♡♡♡
Dias depois...
Amanhã seria nosso jogo de vôlei contra o time de Osasco, eu estava super ansiosa e nervosa também por causa dos olheiros. Graham tinha vindo comigo, até então ninguém sabia sobre nós, continuávamos nos pegando em sigilo. Hoje eu decidi ficar no hotel o dia todo relaxando e me preparando para amanhã, tive treino pela manhã mas depois me tranquei aqui e não quero sair pra nada, já dei uma aliviada na tensão dando uma sentada no Graham o que é sempre bom.
— Está menos ansiosa agora? — Ele pergunta enquanto passa a mão pelas minhas costas nua.
— Com certeza, mas só fico pensando em ser a melhor amanhã e conseguir a atenção de algum dos olheiros. — Ele beija meu ombro e deita na cama com a cabeça por cima de seu braço, para poder me olhar.
— Você vai arrasar te vi hoje e você joga muito bem é bem centrada nas jogadas.
— Espero que eu continue assim e... — Ouço batidas na porta e Graham se levanta para ver quem é, e me olha com os olhos arregalados.
— É o Fábio. — Fala sem emitir som e eu me levanto em um pulo vestindo um roupão, nós olhamos em volta do quarto e tem roupa do Graham espalhada por todo canto. Caralho fodeu.
— Estou indo, rapidinho. — Digo e começamos a correr pelo quarto, jogamos tudo para dentro do banheiro e ele entra também fechando a porta e eu vou abrir para o Fábio que já entra me abraçando.
— Minha pequena Barbie, e aí animada para amanhã? — Eu tento agir naturalmente e abro um sorriso.
— Claro, estou sempre pronta.
— É isso aí, Larissa e Felipa estão lá embaixo comendo estavam morrendo de fome. Matheus está chegando pela madrugada junto com a Melissa.
— Ai estou tão feliz por estarem todos aqui, eu amo vocês.
— Nós também te amamos meu amor. — Ele me aperta em seus braços e logo depois me afasta.
— Ah não Amanda. Não me diz que o Nathan está aqui também porra. — Ele diz enquanto olha para uma cueca e blusa em cima da poltrona.
— Que? Claro que não. — Ele aponta para as peças de roupa.
— De quem são então?
— Não interessa Fábio. — Digo com a cara fechada. Não devo nada ao Fábio mas sei que ele ficará puto quando descobrir que estou dando pro amigo dele e será a maior merda, e hoje a última coisa que quero é me estressar pois tenho que estar tranquila para amanhã.
Mas aí o barulho de algo caindo no banheiro chama nossa atenção e Fábio fica todo nervosinho.
— Saia já do banheiro Nathan, eu vou te meter a porrada por estar se envolvendo com minha irmã de novo.
— Fábio para com isso, ta maluco? — Meu irmão estava com um ódio mortal de Nathan, mas chegar a pensar que eu voltaria com ele é até um insulto para a minha pessoa. Ok que eu já passei por isso de cair em tentação mas agora eu mudei e parei de pescar sardinha, agora só quero tubarão.
— Eu quero ver se ele é homem de vir, saia ou eu vou aí te tirar. — Graham já devidamente vestido sai do banheiro e o queixo de Fábio cai sem acreditar ele olha de mim para ele várias vezes.
— Ah seu filho da mãe eu vou te pegar. — E sai correndo atrás de Graham pelo quarto.
Nessa hora eu não sei se grito pra ele parar ou se caio na risada... acabei optando pela segunda opção. Morri de rir dos dois marmanjos correndo pelo quarto.
— Fábio sossega homem. — Graham diz e Fábio para de correr.
— Seu safado, você está ficando com minha irmã? E não me contou nada, eu estou muito bolado agora.
— Eu entendo, me desculpe sei que fiz errado. Você quer me bater agora? — Eu olho pra ele confusa, que merda está fazendo?
— Quero.
— Ok, mas não bate muito forte. — Graham coloca a mão no saco e fecha os olhos esperando o golpe e Fábio acaba acertando um soco na cara dele que eu chego a fazer uma careta de dor.
— Ai merda, Fábio podia ter batido no abdômen cara.
— Você estaria contraindo, te conheço seu merda e bem-vindo a família. — Ah não, fala sério esses idiotas.
— Quer saber seus malucos? Pode sair os dois do meu quarto, vão aproveitar o final da noite longe de mim que preciso relaxar e estar pronta para a partida amanhã. — Graham limpa a boca suja de sangue, em uma toalha.
— Eu quero ficar com você. — Ele diz e Fábio revira os olhos.
— Olha em que nível chegamos, mas você vem comigo sim eu quero explicações dessa merda que está acontecendo entre vocês dois seu merda. Vamos passa. — Graham passa por mim e me da um beijo rápido nos lábios e sai rindo do quarto quando Fábio tenta socar ele. Fecho a porta quando os dois saem e me jogo na cama.
Não passa nem dez minutos quando Larissa e Felipa, entram no quarto igual furacões.
— Você está namorando o Graham e não me falou nada? — Felipa é a primeira a dizer, me olhando com as mãos na cintura. Eu reviro os olhos e me levanto indo até o frigobar para pegar uma latinha de coca.
— E da pra conversar com você e Larissa? Quando estão juntas vocês vivem em uma bolha que ninguém consegue se aproximar para conversar, e outra nós não estamos namorando só estamos nos pegando. — Larissa da risada e se joga na cama.
Larissa e Felipa como casal é insuportável, eu shippo muito esse namoro e sou a maior fã delas juntas. Mas olha as vezes tenho vontade de matá-las. Elas se isolam do mundo, essas quengas.
— Vocês vem juntos para São Paulo, se hospedam no mesmo quarto e só estão se pegando? — Larissa pergunta me fazendo parar e pensar.
Ohhh God, ela tem razão isso passou de uma pegação. Por que fui passar a noite de conchicha com o ficante? Esse é o maior tiro no pé, é o começo de um relacionamento. Graham e eu já passamos disso, nós viajamos JUNTOS eu dormi no ombro dele enquanto estávamos no avião, ele carrega minha bolsa.
— Droga, é tarde demais para voltar atrás? — Pergunto e Felipa da risada.
— Só você que se enganou nessa pegação Amanda. Estava na cara que você não ficaria solteira por muito tempo e graças ao bom Deus dessa vez você acertou hein.
— Felipa vai se foder, eu posso sim ficar solteira. — Ela e Larissa se olham e caem na risada. E eu jogo almofadas em cima delas.
— Sabemos que não, mas mudando de assunto e aí ansiosa por amanhã? — Lari pergunta e eu me jogo na cama com elas e começamos a conversar. Ficamos ali até umas 22h quando eu as expulsei pois tinha que dormir por causa do jogo que seria amanhã pela manhã.
Uns minutos depois que elas saíram o Graham voltou e acabamos nem conversando sobre o Fábio, pois eu já estava um pouco sonolenta ele só fez foi se deitar ao meu lado e me puxar para seus braços.
No dia seguinte eu acordei umas oito da manhã tomei meu café reforçado e Graham me levou para onde seria o jogo que aconteceria naquela manhã às onze.
— Nos vemos mais tarde. — Digo assim que ele estaciona o carro e eu dou um beijo em sua boca, saio carregando minha bolsa e entro no vestiário já tem umas meninas que já chegaram e o treinador está lá com elas.
— Bom dia família.
— Bom dia. — Elas respondem e eu sento ao lado de Alana, enquanto o treinador nos dar algumas dicas de jogo.
Depois que estão todas no vestiário o treinador nos mostra vídeos da outra equipe para nos mostrar algumas habilidades delas e manias de jogo.
— Temos que vencer essa e ir pra final, joguem bem deem o sangue naquela quadra pois lembrem-se temos olheiros na arquibancada e eu quero que desse time aqui saia várias meninas para a seleção de vôlei e competir nas Olimpíadas. — Ele diz fervoroso o que nos dar um gás.
¤¤¤
Agora chegou a hora do jogo. Entramos uma atrás da outra na quadra, eu entro orando para que Deus me guie nesse jogo e eu faça uma boa partida. Tiramos nossos casacos e depois de um tempo tomamos nossos lugares na quadra e assim que o juiz apita nós começamos o jogo.
As porradas na bola são fortíssimas os saques perfeitos e as rebatidas, eu mergulho no chão mais de uma vez dando o sangue na partida mas perdemos o primeiro set, e durante o intervalo Valdir nosso treinador solta as dicas para nós.
— Amanda e Fernanda estão fazendo um ótimo trabalho continuem assim.
— Milena, preste atenção a barreira delas está forte então faça o mesmo está passando muitas bolas entre você e Augusta. Agora vamos pra cima e vamos ganhar. — Todas se abraçam e logo voltamos para a quadra, trocamos de lado e o jogo recomeça logo após o apito do juiz.
Penso no que Valdir falou e me entrego ainda mais, começamos o set bem conseguindo dois pontos de vantagem. Depois de um saque do time adversário nós começamos um grande rally, a bola ia e voltava várias vezes sem ninguém fazer ponto até que a bola sobra pra mim, eu pego impulso e pulo para cravar a bola no chão da quadra adversária e Milena sobe um pouco atrasada, eu dou um porradão na bola conseguindo fazer um ponto mas Milena acaba batendo em mim e eu perco o equilíbrio como eu pulei muito alto para alcançar a bola sei que meu tombo será violento então fiz a má escolha de colocar a mão para segurar meu peso e em câmera lenta na minha mente eu toco o chão com violência e pude ouvir o barulho do meu pulso quebrar. A dor vem na hora e eu seguro a mão, grito de dor e o jogo é paralisado, Valdir entra na quadra seguido da equipe médica que examina ali mesmo e constata que quebrou mesmo, eu choro de dor e desespero com medo de ser afastada. Sou levada para fora de quadra.
— Dói muito Valdir, está insuportável. — Digo chorando.
— Calma já vamos para o hospital. — A ambulância já estava nos esperando e eu sou encaminhada para o hospital mais próximo para bater chapa e ver melhor essa lesão.
E eu só oro para que não seja nada tão grave, pois eu não quero ter que me afastar pra sempre das quadras por causa de uma lesão, igual o Graham teve que se afastar do octógono por causa do joelho dele.