Take Me To Church ¹.

By LetciaPereira338

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Nunca foi fácil para Bucky Barnes lidar com todas as lembranças, pesadelos e medos provocados pelo efeito da... More

Avisos sobre a História.
Cast e Personagens.
Capas, Gráficos e aesthetics.
Epígrafe.
0.5 - Prólogo.
1.0 - Início de tudo.
2.0 - Um encontro inesperado.
3.0 - Socos sem perder a amizade.
4.0 - O Barzinho.
5.0 - Carte Rogers
6.0 - Frustração
7.0 - Reparando danos.
8.0 - Uma noite agitada.
9.0 - Do You Wanna Dance with me?
10. - Uma manhã agradável.
11.0 - Uma surpresa inesperada
12.0 - Um fim de semana divertido.
14. Parceria.
15. - Alpine.
16. - Rooftop
17. - Um esconderijo novo.
18. Festa I
18.5 - Festa II
19. - Encontro
20. Uma Noite Perfeita
21.
22. Dois meses depois.
23. Sensação de desespero.
24. Confessando sentimentos.
25. Sweet Revenge
26. A conversa sincera.
27. Uma Reunião inesperada.
28. Uma noite tranquila.
29. Um encontro inesperado.
Where's Bucky?
31. - Mercador do Poder
32. Run Away
33. Feelings
34. O encontro.
35. Plano A
37. Plano B.
38. Descanso
39. Interrogatório
40 - Estabelecendo um plano
41. Las Vegas
42. Em busca do fim, I
43. Em Busca do fim, II
Em busca do fim, III
Em busca do fim, IV
Meses depois do fim
Epílogo.

13.0 - Alice e a curiosidade.

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By LetciaPereira338






A campainha do apartamento soou alta, o que fez Bucky erguer os olhos do celular. Por consequência, seu personagem no jogo levou alguns tiros e morreu, enquanto ele erguia o corpo do tapete da sala. 

Isabelle tinha saído cerca de vinte minutos antes quando foi chamada para arrumar uma emergência no Museu. Thor até mesmo tinha ficado no apartamento para quando a Dona voltasse. 

Mas definitivamente, ela não voltaria antes das dez da noite. Bucky agiu mais por impulso quando pegou a pistola debaixo do estofado do sofá. Ele tropeçou no cachorro que latia e pulava em volta dele, empolgado, até chegar na porta. 

Então, a abriu. 

Sam estava parado, completamente vestido com os trajes do Capitão América, segurando Alice e uma mochila roxa e rosa em formato de borboleta. Bucky escondeu a mão com a arma atrás de si, enquanto empurrava o cachorro para trás de si. 

-Sam?! 

-Eu sei que tá em cima da hora, mas não tenho com quem deixar a Alice agora. A babá que achei não trabalha de noite e é uma emergência, Bucky! Juro que são só algumas horas… 

-Tá. Tudo bem. Vem, Alice! 

A menina soltou a mão do pai e segurou a de Bucky, olhando para Sam, que continuava falando, sem parar. 

-A Allie disse que podia tomar conta, mas ela já tinha ido para a faculdade quando eu liguei. 

-Sam, relaxa. - Bucky segurou o ombro do homem, apertando. - Vai lá! A gente vai ficar bem… Não vai, Alice? 

Alice assentiu, erguendo os olhos do cachorrinho que estava deitado de barriga para cima, recebendo carinho na barriga. Sam suspirou. 

-Obrigado. De verdade. 

-Hey, toma cuidado, tá? - Bucky pediu. 

Sam assentiu e olhou uma última vez para Alice, antes de descer as escadas com pressa. Bucky respirou fundo e fechou a porta, encarando a menina. 

-Qual o nome dele? 

-Thor. 

-Tipo o herói? 

-Tipo o herói. 

-Ele é seu? 

-Quem? O cachorro? Não… - Bucky deu de ombros, entrando no apartamento e apoiando a bolsinha dela na mesa. - É de uma amiga minha. Tô tomando conta dele até ela voltar. 

-Ela foi para onde? 

Alice pegou Thor no colo e seguiu o homem para dentro da sala, sentando no sofá. 

-Ela teve uma emergência no trabalho. 

-Igual o papai? 

-Aham, igual o papai… 

Bucky estacou, encarando Alice, surpreso. Ela não parecia ter dado importância para a forma que chamou Sam, já que continuou fazendo perguntas. 

-E ela é uma heroína também? 

-Não. Ela trabalha em um Museu. 

Bucky abriu a mochila: Escova de dentes, de cabelo, roupas, bonecas, o ursinho de pelúcia do Capitão América, uns doces… 

-E você? 

-Também não sou. - Bucky sorriu para ela, por cima do ombro, enquanto fechava a mochila de volta. - Eu trabalho em uma loja de material de ferragem 

Alice assentiu. 

-O papai falou… Foi você que me deu aquela luminária de unicórnio, não foi? 

-Achei que ia gostar. 

-Gostei! 

-Que bom! - Bucky suspirou, sentando ao lado dela. - Já comeu? 

Alice balançou a cabeça, ainda brincando com o cachorro. Bucky também assentiu, agradecendo por não ter que ir fazer comida naquele minuto. 

-Você e o papai são namorados? 

Bucky franziu a testa, negando. 

-Somos… Amigos?

Alice deu de ombros e sorriu, tirando o cabelo cacheado da frente dos olhos. 

-Eu não sei! Por isso perguntei… 

-Touché! - Bucky murmurou, esfregando o rosto. 

É, não gostava de admitir. Mas Sam, por mais irritante que fosse, era realmente seu amigo. Era ele que o tirava da zona de conforto quando seu lado depressivo ficava mais evidente, ou que atendia suas ligações quando tinha um ataque de pânico noturno, o acalmando até Bucky voltar a dormir. 

E que raios o partam, mas Bucky tinha que dar o braço a torcer e admitir que até gostava do jeito irritante de Sam. Havia se acostumado a discutir com o homem, trocar socos e ofensas, mas duvidava que Sam levasse isso tudo a sério. 

Droga… Parando para pensar, não teve um único dia na semana que ficaram sem se falar, nem que fosse por mensagem de texto. 

-A Tia Nat falou que vocês eram namoradinhos… 

Bucky revirou os olhos, entediado. 

-A Tia Nat é muito engraçadinha! 

-Eu gosto dela. - Alice sorriu. - E da tia Ruby. E de você. 

Bucky sorriu, se sentindo estranhamente grato pela menina gostar dele. 

-Gosta de mim? Mesmo? Por quê? 

Alice deu de ombros, jogando o cabelo que continuava caindo na frente do olho, para trás. 

-Você é bonito. E tem um cabelo legal. E um braço legal. E você é legal! 

-Bem, você é muito legal também! 

Alice ficou vermelha e olhou ao redor. Então, levantou do sofá e foi mexer na estante, onde uns cachorrinhos que balançam a cabeça ficavam de enfeite. Bucky ficou em silêncio, apenas olhando Alice, enquanto digitava para Isabelle. 

"Temos visitas! A Alice precisou ficar aqui porque o Sam teve uma emergência." 

-Tio, o que é isso? 

Bucky franziu a testa e encarou Alice, que segurava um abridor de cartas antigo. 

-Serve para abrir cartas sem destruir o envelope, Princesa. 

-Hm… E isso? - Alice apontou para um cachimbo. - É igual o daquele desenho… 

Bucky concordou, cruzando os braços e sorrindo, de leve. 

-É. É um cachimbo. 

-Legal. 

Ela voltou a percorrer a sala, mas Bucky se distraiu com Thor, que pegou seu braço de vibranium e começou a puxar, latindo e rosnando, até o momento em que deu um tapa no bicho. O suficiente apenas para assustar, não machucar. 

-Não me olha assim! Você quem estava puxando meu braço! Eu, hein… - Bucky sussurrou, ao ver o cachorro pular do sofá e ir morder o tapete. - Não perdi o braço para o coelho… Vou perder para um cachorro! 

-Tio? O que é isso? 

Bucky franziu a testa, vendo ela mexer na mochila dele, no canto da sala. Não enxergou, de primeira, o que ela tinha apontado, mas quando se inclinou para frente, percebeu o que era. Arregalando os olhos azuis, Bucky levantou para pegar da mão dela o pacote e a mochila. 

-Isso é material de trabalho, Princesa! Não pode mexer aqui, tá? 

Alice devolveu o pacote de camisinhas. Bucky percebeu que ela tinha rasgado uma e respirou fundo, enquanto ela brincava com o látex de uma. Bucky tirou da mão dela e jogou na mochila. 

-É nojento e gosmento! Serve para que? 

-Para muita coisa. Vem, vamos lavar a mão! 

Bucky puxou a menina pelo pulso, levando ela para o banheiro, onde, graças a Deus, não havia camisinhas. No banheiro, Alice subiu em um banquinho para lavar as mãos na pia, mas seus olhos foram tampados pelo cabelo em excesso. 

-Tio! Não tô vendo nada! 

-Espera… - Bucky abriu a portinha do espelho e pegou um pacote com elásticos, puxando um preto. Em segundos, os cachos estavam controlados em um coque. - Melhorou? 

-Sim! Obrigada! 

Alice enxugou as mãos e desceu do banquinho, pulando como se estivesse pulando de um precipício. Ela pousou no chão, dez centímetros depois. 

-Essa é a sua casa? O papai falou que você vai tomar conta de mim de vez em quando! 

-Uhum. Quer conhecer o resto da casa? 

Alice assentiu, sendo segurada pelo pulso de novo. Bucky já tinha percebido que se não a segurasse, Alice sairia correndo e, como o apartamento era um pouco apertado, ela poderia se machucar. E como se machucar não estava em seus planos, bem do lado de "Morrer nas mãos de Sam", ele caminhou com ela. 

-Bem, essa é a cozinha. E desse lado aqui tem o meu quarto. 

-E essa porta? - Alice apontou para a única porta que nunca, em hipótese alguma, poderia ser aberta por ela. 

Bucky franziu os lábios e tentou formular um pensamento. Ela era a cópia de Sam e curiosa. Ele não podia responder que ela não podia entrar porque seria aí que ela acharia um meio de entrar. 

-Aí tem uns papéis de trabalho, sabe? Muita burocracia, documentos… Só coisa chata! 

-Argh… Onde você vê desenho? 

Bucky caminhou até o quarto e ajeitou a cama, rapidamente. Alice se jogou no colchão assim que Bucky ligou a televisão, virando para ela. 

-Qual desenho você quer ver? 

-A Pequena Sereia. Não! O Rei Leão… Não, não, Tio! Eu quero ver a Princesa e o Sapo! 

Bucky estava quase dando play no vídeo, quando Alice gritou: 

-Tio! Não! Eu quero ver meu desenho favorito da vida toooooodaaaa! 

-E qual é, meu amor? 

Bucky soltou o ar que prendeu nos pulmões, tentando manter a calma com a criança. 

-Ursinho Pooh! Eu amo o Ursinho Pooh! Ele é tão fofinho! 

Bucky concordou, finalmente, pondo o ursinho pooh na tela. Então, se certificando que Alice estava bem, ele foi até a sala, onde o telefone fixo tocava. 

-Alô? 

-Oi. É a Belle… Recebi sua mensagem. Você acha que tem algum problema eu ir conhecer a Alice? 

Bucky franziu a testa, negando. 

-É claro que não! Eu botei ela para assistir Ursinho Pooh e ver se sossega… Ela tá aqui há vinte minutos e até minhas camisinhas ela já achou, acredita?! 

A risada de Isabelle fez Bucky sorrir, enrolando o dedo no fio de telefone. 

-Ela é criança, Bucky! É assim mesmo… Bem, conta uns vinte minutinhos e eu vou para aí, tá? 

-Beleza. - Bucky concordou. - Vou ligar pedindo uma pizza. Que tal? 

Isabelle achou uma ótima idéia e, enquanto Bucky procurava o telefone da pizzaria na agenda, ela contou que fizeram uma enorme confusão no Museu. Não era Isabelle Carter que precisava ir lá. Era Bella Schreave. 

-Bem parecidos os nomes! 

-É, mas não temos nada a ver uma com a outra. - Isabelle suspirou, insatisfeita. - Na verdade, eu nunca nem vi ela! 

-Acontece, né? Achei! Vou ligar para lá! Vem logo, se não vou comer sozinho! 

Bucky deixou a agenda de lado, sorrindo. 

-Você Não teria coragem! 

-Quer apostar?! 

-Cala a boca! 

Soltando uma risada, Bucky andou até a porta do quarto. Alice estava tão entretida no desenho que quando ele bateu na porta, ela estremeceu, voltando a cabeça para ele. 

-Quer pizza? 

-Quero! 

-De que? 

-Hmm… Peperoni! 

Bucky franziu a testa, achando um gosto esquisito para uma menina de cinco anos, mas deixou para lá. Por via das dúvidas, ele pegou outra pequena para ela de Mussarela. 

Quando Bucky encerrou a ligação da pizzaria, Thor começou a arranhar a porta, chorando. Segundos depois, a campainha tocou. 

Bucky pulou o cachorro e abriu a porta, liberando o acesso para Isabelle entrar no apartamento. 

-Oi, Meu amor! Vem cá com a mamãe, vem, filhote! Sentiu minha falta?! Ai, que saudade! 

Bucky pegou a mochila e o gorro dela, pendurando-os no gancho cheio de roupas no corredor. Ouvindo passinhos no corredor, Bucky percebeu Alice, que se escondeu quando ele a olhou. Sorrindo, o homem foi até ela e se agachou para ficar do tamanho da menina. 

-Hey, lembra da minha amiga que eu falei? Essa é a Isabelle. Ela é irmã da Ruby! 

Alice encarou a mulher e sorriu. 

-Oi. Sou a Alice! 

-Oi, Alice! Nossa… Você é bonita mesmo! Seu pai falou muito de você sabia? - Isabelle sorriu de volta e deu um peteleco no nariz a menina, que riu. - Ele está sendo um tio legal? Se não estiver, me fala que eu bato nele! 

Bucky ergueu uma sombrancelha, estreitando os olhos para ela. 

-Está. Eu tô assistindo Ursinho Pooh! 

-Jura? Que legal… Posso assistir com você? 

-Pode. Só tem que ligar a televisão que a gatinha desligou.  

Bucky encarou a menina e depois, Isabelle, que já olhava para ele, tão confusa quanto o homem. 

-Que gatinha?! - Os dois perguntaram, juntos. 

Como se para responder "Que gatinha?", um miado foi ouvido, bem baixinho. Alice apontou para o quarto. 

-Ela entrou pela janela e desligou o fio. É sua? 

Bucky levantou do chão e foi direto até o quarto, seguindo o som. O miado era bem baixinho e fino, igual a um chorinho. Ele deitou o corpo contra o chão frio, olhando com a lanterna do celular para debaixo da cama. Bem no cantinho, encostada contra a parede, tinha uma gatinha branca, pequena, toda arrepiada e molhada. 

Seu coração pulou quando os olhos azuis da gata encontraram os seus. Ela miou mais uma vez, assustada.

-Tem um gato aí? 

-Uma gata. - Bucky informou, olhando sobre o ombro e suspirando. - E ela está assustada. É tão pequena… Vem cá, gatinha? Eu não vou machucar você… 

A gatinha estava quase saindo de debaixo da cama, quando Thor latiu. Ela emitiu um silvo baixo e voltou correndo para a parede, claramente apavorada. Bucky respirou fundo. 

-Controla o seu cachorro, Isabelle?! 

-Tá, calma, seu estúpido! 

Depois que o cachorro saiu do quarto, levou mais dez minutos para Bucky reconquistar a confiança da gata e fazer ela seguir um pote de atum que Isabelle teve a idéia de abrir. 

-Ela precisa de um banho! 

-E um nome! - Alice exclamou. - Você vai ficar com ela, não vai?! 

Bucky ia responder que não. Afinal, não tinha tempo para cuidar de um gato. Mas… Quando ele a pegou no colo e sentiu todos os ossinhos do corpo dela tremendo de frio, Bucky ficou na dúvida. 

Ela era muito pequena e estava faminta. Além disso, não havia parado de ronronar ou afiar as unhas na perna de Bucky desde que foi para o colo dele. Isabelle soltou um longo suspiro. 

-Ah, qual é, Bucky?! Tá na cara que você quer ela! Adota logo! 

Bucky encarou Isabelle. Então, revirou os olhos. 

-Tá. Tudo bem. Eu vou ficar com ela! Mas é só porque… 

-Só porque nada! - Isabelle riu. -Você é um molenga! Bastou duas miadinhas! 

-Mas é que ela é tão pequena! 

Isabelle riu de novo, levando Alice para esquentar um pouco de água e eles poderem dar banho na gata. Bucky bufou, sabendo que Isabelle tinha razão. Ele era uma manteiga derretida quando se tratava de bichinhos. Principalmente, gatinhos. 

A gata não gostou tanto assim do banho, na verdade, mas ao menos, Bucky tinha a vantagem de ter um braço que não machucava ao ter unhas finas e afiadas em si. Alice passou o resto da noite brincando com a gatinha, enquanto Bucky e Isabelle conversavam com ela sobre diversos assuntos. 

Quando deu onze e meia da noite, Bucky percebeu que Alice estava jogada no tapete da sala, abraçada à gatinha, com a cabeça na barriga de Thor. Ele interrompeu o longo monólogo dela sobre o processo de restauração de pinturas antigas e apontou com a cabeça para a menina. 

-Vou colocar ela para dormir. 

-Não creio que o Thor deixou ela dormir nele… - Isabelle riu, pegando outro pedaço de pizza. - Vai lá… Hey, aquilo é um violão? 

Bucky franziu a testa e acompanhou o olhar dela. No cantinho, entre a parede e um móvel com bugigangas, tinha, sim, um violão. Bucky piscou para ela, sorrindo, enquanto pegava a menina do chão. 

-Sabe tocar? 

-Aham! 

-Pega lá! 

Isabelle levantou do sofá ao mesmo tempo que Bucky levava Alice para o quarto, depositando a garota em sua cama. Ele a cobriu com a colcha, se certificando que ela estava completamente quentinha. 

-Papai? 

-Não, Princesa. É o tio. 

-Cadê o papai? 

-Ele foi trabalhar, lembra? 

Alice assentiu, apontando para o ursinho do Capitão América, pedindo silenciosamente para Bucky o pegar. Quando o bichinho estava entre seus braços, ela fechou os olhos e suspirou. 

-Tio… O papai volta quando? 

-Amanhã de manhã! 

-Está bem… 

-Boa noite, Princesa! Qualquer coisa, me chama, está bem? - Alice assentiu. - Dorme bem! 

Quando a única resposta dela foi um ressonar leve, a campainha soou. Bucky suspirou e caminhou até a sala, após fechar a porta. Isabelle e Sam estavam conversando em voz baixa quando Bucky chegou na sala. 

-Acabei de colocar a Alice na cama. - Bucky anunciou, encarando o enorme hematoma inchado na lateral do rosto de Sam.- Nossa… Tem arnica no banheiro! Quer que eu pegue? 

-Ah, quero! - Sam concordou, sorrindo de lado. - Aliás, se a Alice dormiu, não precisa acordar ela agora, não. Quero conversar com você. 

Bucky assentiu, indo até o banheiro. Ele pegou a pomada e jogou para Sam quando chegou na sala. O homem pegou a pasta no ar, revirando os olhos. 

-É assim, é? Nem passar um pouquinho você oferece? Uma massagem? Um beijinho? 

-Cala a boca! - Bucky reclamou, ficando vermelho, ao perceber o olhar que Isabelle direcionou a ele. - O que você quer, idiota? 

Sam revirou os olhos, esticando o corpo no sofá, enquanto passava a arnica no hematoma. Bucky sentou ao lado de Isabelle, no braço do sofá. Ela largou o violão e apoiou a cabeça nas pernas de Bucky, o que fez o homem levar os dedos (humanos e de metal), até o cabelo dela, penteando os fios castanhos, devagar. 

-Bucky, você quer conversar agora ou prefere…? 

Bucky ergueu o olhar da tatuagem nas costas de Isabelle. Uma estrela na nuca, pequena e fina. Então, percebeu o olhar e o sorriso de Sam e não conseguiu evitar ficar vermelho. 

-Hm.. É sobre…? 

-Vingadores. 

-Amanhã. Definitivamente! Você vai dormir aqui? Se for, tem a caminha do Thor, que a Isabelle trouxe! Se quiser, te dou uns lençóis e… 

Isabelle deu um tapa na perna de Bucky, franzindo a testa para ele. 

-Tadinho, Barnes! Não fala assim com o Sam… 

-Tadinho?! 

Bucky ergueu uma sombrancelha, alternando o olhar entre o sorriso vitorioso de Sam e a careta de riso de Isabelle. Sam a puxou para um abraço, dando um beijo na testa dela, enquanto encarava Bucky. 

A provocação fez o homem revirar os olhos e levantar do sofá, caminhando até o canto da parede, onde escondeu o violão de volta. Ele pôde ouvir a risada alta de Sam, mas como Allie apareceu, literalmente, entrando pela porta, Bucky se conteve e não matou o homem. 

Um silêncio constrangedor ficou no ar, enquanto Allie e Sam se beijavam como se não houvesse amanhã. Isabelle desviou o olhar para a janela, prendendo o riso, quando Bucky reclamou: 

-Hey, quer que a gente saia do apartamento para vocês ficarem mais à vontade?! Mas não esqueçam que tem uma criança no quarto, hein! Ai, Samuel! 

Bucky reclamou, esfregando o nariz, onde uma almofada acertou seu rosto. Allie e Belle começaram a rir da discussão que se seguiu quando Bucky tentou acertar a almofada na cabeça de Sam, mas esse se esquivou e ficou rindo da cara dele. 

-Bem, como eu ia dizendo…

-Meu Deus! Isso é um gatinho?! - Allie exclamou, correndo para a direção da gatinha branca, que havia acabado de acordar. - Que fofo! É de quem?! 

-Minha! - Bucky sorriu. 

-Sua?! - Sam franziu a testa. 

-Dele! - Isabelle confirmou, rindo. 

-Qual o nome? 

-Não decidi ainda. 

Sam pigarreou. 

-Como eu estava dizendo… Eu vou dormir no apartamento da Allie… 

-Hmmmmmmmm…. 

Bucky e Isabelle exclamaram, juntos, o que fez o casal ficar hiper vermelho e constrangido. Porém, Allie virou para a amiga, com um olhar acusador. 

-Bem, você e o Bucky vão passar o fim de semana juntinhos, então, não podem falar nada! 

Isabelle deu de ombros, deitando no sofá. Ela encarou a melhor amiga, sorrindo, ironicamente. 

-Mas eu e o Bucky não estamos nos pegando! 

-Jura?! - Alie estreitou os olhos na direção da mulher, também ironicamente. - Os gritos de hoje de manhã eram o que, então? 

Sam encarou Bucky, que tentou, em vão, não ficar vermelho e agir naturalmente. Isabelle revirou os olhos. 

-Cócegas. 

-Tá, vou acreditar! - Allie revirou os olhos e devolveu a gatinha a Bucky. - Ela é linda demais! 

-É, é mesmo… 

-Eu tava falando da gatinha. - Allie sorriu, falando baixo. 

Bucky franziu a testa, afinal, tinha entendido que era a gatinha. Mas tudo que Allie fez foi piscar e comentar: 

-O encontro deu certo, então? 

-Ah… Bem, é. Deu. - Bucky pigarreou, cruzando os braços e ficando mais vermelho ainda.  - Obrigado pela dica, Allie. 

Ela assentiu, dando um tapinha no ombro dele. 

-Outra dica: Vê se pega logo ela, seu lerdão! 

-Que?! Não… - Bucky riu, sem graça, olhando pela janela. - Isso não vai rolar, Allie. Agora, vai você aproveitar seu peru de natal, vai! 

Allie riu. Ou melhor, gargalhou, enquanto era arrastada para fora do apartamento por ele. Quando Bucky bateu a porta atrás de si, ele fechou os olhos se certificando que não havia o espírito de Steve Rogers na sala, para bater nele. 

A campainha soou alta e Bucky levou um pequeno susto, abrindo a porta a seguir. 

-Você me trancou do lado de fora?! - Isabelle perguntou, empurrando Bucky para o lado e entrando no apartamento. - Imbecil! 

-Achei que poderia querer um ménage com eles! Você está elogiando tanto o Sam… Podiam ter formado um trisal, né? 

Isabelle revirou os olhos e encarou Bucky, deitando no sofá. O homem apagou a luz da sala e pegou a segunda colcha, dentro do armário, conferindo se Alice estava mesmo dormindo. Quando percebeu que sim, estava, ele saiu do quarto e foi até a sala. 

-Quer um travesseiro, Belle? 

-Olha… Ele sabe meu apelido! - Isabelle debochou, aceitando o travesseiro embaixo da cabeça. 

-Ops, Desculpa… Isabelle! 

-Se ficar de palhaçada, eu vou te jogar no chão! 

Bucky riu, calando a boca. Poderia deitar mesmo no chão e dormir. Mas então, provavelmente, acordaria abraçado com Thor e, por mais que gostasse do cachorro, preferia acordar abraçado com Isabelle. 

Ele se equilibrou por cima dos braços, percebendo que o sofá era bem menor do que achou que era, de forma que, por alguns segundos, ele e Isabelle de encararam no escuro. 

-Se eu deitar em cima de você…? 

-Vai me esmigalhar, seu gordo! - Isabelle começou a rir. - Anda, chega para o lado. 

-Mas aí você vai cair… 

-O outro lado…? 

-Aí, sou eu que caio. E se Você deitar por cima de mim? 

Isabelle deu de ombros. 

-Ou a gente pode dormir no chão. Tem mais espaço, né? 

-É, tem razão.  

Rindo, Bucky se jogou para o lado, deitando no tapete felpudo, enquanto Isabelle se jogava ao seu lado, presa entre ele e o sofá. Levou algum tempo para que os dois achassem uma posição mutuamente confortável. Durante um bom tempo, ninguém disse uma só palavra  

-James? 

Bucky associou o pequeno pulinho que seu coração deu, ao susto. Mas reprimiu a vontade de sorrir e murmurou um "Hm?"? Isabelle repousou a mão sobre o coração de Bucky, suspirando. 

-Você estava cantarolando Chase Atlantic? 

Bucky franziu a testa, percebendo que, sim, estava cantarolando. 

-Era essa a música que você estava tocando, não era? - Isabelle assentiu. - Gosto de Chase Atlantic. E de Imagine Dragons. Na verdade, essa é a minha favorita! 

-Você está brincando, né?! Porque eu sou maluca por Imagine Dragons! Qual sua musica preferida? 

-Hmm… Demons. É, definitivamente, Demons. 

-Next to me. Já ouviu? 

-Já! E Believer? 

-Não conheço ninguém que não ame Believer! 

-É, eu também… 

Mais silêncio. Isabelle não demorou nada a dormir. Já Bucky, passou horas acordado. Seus pensamentos estavam acelerados e seus sentimentos, levemente confusos. Bucky se sentia estranhamente sentimental após constatar que Sam era realmente seu amigo e se importava tanto com ele quanto Natasha ou Steve faziam. 

Então… 

Se Sam podia ser considerado seu amigo, Isabelle também, certo? E Ruby? Mas afinal… O que a psicóloga tinha dito sobre como identificar os amigos? 

"Pessoas que se importam com você e querem o seu bem, te ajudando a se tornar uma versão melhor de si mesmo.".

Definitivamente, Sam e Isabelle eram seus amigos. Natasha também, muito embora ela andasse extremamente ocuopada e estressada. 

Bucky suspirou, fechando os olhos. Naquele momento, abraçado com Isabelle, Bucky não conseguiu deixar de pensar em Steve. Seu primeiro amigo. A única pessoa (junto com Sam, sendo realista) que foi capaz de ir até o inferno por ele. 

Sentia mais falta de Steve do que achou ser possível. Na verdade, para ser sincero, desde o momento em que saiu do cemitério, Bucky não passou um único dia sem pensar em como tudo poderia estar sendo diferente se Steve estivesse vivo. Talvez, eles nem estivessem completamente grudados porque Steve estaria velho, quem sabe até gagá? Além de que Bucky e Sam não seriam tão amigos e ele não teria se aproximado de Isabelle, com toda a certeza. 

Mas ainda assim… 

O pensamento ficou no ar, incompleto. Ao mesmo tempo que queria Steve ao seu lado, tinha que reconhecer que estava feliz. Mais até do que achou que seria. 

Na verdade, quando imaginava seu futuro, Bucky sempre achou que estaria morto. Ou preso. Nunca que teria tido anistia, estaria fazendo tratamento psicológico, tendo uma vida próxima do normal. Ele ainda não sabia se merecia isso tudo, mas já conseguia ficar grato por ter, de qualquer maneira. 

A noite entrou na madrugada e nada de Bucky conseguir dormir. Ao menos, em algum momento da madrugada, Isabelle o soltou, se enrolando inteira na colcha, formando um casulo em volta de si mesma, o que possibilitou que Bucky levantasse do chão e observasse a cidade pela janela. 

Ha algumas semanas, naquele mesmo local, havia se perguntado se tinha feito a escolha certa. Se não deveria ter voltado para o passado junto com Steve, ou voltado para Wakanda. Agora, não tinha tanta certeza assim. 

E foi dessa forma que tomou uma decisão. Assim que amanhecesse e Sam chegasse no apartamento, ele tinha uma resposta. 



》☆《

Ooie, Pessoal! 💕

Cheguei com mais um capítulo que eu estava MEGA animada para postar! A Alice é uma fofura, gente! 🥺👉🏻👈🏻❤ Eu sou tão apaixonadinha por essa menina...

Agora, precisamos falar sobre o Bucky sendo tio 😂😂😂😂 O Coitado não podia tirar os olhos dela! Até camisinha a menina achou KKKKKKKKK

E gente... A ALPINE VEIO AÍ 🥺👉🏻👈🏻🥰

Eu fiquei MUITO na dúvida se colocava a Alpine novamente ou se colocava outro gato ou até um cachorro... Mas por fim, a Alpine venceu e aqui estamos! 🤧💫💖

Curiosidade inútil sobre a autora: A Alpine invadiu a casa do Bucky, forçando a adoção e dez dias depois, um gatinho forçou a adoção da MESMA maneira com a autora KKKKKK O nome dele é Sebastian e ele é uma graça 🥺

Enfim....

Sexta eu vou trazer um capítulo com novas emoções e com os primeiros indícios de um possível vilão 👀

Até lá! 💕

Bjs 💋💋



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