Amor Por Contrato | Sariette

By ssariette

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Quando Juliette Freire enviou seu currículo para o Andrade's Office, foi somente para deixar de ouvir Camilla... More

O começo de tudo.
Oportunidade.
Não vai rolar.
Decisão difícil (ou não).
Onde eu assino?
Casadas.
Jantar.
Surpresa Ruim.
Ciúmes.
Alegria.
Desejo.
Próximas.
Não me importo mais.
Borboletas.
Paris.
Paris II.
Paris III.
Queimando.
Você é fiel, Sarah?
Nada dura para sempre.
De volta pra casa.
Negando.
Cleo.
É um prazer conhecê-la.
Quem é ela?
Me desculpa.
Amor.
Saudade.
Tristeza.
Que porra é essa?
Você está em mim.
Casa comigo, Camilla?
Conhecendo Sarah Andrade.
Conhecendo Sarah Andrade II.
Festa.
Dia normal.
Divórcio?
Eu quero que você saiba.
Quem eu sou.
Preciso da sua ajuda.
Ela não é assim.
A verdade.
Odeio amar você.
Namoradas.
Confusão.
Me deixa em paz.
Não vá embora.
Por que você fez isso comigo?
As coisas complicaram.
Ela foi embora.
Amor perfeito.
Um dia de cada vez.
Casa comigo?
Parece um sonho.
O casamento.
Eu vou cuidar de você.
Minha melhor escolha.

Sempre fugindo.

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By ssariette




Juliette acordou e teve a certeza de que nunca na vida havia acordado tão esgotada. A sala estava clara demais o que fez seus olhos automaticamente se fecharem, buscando um pouco de conforto.

A dor de cabeça estava insuportável! Maldita tequila... 'Nunca mais eu bebo!' pensou com raiva. Assim que seus olhos se acostumaram com a claridade ela levantou, procurando algo que amenizasse um pouco a dor. Café.

Olhou seu reflexo no vidro do armário da cozinha e se assustou da própria imagem, rindo logo em seguida. Precisava urgentemente de um banho. Passou as mãos nos cabelos deixando-os mais baixos.

Pegando o controle da tv e deitando-se no sofá novamente, ela ligou a televisão e baixou o volume até que somente ela pudesse ouvir. Quanto menos barulho, melhor. Procurou por alguma coisa interessante e começou a prestar atenção, até que a suas pálpebras pareceram pesar uma tonelada, e ela jogou a cabeça para trás respirando fundo e fechando um pouco os olhos... só mais um pouquinho.

Porém foi somente isso que precisou para que ela dormisse profundamente, ali, com a tv ainda ligada.

Ela estava com a cabeça jogada pra trás, e com a boca aberta, numa postura nada confortável e foi exatamente assim que Sarah a encontrou pela quando desceu as escadas atrasada para ir para a empresa.

– Juliette? - Sarah disse para se certificar que ela dormia. Ela nem se mexeu e a loira foi obrigada a rir.

Como alguém conseguia dormir naquela posição? Alguém conseguiria ficar tão adorável dormindo de boca aberta e cheirando a tequila? Ela definitivamente sim!

Sarah olhou o relógio já devia ter saído de casa, mas como sairia e a deixaria ali? Tão mal acomodada? Se aproximou e chamou duas, três quatro vezes e nada.

– Ju, acorda! - ela disse cutucando o braço dela..- Acorda, Juliette! - ficou repetindo até que ela fechou a boca, engoliu a saliva e abriu os olhos.

Juliette piscou duas vezes e conseguiu distinguir a teto da sala de estar... Ela havia dormido no sofá. Estava tão bêbada que nem lembrava como tinha chegado em casa. Porém estava aliviada por ter acordado ali.

– Acordou? - a voz de Sarah invadiu seus ouvidos.

'Baixo, por favor. Baixo'. A cara de sofrimento de Freire estava causando ataques de riso em Sarah. Nunca tinha visto a mulher daquela forma. Apressada ela tentou olhá-la mas soltou um grito quando tentou mexer o pescoço.

– O que foi? - ela quis saber já com olhos arregalados.

– Meu pescoço. - ela disse com calma – Acho que tive torcicolo. - ela disse massageando o próprio pescoço.

Meu Deus, que azar era aquele? Maldita tequila!

– Não me admira. Veja a posição que dormiu. - Sarah disse a repreendendo.

– Eu só bebi um pouco. - se defendeu.

– Oh sim, só um pouco. Quantas garrafas de tequila? Aposto que foram muitas, já que não conseguiu nem subir para seu próprio quarto. - ela disse séria.

Não querendo outra discussão, Juliette apenas revirou os olhos e se levantou do sofá continuando a olhar para cima, para que o pescoço não doesse.

– O que vai fazer? - ela quis saber

– Eu vou subir até o meu quarto e pegar uma pomada que está em cima da penteadeira pra ajudar com a dor. - ela disse ainda andando e olhando pra cima.

– Nada disso... - Sarah agarrou a cintura dela fazendo com que se sentasse novamente no sofá – Eu mesma subo e pego a tal pomada.

Entrou no quarto e sentiu o cheiro de Juliette queimando suas narinas. A cama estava desarrumada e um roupão também estava jogado ao chão. Foi até a penteadeira e encontrou a tal pomada que tinha no rótulo o enunciado "dores musculares/alívio imediato".

Voltou a descer as escadas, surpresa por Juliette continuar sentada no sofá.

– Aqui está. - anunciou lhe entregando o remédio.

– Obrigada. - Juliette espalhou um pouco de pomada nas mãos e iniciou uma massagem pelo próprio pescoço.

A substância tinha um cheiro terrível, mas Sarah nem percebeu, ocupada demais a vendo se massagear. Como estava com vontade de beijá-la...

– Com quem você foi beber? - Sarah fez a  primeira pergunta que veio em mente.

– Cami. - deu de ombros – Ela chamou um táxi, eu desci aqui e acabei dormindo no primeiro lugar que encontrei.

– Você chegou até aqui sozinha?-perguntou parecendo surpresa.

– Sim.

– E porque diabos não me chamou?- o tom de sua voz era sério.

– Não achei que fosse preciso. - mentiu – Eu estava me sentindo bem. - ela disse já podendo mexer melhor o pescoço.

– Okay, - Sarah respondeu irônica. – Agora conta a verdade. Quantas vezes vou ter que te falar que você não sabe mentir?

– Mas essa é a verdad... - ela se auto interrompeu suspirando quando por fim conseguiu mirá-la nos olhos. Não tinha como mentir. – Eu não quis te chamar porque você está brigada comigo... Eu sei que não quer falar comigo. Você não gosta de conversar e eu respeito isso.

Ela suspirou pesadamente, esfregando as mãos no próprio rosto.

– Eu estou atrasada agora, Juliette. - ela anunciou mudando completamente de assunto.

Sarah não havia ouvido o que ela acabara de dizer?

– Você ficará bem se eu for, ou quer que eu fique e te ajude com o torcicolo e a ressaca?

"Idiota, idiota, idiota desde aquela maldita vaga no estacionamento!"

– Não, eu ficarei bem. - a voz dela saiu mais estrangulada do que ela gostaria.

– Tudo bem. - pareceu dividida entre ficar e ir trabalhar. – Tenha um bom dia.

Sarah pegou a sua pasta e saiu pela porta, deixando-a ali, sozinha...

Ela prometeu a si mesma que não iria chorar, mas quebrou sua promessa assim que os olhos já não puderam segurar tanta lágrimas e o peito pareceu sufocar implorando por um soluço de choro sentido.

Sarah tinha plena certeza que nunca em sua vida, havia ido para a empresa tão angustiada. Se estava brava com Juliette?  Desconfiada dos sentimentos da morena de cabelo comprido que estava mexendo com seu coração? Sim estava, mas a vontade de beijar a boca dela e matar as saudades de seu corpo era maior. Tão maior que chegava a ser sufocante.

Ela tirou o casaco e o jogou em cima da cadeira. Viviane a tirou de seus pensamentos. Por um momento ela ficou feliz pensando que era Cleo que tinha lhe chamado.

– Sarah ? - ela disse estralando os dedos.

– Ah... É você... -ela disse visivelmente desapontada - Desculpe... O que disse?

– Está tudo bem com você? - ela perguntou parecendo realmente preocupada.

– Sim. Prossiga por favor.

Cleo não tinha aparecido na empresa aquele dia. Sarah se sentia estranha, mas havia sentido falta da presença animada da outra mulher. Ainda podia sentir seu cheiro de café.

Quando por fim a última reunião foi encerrada já eram quase quatro da tarde, e Filipe estava impaciente ao seu lado:

– Não acredito que ainda nem almoçamos! - reclamou novamente.

– Você tem quantos anos, Filipe? Cinco? – Sarah revirou os olhos.

– Fome não tem idade. E o que houve com seu humor hoje?- ele disse bravo fazendo Viviane rir.

– Vou ver se consigo algo para vocês comerem. - ela disse caminhando para fora da sala.

– Viviane... - ela virou-se - ... antes de tudo, ligue para minha casa e pergunte como Juliette está se sentindo. Por favor.

Ela assentiu e passou pela porta com passos largos.

– Aconteceu alguma coisa? – Filipe perguntou parecendo esquecer um pouco da fome.

– Torcicolo e ressaca. Quero apenas saber se a dor já passou. – Sarah respondeu começando a digitar algo que parecia importante no computador.

–Como foi o jantar com Cleo ontem?- ele perguntou curioso.

– Foi ótimo. Ela é minha Galvão favorita. A melhor. -ela disse o provocando e ele revirou os olhos.

– Continue me provocando e eu te abandono sozinha com todos esses processos, Sra. Andrade.- ele disse piscando um olho para ela.

Viviane entrou novamente na sala. Porém agora suas mãos estava ocupadas com uma bandeja que continha comida e dois copos de suco.

– Oh, muito obrigado. – Filipe disse começando a comer.

– Você fez o que eu pedi? - Sarah perguntou parecendo não se importar com a bandeja recheada posta sobre a sua mesa.

– Ah sim! - ela disse depois de alguns segundos parecendo ter que se lembrado do que Sarah falava – Eu liguei, mas ninguém atendeu.

– Tudo bem. Eu mesma ligo mais tarde. - ela disse ríspida.

– Quanta preocupação, é apenas ressaca.

– Ai, cale a boca. Realmente não é meu preferido.- ela disse revirando os olhos.

– Depois sou eu que tenho 5 anos.- Filipe riu dando mais uma garfada na comida.

Passaram-se mais algumas horas até que terminassem o que tinham para fazer naquele dia.

– Estou indo pra casa. - Sarah levantou pegando suas coisas e dando um beijo rápido na bochecha de Filipe.

Quando girou a maçaneta a voz dele a chamou novamente.

– Como seu advogado e amigo eu te alerto Sarinha, não perca tempo. No contrato que eu mesmo redigi está bastante claro: seis meses. O tempo não para... não para.

Sarah estacionou seu esportivo vermelho em frente a sua casa, e entrou sem fazer barulho.

Não precisou pensar muito sobre onde encontrar Juliette. Pelo contrário, largando as coisas de qualquer jeito em cima do sofá, foi logo para o pequeno "jardim" improvisado.

Ela estava agachada com os cabelos presos e com uma tesoura na mão parecendo muito concentrada em tirar as folhas murchas da pomposa flor que ela não soube identificar. Ficou alguns segundos quieta extremamente indecisa. Entre continuar admirando ou chamar Juliette.

– Melhorou do torcicolo? - perguntou de repente.

Completamente assustada e pega de surpresa, Juliette gritou e caiu sentada no chão frio e sujo de terra. Diante de tal cena, a última coisa que Sarah conseguiu fazer foi ficar séria. Ela se desmanchou em gargalhadas.

– Que droga! - ela disse virando-se para Sarah  – Quase morri do coração! - disse respirando fundo com a mão em cima do peito.

– Ai, Juliette!! Desculpe. Não quis te assustar. - ela disse ainda com um largo sorriso nos lábios.

– Tudo bem, sem problemas. Só estava distraída. Que horas são? Não é cedo para você já estar em casa?

– Saí mais cedo. - ela disse dando de ombros– E você ainda não me respondeu.

O motivo de ter chegado em casa mais tarde na última semana não havia aparecido na empresa hoje. Infelizmente, ela pensou.

– Sobre o qu.. Ah, o torcicolo. - ela disse lembrando – Está melhor. E a dor de cabeça também. Nada que um café e umas garrafas de água não resolvam. - garantiu sorrindo

– Fico feliz. - retribuiu o sorriso.

Pelo menos isso havia feito as coisas ficarem menos pesadas entre elas. O silêncio caiu sobre elas e ambas não disseram mais nenhuma palavra.

Sarah mergulhou no mar daqueles olhos grandes e brilhantes que a deixaram sem fôlego, e parecendo afundar-se ainda mais, foi até um abismo de incertezas e medos, a deixando ainda mais confusa.

– Bom... - ela disse sentindo a garganta fechar – Te-tenho que trabalhar. Qualquer coisa estarei em meu escritó-tório.

Ela saiu com passos largos e apressados.

Por Deus ela havia mesmo gaguejado? Juliette era uma feiticeira por conseguir fazer isso com ela. Assim que a porta do escritório se fechou e ela se sentiu segura, desabou em uma cadeira respirando fundo. Sabia exatamente o que sentia pela mulher coberta de terra em seu jardim...

Mas foi tirada de seus pensamentos quando sentiu o telefone vibrar no bolso.

–Alô? - sorriu ao ouvir a voz do outro lado da linha.

– Como foi seu dia, Sra. Andrade? Eu diria que senti sua falta. - Cleo disse em tom de brincadeira, fazendo a loira sorrir.

– Eu diria que meu dia não foi completamente bom sem o seu cheiro de café. - disse tentando parecer séria.

Juliette havia parado na porta do escritório de Sarah para convidá-la para jantar. Sentiu seu estômago se revirando enquanto ouvia Sarah falando ao telefone com alguém que ela não sabia quem era.

A conversa prosseguiu e Juliette continuou ali parada. Sabia que não tinha direito de sentir ciúmes. Tinha sim! Como diria Camilla, ela tinha uma aliança no dedo. Era sua esposa!

Bbb–Até amanhã, Cleo.- Sarah disse desligando o celular e o colocando em cima da mesa.

Levantou e caminhou até a cozinha. Não encontrava Juliette em lugar nenhum. Onde havia se metido? Foi até o quarto e nada. Nem no jardim ela estava mais.

–Sempre fugindo. - ela disse pensando alto. – Porra, Juliette.

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