Os próximo dias nas Maldivas foram tranquilos, sem mais nenhum tipo de imprevisto desagradável. O que foi bom porque consegui apagar o encontro que tive com aquela pessoa não não irei nem mais pronunciar o nome em pensamento.
Resolvendo explorar, e aproveitar nossos últimos dias aqui, fomos até a parte da ilha que ficavam os moradores. Lá, tinha mais gente que no local que alugamos a cabana.
Algumas barracas de comerciantes estavam espalhadas pela calçada e eu conseguia ver do outro lado uma pousada.
- Acho que a gente consegue almoçar naquela pousada. - Bruno exclamou, assim que pensei em me aproximar das barracas.
- Acho que só os moradores comem por lá. - falei, vendo algumas mesas e cadeiras do lado de fora da pousada.
- Eu dou um jeito. - garantiu.
Sorri com sua confiança.
- Ah, claro, o que você não consegue?
Ele segurou meu rosto e me deu um rápido selinho antes de responder:
- Poucas coisas, meu anjo.
Com essas palavras, ele se afastou. Quando Bruno entrou na pousada, eu finalmente me aproximei de uma barraca.
Prometi para Ângela que compraria um presente para ela e talvez eu encontrasse algo interessante por ali.
- Quer levar um? - a mulher atrás da barraca perguntou quando me viu olhando para uma manta.
O decido da manta era macio e a costura mais parecia uma obra de arte.
- É lindo. - comentei, ainda tocando o tecido azul.
- E é também perfeito para recém casados. - exclamou, me deixando surpresa.
- Como você sabe que sou recém casada? - perguntei, curiosa.
Ela sorriu.
- Seus olhos brilham de um jeito que não deixam dúvidas. - respondeu. - E não menti quando disse que essa manta é feita para casais que estão em lua de mel.
- Vou levar uma. - falei, decidida. - Essa azul mesmo.
A mulher assentiu e enrolou a manta para colocá-la em uma sacola. Depois de pagar, peguei a sacola e fui atrás do Bruno.
Meu cabelo estava solto e acabei ficando incomodada quando começou a ventar muito forte fazendo os fios voarem no meu rosto. Quando atravessei para o outro lado, amarrei meu cabelo.
- Subornou quantas pessoas? - perguntei, quando Bruno saiu da pousada e caminhou na minha direção.
- Não precisei, eles tem um restaurante e não é exclusivo para os hóspedes. - disse, e reparou na sacola. - O que você comprou?
Tirei a manta da sacola e mostrei para ele com certa empolgação.
- Não é linda? - perguntei, animada. - A vendedora disse que é feita para recém casados.
Ele sorriu.
- Isso eu não dúvido. - disse, e senti que ele sabia de alguma coisa. - Achei que não quisesse mais ter filhos no momento.
Franzi o cenho ficando confusa com suas palavras.
- E não quero.
Já tínhamos conversado sobre isso. As meninas estavam muito novas, e outra gravidez logo depois do casamento não me agradava nem um pouco.
- Então por que comprou uma manta feita para abençoar uma gravidez? - perguntou.
- Do que está falando? - quis entender.
- Esse tipo de manta é muito usada para dar mais chances de um casal conseguir ter filhos. Segundo algumas culturas, claro. - contou. - A pessoa que te vendeu não te falou?
Enfiei a manta na sacola sem mais nenhuma empolgação.
- Acho que ela esqueceu desse pequeno detalhe. - resmunguei.
Passei direto pelo Bruno e fui até a pousada.
- Meu amor, não vai dizer que não acha ela mais tão bonita agora? - meu marido perguntou me seguindo.
Ignorei sua provocação e olhei uma das mesas que estavam espalhadas em frente á pousada. Depois de escolher uma, me aproximei e sentei na cadeira. Bruno sentou na minha frente e por baixo da mesa, seus pés encostaram os meus.
- Acho que só vou pedir uma água mesmo. - falei, sem fome nenhuma.
Coloquei a sacola com a manta na mesa e esperei alguém se aproximar para nos atender.
Quando meu marido colocou uma de suas mãos em cima da mesa, eu segurei sentindo o calor de sua pele. Incrível como eu me sentia tão bem com aquele simples contato.
Assim que levantei meus olhos, vi que Bruno me encarava.
- Será que a gente ia se encontrar se nossos pais não tivessem se casado? - perguntei, pensativa.
- Eu ia te achar.
Sorri sabendo que era bem provável. Nossos caminhos estavam ligados.
- Imagino como seria nosso primeiro encontro. - exclamei. - Provavelmente você diria algo bem arrogante então eu te mandaria á merda.
- Ou... - começou. - Eu te encontraria em uma lanchonete, sentaria ao seu lado e perguntaria seu nome. Ficaríamos conversando a tarde inteira e no final da noite eu teria seu número de telefone e um encontro marcado.
Aquele cenário não combinava em nada com a gente, por isso, acabei rindo.
- Não, você seria arrogante e eu te mandaria á merda mesmo. - repeti, sabendo que estava certa.
Nesse momento, uma mulher se aproximou e perguntou nossos pedidos. Eu pedi uma água como tinha avisado, e Bruno um suco gelado. Quando ela se afastou, eu passei meus dedos pela tatuagem que estava desenhada no torso da mão dele.
Aquela imagem do lobo sempre me deixava encantada.
- Eu fico pensando... - exclamei, e encarei novamente seus olhos. - Que essa tatuagem não combina em nada com a pessoa que você se tornou.
- A pessoa que me tornei? - perguntou, curioso.
- Dono de um império, vive escondido atrás de seus ternos caros. - respondi, e continuei acariciando sua mão. - Você não me engana, sei sua verdadeira personalidade. Sei que você não é tão contido quanto tenta parecer.
Por baixo da mesa, passei meu pé de forma discreta pela sua panturrilha. Ele ficou parado, mas só tocando sua mão senti sua pulsação acelerar.
- Então o que eu sou? - exclamou, segundos depois.
Soltei sua mão e levantei da cadeira para dar a volta na mesa e parar atrás dele. Depois de colocar minhas mãos em seus ombros, inclinei meu rosto até aproximar minha boca da sua orelha.
- Você é meu.
Com isso, me afastei dele e comecei a andar em direção a pousada, quando cheguei na porta, olhei uma última vez para o Bruno e sorri.
Foi um convite, e ele entendeu.
Dentro do estabelecimento, eu me aproximei do balcão e perguntei onde ficava o banheiro. O funcionário me respondeu apontando para o corretor que estava perto das escadas. Segui aquele caminho e entrei no banheiro. Fiquei satisfeita quando vi que todas as cabines estavam vazias.
Tinha acabado de parar na frente do espelho quando Bruno entrou no banheiro.
- A gente não devia. - ele falou, se aproximando.
- Não mesmo. - acabando com a distância entre nós, segurei seu rosto puxando ele para um beijo.
Bruno retribui e começou a andar comigo até que entramos em uma das cabines. Ele fechou a porta e me encostou na parede.
Querendo mais contato, eu abri alguns botões da sua camisa e passei minhas mãos pelo seu peito. No entanto, não foi suficiente. Desci meu toque e abri seu cinto para logo depois colocar minha mão dentro da sua calça.
Bruno mordeu minha boca e isso me incentivou a continuar.
Com minha outra mão, eu afastei um pouco seu corpo do meu, assim conseguindo espaço suficiente para ajoelhar no chão frio daquele banheiro.
Só que antes de continuar, levantei minha cabeça e encarei os olhos do meu marido. Bruno encostou sua testa na parede e me encarou de volta.
Ele passou seu dedo levemente pelo meu lábio inferior.
- Você realmente fica bem assim. - disse, se referindo a vez que ele me disse a mesma coisa quando quebrei um copo no escritório da mansão.
Com ele ainda me observando, tirei seu membro de dentro da calça e guiei ele até minha boca. Com aquele gesto, Bruno segurou meu cabelo. Não com força, mas foi firme o suficiente para ele ter algum tipo de controle.
Aceitando aquele domínio, deixei ele ditar como queria que eu fizesse.
Tomando cuidado com meus dentes, continuei por quase um minuto com sua ereção na minha boca, no jogo de vai e vem. Quando tirei, passei minha língua pela cabeça enquanto minha mão assumia a tarefa de masturba-lo.
Com a respiração do Bruno aumentando, acelerei os movimentos da minha mão e continuei massageando ele com minha língua.
Quando meu marido segurou meu cabelo com mais força, senti que ele estava chegando perto. Por isso, continuei.
E, assim, que ele finalmente gozou, não me afastei aceitando tudo na minha boca. Só que eu não engoli, pelo contrário, mantive o líquido na boca.
Levantei do chão e quando Bruno tentou me beijar, coloquei um dedo sob seus lábios pedindo um segundo.
Deixando ele se recompor, eu sai da cabine querendo soltar o que estava na minha boca em uma das pias. Eu amo dar prazer para o Bruno, mas não gostava de engolir.
É mais questão de preferência.
Mas, assim que me aproximei da pia, a porta do banheiro abriu e uma mulher entrou. Ela parecia ter mais de 50 anos, e assim que me viu, sorriu.
- Oi. - disse e caminhou na minha direção. - Eu vi você na mesa com aquele homem. São casados, né?
- Uhum... - consegui murmurar de boca fechada.
- Ah, eu sabia. Vocês se olhavam de um jeito tão adorável. - falou, e tocou meu braço. - Quanto tempo estão casados?
- Hum...
- Não entendi. - exclamou, confusa.
Sem saída, eu engoli de uma vez o que estava na minha boca.
- É recente. - respondi, finalmente.
- Estão aproveitando a lua de mel então. Escolheram o lugar perfeito. - garantiu, e andou até a cabine que o Bruno estava.
Senti meu coração acelerar no peito imaginando um possível flagra.
- Está ocupado... quer dizer, quebrado. - falei, rapidamente. - Só esqueceram de colocar uma placa. A coisa tá feia lá dentro, é melhor nem abrir a porta.
A senhora se afastou da cabine.
- Obrigada por alertar. Você é uma moça adorável. - disse, e entrou em outra cabine.
O olhar doce daquela mulher fez eu me sentir suja. Ai meu deus, eu sou uma pecadora.
O inferno me aguarda e isso é tão óbvio.
No entanto, quando olhei no espelho e encarei pelo reflexo a cabine que o Bruno ainda estava, tive uma certeza:
Eu faria tudo de novo, e de novo.
Depois a senhora saiu do banheiro me deixando sozinha, ou quase isso, Bruno finalmente saiu da cabine. Vendo a animação em seus olhos, não me afastei quando ele segurou meu rosto e me beijou.
- Eu te amo. - disse, com um sorriso nos lábios. - Você é incrível.
Ele sempre ficava assim depois de receber um boquete. Como um menino que tinha acabado de ganhar seu presente de natal.
- É melhor você sair primeiro antes que mais alguém entre.
Ele assentiu e me beijou uma última vez antes de ir.
Joguei um pouco de água no meu rosto sabendo que o dia tinha apenas começado. Me sentindo mais apresentável, sai do banheiro e quando estava passando pelo balcão, vi a mesma senhora que conversou comigo minutos atrás.
- ...vocês precisam colocar uma placa para alertar quando um banheiro não está disponível. - ela disse, para o homem atrás do balcão.
- Sra. eu não sei do que está falando, todos os banheiros estão funcionando perfeitamente. - o funcionário afirmou.
Passei rapidamente por eles e sai da pousada. Quando sentei novamente na mesa, vi que minha água e o suco do Bruno já tinham chegado.
- A gente vai para o inferno. - falei, e tomei um pouco da água.
- Vai mesmo. Onde já se viu tomar água quente nesse calor. - falou.
- A água não está quente, e não falei que vamos para o inferno por esse motivo. - exclamei.
Olhei para o lado direito quando duas mulheres passaram do nosso lado. Franzi o cenho reconhecendo o boné que uma delas estava usando.
- Ei, aquilo é meu. - falei, e Bruno olhou na mesma direção que eu.
- Seu?
- É, meu. - respondi.
- Se apropriar de algo que não é seu é pecado, achei que estivesse tentando se livrar do inferno. - falou.
- Não me julgue, não quando você é a arrogância e prepotência em pessoa.
Ele sorriu não discordando.
- E você é uma combinação perfeita de tudo que eu sempre desejei. Então, se eu vou para o inferno por tudo que eu penso em fazer com você, mal posso esperar por essa viagem.
Pensando por aquele lado, eu mal podia esperar também.
Fazendo eles aproveitarem a viagem antes de voltarem para a vida deles.
Até mais.