- Tommy... – Cantarolei, chamando por ele. Minhas mãos estavam geladas por conta da pesada bola de neve que eu segurava, mas eu ainda estava com um sorriso enorme no rosto e ansiosa para jogar a neve direto na cara de Tom. – Vamos, apareça. Eu juro que estou sem neve nenhuma nas mãos. – Dei uma risada maligna silenciosa.
- AHÁ! – Eu ouvi seu grito atrás de mim e logo senti uma substância macia e gelada ser jogada contra minha cabeça. – "Não tem neve", né? Mentirosa! – Eu me virei com ódio no olhar para encarar Tom, ele estava com um sorriso debochado no rosto e os braços cruzados.
- Corre. – Eu disse, baixinho. – Corre muito. – Eu peguei minha varinha e joguei a neve para cima enquanto Tom corria. Apontei a varinha para a neve e fiz um feitiço de multiplicação e logo um feitiço de perseguição, fazendo com que as dezenas bolas de neve fossem atrás de Tom. – Toma essa! – Eu gritei feliz quando as bolas de neve o acertaram, fazendo Tom cair na grama e afundar na neve.
- Ma Belle... acho que torci o tornozelo. – Ele choramingou e colocou a mão no pé, alisando com cuidado e fazendo uma careta de dor.
- O velho truque do tornozelo machucado, não é? Sabe que eu não caio nessa. – Eu cruzei meus braços e sorri, indo até ele e parando na frente dele.
- Eu não estou brincando, tenho certeza de que torci o pé. – Meu sorriso murchou ao ver que ele estava quase chorando. Eu me agachei na frente dele e coloquei minhas mãos delicadamente no pé dele.
- Parece normal para mi... – Tom me interrompeu puxando minha cintura e me fazendo deitar na neve. Eu dei um gritinho baixo quando senti a neve gelada tocar meu pescoço e o corpo de Tom se pressionar contra o meu, me prendendo ali. – Seu idiota, me deixa sair!
- Pede desculpa. – Ele deu um sorriso de lado e aproximou seu rosto do meu, me fazendo corar.
- Pelo que? Você que começou! – Eu desviei o olhar para o lado, o que piorou minha situação. Tom soltou uma risada contra minha bochecha, me fazendo ficar ainda mais vermelha. – Me tira logo daqui, está frio... – Eu espirrei antes de terminar a frase.
- Eu sei das suas habilidades, Ma Belle, fingir um espirro está entre elas. – Ele pendeu a cabeça para o lado levemente. Eu voltei meu olhar para ele e bufei, sentindo meu corpo inteiro esquentar, mesmo eu estando em contato com a neve.
- Anda logo, preciso te azarar? – Eu tentei empurrá-lo para cima, mas Tom era mais pesado do que eu e mais forte, ele conseguia, facilmente, me prender contra o chão.
- Está bem, mas só porque eu quero chocolate quente. – Ele se levantou e estendeu a mão para mim, me puxando para cima. Tom abraçou meus ombros e foi comigo até dentro do castelo. Nós tiramos a neve da roupa antes de entrar e nos direcionamos para o salão principal, onde estavam servindo comidas natalinas. – O que acha de irmos à Hogsmade comprar doces mais tarde?
- Acho uma ótima ideia, sabe que doces são meu ponto fraco. E prometemos que faríamos isso na manhã de Natal, na semana passada. – Eu disse enquanto me servia de chocolate quente e assoprava o líquido quente antes de ingerir.
- Você pode até fazer mais uma massagem em mim... – Eu me engasguei com o chocolate, o que fez minha garganta arder, e pigarreei enquanto voltava ao normal. Tome estava escondendo um sorriso cafajeste no rosto.
- Chega de massagens para você. – Eu disse, implorando à Merlin que ele me desse força para não corar. – Aliás, temos que começar a planejar o que iremos fazer quando as aulas acabarem.
- Você diz nas férias? – Ele me olhou com uma sobrancelha arqueada. – Infelizmente, teremos que ficar no orfanato, você sabe disso.
- Não as férias, quando acabarmos o colegial. – Ele ergueu as duas sobrancelhas, me olhando surpreso. – Eu sei que pode estar um pouco cedo...
- Um pouco? – Ele me interrompeu. O olhei com uma cara irritada, fazendo ele se calar.
- Mas nós precisamos estar prontos para quando sairmos daqui. – Eu olhei meu chocolate quente, mexendo a caneca para misturar e esfriar o líquido. Comecei a pensar se eu e Tom iremos morar juntos quando sairmos daqui, nós convivemos um com o outro desde que tínhamos 9 anos, não consigo mais me ver separada dele.
- Ma Belle, ainda é muito cedo para isso. – Senti sua mão tocar meu ombro, fazendo com que eu olhasse Tom nos olhos. – O que acha de planejarmos tudo nas férias? Por enquanto, vamos apenas focar nas provas finais, ok?
- Ok. – Eu suspirei e o abracei de lado, apoiando minha cabeça em seu ombro. Eu tentei não fazer perguntas sobre nosso futuro, focando apenas em terminar meu chocolate quente e pensar em quais doces vou pegar em Hogsmade.
Enquanto eu ia em direção ao meu quarto após voltarmos de Hogsmade, com Tom ao meu lado, senti uma dor forte na barriga, mais precisamente no útero, e um desconforto pelo corpo, me fazendo soltar um praguejo pequeno de dor.
- O que houve? – Tom parou de caminhar e me olhou ao ver que eu estava com uma feição de dor e com as mãos no abdômen.
- Eu não sei, minha barriga começou a doer de repente. – Eu remexi meus ombros, desconfortável, e puxei Tom para que continuássemos a andar. – Só quero comer os doces logo e ficar deitada o resto da noite.
- Tem certeza que não quer que eu busque uma poção para isso? – Tom me olhou com uma feição indiferente, mas pude perceber a preocupação por trás da máscara de "eu não ligo".
- Tenho, chocolate já é um ótimo remédio para qualquer coisa. – Eu respirei fundo enquanto entrávamos no meu quarto. Tom fechou e trancou a porta, vindo em direção à cama logo em seguida. Ele depositou a sacola de doces no colchão e se deitou na cama. – O que vamos fazer enquanto comemos?
- Hm... que tal ler? – Ele me olhou com um sorriso, me fazendo dar risada.
- Shakespeare? – Eu observei ele pegar o caderno preto que eu dei para ele e murmurar o feitiço, transformando o caderno no livro "Hamlet".
Nós nos juntamos mais na cama e começamos a ler juntos. Vez ou outra nós revezávamos sobre quem seguraria o livro pela dor no braço. Quando estava na minha vez de segurar, a mão de Tom deslizou discretamente para meu braço e começou a acariciar, me fazendo perder o foco no livro e pensar somente na mão gélida de Tom tocando minha pele quente. Eu respirei fundo, engolindo em seco, e tentei voltar minha atenção para o livro. Porém, Tom subiu sua mão para meu pescoço e começou a arranhar levemente, tocando no meu cabelo vez ou outra e fazendo meu corpo se arrepiar involuntariamente.
- Ma Belle? – Ele me chamou baixinho, fazendo com que eu o olhasse rapidamente. – Você já deveria ter virado a página. – Ele disse com um sorriso pequeno no rosto, parecendo saber o que eu pensava. – Está tudo bem?
- Ah... sim, está sim. – Eu dei uma risada nervosa e virei a página do livro, mas pude perceber que Tom ainda estava me olhando pela visão periférica. – O que foi? – Eu perguntei baixinho, engolindo em seco e olhando nos seus olhos.
- Só estou admirando você. – Ele deu de ombros levemente e desceu os olhos para meus lábios, encarando com um olhar diferente. Eu encarei sua boca também, sentindo uma quantidade absurda de adrenalina encher meu corpo. Seu rosto estava tão perto do meu que eu podia sentir seu hálito quente bater contra meu busto.
Eu me assustei quando soltei o livro sem querer, fazendo ele cair na minha barriga. Eu me sentei na cama e pigarreei, nervosa pelo que acabou de quase acontecer.
- Acho melhor irmos jantar. – Eu disse sem olhá-lo nos olhos e me levantei, pegando minha varinha e usando para amarrar o cabelo em um coque.
Tom apenas respirou fundo e me seguiu na direção do Salão Principal. Ambos em silêncio. O clima estava estranho após o clima no quarto, eu podia perceber isso. Eu quase beijei ele... Tom sempre foi como um irmão mais velho para mim, uma figura familiar. Mas agora eu só consigo observar como seu abdômen está mais definido, como seus braços estão fortes, seu maxilar travado, seus cabelos que me dão vontade de puxar... então porque eu parei? Eu queria isso, certo? Porque eu desfiz a situação? Um suspiro saiu de meus lábios enquanto eu pensava, nervosa pelo clima que ficaria entre nós agora.
- Ma Belle... – Tom pegou meu braço e me impediu de continuar andando. Nós estávamos no corredor perto do Salão Principal, mas estava vazio e silencioso, indicando que estávamos sozinhos. – Eu... – Ele olhou para mim com confusão em sua face, parecendo decidir se fazia algo ou não.
- Swan. – Uma voz masculina cantarolou na entrada do corredor, fazendo com que Tom me soltasse e viesse para minha frente quando me virei. Trevor estava vindo na nossa direção. Seu rosto ainda estava desfigurado, deixando apenas sua boca e seu olho direito intactos. – Dumbledore está chamando por você. Ele pediu para eu avisar. – Eu cerrei meus olhos na sua direção, desconfiando de suas palavras.
- Obrigada. – Eu disse, simples. Trevor me olhou tentando dar um sorriso irônico, mas ele apenas fez um som de dor logo em seguida após a tentativa inútil de me debochar. Trevor saiu do corredor e deixou eu e Tom sozinhos novamente.
- Pode ir, nos encontraremos depois no Salão. – Eu disse e me retirei dali, sem dar chance para que ele falasse algo ou protestasse. Eu fui rapidamente até a sala de Dumbledore e bati na porta três vezes, vendo o velho abrir ela com magia e autorizar minha entrada.
- Senhorita Swan. – Dumbledore me cumprimentou com um aceno de cabeça. Ele estava sentado atrás da mesa e com as mãos entrelaçadas na frente do corpo. – Sente-se, por favor. – Eu me sentei e dei um sorriso pequeno, nervosa por ter sido chamada repentinamente. – Não precisa temer, a chamei aqui apenas para conversar sobre um aluno.
- Qual aluno? – Eu franzi a testa, mas logo meu coração começou a bater mais rápido e o medo percorreu minhas veias, imaginando se Trevor teria contado para ele a verdade.
- Seu amigo, Tom Riddle. – Eu fiquei mais confusa do que aliviada, me interessando pelo que Dumbledore tinha a dizer.
- Qual o problema com ele? – Eu endireitei minha postura e cruzei as mãos no meu colo.
- Não há nada de errado com ele... – Dumbledore começou, fazendo com que eu me sentisse aliviada. - ...ainda. – Ele finalizou sua frase, fazendo com que o temor voltasse para meu corpo. – Eu vejo que Tom é um bruxo com grande potencial, assim como você, senhorita Swan. Porém, tenho meus motivos para... recear que Tom seja auto-direcionado para o mal caminho.
- Poderia simplificar, por favor? – Pedi, com medo de que eu tivesse entendido errado.
- Talvez seu amigo seja um bruxo das Trevas, senhorita Swan. – Essa frase me fez querer dar risada. – Entendo que você o conheça quase a vida inteira, mas tenho que lhe alertar de que Tom possa ter uma dupla personalidade. – Tentei não revisar meus olhos, ignorando todas as palavras que o velho falava.
- Professor, não sei quais suas razões para achar isso, mas lhe garanto que Tom é uma boa pessoa e nunca se tornaria um bruxo das Trevas. – Eu me levantei, não deixando que ele falasse. – Se o senhor não tiver mais nada para resolver comigo, gostaria que me liberasse. – Ele suspirou pesadamente, se levantando também e apontando para a porta, indicando que eu poderia sair.
- O bem pode salvar almas corroídas pelo mal, Angel. Mas essas almas precisam ser salvas o mais rápido possível, ou será tarde demais. – Dumbledore disse enquanto eu saía, fazendo com que eu parasse no meu lugar e o olhasse por cima do ombro.
- O senhor está enganado em relação à Tom, professor Dumbledore. – Eu disse baixo, mas sabendo que ele ouviria. – Fico decepcionada por ver você suspeitar dele dessa maneira.
Eu me retirei dali, imaginando quais seriam as razões de Dumbledore que o levaram a ver Tom dessa maneira. Eu fui em direção ao Salão Principal rapidamente, parando na enorme porta antes de entrar. Observei Tom sentado na mesa da sonserina, isolado do resto dos alunos, comendo tranquilamente. Eu nunca conseguiria imaginar aquela figura conhecida e amável como um Bruxo das Trevas, me senti enjoada ao imaginar isso.
Eu suspirei e caminhei até ele, sentando no lado de Tom e bagunçando seus cabelos enquanto me ajeitava ali.
- O que Dumbledore queria? – Ele perguntou, parecendo apreensivo.
- Discutir sobre um assunto bobo. – Eu sorri, decidindo evitar o assunto para que ele não se sentisse mal pelas palavras de Dumbledore.
- Hm. – Foi tudo o que ele disse. Tom voltou a comer e se levantou poucos segundos após terminar seu prato, se retirando do salão. Eu observei ele sair, confusa com aquela atitude. Talvez ele soubesse que Dumbledore desconfiasse dele e estava incomodado com isso.
Eu voltei para meu quarto pouco tempo depois, vendo que Tom não estava ali. Angel e Alface estavam dormindo na minha cama, eu fui até eles, fazendo carinho nos dois, e coloquei meu pijama, deitando perto deles logo em seguida e caindo no sono rapidamente, preocupada em saber o motivo de Tom estar me ignorando.
bom dia, estrelinhas. A terra diz: « olá »
como estão se sentindo hoje? espero que estejam bem. — desculpem pelos erros ortográficos no capítulo, não tive tempo de corrigir. —
postei uma nova « história », no caso, é um imagine +18 de hp, caso se interessem. Começarei a postar hoje à noite.
Enfim, aproveitem bem o dia de vocês. Só se vive uma vez🤍