Vidas Entrelaçadas ☽︎𝑲𝑻𝑯+...

By vantecherries_

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Jeongguk amava seu irmão mais velho, Yoongi, isso era fato. Faria de tudo para vê-lo sorrir sem nem hesitar... More

Avisos e Trailer
Prólogo: Vidas Entrelaçadas
I. Um baile
II. Kim Taehyung
III. Chantagem
V. Feliz Aniversário
VI. O casamento
VII. Nada bom dura muito
VIII. A verdade vem a tona
IX. Primeiros passos
X. Segundo passo
XI. Tentação
XII. Presentes de coração
XIII. Pesadelo
XIV. Passado, confiança e perdão
XV. Proposta
XVI. Punição
XVII. Despedida
XVIII. Capital
XIX. Sem ele
XX. Lupus Curate
XXI. Meu
XXII. Confissões
XXIII. Últimos dias
XXIV. De volta para casa
XXV. De corpo e alma
XXVI. Calor intenso
XXVII. Depois do calor
XXVIII. Novos planos
Epílogo: Um novo começo

IV. Mentiras

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By vantecherries_

Voltei!

Ja vou agradecendo a cheirosa mulletdoteteco por betar o capítulo!

Temos cenas novas e algumas explicações, se não ficarem claras o suficiente, eu posso explicar melhor no twitter.

Usem a tag #EntrelacadosTK no twitter, podem mandar mensagens no meu curious cat se não quiserem se identificar, sigam meu perfil @Kim_Lala95 para spoilers e informações.

Comentem bastante, eu gosto de ver vocês 😭 e não esqueçam de votar, isso também é muito importante para o engajamento!

Creio que é só isso... Então, tenham uma boa leitura!

XXXXXXXXXX

Décimo oitavo dia de Agosto, sexta-feira
1847 anos depois da B.G.L
Daegu, Coréia do Sul

  O espanto estava presente nas feições de todos naquela sala, menos de Yonghan.

Jeongguk sentiu que regurgitaria tudo o que comeu durante o dia e sua sorte foi que Taehyung fez aquilo antes do jantar, caso contrário, vomitaria em cima dele.

Começou a chorar mais uma vez no dia, vendo a expressão do mais velho vacilar. Sem pensar duas vezes, atirou-se em cima dele, o fazendo cair de bunda no chão enquanto abraçava seu pescoço.

— E-eu a-ceito… — disse audível, entre soluços. Taehyung travou a mandíbula, acariciando as costas do ômega com relutância.

Naquele momento, ele se odiava. Se sentia a pessoa mais suja e baixa do mundo.

Me perdoe… — sussurrou com a boca colada no ouvido do mais novo, enquanto todos batiam palmas por conta do pedido e da reação emocionada. — Shh…

Jeongguk apertou mais os braços ao redor do alfa, engolindo a saliva com dificuldade. Não queria ficar perto dele, mas também não queria soltá-lo, pois Taehyung forçava sua presença para o acalmar.

Fechou os olhos com força, se preparando para colocar seu melhor sorriso no rosto, sabendo que teria uma longa noite onde precisaria fingir estar bobamente apaixonado por seu atual noivo. Em seguida, se afastou do alfa e fitou seu rosto.

Taehyung tirou as mãos das costas de Jeongguk para limpar sua face com delicadeza, mantendo um sorriso doce nos lábios. Ambos sorriam para manter a aparência de um bom casal.

Sem pedir permissão, deixou um beijo singelo na testa do ômega, encostando-a na sua em seguida, e Jeongguk sentiu um calor estranho no peito com aquele ato.

Parecia familiar.

Jimin arregalou os olhos, completamente chocado com aquela cena. Taehyung fazia aquilo para demonstrar carinho sem usar palavras, para demonstrar quem fazia parte de sua família.

— Eles são tão lindos juntos, não é Yoonie? — Sohyun indagou sorrindo docemente.

Yoongi, por outro lado, tinha a expressão fechada e os braços cruzados, as lágrimas de Jeongguk não eram de felicidade e sabia disso. Sabia que aquilo era uma ceninha e tiraria satisfações com o irmão mais tarde.

— São mesmo titia. Com certeza.

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  Durante todo o jantar Sohyun não teve papas na língua para falar bem de suas crias. Não perderia a oportunidade de garantir bons alfas para suas amadas filhas e elogiar seus sobrinhos para seus respectivos noivos e futuros sogros.

Enquanto isso, Jeongguk mal conseguia comer, preocupando Yoongi e Taehyung também.

Definitivamente tinha algo errado naquela história toda.

O ômega mais novo sentia o anel de noivado pesar em seu dedo toda vez que olhava para seu irmão, que esbanjava a jóia que havia ganhado de seu alfa com orgulho.

Pela primeira vez na vida, o invejou.

— Queria poder mostrar esse anel do mesmo jeito que ele mostra, mas só sinto vontade de devolvê-lo — murmurou para o alfa ao seu lado. Mais uma vez na noite, Taehyung pediu perdão ao ômega. — Por que pede perdão?

— Por te fazer passar por isso — murmurou engolindo em seco — Se eu tivesse me casado antes, você não teria que se casar agora.

Contudo, Taehyung não poderia ter se casado antes. Seus instintos se manifestaram antes de seu primeiro cio, afetando toda a harmonia que deveria ter com seu lado lupino, e consequentemente, o cegando para qualquer outra pessoa.

Não passava seus cios com alguém, pois a única vez que tentou, sentiu repulsa e vomitou. Em outra vez que tentou até mesmo beijar outra pessoa, seu lobo negou e assustou seu parceiro.

Precisava ser Jeongguk, só ele poderia ajudar o homem e o lobo a entrarem em harmonia.

— Não é sua culpa — foi tudo o que Jeongguk disse, dando o assunto por encerrado.

“É minha culpa sim.”

Quando Jeon finalmente acabou de comer o que estava em seu prato, disse estar se sentindo indisposto e voltaria para seu quarto para repousar. Sentiu o olhar de Yoongi pesar sobre si quando se inclinou para deixar um beijo lento e delicado na bochecha de Taehyung, repetindo o ato nas gêmeas, seus tios e por fim, em seu irmão.

— Precisamos conversar — foi tudo o que o loiro disse antes de ver o irmão se afastando para sair da sala de jantar.

Jeongguk foi diretamente para seu quarto, colocou seu pijama e se enfiou embaixo das cobertas. Não choraria, não tinha mais o que chorar.

Apenas ficou ali, olhando o nada, transformado em um bolinho de cobertas, aninhando sozinho. Mal percebeu quando alguém abriu a porta do quarto e se deitou ao seu lado, lhe abraçando. Apenas voltou à realidade quando sentiu o cheiro de hortelã ficar mais forte.

— Me conta, qual é o verdadeiro motivo desse casamento? — indagou acariciando os cabelos de seu irmão.

— Taehyung disse que os instintos dele me reconheceram como o ômega dele — mentiu sem remorso algum.

— É O QUÊ?! — Yoongi berrou, se levantando.

Os instintos dos alfas nunca podem ser ignorados, pois, eles identificam seu fated mate, seu parceiro de todas as vidas anteriores, desde os Primeiros Lobos. Quando era a primeira vida do casal, os instintos do ômega escolhiam um alfa e, em todas as outras, o alfa reconheceria o ômega.

— Não posso negar esse casamento, é ele quem venho esperando — murmurou se virando para o irmão.

— Ggukie…

— É uma união abençoada pelos Grandes Lobos. Posso amá-lo, não deixarei essa oportunidade escapar — murmurou sorrindo fraco.

Quem dera realmente fosse aquele o motivo do casamento.

Ficaria mais sossegado se os instintos do alfa realmente tivessem lhe reconhecido como seu ômega, afinal, não era tão fácil encontrar seu parceiro de outra vida e a paixão seria imediata, independente do que acontecesse.

Jeongguk e Yoongi conheceram vários pretendentes e seus instintos não se manifestaram, o que os levava a crer que aquela não era a primeira vida de ambos.

— Oh! Ggukie, estou tão feliz por você — o loiro disse abraçando seu irmão, o qual mais uma vez chorava.

E não era por felicidade.

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  Taehyung rosnou irritado assim que entrou em seu quarto, batendo a porta com força. Apertou seus fios de cabelo, caminhando até estar em frente ao espelho, observando seu lobo negro como a noite mais escura pelo reflexo.

Ele tentava caminhar pelo quarto, rosnando selvagem, com uma coleira em seu pescoço e várias correntes lhe prendendo.

Sufocando.

— NÃO ERA PARA TOCÁ-LO, SEU MALDITO! COMO OUSA DIZER TODAS AQUELAS INDECÊNCIAS PARA ELE?! — esbravejou irritado, fazendo o lobo rosnar mais alto, sendo puxado pelas correntes.

Não tinham harmonia alguma.

Taehyung sentiu-se sufocar também, uma corrente invisível envolvendo seu pescoço e apertando, o privando do ar.

“Ele é meu! Devo tomá-lo para mim! Para mim!” o lobo, nomeado V, rosnava animalesco, mostrando os dentes grandes, saliva escorrendo em abundância.

Havia um grande problema em lobos que não tinham harmonia com seu lado humano. Eles criavam uma consciência própria, aprendiam a falar e tomavam decisões perigosas.

Foi o que aconteceu. V nem sequer deveria ter um nome, mas sim, estar completamente ligado a sua parte humana, porém tinha nome, tinha consciência e tinha voz. Tomava controle do corpo, prendia Taehyung no fundo de seu subconsciente e agia no lugar dele.

Tomava decisões desrespeitosas no lugar dele.

— NÃO É! ELE NÃO É UM OBJETO! — Taehyung berrou novamente, sentindo o ar faltar cada vez mais que puxava as correntes de V.

Cansado, socou o espelho com força, o partindo em vários pedaços e machucando sua mão, sentindo seu cheiro forte dominando o quarto enquanto a sensação de sufoco passava.

Caiu de joelhos no chão, cedendo a fraqueza pela falta de oxigênio. Quanto mais machucava e reprimia seu lobo, mais machucava seu próprio corpo.

Após longos minutos se acalmando, olhou para o sangue, que manchou o carpete, agora seco em sua mão cicatrizada. Seus olhos correram até um dos pedaços do espelho, enxergando V amuado com a cabeça entre as patas, mais correntes pesadas em torno de seu corpo.

Ele não deveria falar. Não deveria pensar. Era perigoso, a prova disso era a situação atual.

Mentiras, manipulação, um beijo forçado, desrespeito.

— Não precisa ser assim — começou baixo, atraindo os olhos vermelhos do lobo negro, iluminado apenas pela luz do luar.

Recebeu um choramingo em resposta.

— Não precisamos brigar e eu não preciso te reprimir — continuou rouco, a garganta doendo. — Basta respeitá-lo. Basta se unir a mim.

“Ele é meu”

— É nosso ômega, mas não é um objeto. Já não basta a merda que você fez me obrigando a ir até ele para mentir e manipulá-lo? — resmungou cansado, vendo o lobo bufar.

“Fiz isso por nós. YongHan não te obrigou a nada, você que escolheu mentir para o ômega. Somos o mesmo, afinal”.

Manipulação. V tomava decisões ruins e desrespeitosas, apenas para dizer que Taehyung quem decidiu. Lobos com consciência própria eram perigosos demais.

— Não distorça as coisas, seu maldito. Eu nunca concordei em mentir. Você que tomou o controle e me levou até lá, me fez vê-lo chorando e estragou tudo, justo agora que estava disposto a uma aproximação, a confiar que você não o atacaria — Taehyung rosnou, apertando os punhos.

“Quer ficar mais quantos anos sem ele? Eu só fiz o melhor para nós dois! Para você!

— Fez o melhor para você! Eu acreditava que você o respeitaria depois daquela cena no baile, lhe dei liberdade para que se aproximasse dele sem o assustar ou desrespeitar e o que você faz? Mente, manipula e ainda o beija sem permissão, diz coisas indecentes em seu quarto! — esbravejou novamente, socando o chão, vendo o lobo cobrir as orelhas com as patas com correntes.

“Vai me agradecer quando puder marcá-lo!”

— E quem disse que vou? Nós dois já tiramos qualquer liberdade dele, não vou obrigá-lo a ter uma marca eterna quando posso dar uma temporária — sorriu perverso, vendo o lobo uivar derrotado. — Você vai me obedecer, V. Aprenderá a respeitar aquele ômega, aprenderá a conviver comigo e com ele sem tocá-lo sem permissão. Ele merece respeito e, se for capaz de dar isso a ele, então essas correntes vão sumir.

O silêncio dominou o cômodo por longos minutos, Taehyung permaneceu ajoelhado observando a figura de V deitado com as correntes sobre si, o reprimindo como um animal selvagem.

E ele realmente era.

“Respeitá-lo significa tê-lo para mim de forma justa” murmurou subindo o olhar para sua parte humana.

— Significa tê-lo nos amando por vontade própria — sussurrou de volta, friamente.

E as correntes vão sumir?”

— Todas elas, até a coleira.

“Farei o possível para me controlar, é uma promessa”

Vigésimo sexto dia de Agosto, sábado
1847 anos depois da B.G.L
Daegu, Coréia do Sul

  Fazia uma semana que o noivado havia sido anunciado e na próxima lua nova ocorreria o casamento, no vigésimo dia de setembro.

Durante a semana, Taehyung e Jimin visitavam os irmãos, levando presentes para eles. Nos finais de semana, combinaram de irem aos bailes juntos e Jeongguk seria obrigado a dançar com seu noivo para manter as aparências.

Não era isso que queria? Que o alfa o deixasse se aproximar, que se conhecessem? Então por que agora não gostava daquilo? Por que não estava satisfeito com a atenção que recebia?

Era tudo uma grande farsa, por isso não gostava.

Taehyung havia lhe visitado há dois dias, acabara de voltar de uma curta viagem de negócios e lhe trouxe um livro da capital. Sabia — por Jimin — que o ômega se interessava por medicina e comprou o livro mais atualizado da época, o que, obviamente, deixou o Jeon totalmente eufórico.

Os presentes que havia recebido antes eram algumas jóias e perfumes, coisas que não lhe interessavam tanto quanto livros e, além do objeto, o Kim lhe deu um vaso de flor, com algumas violetas brancas.

Como era sua flor preferida, Jeongguk sabia o significado dela e isso o fez criar várias teorias mirabolantes.

Violetas brancas podem significar uma promessa sendo feita, então o que o Kim estaria prometendo? Aquilo o deixou curioso, afinal o alfa não sabia que aquelas eram suas flores preferidas.

No momento, estava imerso no livro que havia ganhado, quase terminando de lê-lo. Ao lado de sua cama, na mesa de cabeceira, o pequeno vaso com as violetas. Estava esperando a banheira encher para tomar seu banho.

Naquela noite teria de ir a mais um baile e dançar com Kim Taehyung. Apesar de mancar, o alfa dançava muito bem, mal dava para perceber aquela pequena deficiência.

Suspirou fechando o livro ao perceber que mais uma vez seus pensamentos se voltavam para aquele homem. Nos últimos dias só fazia pensar no Kim, quando se dava conta lá estava ele tomando conta de seus pensamentos.

Esfregou os cabelos nervosamente, se levantando em seguida. Deixou o livro ao lado das flores, entrando no quarto de roupas e escolhendo alguma peça para usar naquele baile. Sabia que Taehyung não gostava daqueles eventos e o único benefício que via naquele casamento era que não precisaria ir em bailes por muito tempo.

Logo uma das empregadas bateu em sua porta, dizendo que a banheira já estava cheia, então o ômega agradeceu com um sorriso doce e dispensou a ajuda para se banhar, pedindo para que a mulher descansasse.

Após terminar de tomar seu banho, Jeongguk se vestiu e passou um pouco de maquiagem para esconder as pequenas olheiras que tinha. Teve uma péssima noite de sono e mal conseguiu dormir. Havia tido um pesadelo estranho com um lobo negro implorando por ajuda.

O animal estava com metade do corpo preso debaixo de rochas, chorava alto e estava desesperado. Jeongguk não sabia o que fazer para lhe salvar, não tinha nada por perto para ajudar o lobo e se ele voltasse a forma humana pioraria a situação, pois as pedras iriam se mover e esmagar ainda mais seu corpo.

Parecia que o lobo estava ali há vários dias, já que estava muito magro e fraco.

Jeongguk começou a chorar de agonia, pois não sabia o que fazer para ajudar o animal, por isso ele morreu e acabou voltando à sua forma humana.

O lobo era Taehyung.

Viu sangue em suas mãos quando olhou a face do alfa banhada em vermelho e o corpo esmagado pelas rochas. Gritou agoniado, sentindo as lágrimas molharem seu rosto.

Havia acordado ofegante e não conseguiu voltar a dormir depois. O dia todo ficou pensando sobre esse sonho estranho e se deveria ou não revelar isso ao alfa. Ainda não havia decidido e a carruagem já lhe esperava na porta do casarão.

Suspirou e desceu as escadas, encontrando Yoongi no sofá esperando por si. Com isso, entraram na carruagem e foram, estranhamente, em silêncio até o salão.

Algo estava muito errado naquele dia. Principalmente o calor excessivo e as dores musculares que Jeongguk sentia, mesmo sem se esforçar.

Ao chegarem e entraram no local, Jeongguk franziu as sobrancelhas. Os Park, Haruna e Hoseok estavam ali, mas onde estava Taehyung? Ao se aproximarem da mesa reservada, Chaeyeon sorriu e se levantou para abraçar os ômegas.

— Boa noite Chae — Jeongguk e Yoongi disseram suaves, simpatizavam muito com a mulher.

O loiro não perdeu tempo em correr até Jimin, sentando de lado no colo do alfa e lhe dando um selinho demorado, ocupando a cadeira ao lado em seguida.

— Eles são uma graça, não? — Chaeyeon indagou, sorrindo docemente, se sentando junto de Jeongguk, um pouco afastados.

— Sim, eles são. Onde está Taehyung? — perguntou curioso. A ômega riu fraco mais uma vez, acreditando cegamente que o mais jovem estava sentindo falta do alfa.

— Taehyung entrou no cio ontem querido, nesse momento os efeitos devem estar passando — Jeongguk engoliu em seco.

Se não sabia sobre o cio de Taehyung e não estava com ele, estaria o alfa junto de outro ômega?

— Não se preocupe querido, Taehyung sempre toma supressores, que o deixam apagado durante todo o período, desde que tinha dezesseis anos por escolha própria. O corpo dele reage às dores do cio, mas ele nunca sente nada, é como se estivesse em coma. Faz poucas horas que ele acordou, estava exausto. Não iria obrigá-lo a vir até aqui, ainda mais quando o cheiro dele continua forte demais.

— Entendi… — murmurou brincando com suas mãos, mexendo no anel de noivado. Por sorte não teria que lidar com o cio do alfa por seis meses. — Eu não sabia existirem supressores que apagavam os lúpus, afinal somos imunes a isso…

— Temos uma receita de família. Posso te passar, assim, caso seu cio venha quando Tae estiver viajando, pode tomar e não sofrerá sem seu alfa — a mulher dizia inocente, afinal não sabia da chantagem que estava por trás daquele casamento.

Obrigado — sorriu forçado.

Pelo resto da noite conversou com a ômega, ela realmente era uma boa companhia e Jeongguk desenvolveu um carinho por ela. Em algum momento, o cheiro de café quentinho que vinha de Chaeyeon lhe deixou sonolento e, mesmo com o barulho abafado da música por estarem longe da banda, acabou cochilando no colo da mulher.

Quando acordou, sua tia disse que iria lhe acompanhar até em casa, pois também estava cansada.

Os ômegas se despediram e retornaram ao casarão em silêncio, Jeongguk deitado no colo da tia sentindo seus carinhos gostosos em seus fios de cabelo. Quando chegaram na residência, seguiram para seus respectivos quartos e se deitaram, tentando dormir.

Jeongguk demorou a pegar no sono, com medo de ter aquele pesadelo novamente.

Sentia que a morte do alfa era sua culpa.

Sua cabeça doía, pois sentia que aquilo era apenas uma lembrança modificada por sua imaginação fértil.

Lembrava vagamente de um lobo negro com olhos vermelhos como sangue, mas sua cabeça latejava todas às vezes que se forçava a lembrar, não obtendo resultados. Os pensamentos estavam agitados e seu corpo ainda estava demasiado quente, não lhe deixando dormir.

Porém, em algum momento, sentiu um cheiro forte de pinho e canela invadir seu quarto e, por mais estranho que fosse, aquilo lhe acalmou tanto que pegou no sono quase instantaneamente.

Do lado de fora, um lobo negro estava sentado abaixo da sacada de Jeongguk, olhando fixamente a janela. Soltava feromônios de proteção, pois sentia a angústia vinda do ômega.

Ao conseguir escutar a respiração calma do garoto, graças a sua audição apurada, deu um único salto para alcançar a janela aberta do moreno, soltando a rosa vermelha, que carregava na boca, dentro do quarto, ao lado do vasinho com as violetas brancas.

Olhou para o lado e viu o ômega ressonar tranquilo e, por mais que V quisesse pular em cima dele, se controlou para não fazê-lo. Havia prometido se controlar e aprender a respeitar o ômega para que todos vivessem bem, então decidiu que era hora de ir.

Pulou da janela e correu para dentro da floresta até chegar em sua casa. Voltou para sua forma humana e subiu as escadas com certa dificuldade até estar em seu quarto, logo se jogou na cama e fechou os olhos.

A imagem de Jeongguk dormindo como um anjo tomou conta de sua mente, o fazendo sorrir levemente e, depois de meses, Taehyung conseguiu dormir uma noite toda.

Vigésimo sétimo dia de Agosto, domingo
1847 anos depois da B.G.L
Daegu, Coréia do Sul

  Jeongguk acordou na manhã seguinte sentindo alguém lhe abraçando por trás. Sorriu fraco ao sentir o cheirinho de hortelã, apertando as mãos sobre seu peito, sentindo ser puxado para trás.

Yoongi estava acordado.

Sem pensar duas vezes, Jeongguk pegou o próprio travesseiro e bateu no rosto do irmão, que caiu com o susto.

— Jeongguk o que-— não pode terminar de falar, foi acertado novamente com o travesseiro. — Então tá!

Logo o quarto virou uma cena de guerra. Os travesseiros voavam e faziam fortes para proteger os ômegas, o riso de ambos preenchia o quarto que dividiam desde a adolescência. Em algum momento, um dos travesseiros rasgou e puderam ver as penas voando por todo o quarto. Riram ainda mais alto, caindo um ao lado do outro no chão.

— Há quanto tempo não fazíamos isso? — Yoongi indagou, sentindo lágrimas escorrerem por seu rosto.

— Apenas alguns meses… — Jeongguk respondeu, também deixando as lágrimas escorrerem.

O que foi que aconteceu aqui?! — os ômegas rapidamente se sentaram, olhando assustados para a porta.

Taehyung e Jimin olhavam confusos para o quarto, repleto de penas, e para os ômegas com lágrimas nos rostos e penas nos cabelos.

— Saiam daqui! — Jeongguk gritou, jogando um travesseiro no alfa Kim, mas ele desviou e o objeto acabou acertando Jimin, o que o fez cair de bunda no chão.

Jeongguk! — Yoongi gritou repreendendo o irmão e se levantando para ver se seu alfa estava bem.

— Estou bem Yoon — o Park sorriu se levantando e tirando algumas penas que estavam no cabelo do menor, em seguida secando as lágrimas alheias. — Por que estava chorando, hyung?

— Sentia falta de brincar com meu irmão — murmurou escondendo o rosto no pescoço do alfa. Jimin era apenas um centímetro mais alto que Yoongi, e o alfa também acabava sendo mais baixo que Jeongguk.

Enquanto isso, Taehyung entrou no quarto e se abaixou perto do Jeon, deixando uma perna dobrada. Levantou a mão sobre o olhar curioso do ômega e tirou algumas penas que estavam em sua cabeça. Jeongguk percebeu, então, que era a primeira vez que via Taehyung usando branco, afinal sempre o via usando preto ou qualquer outra roupa escura.

Sentia falta ou sentirá? — Kim indagou baixo, limpando o rosto do mais novo com a manga da blusa.

Vai me fazer sentir falta? — respondeu, afastando o rosto e se limpando sozinho.

— Jamais — murmurou se levantando e estendendo a mão para Jeongguk, o qual prontamente recusou a ajuda, se levantando sozinho.

— Ótimo. O que faz aqui em pleno domingo? — indagou, limpando o pijama. — E o que os espertinhos fazem no quarto de dois ômegas?! Andem, saiam daqui e nos esperem na sala!

— Ggukie! Não seja tão bruto. Eles vieram nos visitar, não estão fazendo nada de errado — Yoongi disse, se aconchegando nos braços de Jimin. — Mas realmente, nunca vieram no domingo. O que fazem aqui?

— Eu e Taehyung vamos dar um passeio e pensamos, por que não levar nossos belos noivos junto? — o Park respondeu beijando a ponta do nariz redondinho de Yoongi, que riu bobamente.

— Então viemos convidá-los — Taehyung disse observando o vasinho com as flores que havia dado a Jeongguk. Elas estavam bem cuidadas, sinal de que o ômega se importava com elas. — Que bela rosa Jeongguk, quem lhe deu? — indagou pegando a flor que havia deixado na noite anterior.

— O que? Isso não estava aí ontem — resmungou pegando a flor da mão alheia. — Não importa quem deu, o que importa é que é minha e eu não lhe dei permissão para mexer nas minhas coisas, muito menos para ficar em meu quarto!

— Jeongguk, larga essa rosa antes que comece a espirrar! Sabe que tem alergia — Yoongi reclamou, entrando novamente no quarto para pegar a dita cuja.

Nem pensar! É minha, estava na minha mesa e eu faço o que quiser com ela! — fez birra, esticando o braço para que o Min não a pegasse, mas alguém a tirou de sua mão.

— Eu pedi para Jimin lhe entregar essa rosa, não sabia que era alérgico. Perdão por meu erro — Taehyung murmurou, escondendo a flor em suas costas.

Jimin arqueou a sobrancelha, Taehyung não havia pedido nada para ele.

— Ah sim! pensei que fosse para mim, mas não era. Acabei deixando em cima da sua mesa, você estava dormindo e não queria te acordar, mas pagaria pra ver sua reação! — Yoongi engajou a mentira, rindo descontraído.

Quantas mentiras tinham naquele ambiente?

Jeongguk engoliu em seco, sentindo seu rosto queimar e o coração disparar. Subiu seu olhar para Taehyung, sentindo sua garganta fechar quando encontrou os olhos rubis cintilando em expectativa.

— Me devolva — mandou baixo, esticando a mão para o alfa.

Taehyung obedeceu, sentindo os dedos de Jeongguk tocarem os seus quando segurou o caule da flor, que estava sem espinhos. O ômega sorriu ao notar aquilo, dando um passo para frente e, em um ato de coragem, segurou a nuca de Taehyung, o puxando para perto de si, prensando um beijo bem lento no canto de sua boca.

Calmo e demorado.

As mãos do Kim coçaram para segurar a cintura fininha do mais novo, porém V se controlou novamente.

— Violetas em geral, mas principalmente as brancas, são minhas flores preferidas, não rosas — murmurou ao se afastar, caminhando para deixar a rosa junto às flores brancas. — Não jogarei fora, obrigado por me dá-la. Nenhum alfa me deu alguma flor antes.

Yoongi observava a cena com meticulosidade. Jeongguk parecia estar fazendo tudo aquilo por vontade própria e, ao mesmo tempo, parecia forçado. Não sabia mais o que pensar sobre aquilo, então precisava descobrir sozinho o que estava acontecendo entre aqueles dois.

— Desçam por favor, logo estaremos prontos — Yoongi pediu, tocando os ombros do irmão com suavidade.

— Coloquem roupas leves — o Kim disse, saindo do quarto e fechando a porta em seguida. Jeongguk espirrou assim que o cheiro do alfa sumiu do cômodo.

— Obrigado por me explanar, Yoongi hyung — Jeongguk resmungou emburrado, cruzando os braços. — Magoou ele.

— Tão fofo Gguk-ah! Está preocupado pela possibilidade de tê-lo magoado, é? — Yoongi questionou debochado, espremendo as bochechas do irmão contra suas mãos.

Jeongguk resmungou e deu as costas, indo para o quarto de roupas para se trocar. Yoongi fez o mesmo e logo estavam descendo as escadas com roupas leves e parecidas.

Jeon usava uma blusa amarela de mangas curtas, com uma bermuda acima de seus joelhos de cor preta e que marcava muito bem sua cintura e deixava parte de suas coxas expostas, além de um par de sandálias. Min usava quase as mesmas roupas, mas sua blusa era branca e sua calça azul escuro ia até abaixo de seus joelhos.

— Podemos ir? Já falaram com meus tios? — Jeongguk indagou, parecendo emburrado, notando como Taehyung se segurava para não olhar suas coxas fartas.

— Sim, já falamos e podemos ir — Jimin disse estendendo a mão para Yoongi, que prontamente entrelaçou os dedos nos do alfa.

Jeongguk se aproximou de Taehyung, aceitando o braço oferecido por ele. Saíram do casarão e o ômega suspirou pesado ao perceber que seu cavalo não estava ali.

— Vamos apenas em dois cavalos, pois não tem lugar suficiente para manter quatro deles — o Kim explicou quando viu as expressões confusas dos mais novos.

Jeongguk travou a mandíbula, teria que ficar extremamente próximo do alfa novamente e o pior era que o cheiro dele ainda estava forte por conta do cio recente.

Ele notou também que a égua de Taehyung carregava duas cestas em seu flanco, uma de cada lado, assim como o cavalo de Jimin.

Tombou a cabeça, confuso, pensando no que os alfas poderiam estar planejando.

Com licença.

O ômega tomou um pequeno susto quando sentiu as mãos ossudas e grandes de Taehyung tocarem sua cintura, o levantando em seguida com facilidade para o pôr em cima da égua negra.

Ofegou ao ter um pouco de noção da força do alfa, que o levantou sem esforço algum. Mordeu o lábio inferior e se ajeitou, vendo Taehyung montar o animal em seguida, ficando atrás de si e lhe cercando com os braços para tomar as rédeas. Olhou para o lado e viu seu irmão com um sorriso radiante se aconchegando nos braços de Jimin.

— Não se preocupe, o caminho é curto — Kim disse baixo, percebendo o nervosismo do mais novo, que nada disse.

O caminho foi realmente curto, afinal os cavalos galopavam rapidamente. Jeongguk notou que mal sentia o cheiro do Kim, ele estava reprimindo ao máximo sua presença para lhe deixar confortável e isso era fofo, de certo modo.

Não demorou para chegarem ao interior da floresta, no topo de uma cachoeira. Os cavalos caminharam com cuidado pela trilha estreita que levava até o lago.

Jeongguk e Yoongi olhavam o lugar admirados conforme desciam cada vez mais, até finalmente chegar em um lugar plano. Desceram dos corcéis e os alfas os prenderam em umas árvores que haviam ali.

Jeongguk não evitou a vontade de acariciar a égua de Taehyung e tentou mais uma vez puxar uma conversa amigável com o alfa.

— Qual o nome dela? — indagou segurando a cabeça do animal e lhe acariciando de cima a baixo, enquanto Kim abria as cestas e tirava dali dois panos grandes e grossos, os entendendo no chão de pedra lisa. Do outro cesto, tirou almofadas e espalhou por cima dos panos.

Nuit Noire — respondeu retirando as cestas do flanco do animal. — Significa noite negra em francês.

Oh là là, então você realmente fala francês — Jeongguk provocou com um sorriso, beijando a face da égua e encarando o Kim de canto.

Il y a beaucoup de choses que tu ne sais pas sur moi, mon trésor¹. Preciso saber outros idiomas para garantir que meus negócios sejam bem sucedidos — murmurou, se sentando sobre o pano grosso e nem sequer notando como Jeongguk se arrepiou com o sotaque e o apelido.

Jimin já havia deixado o cesto com aperitivos ali, então poderiam comer quando quisessem, bastava se acomodarem.

Jeongguk se surpreendeu por receber uma resposta longa, além de um apelido carinhoso, ignorando completamente seu próprio coração acelerado. Não queria admitir, mas aquele apelido, aquele sotaque e aquela voz abalavam todas as suas estruturas.

— Não sei porque você não me deixa saber, desde que nos conhecemos venho tentando me aproximar — retrucou arqueando a sobrancelha, não deixaria todas aquelas grosserias antigas passarem batido.

— Então também sabe francês?

— O necessário, sim, mas é claro que você não sabia, não se importa em saber — resmungou irritado.

Magoado.

— Já lhe disse por que não o deixava se aproximar, não tenho controle sobre o meu lobo e poderia te atacar a qualquer momento, como aconteceu em seu quarto. Estamos nos acostumando com sua presença agora, então creio que posso permitir uma aproximação, se é que ainda deseja isso — Taehyung murmurou, encarando intensamente o ômega, fazendo seu fôlego faltar.

Jeongguk desviou o olhar constrangido, bem a tempo de ver Yoongi mergulhando de cabeça no lago.

Yoongi! Pelos Grandes Lobos, não pule assim! — gritou preocupado, chamando a atenção do mais velho.

— Para de ser chato e vem também! — o ômega disse sorrindo largo.

Estava apenas com o calção que usava anteriormente por debaixo das calças, as roupas estavam dobradas ao lado do cesto de comida. Logo Jimin se juntou ao noivo, pulando do mesmo jeito que o outro.

Jeongguk ficou apreensivo, não queria tirar sua roupa em frente a Taehyung, ainda não eram tão íntimos assim.

O alfa estava deitado sobre o grande pano com os braços atrás da cabeça e os olhos fechados. Observou por alguns segundos o rosto relaxado do mais velho, notando que ele estava sem maquiagem, deixando suas olheiras aparentes.

Realmente, eles não planejavam chamar os ômegas, foi apenas uma decisão de última hora. Quem sugeriu então? Jimin? Taehyung?

— Tem alguns livros no cesto onde estavam os panos, caso não queira entrar na água — Kim disse de repente, assustando Jeongguk mais uma vez, afinal estava distraído nas feições do alfa.

— Certo — murmurou retirando as sandálias e sentando um pouco afastado do castanho, olhando os livros que tinha na cesta.

Escolheu um de capa vermelha e se deitou. Custou a achar uma posição confortável e quando conseguiu, sentiu-se constrangido. Teria que ficar deitado de barriga para baixo, o que deixava seu traseiro à mostra para quem quisesse olhar e esse alguém acabaria sendo Taehyung, se ele abrisse os olhos e virasse para sua direção.

Engoliu em seco e tentou pensar positivo. Ele não olharia e ficaria tudo bem, ele sequer olhou para suas coxas expostas.

Escutava os risos de Yoongi e Jimin enquanto jogavam água um no outro, em alguns momentos paravam e pareciam conversar calmamente, até trocaram beijos. Estava de costas para o casal, lhes dando privacidade, então não tinha certeza.

A história que estava lendo era muito pouco interessante, mas uma determinada cena lhe fez fechar o livro com força.

A casa da personagem havia sido queimada e toda sua família morreu naquele incêndio, o que a obrigou a se casar com um alfa para não morar na rua.

Engoliu em seco com a lembrança amarga que invadiu sua mente, sentindo o corpo começar a suar frio. Taehyung percebeu essa inquietação e se sentou olhando para o ômega que acabara de levantar.

— Vou mergulhar — foi tudo o que disse antes de começar a abrir a blusa. — P-Pode se virar?

O Kim apenas deu de ombros, se deitando de lado e virando de costas para o ômega.

Jeon retirou suas roupas, tentando dispersar os pensamentos que dominavam sua mente, e deixou as peças ao lado das de Yoongi. Logo caminhou para a beira do lago e entrou ali, chamando a atenção do casal.

No momento em que se aproximou de ambos, Yoongi lhe jogou água no rosto. Então, os ômegas começaram uma batalha na água e Jimin apenas ria, até ver seu primo lhes encarando.

Para ser sincero, encarando especificamente Jeon Jeongguk.

Sem que os ômegas notassem, o Park saiu da água e foi para perto do lúpus, pegando uma toalha de dentro de uma das cestas e se secando.

— Então, vai lá com ele ou não? — indagou se sentando perto do primo, com a toalha sobre os ombros e costas.

— Ele nem ao menos estava confortável em tirar a camisa perto de mim — foi o que respondeu, abrindo os olhos. — Algo no livro o incomodou, apenas por isso entrou na água. Foi apenas distrair a cabeça.

— Por que não vai você distrair a cabeça dele? Não é o noivo dele? — perguntou abrindo a cesta e pegando um cacho de uva de dentro.

— Não tenho certeza se isso é o melhor para ele nesse momento — murmurou se sentando.

— É sim. Yoongi disse que estava com fome e logo viria comer, aproveite a chance — Jimin mastigou lentamente algumas uvas, observando seu ômega. — Jeongguk provavelmente ficará lá por mais tempo.

O silêncio dominou por alguns segundos, até que Park o quebrou novamente.

— Afinal, por qual motivo estão se casando mesmo? — o alfa indagou levantando a sobrancelha.

— É ele. Aquele ômega que me salvou. Os instintos dele me escolheram — respondeu, já retirando as roupas ao ver Yoongi chegando.

Havia perdido Jeongguk de vista. Saiu assim que o loiro se enrolou em uma toalha e se enfiou entre as pernas de Jimin.

— Taehyung e Jeongguk estão mentindo para nós. Você disse que seu irmão justificou o casamento com os instintos de Taehyung lhe reconhecendo. Ele acabou de me dizer que os instintos de Jeongguk lhe escolheram e por isso vão se casar — o alfa disse assim que viu seu primo longe. — E nós não vamos tentar descobrir a verdade.

— Não mesmo… — Yoongi murmurou irônico. Era óbvio que iriam.

Enquanto isso, Taehyung entrava no lago, se mantendo apenas até onde seus pés alcançavam. Sabia nadar, mas sua perna esquerda doía quando a forçava demais. Viu que Jeongguk estava atrás de algumas pedras e foi até ele, na intenção de tentar se aproximar emocionalmente do ômega e tentar controlar V também.

— Aqui é bonito — o Jeon murmurou olhando para cima, para o céu claro e com poucas nuvens.

— É mesmo. Sabia que iria gostar — respondeu calmo, também olhando para o céu. — O que te incomodou tanto naquele livro, hm?

— Nada de mais — murmurou sentindo o corpo arrepiar com a voz grave do alfa.

Olhou de relance para o corpo seminu, percebendo o quão forte os braços e peitoral eram, e seu abdômen não era tão liso, tendo marcas bem fracas dos seis gominhos. Precisava confessar a si mesmo que o alfa tinha um belo corpo.

— Não minta para mim, Jeongguk. Se fosse nada, não estaria tão perturbado naquela hora — se colocou de frente para o ômega, o prendendo entre seu corpo e a pedra, mas mantendo uma certa distância.

Não é nada da sua conta — rosnou encarando firmemente os olhos do alfa.

Oras, por dois meses tentou se aproximar e foi grosseiramente afastado. Só porque iriam se casar agora, não significa que ele deva alguma satisfação ao alfa.

— Logo será meu marido e as coisas que te deixam perturbado serão, sim, de minha conta — levou a destra para o queixo alheio, o segurando com pouca força.

Havia prometido a si mesmo que cuidaria muito bem do ômega e que faria tudo para dar-lhe do bom e do melhor.

— É o que veremos. Não vai me obrigar a falar sobre isso, Kim — rosnou mais uma vez, mantendo o ar petulante.

Não abaixaria a cabeça para aquele homem.

— Estou apenas preocupado contigo e é assim que me trata? — Taehyung fechou a expressão, apertando as bochechas alheias entre seus dedos.

— Não pedi que se preocupasse — rebateu mais uma vez, mostrando as presas. — Não lhe devo satisfação alguma. Quando me preocupei, me tratou igualmente.

— Lobinho arisco, pensa que me assusta? Precisa de muito mais do que mostrar as presas pra me amedrontar — Taehyung as mostrou também, essas que eram maiores que as do ômega.

Jeongguk não recuou.

— Não sabe o que sou capaz de fazer, alfa — de alguma forma, aquilo deixou de ser uma briga e passou a se tornar uma provocação.

O alfa soltava feromônios para marcar território, mas isso só atiçava o ômega dentro de Jeongguk, que apenas desejava devolver as provocações, forçando sua presença também.

— Então me mostre o que tanto sabe, ômega — provocou igualmente, descendo a destra do rosto para o pescoço amarelinho, apertando levemente.

Não sabiam como haviam parado naquela situação tão rápido, de um segundo para o outro, mas estavam adorando.

Jeongguk sorriu mostrando as presas e se aproximou do mais velho, colando os corpos e cheirando fortemente o pescoço alheio, o que fez o Kim fraquejar.

Todos sabiam que o ponto fraco de todo alfa era quando ômegas inalavam profundamente seu odor, demonstrando o quão satisfeitos estavam com seu cheiro.

E V teve que se morder para não avançar, havia prometido que iria se controlar.

O Jeon sorriu e passou as pontas dos dedos desde o peitoral até o cós do calção que o Kim usava, sentindo a trilha de pelos que começava no umbigo e ia até à virilha, enquanto deslizava o nariz por toda a extensão do pescoço bronzeado, passando pela mandíbula e chegando no queixo, onde levantou a cabeça e deixou os lábios extremamente próximos.

Taehyung fechou seus olhos fortemente, se sentindo totalmente entregue, o corpo completamente arrepiado.

Os dedos atrevidos tocaram seu quadril, na linha V, bem em cima da marca “α”, que parecia mais uma tatuagem, que os alfas ganhavam após passar por seu primeiro cio. Os ômegas ganhavam a marca “Ω”, na coxa, e os betas ganhavam o “β” na costela.

Porra, seu corpo estava completamente arrepiado, entrando em combustão com tão pouco. Aquele ômega era cheio de encantos, sabia que acabaria sendo o submisso daquela relação.

— Tão fraco… — Jeongguk murmurou, rindo debochado contra os lábios do alfa, roçando levemente, e ele tentou lhe beijar, porém, falhou. Jeon sorria satisfeito conforme se afastava do mais velho. — Isso é só o começo, querido.

Após isso, Jeongguk mergulhou e nadou para longe, deixando o alfa sozinho e completamente perplexo.

Havia caído tão facilmente nos joguinhos daquele doce ômega e agora sentia o gosto amargo da derrota em sua boca.

Havia se mostrado fraco e sabia que Jeongguk se aproveitaria disso para se beneficiar.

Estava, de agora em diante, completamente fodido na mão daquele ômega.

Em compensação, uma das correntes de V se quebrou.

XXXXXXXXX

E acabou!

Tradução da fala do tae: "Há muitas coisas que você não sabe sobre mim, meu tesouro."

Me sigam no twitter @Kim_Lala95 para ter informações sobre a história e usem a tag #EntrelacadosTK para encontrar spoiler e surtar sobre a história ☺ podem usar o curious cat tbm pra tirar duvidas ou falar algo

A próxima atualização é dia 09/05, as 17h.

Espero que tenham gostado, até a próxima!

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