A vida era solitária para o pequeno Jimin, seus 17 anos finalmente haviam chegado e mais uma vez, ele estava só.
Seu pai, o rei, não saia do escritório nem que Jimin desaparece-se por dias seguidos.
O príncipe tritão estava sentado em uma linda e esverdeada pedra que enfeitava o Jardim do castelo. Suspirava centenas de vezes tentando chamar atenção de seu único "amigo".
— Mas você não pode fica um minuto quieto? - O crustáceo murmurou, já irritado com a insistência do menor em lhe interromper.
— Mas, mas-
— Vossa alteza por favor... - A lagosta pediu. Ele estava terminado de arrumar uma pequena rodinha, aninhando corretamente as pedras brancas em volta dos corais coloridos e algas diversas. — Mantenha-se quieto!
Jimin, revoltado com seu amigo, abanou sua cauda fazendo todas as pedrinhas perfeitamente aninhadas flutuarem pela água, logo caindo no chão novamente em desordem.
Pitu, bravo que só, tratou de nadar atrás do príncipe buscando beliscar sua cauda, o que com muito esforço, ele conseguiu um belo e forte beliscão.
— Em toda minha vida, nunca vi um príncipe tão impaciente como tu, príncipe Jimin. - Pitu proferiu grosso. Jimin estava acostumado, sabia que o crustáceo já era um ser de idade e não tinha muita paciência para bobices.
— Pitu... colabore comigo. Estou sozinho aqui neste grande palácio. - O menino reinou nadando em volta da lagosta.
— Existem centenas de jovens neste castelo.
— Você sabe... eles não ligam para mim. - O jovem entristeceu imediatamente. — Eles me chamam de metido. Falam que minha cauda é estranha. - O jovem olhou a cauda, nunca gostou dela. Era diferente das outras, haviam barbatanas extras e cores diversas. Mal sabia Jimin que, na verdade, o humilhavam pela inveja. A cauda do príncipe era a única em anos que tinha esse formato, o menino não sabia, mas era um ômega lúpos.
— Jimin. - Pitu chamou-0. — Eu preciso lhe contar algo sobre tua cauda. Está mais que na hora, e seu pai... acho que se pudesse nunca lhe contaria.
O menino, que antes olhava sua cauda, prestou atenção na lagosta. Pitu e Jimin seguiram nadando para um lugar mais privado no vasto jardim aquático.
— Então. Desembuche Pitu! - Jimin pediu eufórico. — É sobre a mamãe, não é? - Pitu olhou o menino espantado. Sabia que Jimin era astuto, mas não tanto.
— Eu vou ser direto, pequeno. Tua mãe era humana. - Jimin olhou para o amigo, em total confusão.
— Hu-humana? - O príncipe perguntou abismado. — Impossível! Papai odeia os humanos, Pitu...
— Tiveram dias ao qual ele os adorava, adorava tanto que se apaixonou. Se apaixonou por uma linda mulher ômega.
— Ômega?
— Sim, ômega.
— O que é um "ômega" - o menino perguntou.
— Ômega, pequeno Jimin, é um gênero secundário que faz parte da sociedade humana. - Pitu começou o que seria uma longa explicação. Durante a conversa, Jimin escutou tudo atentamente e obedientemente quieto. Pitu até estranhou o quão focado o tritão estava em sua história — E no final, os humanos descobriram que seu pai era um tritão e que sua mãe estava grávida. Ambos não se importavam com o que os outros diziam, sua mãe e seu pai estavam apaixonados. Mas, logo depois de seu nascimento, os humanos acharam sua mãe. Seu pai estava no fundo do mar resolvendo questões reais. Quando ele voltou para ver-los, recebeu a notícia do assassinato de sua querida Hyunah. - Jimin ficou estático. Pela primeira vez na vida, ouviu o nome de sua mãe.
— Esse era o nome da mamãe? Hyunah?! - Pitu assentiu contente ao ver o sorriso do mais novo.
— Bem, continuando: seu pai ficou louco. Sofreu por dias e dias pela sua amada. Mas lembrou-se de ti, lembrou-se de uma amiga que apoiava o casal e lá, ele vos encontrou. Pequenino e fraco. Naquele mesmo dia, o rei trouxe você para o mar, e proferiu ódio aos humanos e guardou rancor em seu coração.
— Então... por isso eu tenho aqueles calorões que me fazem tão mal... - Jimin comentou envergonhado, ele fazia coisas que só ele sabia nesses dias de calor. — E por isso que o papai odeia tanto os humanos.
— Isso mesmo. Tu és um híbrido - Pitu confirmou. — Pequeno Jimin, me prometa que nunca irá partir para a superfície, prometa que nunca fará isso. - Pitu pediu exasperado. Jimin nunca poderia ter sabido daquilo.
— Eu prometo... - Jimin respondeu incerto. Pitu aliviou-se, mas mau sabia ele, que ao contar aquilo apenas instigou mais o pequeno a saber sobre esses tais "alfa, beta e ômega". Saber mais sobre si e talvez sobre sua mãe. Saber do o porquê seu corpo masculino era tão afeminado ou porquê tinha momentos em que ficava insaciável de luxúria.
A noite caiu, e ao contrário do que deveria ser feito, Jimin saiu sorrateiro do castelo para enfrentar essa tal "superfície".
No portão dos enormes muros, guardas estavam em posição de qualquer coisa. Estava sem saída.
Pegou diversas pedras e as arremessou em um certo local, os guardas se agitaram com o barulho e foram verificar, dando espaço para Jimin escapar do reino de Suta. O maior reino subaquático dos 7 mares.
Os guardas logo voltaram a sua posição inicial visto que não haviam suspeitas de invasão.
Só não contavam com a fuga do príncipe.
Jimin, pela primeira vez em todos seus 17 anos, saiu sem monitoração para fora do reino. Sentiu na pele o gosto doce da liberdade e sorria sozinho enquanto rodopiava no extenso mar.
Mas não tardou em cumprir seus objetivos, assim como pitu havia lhe informado, a "superfície" se encontrava quando a água acabava. Logo deduziu que seria para cima, nadando freneticamente.
Quando finalmente chegou, ele respirou, pela primeira vez, ar oxigênio.
A primeiro momento, sua cabeça ficou confusa, fazendo Jimin tontear, mas por ser um híbrido, se acostumou rápido. Viu a lua e as estrelas que conhecia pelos livros. Mas logo as perdeu de vista quando uma escura névoa as tapou.
Jimin franziu o cenho ao sentir água caindo em si.
— Água caindo do céu? Mas como isso é possível? - Nunca ouviu falar sobre águas milagrosas que caiam do céu.
Mas assim que os pingos começaram a arder em sua pele, ele afundou na água novamente. Sentiu a pele arrepiar quando algo enorme dirigiu-se em sua direção. Sua reação imediata foi afundar e nadar para longe.
Mesmo sabendo que era extremamente perigoso, o pequeno tritão não aguentou tamanha curiosidade em saber o que era aquela gigantesca coisa.
Apressou-se em nadar na direção em que a coisa tomava seu rumo.
Mas sessou seu nado quando se assustou ao ver algo caindo na água e formando bolhas em sua volta. A criatura parecia se debater em uma falha tentativa de voltar a superfície, logo, afundando.
Jimin não pensou duas vezes em chegar perto, mesmo receoso, ele sentia que a estranha criatura precisava de ajuda.
Assim que o levou até em cima, achou um pequeno rochedo onde pudera acomodar o estranho. Sem toca-lo, Jimin analisou seu corpo mesmo estando escuro.
Percebeu que da cintura para cima, o homem era igual a si, mas da cintura para baixo, muito diferente.
Haviam dois membros pendurados em sua cintura, que, graças a Pitu ter especificado como elas eram, Jimin se lembrou serem as tais pernas ao qual os humanos usavam para caminhar.
De repente, o estranho começou a tossir forte, vomitando água por sua boca.
— Você... não consegue respirar dentro da água? - Jimin perguntou receoso.
— Droga, mas é claro que não... - o homem tentou levantar, mas ainda não conseguia se manter firme. Estava atordoado pela queda e por ter engolido muita água. — A propósito, quem é você? E o que faz no meio do oceano?!
— E-eu sou Jimin, eu moro aqui. - Jimin contou, sem se importar que o homem era um completo desconhecido.
— Eu sou Jungkook... você disse que morava aqui? Mas como?
Assim que Jimin ia responder, foi hipnotizado. O nevoeiro havia ido embora, e a luz da lua voltou a clarear o breu que se fazia. Seu rosto era quase angelical, parecia ter sido desenhado pelo mais habilidoso artista. E o cheiro fraco que o tal Jungkook emanava, deixou Jimin submerso.
Assim que Jungkook estranhou o silêncio do outro, virou-se para olhá-lo, e da mesma forma que Jimin se encantou pelos negros olhos do humano, Jungkook se perdeu no brando azul de Jimin. Ambos sentiram uma corrente elétrica percorrer todo o corpo, sentiram suas mentes explodirem e seus corações acelerarem.
Mal sabiam eles, que naquele momento, seus lobos haviam se conectado.
Humano e tritão.
Alfa e ômega.
O choque foi tanto, que Jungkook não aguentou, acabou desmaiando novamente.
Jimin ficou desesperado tentando acordar o outro.
— Você mo-morreu? - O ômega perguntou. Nunca havia visto alguém adormecer tão rápido antes.
— Ca... casa... - Jungkook murmurou. Estava com as costas doloridas pela queda brusca. O alfa nunca tinha visto o mar tão agitado antes.
— Eu te levo! - Jimin agarrou Jungkook levando-o para o mar novamente. O alfa gemeu pelo frio dos ventos e da água tocando em seu corpo.
Com muito esforço, Jimin levou o homem, que era quase duas vezes maior que si, em direção em que a grande coisa havia partido.
Horas foram gastas, tendo pausas para o tritão descansar. Jungkook as vezes mantinha um pouco de lucidez, mas logo voltava a dormir.
Quando finalmente avistou terra, o céu estava perdendo seu tom azulado e sendo pintado com o amarelo-laranja do nascer do sol.
Jimin, com muito esforço, levou Jungkook até a areia amarela ainda molhada pela maré alta. Quando conseguiu acomodar o outro perfeitamente, descansou e observou o horizonte.
Ficou encantado com tamanhas cores que formavam o céu. Sempre via azul, azul claro e azul marinho. Essas eram as cores que pertenciam ao seu dia-a-dia, e ver aquela obra de arte aqueceu seu coração de uma forma que nem Poseidon poderia descrever.
Só parou de observar quando percebeu que Jungkook estava acordando. Jimin se afastou um pouquinho, temia que Jungkook o achasse um monstro.
O alfa tentou levantar, mas foi tomado por uma onda de pressão baixa. Os olhos ainda não focavam direito, mas conseguiu enxergar um outro alguém ali consigo.
— Fostes tu que me salvou? - Ele se aproximou pertinho de Jimin, ato que fez o menor corar violentamente. — Tens olhos lindos. - Jungkook falou. Se lembrando de antes quando enxergou sob a luz do luar os olhos cintilantes do, claramente, ômega. — Teu cheiro também...
— Meu cheiro? - Jimin afastou-se de Jungkook, pensava que estava fedendo a peixe ou a mar. — É ruim?
— Não. - Proferiu curto. — É perfeito.
Jungkook colocou suas mãos no rosto de Jimin, as direcionando para perto de si, para perto de sua boca.
Jungkook avançou com avidez a boca do menor, sentiu eletricidade percorrer seu corpo e ouviu seu lobo uivar para aquele ato.
Jimin, que estava submerso a tudo aquilo, saiu de seu transe quando ouviu alguém gritando desesperado o nome do alfa.
Jungkook sem mais forças, deitou de novo. Ainda estava meio embriagado e sem forças.
Jimin partiu para a água depressa, ficando atrás de uma grande rocha que havia perto. Olhou de canto e pode enxergar outros 5 humanos em volta de Jungkook.
— Nunca mais deve beber príncipe Jungkook! - um dos humanos proferiu.
Viu eles levantarem e ajudarem Jungkook a andar devagar. Observou os 6 até sumirem nas escadarias, e foi só naquele momento que Jimin notou, estava em um castelo.
E Jungkook? Jungkook era um príncipe.
Continua...
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Bem vindos meus amados a minha mais nova estória.
Eu sei que deve estar um pouco confusa essa história de híbrido tritão com alfa e ômega.... mas eu juro que tudo vai se clarear melhor.
Espero que não estranhem.
Lembrando que essa fic é totalmente inspirada em pequena sereia.
Óbvio que vão ter modificações, mas o enredo em si vai ser bem parecido.
Um beijo na teta, espero vcs no próximo capítulo!!!!!!!!
A cauda do nosso pequeno tritão é mais ou menos assim:
Foi isso que eu imaginei.