Paixão Proibida (Livro 4)

By rrbeatrice

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PROIBIDO PARA MENORES DE 18 ANOS! Livro quatro da Série da Paixão. More

Sinopse
Prólogo
Cap. 1 - Mudanças
Cap. 2 - Sarasota
Cap. 3 - Caixinha de surpresas
Cap. 4 - Mab
Cap. 6 - Marina Jack
Cap. 7 - Jena
Cap. 8 - Uma visita ao passado (Parte I)
Cap. 9 - Uma visita ao passado (Parte II)
Cap. 10 - De volta à Sarasota
Cap. 11 - Ela é dele.
Cap. 12 - Seus lábios
Cap. 13 - Ciúmes
Cap. 14 - Um lugar para o casamento
Cap. 15 - Ela é minha
Cap. 16 - A traição
Cap. 17 - Segunda chance
Cap. 18 - Família
Cap. 19 - Irmãos
Epílogo
Agradecimentos
Playlist
Outros livros
Paixão em Jogo

Cap. 5 - Eu levo você em mim, para sempre.

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By rrbeatrice

Enrolo a toalha no corpo e saio do chuveiro, limpo um pedaço do vidro todo embaçado pelo vapor da água quente e pego o secador na gaveta.

Seco o cabelo e escovo os dentes, abro a porta do banheiro e vejo Adam deitado em nossa cama, vestindo apenas com uma boxer saliente e um sorriso malicioso nos lábios.

Observo cada parte de seu corpo e sinto meu desejo despertando.

— Venha, marrentinha, vamos brincar de médico. — Adam soa tão sexy que sinto meu corpo se arrepiar.

Jogo a toalha no chão e fico nua para ele, seus olhos percorrem meu corpo com avidez, me fazendo sentir como se fosse a mulher mais linda do mundo.

Caminho até a cama e deito-me ao seu lado, Adam imediatamente sobe em cima de mim, sinto seu peso, seu calor, sua masculinidade.

Seus lábios tocam os meus rapidamente antes dele deslizar por meu pescoço e começar a depositar leves mordidas e beijos suaves.

Suas mãos percorrem meu corpo, seus dedos roçam meio seio, provocando meu mamilo e deixando-o duro.

— Onde está doendo? — Ele pergunta com a voz rouca, sedutora, seus dentes picando minha orelha.

— É aqui? — Ele pergunta enquanto agarra meu seio e aperta em sua mão grande.

— Não. — Respondo em um sussurro.

— Onde?

— Mais embaixo. — Digo.

Sua mão desliza até minha barriga, seus dedos fazem círculos em volta do meu umbigo, ele me arranha, me provocando, me causando arrepios, me incendiando.

— Aqui? — Quase não consigo responder, suas lambidas em meu pescoço me tiram do ar, sou capaz apenas de emitir um grunhido primitivo.

Sua mão desliza mais para baixo, ele encontra os lábios rosados da minha intimidade e os acaricia.

— É aqui? Aqui que você precisa de mim?

— Humm. — Gemo e Adam continua suas caricias, abro bem minhas pernas e deixo que ele brinque comigo.

— Vou cuidar de você, amor. — Ele sussurra, seus lábios viajando até meu seio, sua boca se fecha em meu mamilo no mesmo instante em que ele me penetra com dois dedos.

— Adam! — Suspiro e ergo o quadril, pedindo por mais.

Seus dedos e sua língua me levam a loucura, ele me toca do jeito certo sempre e eu sempre acho que estou prestes a desmanchar em seus braços de tanto prazer.

— Meu Deus, quero tanto me enterrar em você, meu amor. — Adam sussurra com necessidade.

— Preciso de você, Adam, dentro de mim, por favor. — Imploro por ele.

Adam retira os dedos lambuzados de dentro de mim e leva a mão até a gaveta da cômoda ao lado da cama, puxando de lá uma camisinha.

Rapidamente ele tira sua boxer e desliza a camisinha por sua ereção. Abro mais minhas pernas para acomoda-lo entre elas, Adam se deita sobre mim, seus lábios estão próximo dos meus, mas ele não me beija, apenas me encara com seus lindos e profundos olhos azuis enquanto lentamente me penetra.

Nos encaramos conforme ele encontra seu caminho para dentro de mim e a sensação é tão intensa, tão intima.

— Te amo. — Ele diz e impede meus gemidos baixinhos de sair quando encosta seus lábios nos meus e me beija.

Choramingo e mexo o quadril no ritmo do seu conforme o prazer que seu corpo proporciona ao meu vai me levando ao ápice.

***

Acordo no meio da madrugada com a garganta seca, ansiando por uma água bem gelada.

Desvencilho-me dos braços de Adam e levanto-me, caminho pelo corredor escuro até a escada, desço alguns degraus e percebo que uma luz fraca brilha na sala.

Quando paro na porta e espio para dentro vejo Jordan, sentado no sofá com a TV ligada, mas ao invés de assisti-la ele encara um pedaço de papel em sua mão, me parece uma fotografia ou algo do tipo, não sei ao certo.

Como se sentindo que está sendo observado, Jordan levanta a cabeça e nossos olhares se cruzam. Por um segundo não vejo nada lá, como se ele estivesse vazio por dentro, mas então sua expressão muda e ele rapidamente esconde a fotografia ou o que quer que seja de minha vista.

— Desculpe, não queria atrapalhar. — Digo, sentindo como se eu tivesse atrapalhado algo importante, então me dirijo até a cozinha.

Acendo a luz e pego a água na geladeira, enchendo um copo inteiro e depois bebendo um longo gole.

Não preciso me virar para saber que Jordan está atrás de mim, consigo sentir sua presença apesar de seu silêncio.

—Não consegue dormir? — Pergunto ainda de costas para ele.

— Não. Às vezes tenho pesadelos que não me deixam dormir.

— Você está bem? — Não era o que eu iria dizer, mas mudei de ideia ao virar-me para ele e ver sua expressão cansada.

Ele dá de ombros, cruza os braços e se apoia no batente da porta.

— Você sempre tem pesadelos?

— Não, só algumas noites. — Ele responde encarando o ladrilho no chão.

— Sobre o que você sonha? — Pergunto e ele demora a responder.

— Meus erros. — Espero para ver se ele dirá mais alguma coisa, mas parece que isso é tudo o que eu estou recebendo.

Estou sentindo um estado de espírito sombrio emanado de Jordan e me pergunto quais erros ele pode ter cometido. Serão eles tão terríveis que têm o poder de transpor o passado e viajar até aqui para assombra-lo?

— Estou cansado, vou tentar dormir. Boa noite, Mab.

— Boa noite. — Digo e ele se vira e sai, sem olhar em minha direção nem por um momento.

Termino minha água e volto para cima, me enfio embaixo da coberta com cuidado para não acordar Adam e fecho os olhos, voltando para a escuridão e calma do mundo dos sonhos. Pelo menos os meus sonhos são calmos.

***

— Ah não! — Exclamo e enfio a cabeça embaixo do travesseiro.

Eu consigo dormir muito rápido, mas também acordo com muita facilidade.

— Bom dia, amor. — Adam diz e eu solto um grunhido mal humorado como resposta.

Sinto-o subindo em cima de mim e tentando puxar o travesseiro para longe e eu me agarro a ele como se minha vida dependesse disso.

— Acorde, marrentinha.

— Não, me deixe em paz.

— Venha correr comigo hoje. — Ele convida e eu quase rio.

— Vai sonhando.

Sério, quem que em sã consciência acorda cedo para ir correr na praia? Dormir é tão bom.

— Não custa nada tentar, não é? — Ele se levanta e passa a mão pelo meu braço que segura o travesseiro.

Adam sai do quarto e alguns minutos se passam antes dele voltar.

— Estou indo amor.

— Tudo bem. — Resmungo.

— Não vai me dar um beijo? — Ele pergunta.

Levanto o travesseiro já com a boca formando um biquinho, nem abro os olhos, só espero que ele venha e estale seus lábios contra os meus.

Sinto sua boca na minha brevemente e então ele ri.

— Volte a dormir, minha dorminhoca. — Sua mão afaga meus cabelos e ele se vai.

Volto a dormir e quando acordo de novo os primeiros raios de sol já estão invadindo o quarto.

Me espreguiço, fazendo algumas partes do meu corpo estralarem, vou até o banheiro escovar os dentes e lavar o rosto, depois desço para preparar o café.

Faço o café e preparo algumas torradas para Jordan, preparo uma tigela de cereais para mim e me sento no balcão.

Lembro-me do fichário que minha prima me enviou quando soube que eu tinha ficado noiva, vou busca-lo e abro-o ao lado do meu café da manhã, preciso começar a me familiarizar com essa loucura que é preparar um casamento.

JORDAN

Sorrio ao descer as escadas e sentir o cheirinho de café fresco. Mab é simplesmente demais.

— Bom dia. — Digo ao entrar na cozinha, ela está com a cabeça baixa lendo algo com muita atenção.

— Bom dia. — Ela levanta a cabeça e estranho ao não ver um sorriso em seus lábios.

— Tudo bem? — Pergunto.

— Não, eu estou lendo isso aqui há cinco minutos e já sinto que estou enlouquecendo.

— O que é isso? — Pergunto me sentando ao seu lado no balcão.

— É o fichário que minha prima usou quando ela se casou. Tem modelos de vestidos, arranjo de flores, dicas e sugestões de como começar a preparar um casamento. Ela disse que foi muito útil já que ela mesma organizou todo o casamento, assim como eu e Adam vamos fazer.

— Você sempre pode recorrer a uma organizadora profissional.

— Sim, eu pesquisei alguns preços, mas é muito caro. Adam e eu queremos economizar dinheiro para a nossa lua de mel.

— Não se preocupe, tenho certeza que você vai conseguir. Suas amigas vão ajudar, certo? E eu posso também, é claro, basta pedir.

— Ah Jordan, você é demais, sabia? Mas se você não está falando sério, é melhor falar agora, porque eu já estou pensando nas coisas que vou pedir para você fazer. — Ela sorri e como sempre não consigo evitar e sorrio de volta. Aí está aquele sorriso lindo, Mab pode estar chateada o quanto for, mas não consegue segurar um sorriso por muito tempo.

— Falo muito sério, é só pedir que eu faço.

— Olha que eu vou, hein. — Ela fecha o fichário e empurra um prato com torradas na minha direção.

— Fiz para você, se quiser outra coisa posso fazer, como eu já disse, não como muito de manhã, mas sempre posso preparar algo diferente, se quiser.

— Torrada está ótimo, obrigado.

Olho seu rosto por um momento tentando achar algum sinal de que ela vai tocar no assunto do que aconteceu ontem. Sei que agi de forma estranha, mas eu estava em um lugar muito escuro, deprimido. Isso sempre acontece quando eu tenho aquele maldito pesadelo.

É sempre a mesma coisa. Estou no meu apartamento, não o que eu deixei para vir morar aqui, não. É o outro, aquele no qual eu morava antes, o apartamento onde ela e eu fizemos o nosso filho.

Estou deitado em minha cama quando começo a escutar um choro baixo, um choro de bebê, o meu bebê. Levanto-me e vou até seu quarto no fim do corredor, a porta está entreaberta e uma fraca luz amarelada brilha lá de dentro.

Entro no quarto e vou até o berço, puxo a coberta, mas meu filho não está ali. Olho ao redor confuso, o choro está vindo de dentro do quarto, ele estava aqui, no berço, mas agora não está mais.

O choro vai ficando cada vez mais alto e eu começo a ficar desesperado, procuro dentro do armário e até em lugares que seria impossível que ele estivesse, reviro todo o quarto, minha garganta embolada, o medo crescendo e pressionando meu peito.

— Onde você está? Onde? — Grito para o nada, irracionalmente esperando uma resposta.

O choro está vindo do quartinho dele, eu sei, mas não consigo encontra-lo. O choro agora é um grito, um grito de dor, um pedido de socorro.

Tiro todas as suas roupinhas das gavetas e dos armários, jogo todos os brinquedos no chão, jogo os bichinhos de pelúcia, jogo a coberta, levanto o berço. Mas ele não está em lugar algum. Meu filho não está mais aqui.

O berro dele não para, parece ecoar de dentro de minha cabeça.

— Onde você está? — Começo a chorar e deslizo pela parede até o chão, abraço minhas pernas e fico deitado no chão, pequeno, insignificante, impotente.

— Me perdoe, não posso ajuda-lo, não consigo encontra-lo! — Choro com angústia.

O choro incessante me enlouquece, a sensação de não conseguir encontra-lo, não poder ajuda-lo me sufoca.

Estou ficando louco. Estou ficando louco.

Tapo as orelhas com as mãos e choro. Choro até acordar.

— Jordan? — A voz de Mab me trás de volta e eu a olho com os olhos arregalados.

— Você está bem? — Sua expressão de preocupação me dá uma ideia de quão assustadora minha expressão deve estar e eu tento me recompor.

Isso não poderia ter acontecido, eu não posso permitir que o pesadelo me atormente enquanto estiver acordado, não posso impedi-lo de me visitar enquanto durmo, mas eu não estou dormindo agora e tenho o controle da porra dos meus pensamentos.

Forço meus demônios de volta para o fundo mais escuro de minha alma, escondo-os, fujo deles como um covarde. Não estou pronto para encara-los, não ainda, não nunca.

Forço minha expressão de volta para o normal e digo:

— Sim, estou bem, desculpe, me perdi em meus pensamentos. — Minha voz sai rouca e tenho que limpar a garganta.

Mab ainda parece preocupada, ela me olha com uma mistura de desconfiança e curiosidade, ela abre a boca para dizer algo, mas é interrompida quando a porta da frente bate e segundos depois Adam aparece todo suado.

— Oi para vocês.

— Oi, amor. — Adam se aproxima de Mab e lhe dá um beijo na bochecha.

O sorriso de Adam se desfaz quando ele olha no fundo dos meus olhos, um vinco se forma em sua testa e ele olha entre Mab e eu.

— Está tudo bem por aqui?

— Está sim, tudo ótimo. — Ela diz, a voz vacilando um pouco. Ela está me cobrindo, ela sabe que eu não quero falar sobre isso, ela sabe que Adam não deixaria o assunto de lado, ele iria me forçar a dizer o que está me incomodando, Mab percebeu que eu escondo algo que me atormenta profundamente e ela respeita minha vontade de não dividir com ninguém. Não poderia ficar mais agradecido.

— É, tudo ótimo. — Minto e Adam relaxa.

— Quer café, amor?

— Quero, obrigado. — Adam responde se sentando e roubando uma de minhas torradas.

— Ann, acho que está na minha hora. — Digo me levantando.

— Tem algum lugar onde precisa estar? — Adam pergunta.

— Bem, sim. Estive dando uma olhada no jornal, quero achar um emprego.

— Emprego? Por quê? Olha, Jordan, se você quer um emprego porque está preocupado em ajudar nas despesas da casa...

— Não. Bem, é claro que eu quero ajudar, contribuir com as contas enquanto eu estiver aqui, mas o motivo principal é que eu não quero ficar parado, pode ser qualquer coisa, é só um emprego temporário. Sempre é bom economizar um pouco, não é?

— Acho uma boa ideia. — Mab comenta.

— Mas que tipo de emprego você vai arrumar? Quer dizer, não acho que vai ser fácil arrumar alguém que esteja contratando só por um ou dois meses. A menos que você tenha decidido ficar por mais tempo. — Adam diz.

— Não decidi nada ainda.

— Acho que eu posso te ajudar. Lembra o meu amigo, Ben? Ele tem uma loja de equipamentos para motocross, surf, essas coisas. Ele sempre está precisando de uma ajudinha, eu posso ligar para ele e perguntar. — Mab diz com um sorriso satisfeito, orgulhosa da sua ideia.

— Sério? Isso seria fantástico, valeu, Mab.

— Sem problemas, vou ligar para ele agora. — Ela diz e vai procurar o telefone sem fio que deve estar perdido em algum lugar.

— Ela se anima tão fácil, amo isso nela. — Adam diz.

— Você ama tudo nela. — Digo com um sorriso no canto dos lábios.

— Verdade, eu amo. — Ele diz e admito, não posso culpa-lo.

MAB

— Bom dia, querida. — Ergo os olhos do meu livro e vejo a Sra. Bird entrando na loja.

— Bom dia, como a Sra. está hoje?

— Menina, eu já disse, me chame de Sra. de novo e eu te dou uma bengalada.

— Você não usa bengala. — Digo sorrindo para ela.

— Então porque você me chama de Sra? — Ela pergunta indignada e eu rio.

— O que posso fazer por você hoje? Massagem ou artesanato?

— Minha lombar está me matando.

— Massagem então, vamos lá. — Levanto e a guio até o fundo da loja, onde eu faço as massagens.

A Sra. Bird é uma senhora nos seus 60 e pouco, é aposentada e aparece em minha loja todos os dias, seja para fazer massagem, comprar algo ou apenas dizer um olá.

Ela é o tipo de senhorinha que eu provavelmente vou ser quando ficar mais velha, ela tem um estilo hippie de se vestir e a boca de um caminhoneiro, mas depois que você a conhece melhor, ela é doce como um donut coberto de açúcar.

***

Chega a hora de fechar e eu estou louca para ir para casa, ainda bem que a loja não fica longe.

Apago as luzes e tranco tudo, assim que me viro dou de cara com um peito forte e nu.

— Ops. — Digo e dou um passo para trás.

— Estou muito atrasado para uma massagem?

— Sinto muito, estou fechando por hoje.

— Sem exceção para a família? — Jordan pergunta sorrindo e tirando os óculos escuros do rosto.

Tento não olhar para seu corpo, mas ele é realmente muito bonito, os músculos são inchados na medida certa e são desenhados de um jeito que faz meus dedos coçarem para toca-lo. Com todo o respeito é claro, ele é o irmão do meu noivo, afinal.

Não querendo passar a ideia errada, desvio meus olhos do seu peito musculoso e olho em seus olhos.

— Passeando um pouco pela praia?

— Pois é, eu fui até a loja do Ben e adivinhe? Começo amanhã.

— Sério? Isso é ótimo, Jordan. — Digo animada por ele.

— Graças a você agora eu tenho um emprego, obrigado.

— Não foi nada.

— Quero dizer, não só por isso, mas por ser tão legal comigo, por fazer meu irmão feliz...por ser quem você é.

— Ah Jordan, o prazer é meu, acredite.

— Está indo para casa?

— Sim, e você?

— Na verdade eu queria me sentar em algum lugar e ver o sol se por. — Ele diz.

— Eu te entendo, é sempre mágico ver o sol se por em uma praia, não é? — Ainda mais se for uma praia tão linda como a de Sarasota.

— É lindo. Não quer me acompanhar?

— Quer saber, quero sim. — Não falta muito para o sol se por mesmo.

— Então vamos.

Caminhamos um pouco pela praia, a areia fina e quentinha fazendo cócegas em nossos pés, passamos por um vendedor e Jordan nos compra água de coco.

Sentamos um ao lado do outro e observamos o mar.

Uma mancha preta em suas costelas chama minha atenção e percebo que se trata de uma tatuagem.

Letras negras e simples que dizem:

I carry you in me, forever.

— Eu levo você em mim, para sempre. — Ao ouvir minhas palavras Jordan fica tenso, mas não desvia os olhos das ondas.

Espero ele comentar algo sobre sua tatuagem, me contar sua história assim como eu fiz com a minha, mas ele permanece em silêncio.

Quero tanto perguntar sobre ela, se é uma homenagem para alguém ou algum rabisco sem significado nenhum.

Será que ele fez para alguma namorada? Para o pai que morreu? Duvido que seja para a sua mãe, apesar de não saber como Jordan se sente com relação a ela, não acho que ele ame tanto essa mulher que o abandonou a ponto de grava-la para sempre em sua pele.

— Desculpe, não gosto muito de falar sobre o significado da minha tatuagem. Sei que você me contou sobre a sua, sobre sua mãe, mas eu...

— Hey, você não tem que me falar nada que não queira, está tudo bem. — Tranquilizo-o.

— Obrigado, é só que é complicado...mentira, não é tão complicado, mas é doloroso e eu não falo sobre isso.

— Tudo bem, Jordan, eu entendo. Todo mundo tem segredos, feridas, demônios a serem superados. Sinceramente espero que um dia você consiga superar os seus.

Ele dá um sorriso fraco e não diz mais nada, mesmo sabendo que eu toquei em alguma ferida profunda, sinto-me a vontade ao lado de Jordan, sinto-me a vontade para também permanecer em silêncio.

Não se forma nenhuma tensão entre nós, e eu gosto disso. Apoio o queixo no joelho e deixo o vento soprar meus cabelos e arrepiar minha pele.

Não queria ter deixado Jordan triste, se eu soubesse que sua tatuagem é também uma lembrança de algo que o machuca, não teria falado nada. Mas como eu poderia saber, não é como se ele estivesse se esforçando para escondê-la, não é?

Mas mesmo assim, me sinto culpada, é difícil de explicar, mas eu não gosto de ver ele para baixo. Quero tanto fazer com que ele volte com aquela animação de quando ele veio me falar que conseguiu o emprego com Ben.

Sinto a necessidade de consola-lo e eu nem sei qual é o seu problema.

Levanto a mão hesitantemente e toco seu braço, ele me olha um pouco assustado, mas seu olhar se suaviza quando ele vê o sorriso em meu rosto, então ele sorri de volta.

Afasto minha mão e imediatamente sinto um formigamento em meus dedos, queria continuar tocando em Jordan, consola-lo, mas sei que é melhor não.

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