Voltei!
Ja vou agradecendo a cheirosa mulletdoteteco por betar o capítulo!
O capítulo inteiro tem cenas novas!
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Comentem bastante, eu gosto de ver vocês 😭 e não esqueçam de votar, isso também é muito importante para o engajamento!
Creio que é só isso... Então, tenham uma boa leitura!
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Trigésimo primeiro dia de Agosto, quinta-feira
1847 anos depois da B.G.L
Daegu, Coréia do Sul
Jeongguk choramingou baixinho, olhando para os nomes gravados nas lápides de mármore.
Seu aniversário seria no dia seguinte e, como sempre fazia, estava visitando o túmulo de seus pais no cemitério local. Teria que passar o dia com Taehyung e sua tia ainda havia o convidado para dormir em sua casa, já que iriam comemorar seu aniversário juntos e o alfa ajudaria a arrumar a festa no enorme jardim.
Estava sozinho ali no cemitério, Yoongi nunca ia no aniversário do irmão, afinal era o momento dele com os pais.
— Vou me casar — murmurou, fungando baixinho. — E eu não gosto dele, acho que ele também não gosta de mim…
Sentou entre as lápides, puxando os joelhos contra o peito e escondendo seu rosto ali.
— Tentei me aproximar, eu juro que tentei, mas ele nunca me dava abertura e agora, de repente, vem dizendo que o lobo dele não sabe se controlar — soluçou, apertando os olhos. — Eu juro que não entendo.
Ficou um tempo em silêncio, esperando que de alguma forma seus pais voltassem à vida, mas isso seria impossível.
Um vento forte bateu contra si e pode sentir o cheiro de pinho e canela misturado com o aroma de chuva. O céu estava nublado e Jeongguk já sentia algumas gotas frias caindo em suas bochechas quando levantou o rosto.
Ficou alguns minutos ali em silêncio, sendo molhado pela fina garoa, até que os pingos começaram a engrossar e, de repente, um guarda chuva estava cobrindo sua visão do céu escuro.
— Vai ficar resfriado desse modo — Taehyung murmurou, esticando a mão para que o ômega se levantasse.
Jeongguk permaneceu sentado, o rosto abatido bem a mostra para que Taehyung visse, o cansaço emocional sendo evidente. O alfa apenas suspirou e se abaixou, cobrindo ambos com o guarda chuva.
— Sei que não fui o melhor homem nos últimos meses — murmurou suave, encarando os olhos pretinhos do ômega. — Mas não precisamos nos odiar.
Jeongguk riu sem humor, se levantando e batendo em suas calças para tirar qualquer poeira de sua roupa.
— Nem tudo é sobre você, Kim. O mundo não gira ao redor do seu belo par de coxas — disse de modo petulante, surpreendendo o alfa. — Não o odeio, se é isso que acha. Estou apenas cansado de tentar e cansado de me culpar por isso.
Apontou para as lápides de seus pais, deixando o alfa confuso. Não sabia nada sobre Jeongguk, mas sabia que o casarão onde seus pais moravam pegou fogo por culpa de um empregado que deixou o sistema de gás vazando. Toda a cidade ficou sabendo disso.
Jeongguk deu as costas, caminhando por entre as lápides enquanto era atingido pelas gotas de chuva. O alfa correu até ele, colocando o guarda-chuva sobre ambos, acompanhando o passo apressado do mais novo com certa dificuldade, se apoiando na bengala que usava sempre que precisava ir à cidade.
— Passeio cancelado, volte para sua casa e eu voltarei para a minha — Jeongguk resmungou, passando ambas as mãos nos cabelos, jogando os fios para trás sob o olhar atento do Kim.
— Pode escolher seu presente de aniversário. — jogou a isca, um tanto desesperado.
Só queria ficar um pouco na companhia do ômega, tentar consertar tudo o que fez de errado.
Jeongguk parou no lugar, encarando o alfa com seriedade.
— Isso não me compra, Kim, mas vamos dar uma volta no centro e almoçar. Se nada me agradar, você voltará para sua casa e só irá aparecer amanhã, quando aquela maldita festa começar — ditou seco, cruzando os braços.
— Não gosta do seu aniversário? — Taehyung perguntou acuado.
Se tivesse se aproximado antes…
— Odeio.
Novamente apressou o passo e Taehyung correu mancando para acompanhá-lo. Ao saírem do cemitério, Jeongguk sorriu largo, enlaçando o braço ao do alfa e acenando para Yoongi e Saori, que estavam junto de Jimin e Haruna.
Mantinha as aparências na frente deles, por mais que Yoongi suspeitasse de que algo estava muito errado naquele casamento.
— Obrigado por ficar comigo lá, Tae — Jeongguk disse sorrindo suave, deitando a cabeça no ombro do noivo.
— Estarei aqui para você sempre que precisar — Taehyung murmurou de volta, beijando os fios longos do ômega.
Não estava mentindo.
— Fico feliz de ver vocês dois juntos — Haruna chamou atenção, caminhando para a grande carruagem que os levaria até a cidade. — Tae-ah ficou tão recluso depois de-
— Haruna, já chega! — o alfa ditou sério, sua presença ficando mais forte de repente.
Jeongguk apertou seu braço, incomodado com o alfa irritado e sua presença assustadora. Taehyung relaxou e V baixou a guarda.
Mais uma corrente quebrada.
— Desculpe — pediu baixo, os olhos vermelhos fitando o noivo, que apenas assentiu com a cabeça e entrou na carruagem com a ajuda do alfa.
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— E então, ele foi lá e meteu o dente naquele canalha!
Haruna e Jimin riram alto, enquanto os ômegas apenas desviaram os olhares.
Estavam almoçando do lado de fora de um dos restaurantes mais caros da cidade. A chuva passou rápido e logo o sol estava dando as caras novamente, portanto, o cronograma seguiria normalmente.
Taehyung já havia comprado o presente que Jeongguk escolheu. Era uma blusa preta com mangas transparentes, detalhes de ônix nos ombros e pingentes de violetas brancas, a flor preferida do ômega.
O alfa não fazia ideia daquilo quando lhe deu as ditas cujas, apenas o fez para simbolizar a promessa silenciosa que ele e seu lobo haviam feito.
Aquele presente era só um pretexto para passar mais tempo com o ômega, tentar consertar as burradas que fez. Já tinha comprado algo para ele na última viagem para a capital, mas não lhe contaria nada.
No momento, Jimin terminava de contar como Taehyung matou um soldado inimigo que tentou atacar DongYul, pulando nas costas do dito cujo e o estraçalhando como se fosse uma pelúcia velha.
Aquilo definitivamente não era divertido para os ômegas.
— Não há outras histórias para contar? Creio que não seja nada adequado falar sobre o campo de batalha — Taehyung reclamou, cruzando os braços contra o peito e descansando a perna esquerda sobre a direita. — Falem sobre a capital, é um assunto bom para um almoço.
— Fale você, já que morou lá depois dos dezoito. — Jimin resmungou, descansando a mão na coxa de Yoongi enquanto colocava um pedaço de lagosta na boca.
— Já morou na capital? — Jeongguk questionou curioso, apoiando o queixo na mão. — Dizem que as coisas por lá são bem diferentes.
— Para começar, são todos estranhos. Existem lobos dentro deles, mas não acreditam nos Grandes Lobos, acreditam em um deus do Antigo Mundo — Taehyung bufou, revirando os olhos.
— Esquece, não quero mais ir até lá — Jeongguk bufou também.
Não gostava de quem questionava a existência dos Grandes Lobos. Jeongguk era muito fiel à eles, já viveu na pele sua existência.
Quando era muito novo, e ainda tinha seus pais, viu pessoalmente em um dos festivais os três lupinos caminhando em sua direção, grandes e divinos, deixando um rastro brilhante da cor de seus pelos, sumindo lentamente entre a multidão.
— Em compensação, é bem agitado e brilhante, a educação nas escolas é melhor… — Taehyung continuou, pegando o último pedaço de carne de seu prato.
— Vamos ao parque, quero tomar um pouquinho de sol, já que a chuva passou — Saori disse, mudando de assunto, ajeitando as luvas nas mãos.
Jeongguk abaixou o olhar para sua própria mão, coberta por uma luva de renda preta transparente, com o anel de noivado por cima. Rodou a peça em seu dedo, fazendo o diamante reluzir com a luz solar, chamando a atenção de seu noivo e o fazendo se inclinar em direção ao seu ouvido.
— Quer alguma bebida? Um doce, um sorvete… — o alfa sussurrou, cobrindo a mão do ômega com a sua, fazendo um arrepio correr pelo corpo alheio.
Jeongguk realmente não entendia nada do que estava acontecendo.
— Não, obrigado.
— Posso pedir algo? — Taehyung perguntou baixo, apertando a mão do ômega levemente, o fazendo assentir com a cabeça — Pode usar o meu presente amanhã?
Jeongguk mordeu o lábio, encarando a aliança de noivado no anelar do alfa. Por dois meses tentou se aproximar e não conseguiu e agora lá estava ele, tentando também. Era seguro, depois de tudo?
Apenas sorriu e segurou a mão quente do Kim, se levantando para dar continuidade ao teatrinho de noivado feliz.
Primeiro dia de Setembro, sexta-feira
1847 anos depois da B.G.L
Daegu, Coréia do Sul
Naquela manhã, Jeongguk acordou cedo e colocou uma roupa qualquer após o banho, afinal, ajudaria a arrumar o jardim para sua festa. Assim que escovou os dentes e penteou os cabelos, abriu a porta de seu quarto, se assustando ao dar de cara com certo alfa que passou a noite ali.
— Bom dia — ele disse baixo, sem sair do lugar e impedindo que Jeongguk saísse do quarto.
— Pode me dar licença? Tenho coisas a fazer hoje — reclamou, tentando passar pelo alfa.
— Podemos conversar? Prometo ser breve — Taehyung pediu, as mãos ainda atrás das costas.
Jeongguk engoliu em seco, encarando firmemente os olhos vermelhos e sedutores, sentindo seu lobo revirar dentro de si. Desviou o olhar e deu espaço para o alfa, fechando a porta assim que ele entrou.
— Não é adequado que permaneça em meu quarto, mesmo sendo meu noivo. Seja breve — reclamou, esfregando os olhos para tentar espantar o sono.
— Feliz aniversário — Taehyung disse baixo, esticando as mãos e fazendo Jeongguk arregalar os olhinhos negros e brilhantes.
Em uma das mãos do alfa, havia uma caixa vermelha com um laço preto em cima. Na outra, uma rosa com caule de ouro e pétalas de cristais.
— O q-que…
— Os presentes são seus, ninguém precisa vê-los. Não os comprei para ostentar riqueza em meio aos convidados, comprei apenas para agradá-lo. Peço para que, por favor, abra apenas após a festa — Taehyung explicou, colocando as mãos nas costas assim que o mais novo pegou os presentes.
— A ro-rosa… — gaguejou mais uma vez, sentindo seu coração batendo como um louco e o sangue quente circulando por suas bochechas.
Definitivamente não esperava por algo como aquilo.
— Como é alérgico, e eu queria lhe dar uma rosa, pensei em comprar uma que não lhe causasse irritação alguma e que durasse quanto tempo desejasse — explicou sorrindo levemente, descontraído.
Jeongguk piscou atônito, desviando o olhar para o espelho atrás do Kim bem a tempo de ver seu lobo correndo pelo quarto, com o rabo abanando, totalmente eufórico. Aquilo era um claro cortejo e o cheiro intenso de pinho e canela deixava ainda mais evidente as intenções do alfa.
Franziu o cenho ao ver no espelho uma sombra se movendo no canto do quarto, piscando rapidamente.
Deveria ser somente sua imaginação.
— Irei me retirar agora, com licença — Taehyung disse, se curvando e ameaçando deixar o quarto, mas Jeongguk rapidamente deixou os presentes em cima de sua escrivaninha ao lado da cama.
— E-espere! — pediu, segurando o pulso do alfa, o soltando assim que ele virou em sua direção.
Os olhos vermelhos o encararam à espera de uma resposta e Jeongguk fechou os próprios antes de abraçar firmemente o pescoço do mais velho, o surpreendendo. Não foi retribuído, Taehyung não tinha certeza se poderia tocá-lo, mas assim que a pressão em seus ombros aumentou, ele apenas envolveu as costas do outro.
O abraço foi curto, Jeongguk se afastou poucos segundos depois. Baixou o olhar, encolhendo os ombros e juntando as mãos em frente ao corpo.
— Obrigado — murmurou constrangido, colocando o cabelo atrás da orelha, entorpecido pelo cheiro forte do alfa.
— Feliz aniversário.
Saiu logo em seguida, deixando Jeongguk sozinho novamente. Suas mãos coçaram para abrir aquela caixa vermelha, mas engoliu a própria curiosidade, decidido a fazê-lo somente depois da festa.
O que quer que estivesse ali dentro, Taehyung não desejava ver sua reação durante o dia.
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Yoongi sorriu ladino, abraçando os ombros do noivo e inclinando a cabeça para trás, deixando o pescoço pálido bem à mostra. Seu corpo estava extremamente quente e sua líbido nas alturas, mas não é como se pudesse controlar, não com o cheiro enlouquecedor de seu alfa.
— Você me quer, Jiminie? — questionou baixo, sentindo as mãos dele apertando seu corpo com posse.
— Estou louco para tomá-lo, hyung. Vou fazê-lo se sentir tão bem… — o Park sussurrou, mordendo a pele macia do ômega, segurando sua nuca para tomar seus lábios em um beijo urgente.
Yoongi gemeu fraco, o corpo preso entre a parede de madeira e o alfa, no estreito corredor que os empregados usavam para se locomoverem em festas, sem chamar atenção.
— Amor… Viemos aqui para outra coisa — murmurou, apertando os cabelos da nuca do noivo, gemendo deleitoso pelos lábios fartos chupando sua pele.
— Você conhece o seu irmão, olhe para ele e veja se aquele sorriso é falso — Jimin disse se afastando, apontando com o queixo para a pequena janela que dava uma precária visão do jardim.
Jeongguk estava perto do Kim, sorridente, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha conforme suas bochechas coravam enquanto Taehyung lhe dizia alguma coisa.
Yoongi analisou a cena, correndo os olhos pelo cenário e notando não haver ninguém perto. Não tinha ninguém para olhar para ambos, ninguém para questionar se havia algo errado naquele casamento.
O Min suspirou, afastando o noivo pelo peito e negando com a cabeça.
— Não sei, sinto que tem algo errado nessa história. Jeongguk reclamava muito de ser ignorado e ser tratado de modo grosseiro e de repente…
— Tae é recluso demais, agora eles estão bem. Seu irmão está feliz, é só olhar para ele — Jimin murmurou, acariciando os cabelos do mais velho.
— Deve ser só uma impressão ruim. Vou me trocar, logo a festa vai começar — sussurrou ajeitando as roupas, observando Jimin suspirar, jogando os cabelos para trás.
Enquanto isso, Jeongguk tentava adivinhar o que tinha dentro daquela caixa, pela primeira vez conseguindo manter um clima leve com o noivo.
— Aposto que tem um sapo e ele vai pular na minha cara, por isso quer que eu abra apenas depois da festa — provocou, sorrindo ladino enquanto Taehyung revirava os olhos e negava com a cabeça.
— Pareço tão cruel assim? — questionou cruzando os braços, apreciando o sol poente no horizonte.
Se tinha uma coisa que Taehyung amava, definitivamente, era observar o pôr do sol. O céu tomando tons de laranja, rosa e até mesmo roxo, as nuvens parecendo mágicas pelas diversas cores. Era uma visão linda, porém, não mais linda que o ômega risonho ao seu lado.
Aquele riso, aquele cheiro, aquele rosto, os olhos, nariz e a boca. Tudo nele era de encher os olhos. Parecia que, naquele dia, ele estava disposto a dar o braço a torcer e Taehyung não iria perder a oportunidade de tentar consertar as coisas entre ambos.
Já errou uma vez, não poderia errar de novo.
— Me diga você se é tão cruel assim — Jeongguk provocou, dobrando as pernas para o lado e se aproximando um pouco mais do noivo. — Você é?
— Não é nada que o desagrade, o presente — desviou o assunto, se mantendo encostado na árvore que fazia sombra no pseudo-casal.
Jeongguk estreitou os olhos, tombando a cabeça para o lado.
— Se matou soldados inimigos, isso não o faz cruel. Eram vidas? Sim, mas estavam dispostos a matar para tomar o controle. Não tem certo nessa guerra, só o errado que te deixa mal — murmurou inexpressivo, chamando a atenção do alfa.
— Mal ou cruel? — questionou erguendo uma sobrancelha.
Jeongguk deu de ombros e se levantou, limpando as calças que usava.
— Isso é você que decide — murmurou, oferecendo a mão para o alfa se levantar, sorrindo de canto quando ele aceitou sem pestanejar — É melhor se trocar, logo os convidados irão chegar.
— Poderia acompanhá-lo até seus aposentos? — Taehyung perguntou baixo, oferecendo o braço ao noivo.
Jeongguk hesitou um pouco. Seu dia foi tranquilo, o alfa ajudou de bom grado na decoração e arranjos, até mesmo se prontificou a buscar alguns ingredientes a mais para o bolo de aniversário. Depois, mantiveram um diálogo tranquilo, sem farpas ou grosserias.
Se deixasse ele se aproximar, seria seguro? Ele não voltaria a ser grosseiro ou tentaria se afastar novamente? Não iria se magoar?
— Tudo bem — murmurou por fim, engolindo em seco, colocando o cabelo atrás da orelha e segurando o braço alheio em seguida, com um sorrisinho tímido.
Caminharam para dentro do casarão, Taehyung mancando um pouco, mas o ômega nada disse. Entraram e subiram as escadas, até parar em frente ao quarto do mais novo.
— Se tiver algum bicho, juro que te mato — murmurou, abrindo a porta do cômodo que dividia com Yoongi, e arregalando os olhos ao ver Jimin se levantando rapidamente da cama de seu irmão.
Taehyung tapou os olhos do ômega e fechou a porta fortemente, soltando-o em seguida. Jimin estava sem camisa, em cima do noivo, que usava apenas uma toalha cobrindo sua nudez.
Jeongguk estava chocado, obviamente. Não esperava que seu irmão, justo o mais consciente entre eles, fosse fazer algo daquele tipo antes do casamento.
— É por isso que não gosto que entrem em nosso quarto! — exclamou incrédulo, olhando para Taehyung.
— Não tenho essa índole e você-
— Querido, sabe que só quero fazer algo depois do casamento, na nossa lua de mel — Jeongguk disse sorrindo suave, tocando o peito do alfa com as duas mãos. Pelo menos sabiam manter um bom teatro.
Jimin abriu a porta logo em seguida.
— Eu sei, mon trésor. Vá se banhar, conversarei com meu primo sobre essa cena indecente — rosnou para o Park, acariciando os cabelos negros de Jeongguk.
— Tudo bem, apenas não seja duro demais, ok? É meu aniversário — sorriu manhoso, deixando um beijo lento na bochecha quente do alfa, se afastando e lançando um olhar mortal para Jimin.
— Que diabos foi isso que acabei de ver?! — gritou assim que fechou a porta do quarto, encarando o irmão cabisbaixo sentado em sua cama.
— Vamos nos casar em breve, não tem nada demais — Yoongi resmungou ele, cruzando os braços contra o peito.
— Yoongi, você perdeu a cabeça? Ele pode largá-lo logo após te desonrar! Espalhar por toda a cidade que fodeu com um dos ômegas lúpus e acabar com o resto da nossa reputação! E quem ficaria mal com tudo isso? Você! — Jeongguk dizia desesperado, bagunçando os cabelos longos e respirando pesado.
— Jimin nunca faria isso!
— Taehyung também não, mas eu jamais me deitaria com ele antes do casamento! É questão de se preservar, Min Yoongi!
— Não se deitaria porque não o ama! — berrou de volta, se levantando irritado.
— E quem é você para saber algo sobre nós? Taehyung é meu alfa, jamais me desrespeitaria em minha própria casa! — Jeongguk gritou também, apertando os punhos fortemente.
— Ah é? Então por que sempre se queixava por ser ignorado por ele e, de repente, estão se casando? Jimin, sim, é meu alfa! Não me importaria de foder com ele aqui e agora, pois sei que não vou ser jogado na sarjeta logo após! Os instintos dele me reconheceram e sabemos muito bem que nossa ligação é inquebrável!
— E isso lá é uma garantia? Muitas almas gêmeas nunca se encontram, ou se encontram e vivem com outras pessoas! Ele pode te largar a qualquer momento! — Jeongguk continuou berrando, se sentindo atordoado com o cheiro forte de Yoongi e Jimin misturados.
Foi então que notou a situação do irmão. Yoongi suava muito e estava ofegante. O cheiro continuava forte, mesmo depois de Jimin ter deixado o quarto. Então, um rosnado foi ouvido.
Era Taehyung.
— Ele precisa de mim, você não entende! — Yoongi berrou, tentando ir até a porta, mas Jeongguk se colocou na frente, trancando-a e tirando a chave da fechadura.
— Jeongguk, Jimin está prestes a entrar no cio. Vou tirá-lo daqui! Não tenho certeza se conseguirei voltar hoje — a voz do alfa Kim soou abafada do outro lado da porta, seus rosnados misturados aos de Jimin — Se não voltar, não se preocupe. Tenho negócios a resolver na capital essa semana e não estarei presente até a semana do nosso casamento.
— O quê?! Como ele tem coragem de vir até aqui prestes a entrar no cio? — exclamou estupefato, sentindo a presença de Jimin se afastando.
— Não sei o que ele tinha na cabeça. Preciso ir, deseja algo da capital? Não voltarei tão cedo — Taehyung disse apressado, observando Chaeyeon arrastar o enteado escada abaixo, tentando não chamar a atenção das pessoas.
— Taehyung… — choramingou nervoso, encostando a testa na porta. Seu lobo estava agitado, havia feromônios demais sendo soltos e isso bagunçava completamente seus sentidos.
Buscava algum conforto no alfa.
— Preciso ir, mas voltarei em breve. Me diga, quer algo da capital? — perguntou uma última vez, tentando controlar a vontade de entrar naquele quarto e tomar o ômega em seus braços até que se acalmasse.
— Nada. Não quero nada.
— Perdão pela turbulência. Espero que tenha uma boa festa. Feliz aniversário — murmurou encostando a testa na porta também, antes de descer as escadas para ajudar sua tia a levar Jimin embora.
Jeongguk socou a porta, irritado com toda aquela situação. A culpa não foi de Yoongi, foi de Jimin que ousou vir até sua casa, até seu quarto, prestes a entrar no cio. E agora Yoongi estava afetado, porque eles tinham uma ligação.
Seu aniversário havia sido arruinado, enquanto mais uma das correntes de V se quebrava.
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Era tarde da noite quando o ômega entrou novamente em seu quarto. Após o fiasco com Yoongi e Jimin, o ômega Min foi levado para um quarto de hóspedes, sendo dopado com um chá que Chaeyeon prescreveu, para que ficasse apagado enquanto seu alfa também estava dopado.
Taehyung não voltou, mas ainda assim, Jeongguk usou a camisa que o alfa comprou para si, esperando que em algum momento ele aparecesse para lhe dizer que estava tudo bem e que aquilo não voltaria a se repetir.
Mas o dia acabou e ele não voltou. Não entendia porque seu peito doía e nem o motivo de querer o alfa ali. Talvez seu tolo coração tenha achado aquela tarde agradável e venha caindo em seus encantos desde que noivaram.
Jeongguk se jogou na cama, se encolhendo entre seus lençóis. Sua cabeça doía e só queria esquecer o olhar magoado de seu irmão quando discutiram.
Não soube quanto tempo ficou revirando em sua cama. Como a casa estava em total silêncio, se levantou e retirou as roupas, a luz da lua que entrava pela janela banhava sua silhueta bem definida, seu corpo forte pelos exercícios que fazia.
Colocou um de seus pijamas de seda e saiu do quarto, descalço mesmo. Desceu as escadas e foi até a cozinha, a fim de preparar um chá de camomila. Só queria dormir e que sua dor de cabeça passasse.
Queria saber se, depois daquilo, Jimin seria homem o suficiente para manter o noivado.
Quando o chá começou a borbulhar dentro do canecão, desligou o fogo e jogou um pouco de água na pia, colocando o recipiente ali em cima logo em seguida.
Sentou-se na mesa pequena da cozinha, onde geralmente os empregados usavam para almoçar ou deixar os ingredientes e recipientes que usariam para preparar alguma refeição. Apoiou a testa na superfície de madeira, sentindo a forte pressão exercida em suas têmporas.
Não soube quanto tempo ficou ali, mas foi o suficiente para o chá esfriar um pouco, ainda estava quente quando o engoliu rapidamente. Lavou o que usou e subiu novamente as escadas, se apoiando nas paredes até que entrasse novamente em seu quarto, franzindo o cenho ao notar uma luz estranha que atingia seu rosto.
Olhou para a escrivaninha ao lado de sua cama. Entre seus livros de estudo estava o pequeno vaso com as violetas brancas, ao seu lado a rosa de cristal e, por fim, a caixa vermelha. Suspirou pesado e fechou a porta, caminhou devagar até o móvel, pegando o presente que Taehyung lhe deu.
"Os presentes são seus, ninguém precisa vê-los. Não os comprei para ostentar riqueza em meio aos convidados, comprei apenas para agradá-lo. Peço para que, por favor, abra apenas após a festa"
A frase ecoou novamente em sua mente. Sentou em sua cama e desfez o laço negro com lentidão, tirando a tampa com cuidado. Seus olhos brilharam ao ver várias violetas ali dentro, de diversas cores. Sorriu, sentindo o peito aquecer conforme afastava as flores, tirando dali de dentro uma caixinha de música.
A base era branca com detalhes azuis, bem como a pequena cúpula na parte de cima. Tinha ouro também e três lobos presos no topo, que mais parecia um guarda-chuva. Jeongguk sorriu docemente, dando corda na pequena chave instalada na parte de trás da caixinha, fechando os olhos para apreciar a melodia dos Grandes Lobos.
Ninguém sabia a letra, era apenas uma melodia tocada em tudo referente aos salvadores da raça humana.
Jeongguk sentiu uma lágrima solitária escorrer por seu rosto conforme a música se findava e não hesitou em dar corda mais uma vez. Colocou a caixa vermelha em sua escrivaninha e deixou a rosa de cristal dentro, notando um pequeno bilhete ali. Pegou o papel, forçando um pouco a visão pelo cômodo estar escuro.
"Espero que goste e que possamos recomeçar. Peço perdão por meus antigos e imprudentes atos.
Com extremo respeito, seu noivo, Kim Taehyung."
O ômega levantou a cabeça, sorrindo fraco. Era curto e singelo e, mesmo assim, conseguia ser verdadeiro.
Guardou o bilhete junto a rosa e deu corda mais uma vez na caixinha, se acomodando entre seus travesseiros, deixando o sono o levar.
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Cabo!
Espero que tenham gostado, usem a tag #EntrelacadosTK no twitter, podem mandar mensagens no meu curious cat se não quiserem se identificar, sigam meu perfil @Kim_Lala95 para spoilers e informações.
Não esqueçam de votar, isso também é muito importante para o engajamento!
Vamos para as fotos:
Próxima atualização é dia 16/05, às 17h! Até lá!