𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐
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Alguns anos atrás, quando éramos duas crianças com sonhos intensos demais, Maribel e eu fizemos, juntas, um presente de dia das mães para tia Marjorie. Sentadas nas mesinhas uma ao lado da outra no colégio, aquele foi o nosso primeiro ano na escola.
Não foi algo incrível; eram apenas rabiscos em folhas de papéis. Um emaranhado de cores disformes, bonecos engraçados e corações por toda a parte. Quando Mai e eu entregamos para tia Marjorie ela amou. Agradeceu fervorosamente. Meu pai me abraçou de lado, com os olhos em lágrimas, mas, ainda assim, chorando.
Quando perguntei a ele por qual motivo seus olhos vazavam, ele respondeu que era pelo fato de que o desenho tinha ficado maravilhoso e que ambas éramos extremamente talentosas. Naquele dia, fomos à sorveteria. Meu pai levou-nos até lá.
Me deliciando com o doce, como eu poderia imaginar o quão minha vida se tornaria vazia? Você sabe, eu sei que estava errada em muitas coisas. Que meu coração continuava machucado e que, enquanto os dias passavam, algo se quebrava ainda mais em mim. Se eu soubesse o que aconteceria. Se eu soubesse que era tão boba e infantil, o que ocorreu a seguir não teria acontecido. Não teria.
— Tem certeza de que deseja continuar? — doutora Alyssa questiona. Olhos fixos em mim, em total atenção.
Eu respiro fundo. Volto ao dado momento em que vivo. Estou em seu escritório. As lágrimas borram a minha visão, embaçando-a. Há flores na mesa de centro, além de um copo d’agua que me foi oferecido. Minha bolsa pende no chão ao meu lado.
— Sim, eu quero continuar. — engulo em seco. Meu coração batendo forte dentro do peito. — Eu preciso.
Ela meneia a cabeça em concordância. Mergulho nas lembranças. Agora me vejo no shopping, na livraria. Juro que quase posso sentir o cheiro de livro novo se eu me esforçar só um pouquinho.
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oi!!
espero que gostem do capítulo :)
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bjxs,
B