Os lábios eram tórridos e macios, o toque era terno, tão brando como águas tranquilas, e Jungkook sentia-se flutuando numa lagoa azul. Mil borboletas voavam em seu estômago e ele poderia jurar que ouvia sinos soando de longe, em uma melodia doce. Foi incrível.
Sua mente pareceu atingir lugares inimagináveis, e ele não podia saber se tudo aquilo era real. Seu coração continuava acelerando mais e mais, indo acima de qualquer limite existente. Aquela pequena faísca havia atingido seu corpo como um novo sopro de vida, e tudo parecia certo, tudo parecia infindável, tudo parecia mágico.
Jungkook não imaginava que apenas um beijo poderia disseminar tamanho misto de sensações e revirar todo o seu ser de ponta a cabeça. Estar ali debaixo do céu límpido, sentindo a brisa do mar tocando sua pele o lembrava que ele estava fora do universo, mas ainda assim, ele podia ver um milhão de estrelas apenas passando diante de seus olhos. E ele percebeu pela primeira vez, como é estar apaixonado.
Toda e qualquer concepção prévia sobre o que era se apaixonar estava esvaindo como cinzas lançadas ao vento. Era como se toda sua história estivesse sendo apagada e então reescrita por aqueles lábios, um novo começo, marcado para ser uma trama divina a ser vivida.
Quando o toque cessou, sua mente estava completamente em branco. Suas pálpebras tremeram com a descrença do momento, era como estar imerso em um pequeno estado de choque e confusão. Seus olhos reluziam como duas pérolas negras preparadas para compor o mais belo tesouro.
- Perdón neno. – A voz suave estava tão próxima ao seu rosto que o hálito quente cingia sua pele. – É que você parecia tão lindo olhando para o mar, que eu não aguentei. Me desculpe, eu fui...
Antes que Jimin pudesse findar o que dizia, Jungkook se jogou para frente entrelaçando os braços ao redor do pescoço disposto. Suas bocas se chocaram com força pelo impulso repentino e desordenado. O corpo de Jimin foi empurrado para trás, obrigando-o a se apoiar sobre os cotovelos para evitar cair sobre a superfície do muro.
A língua quente rompeu qualquer obstáculo invadindo os lábios carnosos. E quando Jungkook sentiu o toque úmido da boca de Jimin, ele sentiu-se vitorioso. O sabor de morango misturando-se aos resquícios da baunilha em seu paladar em um gosto tão doce que fez sua garganta arder. Os pulmões de Jungkook se encheram com doçura, e sua cabeça foi preenchida por Jimin, e apenas, Jimin.
O beijo era voraz, sedento, descoordenado, um pedido ansioso por mais e mais, como se ambos os corpos pudessem ser fundidos pelo ósculo formado. Os dedos de Jimin penetraram pelo cabelo macio em retribuição, e Jungkook sentiu como se tivesse alcançado a transcendência.
Foi a primeira vez que ele beijou um rapaz e ele nunca, nunca, nunca mesmo, imaginou que se sentiria como se caminhasse em uma estrada curvilínea, cheia de inconstâncias e surpresas. E no seu coração, foi como se uma primavera tardia desabrochasse, o enchendo de tantas coisas novas e ao mesmo tempo velhas.
Jungkook sentia uma sensação quente e brilhante se espalhar pelas suas veias, seu peito agora colado ao de Jimin, como se compartilhassem cada pequeno sentimento conforme suas respirações se encontravam. Apenas quando o ar começou a faltar em seus pulmões foi que as bocas se desuniram.
Os lábios vermelhos e ofegantes de Jungkook eram a prova viva que tudo aquilo havia sido real. E quando ele encarou o sorriso caloroso diante de si, foi como ouvir a mais bela das sinfonias. Como um rio que corre para o mar, naquele dia, o coração de Jungkook correu para Jimin.
- Cálmate neno, respira! Não vou fugir. – Jungkook enrubesceu dando-se conta de sua agitação. - Quieres devorarme?
- Eu... eu... – A vergonha o atingiu como um raio, suas bochechas esquentaram e seu olhar se desviou para o chão. – Me desculpe!
Afastando-se lentamente, Jungkook suspirou. Seu coração ainda agitado o fez levar uma das mãos ao peito. O sol parecia ter esquentado dez vezes mais, e ele se sentia como se estivesse derretendo. Pouco a pouco seus sentidos estavam retornando fazendo-o perceber que ele havia beijado alguém no meio do dia e em céu aberto.
Jimin gargalhou fazendo Jungkook olhar em sua direção, ele havia sentado ereto mais uma vez, e seus lábios pareciam ainda mais inchados. Jungkook não imaginou que ele pudesse ficar mais bonito, mas aparentemente ele estava errado.
- Acho que estamos quites, neno. – Ele piscou despreocupado. – Pensei que você ia me sufocar.
- O que? – Jungkook engasgou. - Não, eu não...
- Esta todo bien bebé. Eu gostei, você gostou? – Jimin roçou os nós dos dedos na bochecha corada, achando encantado a expressão tímida no rosto alheio. – Você está tão vermelho quanto seu cabelo, patito.
Jungkook cobriu o rosto com ambas as mãos, o desejo de gritar e sair correndo crescendo a cada segundo. Ai, eu vou surtar a qualquer segundo. Hoje eu morro de faniquito! Ele espiou por entre os dedos vendo Jimin prender os cabelos em um coque desleixado.
- Eu gostei. – A voz saiu baixa e embolada, mas Jimin tinha escutado muito bem.
- Dime bebé, posso esperar outro beso? – Jimin segurou os pulsos de Jungkook afastando as mãos de seu rosto. Seus olhos queimando de tanta vontade e espera.
Movido por uma nova onda de frenesi, Jungkook se inclinou agarrando a camisa de Jimin que sorriu em resposta. Os olhares se sustentaram em um consenso silencioso, e quanto a distância tornou-se insuportável, Jungkook avançou mais uma vez. Os lábios entreabertos receberam com deleite a língua esperta. E desta vez o movimento foi tão ordenado como uma coreografia sensual, e eles se deixaram inflamar.
Jungkook não sabia quanto tempo havia se passado desde que haviam chegado ao Bastión de San Sebastian, ele e Jimin se beijaram mais, se conheceram mais, e sorriram mais. O tempo voou enquanto eles conversavam sobre tudo, e sobre nada. Agora, o sol parecia se apressar para se esconder por trás das águas serenas, e em breve a lua tomaria seu lugar, altiva e resplandecente.
Jungkook estava deitado sobre a muralha, sua cabeça apoiada no colo de Jimin, enquanto este distribuía carícia pelos cabelos vermelhos, e tudo que ele ansiava era que aquele momento pudesse durar por talvez uma eternidade. Talvez fosse a sensação mágica que os rodeiam neste momento, talvez fosse a conexão que parecia existir entre eles, ou talvez fosse apenas o encantamento característico da ilha, apenas havia algo grandioso ali.
Ele se sentia completamente arrebatado. E no final, não importava o motivo, ele ainda se sentia embebido por toda essência de Jimin. Olhando para trás em suas memórias, ele percebeu que não havia se sentido assim com mais ninguém, e talvez nem se sentiria. No fim das contas, Jin estava certo.
- Escucha, neno... – Jimin se inclinou sobre Jungkook e sussurrou. – Está ficando tarde e eu preciso ir.
- Você tem mesmo que ir? – Os lábios de Jungkook se contraíram em um bico que fez Jimin sorrir.
- Sí. – Jimin aproximou-se ainda mais do rosto de Jungkook prendendo o bico entre seus dentes com um pressionar leve. - No me hagas esto, soy un hombre débil.
Jimin puxou o lábio inferior de Jungkook com seus dentes, arrancando um gemido do mesmo. Jungkook assistiu Jimin se afastar e suspirou com pesar. Mais uma vez ele não havia entendido uma palavra sequer do que Jimin havia dito, mas ainda assim sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Preciso aprender espanhol com urgência.
- E você não tem que ir para casa também, neno? É mais tarde do que parece.
Jungkook retirou o celular do bolso e verificou as horas, em breve seu pai estaria em casa e sua mãe começaria a ligar. Jimin tinha razão, ele precisava voltar. – Sim, eu tenho. – Falou com decepção.
- Então vamos, eu te levo em casa. – Jimin empurrou os ombros de Jungkook cuidadosamente até que este estivesse sentado. Jungkook fechou os olhos choramingando resistindo à ideia de ter que se separar do principal protagonista de seus sonhos.
Eles caminharam lado a lado, tão próximos que seus ombros se tocavam e seus dedos roçavam entre si, sorrisos doces sendo trocados com gentileza durante o curto trajeto. Quando chegaram na entrada da rua de Jungkook, Jimin interrompeu a caminhada e o puxou para um abraço. Suas mãos segurando a cintura esguia, mantendo-os colados um no outro.
O olhar ferino pousou sobre os lábios finos fazendo com que Jungkook engolisse em seco. Sua pele formigando sob o toque firme e quente fazendo seu coração acelerar talvez pela milésima vez. Ele não fazia a mínima ideia como havia resistido àquela tarde.
- Hasta luego, patito lindo. – Jimin empurrou o cabelo de Jungkook para atrás da orelha e então deixou um selar demorado em seus lábios.
- Até logo. – Jungkook sorriu largo, e então deu um passo para trás. – Mal posso esperar para te ver de novo.
- Y contare las horas para verte, neno. – Jimin sorriu de volta.
Jungkook então agarrou a deixa e girou para seguir pela rua, caminhando sob o olhar de Jimin até chegar na porta de casa. Ele olhou em direção ao fim da rua vendo Jimin acenar para ele, e com uma última despedida, ele entrou em casa. Seu coração preste a explodir e a saudade já se depositando em si.
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Gostar de alguém era como se deixar inundar com a sensação de querer abraçar forte por apenas um instante, era como querer ter algo que em momento algum você considera seu, ou talvez fosse apenas aquela sensação de frio na barriga quando se está junto. Mas estar apaixonado era algo maior e completamente novo.
Se apaixonar era como mergulhar em um copo cheio de loucura, era perder-se em irracionalidade 24 horas por dia, todo o seu respirar torna-se uma reação à existência da pessoa que inoculou emoções tão distintas e tão explícitas em nosso ser. Se apaixonar é deixar os erros serem acertos, o ruim torna-se bom, e o sono ser apenas um alento para pensamentos dormentes.
Jungkook havia percebido que ele havia gostado de muitas pessoas diferentes, mas apenas uma ganhou seu coração por inteiro. Ele se sentia como se qualquer vontade fosse incontrolável, como se não pudesse segurar nenhum de seus impulsos, como se seu corpo se incendiasse em labaredas fervorosas que consumissem seu juízo aos poucos. E sua maior certeza, é que ele poderia se perder, se isso significasse que se encontraria em Jimin.
O dia que eles haviam compartilhado no Bastión havia sido apenas um marco do início de uma corrida contra o tempo, sem que qualquer consequência pudesse afetá-lo. Em suas veias corriam apenas a necessidade regada por uma atração incontrolável, o qual ele era incapaz de traduzir em palavras. Ele havia se apaixonado, e a sensação era como dançar nas partículas ínfimas do brilho do luar.
Nas últimas semanas Jungkook havia adquirido hábitos peculiares, tudo havia se tornado uma constância em seu cotidiano, toda a sua mente estava voltada para conversar com Jimin, ver Jimin, sentir a falta de Jimin, pensar em Jimin, sonhar com Jimin e quem sabe até mesmo respirar Jimin. E sem dúvida, ele havia se tornado um viciado irremediável nos lábios macios, então sempre que a oportunidade surgia, ele estava beijando ou sendo beijado.
Naquela manhã, Jungkook havia despertado com o barulho estridente de seu celular tocando. Resmungando, ele girou na cama e estendeu o braço tentando alcançar a cômoda de madeira. Tateando a superfície plana, ele finalmente encontrou o aparelho, atendendo automaticamente.
- Jin, eu juro que se você me acordou para falar besteira, eu vou te matar na primeira oportunidade que eu tiver. – Sua voz era rouca e baixa, um vestígio do sono de toda uma noite.
- Buenos día bebé, no se quien es Jin, pero por favor no me mates. – A risada melódica soou do outro lado da linha.
- Jimin? – Jungkook arregalou os olhos e se sentou na cama com um movimento brusco, sentindo-se tonto por um momento.
- Sí cariño, dormiu bem? – Jungkook engoliu em seco, pensando em como o espanhol soava muito mais gostoso pela manhã.
- Bom dia, dormi bem e você? – Ele sorriu consigo mesmo imaginando como seria ver Jimin pela manhã. Os seus encontros aconteciam geralmente após sua saída da escola, deixando-se em sua imaginação como seria a aparência de Jimin no início da manhã.
- Também dormi bem, sonhei com você essa noite, te extraño tanto. – Jungkook sentiu seu peito aquecer e se deixou cair novamente na cama, suas pernas se agitando embaixo das cobertas enquanto ele segurava na garganta um pequeno gemido de alegria.
- Yo también te extraño. – Sua voz soou animada, e apesar da pronúncia imperfeita, ele havia arriscado usar quase todo seu recém adquirido vocabulário da língua nativa. Do outro lado da linha, Jimin riu fazendo as bochechas de Jungkook corarem.
- Escucha neno, tenho um convite para você. – A voz de Jimin era tão doce que o fazia se sentir absorto de todas as coisas ao redor, como se nada mais importasse. – Hoje é feriado, dia do Descubrimiento de América.
- Ah Sim, Dia de Colombo. – Jungkook assentiu esperando que Jimin continuasse.
- Sí, você não vai ter aula hoje, certo?
- Não tenho. – Jungkook respondeu tão rápido quanto um raio, ansioso pelo que Jimin teria a dizer.
- Excelente, asi que vamos a la playa tu y yo, o que acha? – Jungkook franziu o cenho tentando interpretar corretamente o que havia sido dito.
- Praia? – Questionou surpreso.
- Uhum, praia, vamos?
Um barulho alto ecoou na chamada, fazendo Jimin soltar um ruído questionador. – Jungkook? Estás bien neno?
- Estou bem! – Jungkook falou mais alto que o esperado, ele havia levantado e estava andando agitado pelo quarto em busca de sua sunga, agradecendo mentalmente por sua mãe ter comprado a peça quando se mudaram. – Onde eu te encontro?
Jimin gargalhou com a animação alheia, e o som era semelhante a raios de sol iluminando um campo florido em uma manhã de verão. – Eu vou te buscar no lugar de sempre.
- Certo! – A voz de Jungkook estava ofegante enquanto ele corria de um lado a outro no cômodo. – Fico pronto em meia hora, tudo bem?
- Está bien. Un beso, hasta luego neno. – Jungkook parou ao escutar a despedida terna, sentindo o seu sangue borbulhar dentro de suas veias.
- Até já. – Ele ouviu o som da chamada encerrando e começou a saltar pelo quarto, se sentindo agitado com tanta animação. Jimin o faria explodir a qualquer momento.
Jungkook havia batido todo e qualquer recorde de ficar pronto o mais rápido possível. Ele havia se vestido e feito sua higiene matinal em apenas 15 minutos, e quando desceu as escadas, seus pais estavam tomando café da manhã enquanto trocavam carícias sutis.
- Bom dia filho! Caiu da cama? – Seu pai zombou ao vê-lo entrar na área da cozinha.
- Há-há-há muito engraçado pai. – Ele caminhou até a mesa deixando um beijo na bochecha de cada um de seus pais. – Bom dia, estou saindo.
- Saindo? – Sua mãe perguntou com um olhar astuto no rosto. – Não sabia que já tinha feito amigos na escola.
Jungkook engasgou com a frase enquanto mordia um pedaço de torrada. Ele não respondeu, apenas saiu catando alguns lanches e água e colocando em sua mochila, evitando ao máximo encontrar o olhar de sua mãe.
- Tchau, até mais tarde. – Jungkook saiu apressado ignorando qualquer palavra dita atrás dele.
Ele seguiu pela calçada até à Calle Norzagaray, onde Jimin aguardava do outro lado da rua. Ele estava encostado na pequena cerca de ferro na calçada, sorrindo para Jungkook, um sorriso tão brilhante que poderia iluminar toda a cidade. Após verificar ambos os lados da pista ele atravessou correndo, a mochila balançando em suas costas lembrando-o do peso.
- Hola lindo. – Jimin se afastou da cerca e parou em frente à Jungkook.
- Oi. – Jungkook sorriu grande, seu coração acelerado em dobro pela corrida e pela presença do homem que mexia com sua sanidade.
Jimin levou a mão até o queixo de Jungkook puxando-o para mais perto, os lábios colando uns nos outros em um cumprimento doce, que fez as pernas de Jungkook fraquejarem momentaneamente. Eles se encararam sorrindo um para o outro. O dia estava lindo, e prometia os mais doces momentos para quem soubesse apreciá-lo.
- Vamos? – Jimin entrelaçou os dedos nos de Jungkook e colocou-se a guiar o caminho.
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A caminhada havia sido agradável, e a companhia era a melhor que se podia querer debaixo daquele céu límpido. Quase três meses haviam se passado desde sua chegada em Porto Rico, e agora Jungkook sentia que a cidade começara a invadir seu coração pouco a pouco.
Quando chegaram próximos ao prédio do El Capitólio, Jungkook reconheceu o local como a Plaza de San Juan Bautista. Ele ainda não havia efetivamente ido à praça, mas seu pai já havia apontado o local diversas vezes no trajeto que faziam, quando por ventura ele foi buscar Jungkook na escola.
A praça era simples, com algumas poucas árvores em estado juvenil e ornamentação com pequenos arbustos e vasos de plantas grandes e vistosos. No chão da parte central havia um círculo desenhado com uma estrela no centro que lembrava muito a Jungkook, uma versão porto-riquenha do escudo do Capitão América.
Havia um monumento com uma estátua e emblemas ao redor, era simples e bonito. O local parecia um anfiteatro ao ar livre, e possuía um mirante esplendido com vista para o oceano atlântico. Ele imaginou que o movimento fraco de pessoas não fazia jus ao local, entretanto compreendia que em feriados as pessoas pareciam gostar mais de ficar nas praias populares ou grandes centros.
Imaginando por mais quanto tempo teriam que caminhar, Jungkook puxou Jimin para perto do mirante apoiando as costas no mesmo e colando o corpo de Jimin no seu. Seus braços envolveram a cintura delineada e seus olhos grandes encararam o dançarino com um olhar gentil, recebendo em troca um sorriso doce.
- Jimin, ainda falta muito? Para qual praia vamos? – Ele deixou a cabeça pender para frente apoiando a bochecha no ombro alheio, enquanto afundava o nariz no pescoço bronzeado, respirando a fragrância almiscarada que era exalada.
- Já cansou neno? Andamos tão pouquinho. – Jimin riu e girou a cabeça na direção de Jungkook deixando seus lábios roçar na lateral exposta do rosto juvenil.
- Não é isso... É só que está calor demais. – Jungkook murmurou, seus lábios formando um bico no pescoço de Jimin.
- No te preocupes por eso, já chegamos neno, você vai poder se refrescar.
- O que? – Jungkook aprumou-se olhando ao redor. – Mas aqui é uma praça. Você está tentando me fazer de bobo? – Ele semicerrou os olhos encarando o rosto risonho de Jimin.
- No claro que no. Olhe ali. – Jimin apontou para a lateral leste da praça onde Jungkook podia ver uma barra de ferro inclinando-se em direção à uma mureta branca.
- O que que tem? – Questionou confuso.
- Veamos. – Jimin guiou Jungkook caminhando com um dos braços ao redor da cintura do mais novo. – É a descida para a praia.
Jungkook percebeu a escada na lateral da praça que descia cortando a vegetação até a areia. Ele se inclinou sobre a mureta na lateral da escada dando uma olhada na pequena faixa de areia escondida embaixo da praça.
- Não sabia que tinha uma praia aqui.
- Essa é la Playa del Capitolio, não é a praia mais bonita ou maior de San Juan, mas eu gosto muito dela. Todo bien para ti neno? – Jimin perguntou receoso de Jungkook não gostar da ideia de ir em uma praia pequena e menos frequentada.
- Se está bem? Sim, parece bom pra mim! – Jungkook sorriu depositando um selinho nos lábios de Jimin, que o retribuiu o abraçando com força.
- Eres tan lindo que quiero morderte! Vamos.
Eles desceram os degraus até chegar na faixa de areia. Haviam algumas rochas próximas à base da escada que Jungkook imaginou serem resquícios da antiga fortaleza de San Juan. Ele podia ver uma barreira rochosa dentro da água que atuava como barreira para as ondas revoltas alcançarem a praia, formando uma pequena enseada.
Haviam poucas pessoas ao longo da praia sentadas na areia ou dentro do mar. Jungkook se deixou puxar por Jimin em direção ao oeste, notando que o dançarino procurava por uma parte mais distante de outras companhias. Quando encontraram um lugar aparentemente agradável e mais privado, Jimin retirou da mochila uma toalha de praia e a estendeu na areia.
O local era de tirar o fôlego, as águas corriam formando uma piscina com fundo coberto de rochas e seixos lisos. Havia uma abertura para o oceano protegida por uma parede de pedras que permitia a entrada de água corrente, e o local não parecia ser muito profundo.
Enquanto retirava a própria mochila e a apoiava no chão, Jungkook percebeu pequenos pontos coloridos na areia. Movido pela curiosidade, ele se agachou se deparando com inúmeros vidros do mar. O vidro era principalmente de tons verdes, indo do verde escuro ao verde-claro brilhante. Ele notou que haviam muitos tons de marrons e brancos, e alguns poucos com de cores azul, âmbar e até vermelho.
A areia parecia coberta de pequenos tesouros, era uma quantidade impressionante de vidro do mar, e ele nunca imaginou ver algo tão bonito assim em um lugar tão inesperado. O mar encarregou-se de transformar os cacos de vidro em minúsculas pedras coloridas, criando uma verdadeira obra de arte aos olhos.
- ¿Qué estás haciendo bebé? – A voz de Jimin soou ao seu lado se misturando ao barulho das ondas.
- Eu estou olhando... – Jungkook ergueu a cabeça para olhar Jimin, e sentiu seu coração parar com a visão.
Jimin estava em pé ao seu lado vestindo apenas uma sunga branca que marcava muito mais do que deveria ser permitido. As coxas grossas expostas bem na altura de seu rosto, tão firmes e belas. Seu piercing no umbigo reluzia com o brilho do sol chamando atenção para a barriga bem marcada. Jimin se expunha altivo em toda a sua potência, tão lindo e único, fazendo Jungkook perder os sentidos. Eu vou infartar.
Sorrindo em divertimento pela reação do mais novo, o dançarino se abaixou ficando cara a cara com o mais novo. Os olhos de Jungkook tremeram com um desejo reprimido, tão cheios de um anseio que podia facilmente ser lido. Jimin aproximou o rosto do de Jungkook, deixando seus narizes se tocarem.
- Venha bebé, hoje você é todo meu, y te devoraré. – Jungkook caiu sentado, o sangue congelando em suas veias. Talvez ele não estivesse preparado para o que aquele dia traria.
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Olá! Espero que todes estejam bem e saudáveis. Baila Conmigo passou da metade e em breve estaremos na reta final, eu espero que vocês estejam gostando dessa estória, e que ela possa ser gostosa e divertida de ler.
Dia 26 de Abril foi meu aniversário e eu ganhei um desenho muito fofo e queria compartilha-lo com vocês:
Obrigada por estarem acompanhando o Papito nessa pequena jornada rumo ao amor.
Vejo você em breve. Beijinhos!