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By arthemisolar

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๐ฉ๐ฅ๐š๐ฒ๐ฅ๐ข๐ฌ๐ญ
i.
ii.
iii.
iv.
v.
vi.
vii.
viii.
ix.
xi.
xii.
xiii.
xiv.
xv.
xvi.
xvii.
xviii.
xix.
xx.
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histรณrias nรฃo contadas.
histรณria sendo reescrita.

x.

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By arthemisolar

— VOCÊ É ASQUEROSO! – o Black mais velho gritava enquanto a varinha apontava para o pescoço do irmão. – Elas poderiam estar mortas, Allie poderia estar morta!

— Eu não sabia que ela iria atrás dele! – Regulus gritou de volta, os olhos repletos de lágrimas.

— Quero que fique longe dela e de todos os meus amigos, entendeu? – Sirius disse com a raiva estampada na voz. – Ou eu mesmo te mato.

— Eu já disse que eu fiz sem querer, Sirius. Eu nunca faria nada para machucar a Allison. – ele sentiu algumas lágrimas caírem das bochechas. – Eu gosto dela.

— Ela não precisa de ninguém como você gostando dela. – o Black mais velho empurrou o irmão. – Você não entende, Regulus? Você virou um deles.

O Black menor sentou-se no chão frio dos corredores das masmorras enquanto o irmão ainda o encarava odiosamente.

— Você está igual aos nossos pais, aos nossos primos. – Sirius ditou. – Igual os bruxos das trevas.

— Eu não sou como eles.

— É SIM. – Sirius esbravejou, apontando a varinha para o irmão mais uma vez. – Continue sendo desprezível como eles, mas fique longe de mim e dos meus amigos. Não envolve ninguém na sua escolha suja.

A mão que empunhava a varinha tremia e a sua garganta se fechava com a angustia de ameaçar o próprio irmão mais novo. Sabia bem como os pais haviam criado Regulus para ser, não havia escapatória. Ele seria para sempre um pequeno projeto dos pais.

Sirius sabia bem que não poderia salvá-lo, nem se quisesse. Então, o Black decidiu que ninguém ao seu redor seria afetado pela sua família maluca, ninguém além de si mesmo.

— Esqueça Allie. Ela nunca gostaria de você. – Sirius ouviu a sua própria voz dizer, mas ela parecia distante. – Esqueça-me também. Para mim, nunca fomos irmãos.

[...]

Havia se passado uma semana desde o horripilante dia na casa abandonada, que mais tarde Allie descobriu ser a Casa dos Gritos. Lily se deitava com ela todas as noites na sua cama, contando tudo que James e Sirius falavam sobre o acontecido. Ela ainda não tivera coragem suficiente para conversar com ninguém além da Evans.

Sabia que James, Sirius e Peter eram animagos. Remus era, de fato, um lobisomem. Potter e Black se encarregaram de contar os acontecimentos para Lupin já que ele não se lembrava de absolutamente nada. E ele estava arrasado assim como Allie ficara.

Como poderia ter sido tão estúpido de colocar alguém em perigo? Havia sido extremamente mesquinho pensar que poderia realmente gostar de alguém. Ou que alguém pudesse gostar dele.

— Você precisa conversar com ele, Allie. – Lily disse enquanto penteava os cabelos dela numa noite chuvosa. – Você precisa ouvi-lo.

E foi exatamente o que fez. Por meio de James, Sirius e Lily, marcaram de se encontrar na torre de Astronomia à meia-noite de uma sexta-feira. A Evans levou a amiga até a escadaria, abraçando-a forte ao se despedirem.

Cada degrau que Allie subia a fazia duvidar se sabia mesmo andar. Parecia cada vez mais difícil chegar ao topo da torre, tendo que se segurar nos tijolos frios da parede para que não se desequilibrasse.

Mas não adiantou muito, já que só de ver a figura alta de Lupin ela sentia os joelhos tremerem. Ele parecia ainda mais cansado do que todas às vezes que eles se viram e definitivamente, muito mais machucado. Allie se moveu para frente aos poucos, abraçando a silhueta magra na sua frente. Algumas lágrimas molharam os seus olhos, o seu rosto e a camiseta que Remus usava.

— Eu sinto muito. – a Wood murmurou.

—Por que está me pedindo desculpas, Allie? – a voz dele estava calma como sempre, mas dessa vez com uma pontinha de tristeza.

— Porque eu não respeitei o seu segredo. Eu não tinha o direito de me meter em nada. – ela se afastou, o encarando. – E pela sua condição, Remus. Você não merecia ter sido transformado tão pequeno, é tão cruel... Quem teria coragem de transformar um garotinho de quatro anos?

A garganta de Remus se fechou com a memória. Diziam que crianças não se lembravam de nada antes dos seis anos, mas ele conseguia se lembrar muito bem da dor dos dentes de Fenrir Greyback rasgando a sua pele, do seu sangue quente correndo pelos buracos abertos na sua pele e manchando todo o seu pijama e o lençol da cama. Em como doeu se transformar pela primeira vez, e na segunda, e na terceira... Em como quebrou diversos dos seus ossos enquanto crescia.

— Nada disso é sua culpa. E eu aprendi a lidar com essa situação há muito tempo. – ele se afastou dela. – Eu acho que fiquei cercado pelos garotos por tanto tempo que acabei acreditando que eu realmente não seria um perigo para ninguém.

— Mas você não é.

— Como pode dizer isso, Allie? – ele riu sem humor – Eu quase matei você e a Lilian na última lua cheia. Eu sou um perigo para você.

— Você não tem consciência alguma quando está transformado, Remus. Foi o seu instinto animal. – ela se aproximou novamente, mas ele deu mais um passo pra trás. – E eu que te procurei. Nada teria acontecido se eu não tivesse sido tão curiosa.

— Não. Nada teria acontecido se eu não fosse um perigo ambulante. – ele sussurrou. –Preciso que fique longe de mim, Allison. Não podemos ser amigos, não posso fazer com que você seja amiga de um monstro.

— Um monstro? – ela repetiu, incrédula. – Você não é um monstro, Remus. Você é uma pessoa maravilhosa que tem uma condição inusitada. Você não pode se privar de todas as coisas boas do mundo para tentar se punir. Não é a sua culpa.

Algumas lágrimas ainda escorriam dos olhos delas, fazendo o coração de Remus doer.

— E não somos amigos. Somos mais que isso. – as bochechas dela estavam avermelhadas agora. – Eu gosto de você, Remus John Lupin. Como nunca gostei de ninguém antes. E me arrependo cada minuto por não ter te conhecido antes, pois você é a melhor coisa que me aconteceu.

As lágrimas caíam com mais frequência agora, e ela se aproximava cada vez mais. Remus não estava mais se afastando.

— Você não é um monstro. Você é a pessoa mais doce que eu conheço e merece tudo de bom. – os dedos da Wood acariciaram as cicatrizes dele. – Eu gosto de você, Remus. E mesmo você sendo um lobisomem, eu não vou parar de gostar.

— Eu sou muito perigoso. – ele sussurrou. – Você sabe. Você chorou a semana toda por causa disso, não é?

— Você não machucaria nem uma mosca, Lupin. – ela sorriu, embora ainda estivesse chorando. – E eu chorei durante toda a semana pelo fato que a pessoa que eu mais gosto no mundo todo foi amaldiçoada com uma das piores condições existentes. Chorei porque não há nada que eu possa fazer para aliviar a sua dor. Eu chorei porque sabia que você se culparia por isso mesmo quando é inteiramente culpa minha de ter ido caçar um lobisomem...

Os olhos dela estavam avermelhados, derramando baldes e baldes de lágrimas. Remus queria abraça-la, mas estava com medo demais para tocá-la naquele momento. Ela parecia feita de porcelana.

— Não posso te colocar nessa posição. Jamais faria isso com alguém que eu... gosto. – ele olhou para suas próprias mãos ainda machucadas pela última lua cheia.

— Você não é o único que tem que decidir isso. Você merece alguém que goste de você... Você não pode viver o resto da sua vida acreditando que não pode estar próximo de ninguém por causa desse detalhe. – ela se aproximou dele, segurando as mãos feridas entre as suas. As mãos dele eram sempre quentes, sempre carinhosas, sempre a enchendo de arrepios. – Eu sei que seus amigos estarão pra sempre ao seu lado. E eu também. Estarei sempre ao seu lado se você deixar.

Ela colou a sua testa na dele, fechando os olhos e respirando fundo. Estava com saudades de sentir o cheiro de Lupin, o cheirinho de chocolate e amadeirado dele. E o cheiro de cachorro molhado, que ela descobrira que era dele também.

— Você promete? – ela sentiu ele sorrir.

— Eu prometo.

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