar.

Maple se inclinou para olhar o telefone. “Queríamos ver se você estava indo para o casamento!”

“Já em Sedona. Estou à sua frente." Sal disse.

“Olha o meu nome!” Refri gritou, exibindo o crachá escrito em giz de cera em sua camisa. “Tô no jardim de infância!”

"Sim você está! E isso é incrível. Certifique-se de não ter problemas se eu não estiver lá.” Ele piscou.

"Ou em qualquer circunstância!" Chug chamou do outro lado da sala. “Refri, devolva o telefone para sua mãe. Venha ajudar o papai a segurar isso enquanto ele instala a nova TV. ”

"Mas é o Sally Face!" Ela começou a choramingar. “Eu amo o Sally Face!”

“Eu também te amo, Sodapop. Agora passe o telefone para sua mãe, eu tenho que planejar algumas coisas adultas supersecretas.”

Maple acabou tendo que tirar o telefone da mão da filha. “Querida, vá ajudar o papai. Vai!" Ela levou o telefone ao rosto e bufou.

Sal deu uma risadinha. "Você tem tinta na bochecha."

“A mudança tem sido estressante.” Foi tudo o que ela teve a dizer de volta. "Refri vai para a casa da minha mãe em um ou dois dias e, em seguida, eu e Chug voaremos no fim de semana. Vamos usar esses poucos dias para desfazer as malas um pouco antes de sair. Você já viu o casal feliz?”

"Ainda não."

Ela se moveu para ir se sentar à mesa da cozinha. "Você está nervoso?"

Sal encolheu os ombros. "Porque eu estaria?"

“Toda a gangue junta-se pela primeira vez em anos. Um pouco estressante, certo? Espero que todos estejam prontos para o fato de que minha bunda ficou muito mais gorda.”

Sal deu uma risadinha. "Quer dizer... eu não sabia que todo mundo estava vindo." Ele se sentou em sua mão esquerda para escondê-la de vista.

“Mal posso esperar para saber como está o seu programa! Você precisa nos visitar com mais frequência nos finais de semana novamente, sentimos sua falta!” Maple sorriu. O tempo a fizera bem. Seu cabelo estava mais comprido, seu sorriso era maior e ela estava mais feliz desde o nascimento de Refri. Foi a coisa mais doce.

Ele passou os dedos pelos cabelos. "Como está Ash?"

"Incrível!" Maple gritou. “Ela está muito animada para este fim de semana. Vocês, uh... vocês já tentaram conversar?"

Sal balançou a cabeça. "Não."

"Que esta união sagrada abençoe a futura amizade de todos vocês."

"Amém."

“Eu posso literalmente ver Refri prestes a eletrocutar Chug. Chuggy! Ei! Ah, caramba.” Maple se levantou, deixando o telefone sobre a mesa e fazendo a câmera fitar o teto. "Vejo você em breve, Sal! Esteja a salvo!"

"Até mais!" Sal falou em um tom alto. Ele ouviu os sons dessa pequena unidade caótica e feliz de uma família antes de desligar silenciosamente.

Suas mãos agarraram seu telefone e ele olhou para sua tela preta.

Sua própria máscara em branco o encarava de volta.

Ele saiu do quarto e atravessou o jardim até a varanda dos fundos, onde Travis e David estavam se acomodando para almoçar. Havia uma aura de paz eterna. Era como o paraíso. Um paraíso que aqueles dois homens mereciam. Sal podia ver seu carinho em cada movimento, em cada pequeno olhar. Era angelical. Os sons da natureza e da cidade ao fundo apenas emolduravam ainda mais.

“Vocês dois parecem ter saído da Disney.” Sal riu enquanto se sentava em frente a eles na mesa de metal da varanda.

David empurrou um prato de salgadinhos para Sal. "Venha, junte-se a nós. Você é o verdadeiro cara da Disney de todos nós."

"Eu não calo a boca sobre o quão legal é a sua faculdade." Travis acenou com a cabeça. "Você realmente é o sapo que se tornou príncipe."

“Eu ainda sou um sapo. Mas, tipo, agora eu sou um sapo legal. Como os da Amazônia.”

David discordou com a cabeça. "Não não. Mais como uma daquelas coisas do Canadá que congelam no inverno. Mas, em vez do inverno, é você na escola."

Isso fez Travis rir. Quando ele terminou seu ataque de riso, ele se apoiou nos cotovelos. “Venha comigo para a minha aula de pintura.”

Sal ergueu uma sobrancelha. "Sua aula de pintura da reabilitação?"

“Chama-se 'terapia da arte'.” Travis deu uma risadinha. "Mas mais ou menos, sim."

“Não é para pessoas que estão em recuperação?”

Travis ergueu uma sobrancelha. "Você não se considera em recuperação de nada?"

"Vida? Pode ser. Drogas? Não, surpreendentemente não."

Isso fez Travis rir. "É, realmente."

"Por que você está me convidando, então?"

"É divertido."

Sal cruzou os braços. "É divertido?"

"Oh sim. É super divertido.” Ele assentiu. "Você pode ficar no lugar de David."

David acenou com a cabeça. "Eu tenho um compromisso esta tarde de qualquer maneira." Sua arte se destacava brilhantemente em seus braços, todos os designs nativos tradicionais passados ​​de geração em geração. Ele era um verdadeiro artista, um talentoso dono de loja de tatuagem e um cara perfeito. O coração de Sal ficou enjoado ao ver sua mão tocar a coxa de Travis.

Droga, ele era solteiro, não era?

Ele nunca parou para pensar nisso no campus. Ele estava muito ocupado enfiando a cabeça e o coração em seu doutorado. Mas aqui, vendo um casal interagir?

Droga.

Ele cerrou o punho esquerdo e colocou-o no colo, escondendo a tatuagem de sua própria visão. “Aula de pintura da reabilitação? Mas eu nunca estive em reabilitação.”

“Mas eu sempre posso trazer um a mais. Acho que você realmente gostaria.” Travis encolheu os ombros.

"Não sei... posso ficar em casa e dormir."

“Não é uma opção.” Travis disse rapidamente. "Eu odeio ir sozinho."

“Mas eu não sou talentoso. Eu não consigo pintar. Eu consigo, tipo, talvez pintar uma pessoa de pauzinho em um bom dia.”

“Eu também não consigo pintar! Mas é união de irmãos. União de irmãos com pinturas de merda. E terapia e amor e essas coisas.”

Sal resmungou. "Tá bom. Mas você me deve comida. ”

"Eu devo muita comida a você."

A terapia da arte seria no dia seguinte. Sal se vestiu como Travis, com camisas casuais e jeans, tudo preto e básico. Sal se vestia tão bem em sua escola que quase se esquecia de como era bom apenas usar besteira por aí. Ele também usava o cabelo solto, uma raridade e um triunfo. Só porque ele não teve tempo de ir comprar mais amarradores de cabelo na loja. Ele não percebeu quanto seu cabelo estava comprido até aquela manhã. Passava pela cintura. A única coisa que ele cortava era a franja, como uma espécie de vigília pelos caídos.

David os levou até o prédio e os deixou lá. Era um centro de saúde chique, com fontes, cactos e pássaros voando ao redor. Era tudo argila vermelha, brilhante e novo. Sal seguiu Travis até a sala com grandes portas de vidro, lotadas de gente e falação alta. A sala era toda branca e creme, mármores e janelas, com um pequeno palco que continha um cavalete, uma grande tela e um projetor. Era tão imaculado e leve que Sal se sentiu preso em uma jarra de leite. Fileiras e mais fileiras de cavaletes alinhavam-se na sala. As pessoas pareciam já ter escolhido seus assentos, deixando alguns vazios na parte de trás para Sal e Travis reivindicarem.

A sala era relativamente simples.

Uma coisa chamou sua atenção, no entanto.

Na parede do fundo havia uma pintura a óleo, toda laranja, rosa e vermelho. Havia uma pessoa na foto, parada em um calçadão, uma roda-gigante e uma montanha-russa ao fundo. Pássaros voavam através das nuvens atrás da figura, e a figura estendia a mão dando boas-vindas. Parecia aconchegante. Parecia iluminada. Havia algo de sonho em seu estilo. Era melancólico. Era nostálgico. Parecia a memória mais assustadora. Parecia tão familiar. Tão dolorosamente familiar.

"Aquela... aquela pintura." Sal inclinou a cabeça. “Parece que…”

"O quê?" Travis perguntou.

Sal se aproximou um pouco mais. "Eu estive lá."

“É o cais de Santa Monica, muitas pessoas já estiveram lá.”

“Mas...” Ele apontou para a pessoa no píer, o pôr do sol emoldurando seus longos cabelos, ossos afiados e silhueta desgrenhada. "Essa pessoa parece..."

Travis ergueu uma sobrancelha. "Parece...?"

"…Comigo."

"O que?"

"Trav, sou eu."

Uma voz cortou o caos.

“Ok, ok, acalme-se! Vamos todos começar antes que alguém quebre um cavalete!"

Sal ficou chocado. Ele se virou, os olhos disparando para a frente da sala. Essa voz era impossível de esquecer. Essa voz estava gravada em sua cabeça e seria dela até que ele desse seu último suspiro.

Um homem alto, com pele morena e cabelos escuros na altura dos ombros estava na frente. Seu cabelo estava meio preso em um coque. Ele estava com uma camisa de botões branca sobre jeans escuro. Seus olhos castanhos estavam brilhando, e Sal podia ver a energia neles de todo o fundo da sala. Suas mãos estavam nos quadris, um grande sorriso no rosto, tatuagens nas mãos visíveis e mais aparecendo em sua camisa em seu pescoço.

“Para os recém-chegados, vocês podem me chamar de Larry. Sr. Johnson parece muito clínico, então, se eu ouvir algo parecido saindo de suas bocas, vocês vão se ver comigo." Ele riu. “Bem-vindos à terapia da arte.” Ele fez contato visual com Sal e, de repente, todo o seu corpo congelou. Houve um momento de silêncio onde os dois apenas se encararam.

Por um momento, Sal poderia jurar que viu Larry aparentando ter quinze anos novamente.

Larry foi o primeiro a reagir. Toda a sua aura parecia iluminada. “Eu realmente espero que vocês gostem!” Seu sorriso era tão grande que era quase assustador olhar para ele.

Sal não ouviu quando o homem no palco - Larry, Larry, era Larry - explicou o que eles estariam pintando. Ele puxou uma imagem em um projetor e começou a explicar quais traços vão para onde e por quê. Ele também pode ter dito algumas palavras sobre colocar energia positiva no crescimento criativo para curar ou alguma merda assim.

Suas mãos tremiam enquanto ele começava a pintar, seus olhos permanecendo abaixados, mas seus sentidos rastreando exatamente onde Larry estava na sala o tempo todo. Travis tinha um sorrisinho presunçoso no rosto o tempo todo, rindo sempre que Sal olhava para ele.

Ele tava morto.

"Está indo bem, novato." Uma mão tocou o topo da tela de Sal. Ele lentamente traçou o olhar na mão e o braço até olhar para o rosto de Larry. Ele podia sentir seu rosto enrubescer sob a máscara. Ele olhou para baixo rapidamente. Larry riu e se abaixou um pouco. “Eu gosto do que você está fazendo com as montanhas. Eu gosto muito do roxo.” Ele foi até Travis e bagunçou seu cabelo. "Você, garotão, está com sérios problemas." Ele riu.

Enquanto ele se afastava, Sal lançou a Travis um olhar de pânico. Travis apenas riu. "O que? Tem algo a dizer?"

"Escuta aqui, seu merdinha-" Ele murmurou.

"Seu pescoço está corando." Travis voltou sua atenção para sua tela.

"Te fuder, Travis."

"Não me distraia, estou trabalhando no lago."

O pescoço de Sal não estava corando pelo motivo que Travis pensava. Estava vermelho de vergonha. Embaraço. Medo. Enfrentando uma escolha que o perseguiu por anos. Enfrentando o catalisador misterioso para todos os seus papéis. Uma das peças que faltam.

Mas ele foi embora. E ele tinha pensado nisso todas as noites antes de dormir, de maneiras boas e ruins e de outras maneiras. Era uma tortura.

O crescimento acontece. Às vezes, você precisa se separar para crescer. Talvez ele não estivesse com raiva. Talvez estivesse tudo bem. Talvez Sal pudesse se perdoar de uma vez por todas nessa caralha.

Ou talvez não.

O final da aula veio tão rápido.

“Ok, pessoal. É isso por esta semana. Suas telaa estão lindas. Vocês podem deixá-las aqui para eu ficar com elas ou, de preferência, levá-las para casa! Mostra-las!” Larry disse. “Lembrem-se... o passado está no passado. Vocês podem crescer com isso. E o primeiro passo é perdoar a si mesmo. Vocês não são seus erros. Sempre sigam em frente. Vejo vocês na próxima aula! E da próxima vez é temático, então lembrem-se que vocês podem se vestir bem!” Ele riu. "Liberados. Ou sei lá."

"Trav, que porra é essa?!" Sal sibilou, juntando suas coisas para tentar sair o mais rápido possível. Ele tinha que sair dali.

"Ele vai ao casamento de qualquer maneira!" Travis pegou sua tela e estendeu a mão para a de Sal. "Eu vou manter isso, não importa o quê."

“Isso não torna melhor.”

"Você acha que eu traria você aqui se não achasse que vocês dois ficariam bem?!" Ele sussurrou.

“Você não pode simplesmente nos juntar e esperar que tudo fique bem!”

Ele revirou os olhos. "Mas está."

"Não! Não está!" Sal disse.

“Falo com você todos os dias. E eu o vejo com frequência, e você sabia disso. Confie em mim quando digo que sei que está tudo bem.”

"Estou indo embora!" Ele começou a tentar passar por ele.

"Você não está esquecendo de algo?" Travis apontou para trás dele.

Ele sentiu um leve toque em seu ombro. Sal lentamente se virou e olhou para o humano enorme diante dele. Olhos castanhos sorriram para ele.

"Oi." Eles falaram em uníssono. Isso fez os dois rirem nervosamente. Sal colocou o cabelo atrás da orelha e olhou para o chão, mordendo o lábio. Ele havia esquecido o quão pequeno ele era comparado a Larry. E ele foi imediatamente jogado de volta em sua memória, porque ele ainda cheirava o mesmo. Ele ainda ficava na mesma postura. Ele ainda tinha o mesmo sorriso.

"Eu não sabia que você estava na cidade." Larry estendeu a mão e passou os dedos pelos cabelos, os olhos movendo-se rapidamente para observar Sal de uma só vez. Ele tinha um grande sorriso no rosto.

"Eu também não sabia que você estava."

Ele riu timidamente. "Justo. Justo. Eu deveria ter adivinhado, com o casamento e tudo se aproximando. Estou surpreso que Travis não tenha contado a você sobre isso. Fui eu que o apresentei a David.”

"Ele simplesmente deixou tudo isso de fora." Sal sorriu. “Mas parece que você está fazendo algo incrível aqui.”

Isso fez Larry sorrir. "Obrigado." Ele apontou para o resto da sala vazia, parecendo um pai muito orgulhoso. “Isso é tudo, Sal. Esta é a razão pela qual nasci.” Seus olhos se encheram de nostalgia. “Performar foi divertido. Era bom para alguém jovem. Mas isso é real.”

Sal não poderia concordar mais.

Larry pigarreou. “Quer ir tomar um café? Se você estiver livre depois disso?” Ele deixou escapar antes de pensar. "Seria bom. Para botar o papo em dia.”

Sal ouvia gritos em sua cabeça. Ele não sabia o que queria. Ele não queria dizer não. Ele nunca iria deixar passar. "Sim, isso parece bom."

Eles caminharam juntos para um café, Larry conduzindo a conversa e o caminho. Mas era diferente. Larry estava acompanhando o ritmo em vez de avançar. Ele estava usando movimentos mais suaves com os braços. Ele estava calmo e acolhedor.

Ele fez isso parecer tão fácil.

Como ele fez isso parecer tão fácil?

Sal levou seu café para a mesa mais próxima da janela depois de fazer o pedido. Quando os dois se sentaram, Larry não perdeu tempo.

"Como você tem estado recentemente?"

"Vivo."

Isso fez Larry rir. "Eu gosto dessa resposta."

"Tenho certeza de que qualquer um gostaria."

Ele encolheu os ombros. "Se você soubesse."

"Você manteve seu cabelo curto." Sal disse. "Eu não esperava isso."

"Nem eu." Larry riu. “Nunca pensei que veria o dia em que Sal Fisher teria o cabelo mais comprido do que o meu. Certamente foi uma surpresa ver.”

"Qualquer motivo? Requisito de trabalho?”

Larry balançou a cabeça. "Não. Só... cabelo comprido era um eu mais imaturo. Não que cabelo comprido seja imaturo! Mas... era hora de uma mudança.”

“Eu respeito isso.”

“Não se preocupe, isso não significa que eu seja chato. Eu ainda sou descolado e legal.” Ele balançou a cabeça e sorriu.

"Oh sério?" As camadas agitadas em seu cabelo mostravam que ele não estava mentindo. E Sal poderia jurar que algumas de suas tatuagens eram novas. Ele podia vê-las, onde o primeiro botão de sua camisa estava desabotoado.

"Eu gosto do cabelo comprido em você." Larry apontou. “Há quanto tempo desde o último corte?”

Sal estendeu a mão para tocar seu cabelo distraidamente. "Oh! Eu diria... cinco anos? Eu geralmente o amarro, eu juro. Eu simplesmente não consegui encontrar um prendedor de chiquinhas esta manhã."

Larry acenou com a cabeça. "Legal. Então, o que você faz, Sal?" Ele se recostou na cadeira. “Temos falado muito sobre mim.”

“Estou fazendo meu doutorado em psicologia. E minha licença de educação em teoria musical.” Ele disse. Suas mãos tremiam.

Ele pareceu impressionado. "Mesmo? Huh. Isso é incrível.”

Sal não aguentou mais. "Larry, sinto muito por ter ido embora-"

Larry ergueu a mão e o deteve. "Não sinta. Você precisava. Eu precisava que você fizesse isso. Eu precisava me concentrar em mim. E em minha recuperação. Você precisava se concentrar em você. E em sua carreira. Precisávamos disso. Posso prometer a você que não há ressentimentos em nada.” Ele sorri maliciosamente. “Estou mais chateado por não ter zombado de você na sua primeira formatura. Eu teria trazido um pôster enorme, balões, a garotada toda.”

“Minha segunda é em apenas dois anos e meio. Espero você lá." Sal hesitou. "Tem... tem certeza?"

Larry acenou com a cabeça, colocando a mão sobre o coração com sinceridade. "Eu prometo. Era para melhor. Estou muito feliz por poder vê-lo novamente."

Sal sorriu para ele, animando-se um pouco. A ansiedade e a culpa avassaladoras o dominavam e o enchiam, mas ele se sentia muito mais seguro agora. Os pesadelos raivosos de repente não eram nada. As estranhas fantasias que enchiam seu cérebro nervoso não eram nada agora.

Porque Larry estava sorrindo para ele. E ele estava maduro. E ele estava limpo, bonito e novo, mas ainda era apenas Larry.

O tempo o tinha curado.

E talvez o tempo tivesse curado Sal também, se prestar atenção.

Por que ele era tão duro consigo mesmo?

A conversa parecia mais fácil a partir daí. Larry não desistiu de ser um brincalhão falante. E agora, sabendo que realmente não havia malícia subjacente? Sal estava começando a brincar de volta. Era mais fácil cair no fluxo deles do que qualquer um deles poderia esperar.

Mas às vezes é assim. Algumas pessoas continuam combinando juntas continuamente.

“Então... você mora com alguém aqui? Um colega de quarto, família... alguém?" Sal tomou um gole de seu café, desviando os olhos.

Larry sorriu para sua bebida, cutucando o marshmallow gigante distraidamente. "Não. Sem colega de quarto. Ou família. Ou qualquer um.”

Eles fizeram contato visual por um momento e ambos começaram a rir.

“Bem sutil.” Larry encarou Sal com um sorriso brincalhão.

“Olha, estou velho agora. Eu sou ruim nisso."

“Você sempre foi ruim nisso! E não diga que você está velho, eu literalmente fiz trinta anos no mês passado. Isso é assustador."

"Trinta não é velho!"

"Mas vinte e oito é?" Larry ergueu uma sobrancelha e, com a mão trêmula, apontou para Sal. “Eu acertei você nessa, guri. Agora pare de envergonhar sua idade.”

"Bem bem." Ele revirou os olhos. "Aqui. Vou ser simples.” Ele tomou outro gole de seu café. "Você está saindo com alguém então?" Sal perguntou.

Ele negou com a cabeça. "Você?"

"Não."

"Não?"

"Não foi por falta de tentar."

“Eu namorei alguém. Por um ano e meio. Ele foi... ótimo. Mas não era a mesma coisa." Larry colocou a mão trêmula no bolso.

"Entendi."

Ambos se encararam.

"Foi estranho perguntar?" Sal baixou os olhos.

"Claro que não." Larry riu. "Poderia ter sido mais estranho se nenhum de nós estivesse curioso."

"É ruim ser curioso?"

"É normal. Quero dizer... pensa um pouco."

Depois de algumas conversas confusas, Sal olhou para o telefone. "Merda, passou-"

"Um tempão." Larry disse. "Sim, com certeza vou chegar atrasado na minha aula noturna."

"Aula noturna?" Sal pegou seu telefone e começou a pedir seu Uber.

Ele assentiu. “Eu faço algumas aulas de psicologia. Para ajudar na terapia da arte.”

“Devemos comparar notas algum dia.”

“Minhas notas iriam falhar completamente em relação ao seu doutorado super fodão. Mas obrigado pela ideia.” Ele riu.

"Não desanime." Sal se levantou, limpando-se e juntando suas coisas.

"Não, você está certo." Larry fez um gesto com desdém, malícia em seus olhos. “Aposto que suas notas têm mais de uma pequena falha. Talvez elas estejam no mesmo nível.”

"Oh, então agora você está agindo como se o ensino médio não existisse?" Ele começou a rir. "Lembra?"

“Você em todos os APs? E eu fazendo Álgebra 1 no último ano? Ah pode crer." Ele ajeitou a camisa e se encaminhou para a porta. "Como eu poderia esquecer!"

"Então, retome o que você disse sobre minhas notas, Johnson!"

Larry estava rindo enquanto segurava a porta aberta para ele. "Ah sim. Eu esqueci. Você é perfeito. Angélico."

"E você é um gremlin crescido." Sal riu. Os dois riram sozinhos enquanto saíam da loja, balançando para frente e para trás com suas palavras até que os dois não conseguissem formar palavras.

Quando os dois estavam na rua, Sal olhou para o telefone. “Merda, meu Uber está aqui. Eu tenho que ir."

Larry foi quem deu início ao abraço. Sal não conseguia resistir. Ele deveria? Quer dizer, as coisas estavam bem. Por que ele estava tão nervoso? Algo dentro dele estava tremendo enquanto seus braços envolviam a cintura de Larry e os braços de Larry estavam ao redor de seus ombros, em camadas de cabelo azul. O cheiro que os rodeava - os dois - era tão familiar que os lançou de volta ao ensino médio em segundos.

Eles se separaram do abraço e se entreolharam por mais tempo do que deveriam.

Sal teve sonhos assim antes.

"Foi muito bom ver você, Sal."

"Te vejo no casamento, então?"

Ele assentiu. "Claro que sim. Claro que sim."

E com isso, Sal pulou em seu Uber e Larry o observou ir.

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