Vidas Entrelaçadas ☽︎𝑲𝑻𝑯+...

De vantecherries_

236K 32.5K 27K

Jeongguk amava seu irmão mais velho, Yoongi, isso era fato. Faria de tudo para vê-lo sorrir sem nem hesitar... Mai multe

Avisos e Trailer
Prólogo: Vidas Entrelaçadas
I. Um baile
III. Chantagem
IV. Mentiras
V. Feliz Aniversário
VI. O casamento
VII. Nada bom dura muito
VIII. A verdade vem a tona
IX. Primeiros passos
X. Segundo passo
XI. Tentação
XII. Presentes de coração
XIII. Pesadelo
XIV. Passado, confiança e perdão
XV. Proposta
XVI. Punição
XVII. Despedida
XVIII. Capital
XIX. Sem ele
XX. Lupus Curate
XXI. Meu
XXII. Confissões
XXIII. Últimos dias
XXIV. De volta para casa
XXV. De corpo e alma
XXVI. Calor intenso
XXVII. Depois do calor
XXVIII. Novos planos
Epílogo: Um novo começo

II. Kim Taehyung

9.1K 1.3K 1.6K
De vantecherries_

Olá!

Em primeiro lugar, quero já agradecer a linda e cheirosa mulletdoteteco por ter betado o capítulo e se disponibilizar a revisar toda a história comigo! Agradecam a ela também, ou veriam alguns erros perdidos por aí e provavelmente algum buraco também 😅

Em segundo lugar, me sigam no twitter @Kim_Lala95 para pegar spoilers, informações sobre a história e datas de atualizações caso precise mudar. Usem a tag #EntrelacadosTK para surtar e ajudar a engajar a história para que mais pessoas leiam, a tag é realmente importante.

Não esqueçam de votar, também ajuda a história a crescer, e comentem bastante para me motivar ☺

Boa leitura!

XXXXXXXXX

Vigésimo primeiro dia de Maio, domingo
1847 anos depois da B.G.L
Daegu, Coréia do Sul

  — Kim Taehyung, é um nome bonito — Jeongguk sorriu de canto, a mão ainda repousada sobre a do alfa.

Ele tinha um cheiro familiar, pinho e canela. Já tinha sentido aquilo uma vez, mas não se lembrava onde, quando e nem como.

— Por que não vão dançar, queridos? — Sohyun sugeriu, sorrindo nervosa com os olhares que os mais novos trocavam.

— Perdão, eu não danço — Taehyung disse, mudando completamente sua expressão e soltando a mão de Jeongguk, que pareceu acordar de um transe.

— Não sabe dançar, senhor Kim? — Jeongguk indagou provocativo, observando Jimin e Yoongi se levantando para dançar mais um pouco.

— Eu não quero dançar — disse seco, sentando-se rapidamente em uma das cadeiras perto do ômega.

Jeongguk piscou atordoado, aquele era o primeiro alfa que achou atraente e que parecia ser educado, mas agora se mostrava seco.

— Mãe, vou dançar também — YangMi avisou, se levantando com Hoseok.

— Vamos dançar também, querido? — Sohyun perguntou ao marido, recebendo um sorriso largo em resposta.

— É a nossa música — DongYul disse se erguendo e tomando a mão da ômega.

Jeongguk mexeu a mandíbula um pouco incomodado e Saori bebeu seu suco entediada, enquanto lia algum livro. Agora ele desejava ter trazido um também, assim não ficaria se enchendo de vinho para se distrair do alfa ao seu lado. Gostava de tagarelar por horas, mas não sabia como puxar assunto com o dito cujo.

— Vou ao banheiro — Saori disse séria, fechando o livro e o deixando em cima da mesa, saindo em seguida.

Jeongguk pigarreou.

Então… Tem quantos anos, senhor Kim? — perguntou educado, cruzando as pernas e apoiando o cotovelo na mesa, virando o rosto para encarar o alfa com cheiro bom.

— Não me chame de senhor, não sou um velho — resmungou incomodado, o cheiro de morango e mel que vinha do ômega estava lhe dando água na boca. Precisava se controlar. — Tenho vinte e seis.

Jeongguk fez um biquinho, pegando a taça de vinho e bebericando um pouco. Alfa mal educado, ao menos perguntou sua idade também. Será que não estava ali para lhe cortejar? Bem, sua tia estava o esperando, então certamente ele estava ali para isso. Será que não se interessou por si?

— E você? Tem quantos anos? — a voz grave ressoou baixa, fazendo Jeongguk sorrir de leve contra a taça, o corpo arrepiando o escutar o som grave.

— Farei vinte e um em breve — respondeu — Então é você o Kim que salvou meu tio de um ataque inimigo? Que corajoso… — Jeongguk lhe bajulou um pouco, enquanto passava a língua entre os dentes, rapidamente desviando o olhar para Saori quando ela se aproximou.

— Achei um par, vou dançar também — avisou, deixando um beijo na cabeça do primo e acenando para o alfa.

Taehyung meneou a cabeça, cansado, piscando devagar enquanto pegava uma taça vazia para colocar vinho.

— Não anda tendo boas noites de sono, Taehyung? — perguntou suave, apoiando o rosto na mão.

Não é da sua conta — rosnou, esfregando o rosto e fazendo Jeongguk arregalar os olhos assustado. — Desculpe, eu não quis-

— Não, desculpe eu. Não deveria ter me intrometido, é claro que não deseja conversar — Jeongguk resmungou seco, soltando o próprio rosto para pegar o livro que Saori lia anteriormente.

Alfa ignorante.

Vigésimo primeiro dia de Junho, quarta-feira
1847 anos depois da B.G.L
Daegu, Coréia do Sul

  O festival dos Grandes Lobos ocorria no primeiro dia do verão do hemisfério norte e primeiro dia de inverno no sul, durante os solstícios.

Havia três dias em que o mundo todo parava. Em todos os lugares, desde o dia 21 à 23 de junho, tudo parava apenas para devoção aos Três Grandes Lobos, os quais os salvaram da destruição.

No dia 21, todos deveriam se vestir de acordo com sua classe e ter ao menos um objeto ao qual fizesse menção à classe oposta, branco ao ômega e preto ao alfa. Os betas, por outro lado, deveriam usar tons de castanho claro, médio ou escuro e não eram obrigados a usar preto ou branco.

Todos deveriam ir ao templo mais próximo, levar oferendas ou apenas agradecer à boa vida que tinham graças aos Três Grandes Lobos e os Quatro Elementos. Os demais dias eram usados para boas ações, como visitas a orfanatos, doações de roupas e alimentos ou trabalhos voluntários públicos ou em asilos.

Jeongguk suspirou pesado ao acordar naquela manhã. Seria mais um festival sem seus pais. E como se já não bastasse, ainda teria uma companhia desagradável com nome, sobrenome e um cheiro enlouquecedor de pinho e canela.

O ômega odiava o modo que seu lobo ficava eufórico na presença de um lúpus, afinal os únicos com quem teve contato, tinham ligação de sangue e não faziam efeito algum. Seu lobo idiota deveria estar louco com aquele alfa por perto, mas Jeongguk não estava, na verdade ele odiava os olhos vermelhos e sedutores que o encaravam sem sentimento algum.

Talvez odiasse por não saber o que causava toda aquela indiferença.

— Vamos! Acorde, acorde! — Yoongi pulou em cima do irmão, balançando seus ombros.

Jeongguk resmungou, se virando de bruços e cobrindo a cabeça com um travesseiro. O mais velho sentou em suas coxas e deu um tapa em sua bunda, o fazendo pular assustado.

— Sai de cima! Ômega safado, me larga! — exclamou se debatendo, escutando o irmão rindo.

Yoongi sorriu e saiu de cima do mais novo, o observando se levantar e estalar as costas. Jeongguk passou as mãos pelos fios negros que estavam na altura de seu nariz. Queria deixá-los crescer.

— Jimin e Taehyung vão nos acompanhar hoje — o Min disse cauteloso, sabendo que o irmão não se bicava com o Kim.

Várias foram as vezes que Jeongguk voltou de bailes reclamando que tentava conversar com o alfa e nunca tinha uma resposta longa, eram coisas curtas e vagas. Taehyung não dava brechas.

— Aposto que o Kim vai ficar com a bunda naquele cavalo dele, nunca se levanta para nada! — reclamou revirando os olhos, finalmente olhando para o irmão, que já estava arrumado.

Yoongi vestia uma blusa de alcinha bege com uma camisa branca e transparente de gola alta e mangas compridas e bufantes com pérolas espalhadas. Na cintura, um espartilho pequeno preso por cima de uma calça que chegava pouco abaixo de seus joelhos, ambos brancos. Na cabeça, um chapéu de palha com um laço preto, nos pés sandálias beges.

Jeongguk suspirou e caminhou até o banheiro acoplado ao quarto, retirou suas roupas e ligou o chuveiro, se banhando com um sabonete que ampliava seu cheiro. Quando acabou, se enrolou em um roupão de banho e foi até o quarto de roupas.

Pegou uma calça cinza claro de cintura alta que ia até pouco abaixo dos joelhos, um espartilho branco elástico que marcava bem sua cintura e ainda o deixava respirar, feito sob medida apenas para si, uma blusa branca de gola alta com mangas acima de seus cotovelos e com rendas que expunham parte de seu peito graças ao tecido transparente.

Se vestiu sem tanta pressa, colocando um par de sandálias de tira cinzas, e depois voltou ao quarto para pegar uma tiara preta com algumas pérolas e um laço no meio. Repartiu no meio seus fios de cabelos meio enrolados nas pontas e deixou duas mechas na frente de seu rosto, colocando o acessório e ajeitando bem em sua cabeça. Sorriu levemente e pegou um batom rosa claro, passando em seus lábios pequenos e carnudos. Aproveitou para esfumar uma sombra marrom escuro em seus olhos, dando mais destaque para as bolinhas negras.

Sorriu satisfeito para seu reflexo, pegando uma correntinha de ouro com um pingente circular, com um lobo no centro uivando sozinho. Aquele colar representava lobos que não eram casados. Havia um outro de ouro também – já que prata machucava lobisomens – com dois lobos uivando juntos, representando um casal.

Respirou fundo e ajeitou uma última vez seus cabelos um pouco enrolados, decidindo deixar seu chapéu ali mesmo. Não faria tanto sol, disso o ômega tinha certeza.

━━━━━☽︎☀︎︎☾︎━━━━━

  Durante todo o tempo em que o Ancião orou para os Três Grandes Lobos no templo, os olhos vermelhos de Taehyung não desgrudaram de certo ômega.

"Grandes Lobos, como puderam fazer alguém tão divino quanto ele?" questionava em pensamentos, sentindo o ar faltar sempre que desviava o olhar para Jeongguk, que sequer tinha notado sua presença tão longe.

Ele estava muito bonito, tão perfeito que roubava completamente a atenção de Taehyung. Estava sexy com aquela roupa, mas sem ser vulgar. Era um equilíbrio perfeito, ainda mais com aquele espartilho demarcando a cintura fininha que tanto desejava pôr as mãos.

— Quando é que vai deixar o garoto se aproximar? — a alfa ao seu lado perguntou, segurando seu braço.

— Não quero. Sabe que vou me descontrolar e acabar desrespeitando-o. É impossível me controlar perto dele — murmurou vago, os olhos vermelhos ainda presos no ômega tão belo.

— E vai deixá-lo escapar, então? Ele está na sua frente depois de doze anos, está se oferecendo de bandeja para você e é isso que faz? — Haruna perguntou incrédula, saindo do templo com o alfa.

— Prefiro ignorar ele do que desrespeitá-lo.

— Pare de ser um idiota, ele dá em cima de você a todo momento, não jogue isso fora! — a alfa esbravejou, puxando o braço do mais velho. — Ele está olhando aqui, vamos logo até eles!

☽︎☀︎︎☾︎

  Jeongguk franziu o cenho pelo sol forte que atingiu seu rosto assim que deixou o templo dos Grandes Lobos. Sua visão ficou estranha por alguns segundos e teve que se segurar para não esfregar os olhos. Não era seu dia de sorte, saiu sem chapéu, passou maquiagem e ainda teria que aturar Kim Taehyung, Yoongi flertando com Jimin, Saori reclamando e YangMi flertando com Hoseok.

Grande dia.

— Quer meu chapéu emprestado? — Saori perguntou gentil, tocando o ombro do primo.

Ela usava um vestido branco abaixo dos joelhos, com detalhes pretos, as mangas eram compridas e transparentes. Calçava um par de sapatilhas brancas, usava brincos delicados, os cabelos estavam soltos e o chapéu com uma faixa preta estava em sua cabeça.

Saori era uma ômega bonita, muito bonita.

— Não precisa Sao — murmurou colocando a mão em frente aos olhos, tapando um pouco o sol. — Não é justo que você pague o preço por minha tolice de ter deixado o meu em casa.

— Nossa, olhem aquela alfa! Como ela é linda! — a ômega exclamou de repente, apontando para alguém com o leque branco que carregava.

Jeongguk seguiu o olhar, sentindo o coração falhar algumas batidas enquanto a boca secava.

Kim Taehyung estava mais afastado, vestia calças pretas sociais com um cinto fino de couro, uma blusa de seda preta com os três primeiros botões abertos deixando o peitoral forte exposto com a correntinha de ouro, as mangas estavam dobradas até os cotovelos e um pouco mais acima, um lenço branco amarrado de lado em seu pescoço.

Jeongguk pôde ver o rosto amorenado e cansado, as olheiras pouco visíveis e os olhos vermelhos. Os cabelos escuros estavam para o lado, deixando a testa e as sobrancelhas grossas expostas. Na mão, contra o peito, o chapéu preto.

E o desgraçado estava ainda mais lindo, deixando o lobo de Jeongguk eufórico, se revirando para tocar a pele amorenada e quente do alfa.

Ao lado dele, segurando seu braço, havia uma mulher, também alfa. Ela estava com os cabelos presos em um laço branco, usava um vestido preto com a parte de trás longa e um tanto transparente, a saia por baixo chegando pouco acima dos joelhos. As mangas de renda caíam pelos ombros, parando pouco abaixo dos cotovelos.

— Realmente, ela é muito bonita — Jeongguk comentou, tentando desviar os olhos do Kim.

— Ela está acompanhando o Taehyung? Eles são aqueles tipos de alfas que gostam de outros alfas? É por isso que ele te evita, Jeongguk? Aish, sinceramente, que desperdício! — YangMi tagarelou, fazendo o citado arquear a sobrancelha.

Não era ela a interessada em Hoseok? O que importava se Taehyung e aquela alfa bonita se envolviam? Não era da conta dela.

— Pare com isso YangMi, não é da sua conta com quem eles ficam. E pare de tirar conclusões precipitadas também, procure seu acompanhante que é melhor — reclamou irritado, bufando quando o Kim finalmente pareceu notar a presença do grupo de ômegas, chamando Jimin e Hoseok também.

— Estou reclamando por você! Ele deveria estar te cortejando, não andando com alguma alfa! — a gêmea mais velha reclamou novamente, fazendo o Jeon bufar irritado.

— Deixe ele em paz, YangMi. Se Taehyung está ou não com outra pessoa, o problema é dele, não seu! Deixe de ser tão obsessiva — Yoongi reclamou também, cruzando os braços.

Saori iria falar algo também para repreender a gêmea mais velha, porém seu olhar voltou ao grupo de alfas que se aproximava, e seus olhos verdes se arregalaram com o que viram.

Ela cutucou Jeongguk com o cotovelo, atraindo a atenção do outro ômega, que também arregalou os olhos negros, chocado.

Taehyung andava mancando em sua direção, apoiado na outra alfa.

Então era por isso que ele sempre ficava sentado. Não queria que o vissem mancando por aí, com toda certeza falariam que era um alfa incapaz, e Jeongguk não julgaria o orgulho dele. Era igual, afinal.

— O que irão fazer hoje? — Saori perguntou, tentando disfarçar que o grupo não tinha outro assunto que não fosse o Kim e a alfa que o acompanhava.

— Pretendo ajudar os hospitais, atender casos pequenos como ferimentos e torções, para pegar um pouco de experiência — Jeongguk engatou a conversa, sorrindo largo ao voltar a atenção para a prima mais nova.

— Vou também, a menos que Jimin tenha outros planos — Yoongi comentou, enganchando o braço do irmão.

— Eu vou onde Hoseok for.

— E eu vou ficar sozinha? — Saori questionou incrédula, empurrando o ombro do primo.

Hoje não, eu trouxe uma companhia para a senhorita — a voz grave de Taehyung ressoou nos ouvidos de Jeongguk, o fazendo engolir em seco. — Quero que conheçam Kim Haruna, minha irmã mais nova.

A frase irritou Jeongguk, e o magoou também. Há um mês tentava conhecer mais daquele alfa, e agora ele simplesmente aparecia com uma irmã.

E naquela hora, ele percebeu que não valia a pena seu esforço. Aquele alfa não estava interessado, então pararia de tentar se aproximar. Que ficasse sozinho, não precisava de um alfa, nunca precisou.

— Boa tarde, Jeongguk — o dito cujo se aproximou, se colocando entre o ômega e o grupo, segurando sua mão para deixar um beijo suave. — Está muito bonito, mais do que o comum. Branco lhe cai bem.

O que? De repente ele vinha e o elogiava?

— Saori? — chamou pela prima, um pouco assustado pelo ato repentino do alfa.

— Ela vai conosco, não se preocupe. Vamos ao hospital, certo? — o Kim perguntou baixo, encarando o ômega intensamente.

Jeongguk nunca sabia o que se passava na cabeça dele. Queria entender, mas era difícil quando não tinha brechas.

— Certo — respondeu firme, engolindo em seco.

Observou quando uma pétala de uma cerejeira caiu sobre os cabelos castanhos escuros do alfa, sentindo um calor estranho no peito.

Aquela cena parecia familiar.

Conteve a vontade de levar as mãos para o cabelo bem penteado, suspirando aliviado quando a pétala saiu por si só, voando para longe com a brisa leve que atingiu ambos, fazendo Jeongguk fechar os olhos quando o cheiro de pinho e canela chegou ao seu olfato com mais intensidade.

— Com licença — Taehyung pediu baixo, levando a mão para a cabeça do mais novo, retirando a tiara com cuidado, apenas para colocar seu chapéu preto ali.

Jeongguk piscou surpreso, esticando a mão para pegar a tiara que foi estendida para si, sentindo o corpo ferver com o toque rápido na palma quente do alfa, guardando o acessório em sua bolsa em seguida.

— Obrigado, mas não é necessário. Eu deixei meu chapéu em casa por vontade própria, não é justo que fique com o sol quente em sua cab-

Eu não me importo, já fiquei debaixo de sol, chuva e neve nas batalhas que participei. Fique com o chapéu, não faz diferença para mim — Taehyung murmurou calmo, porém a voz estava seca.

Jeongguk travou a mandíbula, mas apenas acenou com a cabeça.

Parecia que estava tudo bem, mas lá estava a carranca e o tom seco e vazio de Kim Taehyung.

Seriam longos dias.

Quinto dia de Agosto, sábado
1847 anos depois da B.G.L
Daegu, Coréia do Sul

  Após o festival, os ômegas passaram a receber várias visitas de Park Jimin, Jung Hoseok e, raramente, Kim Taehyung e Kim Haruna.

Os dois primeiros vinham por claro interesse em Yoongi e YangMi, deixando Saori e Jeongguk enjoados. Era tanta melação que se trancavam na biblioteca quando ouviam a carruagem chegando.

Sohyun aprovava completamente as visitas dos alfas, além de ir em quase todos os bailes. Suas crias estavam com bons pretendentes em mãos.

Por outro lado, Jeongguk ficava cada vez mais carrancudo. Hoseok era bem extrovertido para um alfa e Jimin era gentil demais. Ambos eram realmente bons pretendentes e a cada dia que se passava via seu irmão cair mais nos encantos do Park, que caía igualmente pelo ômega. O mesmo acontecia com Hoseok e YangMi, Haruna e Saori. Mas o motivo de sua carranca não eram os casais, mas sim o que vinha com eles.

Kim Taehyung.

O alfa de cabelos escuros e olhos sedutoramente vermelhos era o contrário de Hoseok e Jimin, seus primos.

Descobriu por Yoongi que Taehyung e a irmã haviam ido morar com os tios e não tinham mais contato com os pais, por motivos pessoais não citados, e os próprios tios impediam os progenitores de se aproximarem de Taehyung e Haruna.

O homem havia ido morar com os tios quando tinha em torno de quatorze anos e sua irmã doze, desde então viveram ali, tomando-os como os novos pais e o primo como irmão. Mas isso não justificava a falta de educação e a carranca no rosto do mais velho o tempo todo. Nem mesmo Haruna era tão carrancuda, apesar de nunca parar quieta em um lugar por trabalhar na polícia local.

Sempre que Jeongguk via Kim Taehyung, esse tinha algumas olheiras e expressão vazia. Os olhos vermelhos não tinham brilho algum, o rosto não demonstrava nada. Nem um sorriso. Nem desgosto, decepção, alegria, tristeza. Nada. Simplesmente estava vazio e isso irritava Jeongguk de alguma forma, pois nunca sabia o que se passava na cabeça daquele alfa.

Havia tentado puxar conversa por mais um tempo, mas recebia só respostas curtas e vagas, como sempre. Oras, gostava de falar, se engajar em conversas longas e profundas, porém o alfa não colaborava nem um pouquinho, então desistiu.

Há quase dois meses que se conheceram e Jeongguk já o odiava.

Adorava conversar sobre tudo um pouco com Yoongi e Jimin, e rir com as palhaçadas de Hoseok e YangMi, ou as conversas diversas de Haruna sobre seus casos criminais mais malucos, mas Kim Taehyung... Ah, não suportava olhar para a cara do lúpus depois de tanto ser rejeitado.

Se pudesse, nunca o olharia novamente.

Yoongi não entendia o ódio do irmão, afinal o alfa nunca lhe fez nada de mal, nem o destratou, apenas era reservado.

Reservado até demais.

Saori revirava os olhos sempre que os alfas apareciam, pois sabia que ficaria sobrando, já que Haruna raramente os acompanhava por estar trabalhando. Várias foram as vezes que os dois ou três alfas vieram para um passeio a cavalo. Nesses dias, Jeongguk mordia as bochechas de pura raiva quando Jimin ajudava Yoongi a subir no cavalo e Hoseok fazia o mesmo com YangMi, porém Taehyung sequer descia do animal para ajudar alguém.

Oras, ele tinha uma perna manca, e daí? Não era um paraplégico! Alfa mal educado!

Não que precisasse de ajuda, mas seria cavalheirismo auxiliar alguém a subir em um cavalo.

Naquele dia, por exemplo, essa cena se repetia. Taehyung estava em cima de sua égua negra, esperando todos se ajeitarem. Hoseok ajudou as gêmeas a subirem em seus cavalos, dizendo que tinha uma surpresa para a mais nova, que logo se assanhou achando que seria Haruna de folga.

Jimin sorria bobo para Yoongi, beijando a mão alheia e o ajudando a subir em seguida. O alfa praticamente babava no mais velho. Jeongguk percebeu isso desde o dia em que se conheceram e admirava a relação de ambos.

Sabia que seu irmão estava feliz com aquele que lhe cortejava e que era totalmente correspondido.

Viu Jimin vir em sua direção, pronto para lhe ajudar mais uma vez a subir em seu cavalo, porém apenas levantou a mão, negando a ajuda. O alfa deu de ombros e voltou para perto de Yoongi.

— Vamos logo, o sol está quente — a voz rouca de Taehyung fez o sangue de Jeongguk ferver.

Havia desistido de tentar se aproximar, então se o alfa seria grosseiro e ignorante, também seria. Não daria rosas para receber chumbos.

— Ninguém está te obrigando a ficar aqui. É só ir embora, senhor Kim — disse seco, subindo em seu cavalo em um único impulso. — E não era você que ficou sob sol, chuva e neve?

Seria sempre assim de agora em diante. Taehyung reclamaria de algo e Jeongguk iria retrucar, quem sabe assim o alfa sentiria o gostinho da ignorância e passasse a ser mais educado.

— Quem quer apostar corrida até a cidade? O último a chegar terá que pagar um pedaço de bolo para todos! — Hoseok sugeriu animado. YangMi sorriu doce, porém logo mudou sua feição para uma competitiva.

— Vão comer poeira — a gêmea mais velha disse convencida.

O grupo de ômegas sabia vários atalhos para a cidade. A família morava um pouco longe do vilarejo, graças às suas posses e grandes casas. Eram donos de várias terras e hospitais.

— Sem pegar atalhos — Jimin disse seriamente, alinhando seu cavalo com os outros e vendo YangMi fazer um bico emburrado — Está dentro Tae?

— Irei escolher o bolo mais caro, podem ter certeza — disse revirando os olhos.

Jeongguk bufou com o ato do alfa, ele nem ao menos sorriu em desafio para os outros. Só rolou os olhos como se fosse uma brincadeira infantil que não merecia seu tempo.

Aquilo era uma brincadeira infantil, mas não era como se fosse tirar algum tempo valioso do Kim, algo que ele nunca pudesse recuperar. Jeongguk poderia apostar que ele sequer sabia se divertir.

Deveria ser um alfa careta e chato, por isso não deixava o ômega se aproximar. Era atrasado demais para aguentar a esperteza de Jeongguk, com certeza era isso!

— Preparados? Um! Dois! Três! Vai! — Hoseok disse, saindo em disparada com seu cavalo logo em seguida.

Todos os animais eram rápidos, porém um deles se destacava mais.

A égua de Taehyung era muito bem treinada e da raça mais veloz daquele tempo. Um quarto de milha era muito caro devido a intensa procura, porém os tios do alfa tinham uma criação de vários cavalos, e ele havia escolhido a égua fazia anos, quando atingiu cinco anos. Desde então, nunca montou outro cavalo e sabia que ela nunca lhe deixaria na mão.

Não demorou para deixar os outros para trás, chegando antes na cidade e deixando sua égua em um estábulo de confiança. Logo, seguiu mancando para a confeitaria que haviam combinado de ir, para encontrar sua irmã.

Sabia que eles não iriam demorar, pois escutava os trotes não muito longe graças a sua audição apurada. Ninguém precisava lhe ver mancando, sua sorte era que a confeitaria não era longe e que as pessoas estavam ocupadas demais com suas vidas para perceber um alfa manco.

Desde o acidente que sofreu, doze anos atrás, sua perna esquerda não conseguiu se recuperar. Agora com vinte e seis anos, tinha uma cicatriz graças ao corte profundo e mancava, pois seu lado alfa não conseguiu recuperar-se. A medicina da época também não achava cura para algo que nem mesmo seu lado mais incompreendido curava.

Teria que viver com aquela perna falha pelo resto de sua vida.

Afastou os pensamentos odiosos ao ver a alfa com um sorriso leviano vindo em sua direção. Haruna não lhe ajudou a sentar na cadeira mais próxima, coisa que Jimin e Hoseok fariam. Ela apenas abraçou Taehyung e disse que sentiu falta do irmão, já que ela morava na cidade e mal tinha tempo disponível.

— Também senti sua falta Haru — disse retribuindo o abraço com carinho.

Após o acidente na floresta, Haruna foi quem o procurou e o ajudou a sair da mata. Acompanhou o irmão até a casa dos tios e ficou por lá mesmo, recusando-se a voltar para a casa com pessoas que sequer ligaram para o sumiço do alfa.

Quando encontrou seu irmão, se assustou com sua nova pelagem. O alfa foi obrigado a se ligar ao seu lobo antes de passar por seu primeiro cio, e desde então teve problemas com o dito cujo. Não estavam em harmonia, brigavam por controle, e Taehyung nunca mais foi o mesmo alfa gentil e doce que conhecia.

Havia apenas uma coisa que moveu seu irmão durante aqueles anos. Um ômega com cheiro de morango, sorriso de coelhinho e um coração bondoso que nunca deixou Taehyung perder as esperanças naquele mundo.

Jeon Jeongguk.

— Está tentando deixar ele se aproximar, Tae? — Haruna perguntou suave, sentando em frente ao irmão mais velho.

— É difícil, eu tenho medo, sabe disso. Ele sequer lembra de mim, me reconheceria naquele maldito baile se lembrasse. Eu não sei o que fazer, Haru, ele não vai gostar de mim, do que eu sou — tagarelou sofrido, apertando seus fios de cabelo.

— Como pode ter tanta certeza? O garoto vai ficar louco se não tentar puxar uma conversa com ele, só faz você parecer mais antipático — Haruna reclamou, cruzando os braços.

— Estão vindo.

Não é justo! Eu torci o tornozelo quando desci do cavalo! — YangMi dizia completamente emburrada. Seu rosto estava vermelho, não sabia se era por raiva ou vergonha por ter perdido. — Taehyung oppa, tenha dó de mim, não escolha algo muito caro…

— Não irei — respondeu simples, vendo a ômega suspirar aliviada. — Só faria isso se Jimin ou Hoseok chegassem por último, eles estão me devendo — rosnou para os primos, que desviaram o olhar desentendidos.

Aqueles dois armaram para que fosse até aquele baile e então seu pesadelo interno começou. Uma batalha intensa entre deixar Jeongguk se aproximar para finalmente ter aquele ômega que sempre desejou e, ao mesmo tempo, afastá-lo para o privar de todos os seus conflitos e problemas desencadeados por aquele acidente na floresta.

Não tinha a mínima ideia do que fazer, mas o ômega era tão insistente que chegava a ser atraente, e só instigava ainda mais seu lobo maluco.

— Uou, vocês fizeram uma aposta ou algo do tipo? — Saori indagou, ajeitando o colete que usava.

Sempre que cavalgava, usava calças de montaria e coletes. Se sentia melhor com essas roupas, assim como YangMi. A ômega mais nova ali olhou para cima finalmente, vendo a alfa que desejava rever.

— Haru! Senti sua falta, corujinha! — Saori exclamou, se aproximando da mulher e abraçando seu pescoço, beijando sua bochecha com suavidade.

Trocavam telefonemas e Saori ia quase todos os dias até a delegacia para levar o almoço da alfa – um cortejo descarado – se aproximando rapidamente uma da outra em duas semanas. Jeongguk invejava aquilo, tentou se aproximar de Taehyung por mais tempo e nunca conseguiu.

Seria ele o problema? Não era interessante o suficiente para o alfa? Não era bom o suficiente?

— É um prazer finalmente revê-la, cerejinha — a alfa disse sorrindo meiga, acolhendo a jovem ômega com cheiro de cereja e amêndoas em seus braços.

Todos decidiram por fim se sentar. Hoseok e YangMi ficaram lado a lado, logo Jimin e Yoongi tomaram os lugares ao lado de ambos, deixando os ômegas no meio. Em frente a Hoseok estava Haruna e ao seu lado, Saori. Jeongguk se sentou contra vontade ao lado de Saori, visto que Kim Taehyung estava logo à sua esquerda, em frente a Jimin.

Dessa vez não tentaria puxar assunto.

━━━━━☽︎☀︎︎☾︎━━━━━

  A tarde foi agradável para todos. Os ômegas interagiram bem com Haruna, principalmente Saori, que era quem mais desejava a companhia da alfa. A ômega estava eufórica com as histórias de casos que a Kim resolvia, ao mesmo tempo que ficava receosa com o trabalho perigoso.

Além disso, o cheiro de gengibre e limão que vinha dela lhe deixava anestesiada. Em certo momento, quando a dita cuja havia se retirado para comprar um suco, a ômega comentou com Jeongguk que o cheiro da alfa tinha um grande contraste com o seu, de cereja e amêndoas, o que as fazia se completarem.

O Jeon apenas riu, questionando que cheiro combinaria com o seu, sendo de morango e mel. A resposta que recebeu foi "Você cheira a leite Jeonggukie, não morango. Café combinaria com leite", em seguida levou um tapa na nuca pelo comentário petulante, dando a entender que Jeon ainda era um filhote.

Jeongguk sentia que estava sobrando naquele meio. Todos conversavam e parecia um encontro de casais. Mas ele não tinha um par. E talvez nunca fosse ter, não precisava de um alfa.

Lentamente olhou para todos, até virar a cabeça para o lado esquerdo e se assustar com o que viu.

Kim Taehyung estava sorrindo.

Era pequeno, porém ainda estava ali, o singelo curvar no canto dos lábios. Os olhos, em contrapartida, continuavam opacos, observando os que estavam na mesa.

— Yoon, não estou me sentindo muito bem. Acho que vou voltar para casa, tudo bem? — Jeongguk avisou, se levantando.

O Min iria fazer o mesmo, mas ao ver a expressão do mais novo, entendeu. Ele estava bem, só não queria ficar sobrando ali.

— Ggukie, não é bom voltar sozinho uma hora dessas — Yoongi disse apreensivo.

Eu volto com ele — todos na mesa se espantaram ao escutar Taehyung, principalmente Jeongguk.

— Então tudo bem — Yoongi proferiu, antes que seu irmão recusasse. Seu olhar já dizia que iria embora caso Jeongguk não quisesse voltar com Taehyung. O mais novo bufou e revirou os olhos.

— Certo. Vou apenas ao toalete antes — murmurou adentrando a cafeteria.

Taehyung viu aquilo como uma oportunidade para buscar sua égua e o cavalo de Jeongguk. Com isso, se levantou deixando uma quantia sobre a mesa para pagar o que consumiu, e se despediu dos que estavam ali.

Quando Jeongguk voltou, bufou impaciente ao notar a ausência do alfa de olhos vermelhos sedutores e inexpressivos.

— Oras, onde o Kim foi? Mudou de ideia e me largou aqui? — indagou começando a se irritar, porém calou a boca no momento em que viu o citado em cima da égua negra, trazendo seu cavalo consigo.

— O que estava dizendo? — YangMi indagou provocativa.

— Podemos ir? — Taehyung perguntou calmo, como se não tivesse escutado uma palavra sequer que Jeongguk tenha dito.

Mas escutou, sua audição era fantástica.

O ômega apenas murmurou um "obrigado" e se despediu dos que estavam na mesa, subindo em seu cavalo em seguida. Assim, ambos foram deixando a cidade, a caminho do casarão onde Jeongguk residia.

Os cavalos andavam calmamente, Taehyung bons metros atrás, para garantir que estava tudo bem com o ômega em seu campo de visão. Mas isso estava incomodando Jeongguk. Gostava de tagarelar e Kim Taehyung nem sequer abria a boca.

Dizia que iria desistir de tentar, mas não conseguia. O fato de não ter a atenção do alfa feria seu ego.

Qual é a sua, Kim? — se cansou, parando o cavalo e fazendo o alfa parar no mesmo instante, ainda longe de si. — Qual o seu problema? Nem sequer conversa como alguém normal. Acha que todos somos inferiores, é isso? Só porque o senhor é um lúpus? Só o vi conversando com outros alfas e nem ao menos olha para nós, ômegas, e me ignora sempre que tento conversar. Isso é o que?! — explodiu no final da frase, gritando em meio a estrada vazia.

Se ele fosse tímido e não soubesse se socializar normalmente, Jeongguk entenderia sim, mas ele conversava com outros, mantinha negócios também, então não conseguia entender.

Só precisava de uma explicação, não podia ser tão irritante a ponto de ser ignorado por ele.

Taehyung mantinha uma expressão neutra, observando o sol se pôr lentamente atrás de Jeongguk. Era uma bela visão, de fato. O ômega parecia brilhar e julgaria que fosse um anjo ali à sua frente.

E talvez fosse mesmo.

— Eu devo minha vida a um ômega Jeon. Não os olho para demonstrar meu respeito perante sua classe, para não desrespeitar nenhum caso pensem ser um olhar insinuante. O mesmo vale para diálogos — a resposta que recebeu definitivamente não era algo que esperava.

— Como pode dizer isso?! — a raiva que Jeongguk sentia nem mesmo ele poderia explicar. Para si, aquela resposta era absurda. — Dizer que nos respeita quando olha para todos como se fossem totalmente inferiores a si. Isso para mim é-

— Grande parte dos que estão naqueles bailes que frequentamos são podres por dentro. Se vissem alguém ferido e precisando de ajuda, apenas fingiriam não terem visto nada e iriam seguir suas vidas luxuosas — respondeu, ainda se mantendo neutro.

Jeongguk queria o agarrar e o sacudir até que aparecesse alguma expressão em seu rosto. Estava farto daquilo, ele nunca reagia, nunca.

— E o senhor faria diferente? Me poupe — rosnou para o alfa, revirando os olhos.

— Está me julgando, Jeon Jeongguk. Eu passei por uma situação dolorosa e ninguém me ajudou. Achei que iria morrer, mas um filhote, ouça bem, um filhote ômega me salvou. Se não fosse a bondade pura de um ômega, eu estaria morto há muito tempo — pela primeira vez Jeongguk viu um brilho no olhar do lúpus.

Um resquício de gratidão e receio misturados, mágoa principalmente. Porém tão rápido quanto veio, aquele sentimento se foi.

— Está anoitecendo, se não desejamos encontrar alfas por aí, é melhor nos apressarmos — cortou o assunto e fez sua égua andar, consequentemente Jeongguk fez o mesmo.

Não queria encontrar "alfas por aí", como o Kim havia dito.

Eles aceleraram o passo conforme a noite ia caindo, não demorando a chegar no casarão da família Yun. Sohyun estava sentada nas escadas em frente a casa, acariciando um gato de pelagem cinza. Ao ver os mais jovens chegando, se levantou calmamente com um sorriso e o felino nos braços, porém o deixou no chão assim que viu a expressão de Jeongguk e que só estavam ele e Kim.

— Meu bem, o que houve? Onde estão os outros? — indagou ajudando o sobrinho a descer do cavalo e chamando um empregado para levar o animal até o estábulo, além de pedir para prepararem um banho para seu menino.

— Estou bem titia, apenas cansado. Os outros ainda estão na cidade, porém creio que não demoram a chegar — respondeu forçando um sorriso.

O que Taehyung havia lhe dito rondava sua cabeça e lhe deixava atordoado, era a primeira informação que tinha sobre o alfa desde que se conheceram.

Virou o corpo para olhar o homem em cima da égua negra, engolindo em seco ao se deparar com os olhos vermelhos.

— Obrigado por me acompanhar, senhor Kim.

— Não precisa agradecer, é o mínimo que eu poderia fazer — murmurou com um suspiro.

— Obrigada, Taehyung. Não quer entrar, querido? O jantar está quase pronto, pode ficar se quiser. Coma conosco, os outros podem ficar também quando chegarem. Vai ser bom — Sohyun ofereceu sorrindo. Tentava sempre que possível empurrar Jeongguk para o alfa, a fim de arranjar um casamento.

— Agradeço muito, porém terei que recusar sua oferta madame — um pequeno sorriso apareceu em seus lábios fartos. — Realmente preciso voltar para casa agora, tenho certeza que em breve nos veremos novamente. Tenham uma boa noite.

Com isso, o alfa deixou o local a trotes rápidos, seguindo a estrada que dava para dentro da densa floresta. Era lá que os alfas lúpus viviam. Jeongguk ficou olhando o homem se afastar cada vez mais, estremecendo com o vento gelado e o cheiro de pinho e canela que o atingiu. Abraçou o próprio corpo e sentiu a tia se aproximando para lhe tomar em seus braços.

— Vamos entrar meu bem, pedi para uma empregada preparar seu banho — Sohyun disse calma, guiando o sobrinho para dentro, mesmo que o olhar dele continuasse preso na floresta.

Tudo em seguida passou muito rápido, ao menos se deu conta quando já havia terminado o banho. Jeongguk só voltou à realidade quando Yoongi se jogou em seus braços chorando como um bebê. Entrou em desespero ao ver seu hyung naquele estado e sentiu raiva ao pensar que o culpado, provavelmente, era Park Jimin.

— Yoonie! Yoonie, me diga o que houve?! — pedia guiando o mais velho para sua cama, o deitando ali e fazendo o mesmo em seguida, puxando o irmão para seu peito.

Jeongguk estava desesperado com o choro compulsivo do irmão, imaginando quem seria o culpado. Com certeza era Park Jimin, afinal ninguém conseguiria arrancar uma lágrima sequer de seu hyung, além daquele que tomou seu coração.

Iria castrar aquele alfa quando o visse!

J-Jimin — murmurou entre soluços, fazendo Jeongguk rosnar. Realmente iria castrar alguém — Ele m-me pediu em c-casa-me-to...

O ômega mais novo travou. Como assim? Yoongi estava chorando porque Jimin havia lhe pedido em casamento? Não deveria estar feliz?

— Então por que está chorando? — indagou preocupado, afinal o irmão demonstrava puro interesse no alfa.

E-moção — murmurou levantando o rosto com um sorriso radiante.

Fazia anos que Jeongguk não via aquele sorriso gengival no rosto do irmão, isso lhe fez sorrir e cair no choro também.

Estava tão feliz por seu hyung, agora sabia que estava em boas mãos.

Jimin havia devolvido o brilho a Yoongi e seria eternamente grato ao alfa por isso.

Seria capaz de matar quem tentasse os separar.

XXXXXXXXXX

E chegamos ao final do segundo capítulo de Vidas Entrelaçadas!

Espero que tenham gostado, se interessado pela trama e que possam me acompanhar novamente no desenrolar dos capítulos!

Novamente, agradeço a mulletdoteteco capítulo! Seu trabalho é incrível, obrigada!

Me sigam no twitter @Kim_Lala95 para ter informações sobre a história e usem a tag #EntrelacadosTK para encontrar spoiler e surtar sobre a história ☺

A próxima atualização é dia 25/04, as 18h.

Vamos para as fotos:

O colar usado:

Haruna:

Tiara do Jeongguk:


Saori:


Roupa do Jeongguk:


Roupa do Yoongi:

Roupa do Taehyung:


Até a próxima!

Continuă lectura

O să-ți placă și

137K 15.6K 26
Tudo que Jungkook desejava era entrar naquela faculdade e cursar Medicina. Só não imaginava que conheceria Taehyung, o badboy veterano da área, que c...
1.2M 123K 60
Com ela eu caso, construo família, dispenso todas e morro casadão.
155K 20K 18
Kim Taehyung, cansado de tentar conquistar seu crush, Park Jimin, opta por dar a ele uma poção do amor. O problema é que quem bebe a tal poção é, Jeo...
367K 50.3K 101
Jeon Jungkook odeia bronzeados e babacas que flertam com qualquer um. Por ironia do destino, Kim Taehyung é um babaca bronzeado odiavelmente lindo. "...